Era uma tarde ensolarada no planeta Verade, e dentro da casa de Morajo, a atmosfera era relaxada, mas com uma tensão leve e, ao mesmo tempo, divertida no ar. A luz do sol entrava pelas janelas, iluminando os móveis simples, mas aconchegantes. Morajo estava na cozinha, tentando não perder a paciência enquanto preparava um lanche. Ele era uma maçã vermelha com uma personalidade ligeiramente ranzinza, e qualquer coisa que fugisse da rotina o deixava de mau humor. E, hoje, algo estava bem diferente.
Do outro lado da sala, Linn, seu namorado, estava sentado no sofá, mexendo em seu celular sem dar muita atenção ao que acontecia à sua volta. Linn era um limão siciliano com cabelos amarelos, e embora fosse geralmente introvertido e um pouco tímido, ele sempre sabia como provocar Morajo. Hoje, ele estava com a postura reta, seus ombros firmes e a cabeça erguida. Era raro ver Linn andando com uma postura aceitável, já que costumava andar um pouco curvado para se igualar à altura de Morajo. Mas hoje não. Hoje, Linn decidiu andar com a postura perfeita, e isso estava deixando Morajo visivelmente irritado.
— Sério, Linn? — Morajo resmungou enquanto cortava fatias de pão com uma faca, claramente tentando ignorar a irritação que sentia. — Você tem mesmo que ficar todo reto assim? Parece que tá querendo se exibir.
Linn sorriu, um sorriso travesso que não combinava muito com sua personalidade geralmente tímida, e olhou para o namorado, levantando uma sobrancelha.
— Só estou tentando melhorar minha postura. Você sabia que andar corcunda pode causar problemas nas costas? — Ele respondeu, a voz carregada de uma falsa inocência.
Morajo estreitou os olhos, sem se virar.
— Você nunca ligou pra isso antes — ele murmurou, cortando o pão com mais força do que o necessário.
Linn se levantou, sua altura de 1,92 se destacando contra os 1,72 de Morajo. Ele caminhou até a cozinha, parando ao lado do namorado com aquele sorriso travesso ainda nos lábios.
— Talvez eu tenha decidido que é hora de mostrar o quanto sou mais alto que você. — Ele riu suavemente e, com um gesto brincalhão, colocou a mão sobre a cabeça de Morajo, como se estivesse medindo a diferença de altura entre eles. — Veja só, você nem chega aos meus ombros quando fico reto.
Morajo parou o que estava fazendo, largou a faca com um estalo na tábua de cortar e olhou fixamente para Linn.
— Grande coisa, 22 centímetros não fazem diferença! — Ele disse, a voz carregada de frustração.
Por um momento, houve silêncio na sala, e então os olhos de Linn brilharam quando ele captou o duplo sentido da frase. Ele reprimiu uma risada, mas não conseguiu esconder o sorriso que se alargava em seus lábios. Linn inclinou-se levemente, olhando para Morajo com um olhar malicioso.
— Não fazem, é? — Ele murmurou, a voz baixa e meio safada. — Eu diria que 22 centímetros podem fazer bastante diferença... dependendo da situação.
O rosto de Morajo ficou vermelho instantaneamente, não apenas por causa de sua pele já naturalmente vermelha, mas também pela mistura de vergonha e raiva que sentiu ao perceber o que tinha dito.
— Linn! — Ele exclamou, os olhos se arregalando enquanto jogava uma fatia de pão no namorado. Linn, claro, pegou a fatia no ar, ainda rindo.
— Que foi? Você começou! — Ele disse, piscando de maneira provocativa. — E agora que você mencionou... eu acho que deveríamos falar mais sobre essa diferença de 22 centímetros. Tem coisas bem legais com 22 centímetros. — Linn estava claramente se divertindo com a situação, e quanto mais vermelho Morajo ficava, mais ele parecia querer provocar.
Morajo virou-se de costas para ele, tentando disfarçar o embaraço enquanto preparava o restante do lanche. Linn, percebendo que tinha pegado o namorado desprevenido, começou a se aproximar, suas mãos deslizando suavemente pela cintura de Morajo, que estava ocupadamente tentando colocar recheio nos pães.
— Talvez... — Linn começou, aproximando os lábios da orelha de Morajo, o calor de sua respiração fazendo com que a pele do namorado arrepiasse. — Talvez você queira que eu te mostre como esses 22 centímetros podem fazer diferença de outras formas...
Morajo respirou fundo, tentando manter a compostura, mas seus movimentos já estavam mais desajeitados. Ele se virou abruptamente, encarando Linn com uma expressão mista de irritação e algo que beirava a diversão.
— Se você continuar com essas piadinhas, vai dormir no sofá hoje! — Ele ameaçou, tentando parecer sério, mas havia um sorriso no canto de sua boca que traía o quanto ele também estava começando a achar graça da situação.
Linn, no entanto, não recuou nem um pouco. Pelo contrário, ele inclinou-se ainda mais perto, o suficiente para que suas testas quase se tocassem, e falou em um sussurro carregado de ironia:
— Se eu for dormir no sofá, talvez você sinta falta dos meus... 22 centímetros.
Morajo não conseguiu segurar a risada dessa vez. Ele empurrou Linn para longe com uma risada curta e sarcástica.
— Idiota! — Ele exclamou, pegando o prato com os sanduíches prontos e se afastando. — Sabe o que? Se você quer tanto brincar com isso, então eu vou entrar no jogo também.
Ele colocou o prato na mesa e virou-se para Linn, cruzando os braços com um sorriso travesso nos lábios.
— Fica fazendo piadinha sobre altura, né? Tá bom então... — Ele olhou para os pés de Linn, para as botas marrons. — Essas botas aí são a única coisa que te fazem parecer tão alto. Sem elas, você é só um limão corcunda.
Linn arqueou uma sobrancelha, surpreso pela resposta afiada de Morajo, mas logo riu.
— Ah, é? — Ele perguntou, desafiador, mas com um sorriso no rosto. — E você? Nem com botas consegue me alcançar!
O clima entre os dois mudou para algo ainda mais leve e descontraído, enquanto eles passavam o resto da tarde trocando provocações e risadas. Linn fez piadas sobre como Morajo precisava de uma escada para pegar coisas na prateleira de cima, e Morajo revidou dizendo que Linn era basicamente um poste que se mexia. A cada nova brincadeira, o ambiente se tornava mais divertido, e o que começou como uma pequena irritação de Morajo acabou se transformando em uma sessão de flerte descarado e muita diversão.
Eventualmente, os dois se sentaram juntos no sofá, dividindo o lanche que Morajo havia preparado. A postura perfeita de Linn foi substituída por sua habitual curvatura, enquanto ele se aconchegava ao lado de Morajo, tocando seu ukulele suavemente, apenas algumas notas relaxantes para encher o ambiente com um som agradável.
— Você sabe que eu só estava brincando, né? — Linn murmurou, olhando de lado para Morajo, que estava deitado com a cabeça em seu ombro.
— Sei. — Morajo respondeu, com um sorriso discreto. — E você sabe que eu te amo do jeito que você é, mesmo que ande ereto como um.... Poste idiota, né?
Linn riu, tocando mais algumas notas no ukulele antes de responder.
— Sei... E nós dois sabemos que não é só 22 centímetros.
— Você vai dormir no sofá hoje, limão safado.
Morajo bateu em Linn após tal comentário. E então, a harmonia tranquila, revezando entre piadas, provocações e momentos de carinho silencioso. E o que aconteceu com os "22" centímetros no final? Meia noite o autor te conta.
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