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História A Acompanhante - 15. Ele vale a pena.


Escrita por: Mizzsyx

Notas do Autor


Oi meus bebês!!

Não vou ficar enchendo linguiça, demorei por relaxo. Me julguem, mas não me odeiem pq esse cap ta melhor que strogonoff de frango com batata palha.


Espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu. Boa leitura. ♡

Capítulo 16 - 15. Ele vale a pena.


Fanfic / Fanfiction A Acompanhante - 15. Ele vale a pena.

Em algum momento da tarde de ontem Henry e eu começamos uma conversa frenética por mensagens. 

Ultimamente, desde que eu vim para Nova Iorque para ser mais exata, ele tem se mostrado mais presente, mais interessado em ter a minha atenção, e, sinceramente, eu estava gostando bastante disso.

Agora estamos falanso sobre lugares de Chicago que nunca conhecemos, e eu fico surpresa ao saber que Henry nunca andou nas balsas que atravessam o centro, que servem como um táxi aquático. Eu usava todos os dias para ir à escola ou em festas, o que realmente me deixa surpresa.

"Você deve ter sido do tipo que a mamãe levava para escola de carro todos os dias, e só ia embora depois que entrasse." — eu envio para ele com um sorriso no rosto.

"Sim, infelizmente." — eu sorrio. "E a ouvia dizer 'até mais tarde docinho da mamãe' na frente de todos." — eu dou uma risada mais alta, até que uma tosse muito forçada me chama para a realidade.

As pessoas na mesa me olham confusas, e depois para o telefone em minha mão que eu bloqueio a tela e coloco sobre o meu colo imediatamente. O olhar de Justin em minha direção me faz xingar mentalmente.

— Vocês podem subir. — ele coloca o copo sobre a mesa junto do guardanapo que estava sobre o seu colo. — Eu quero ficar à sós com a Cailin. 

As garotas se levantaram da mesa em silêncio, com breves risadinhas maliciosas entre elas. Harper apertou o meu ombro ao dar à volta na mesa antes de partir para o elevador. Eu engoli um longo gole do que restava do vinho branco na minha taça. Minha mão imediatamente começou a soar. 

Um garçom veio e retirou com rapidez os pratos e taças vazias da mesa com a ajuda de um carrinho. Justin esperou que ele saísse, mantendo os olhos sobre mim, para bater com a mão em sua coxa pedindo que eu me sentasse ali. Pisando firme no chão eu tentei não deixar minhas pernas bambas ao ir até ele. O salão de jantar estava praticamente vazio, então nossa aproximação passaria despercebida. 

Eu me sentei e o olhei com a naturalidade mais forçada que eu consegui.

— Com quem estava falando? — ele passou a mão sobre a minha coxa, e subiu para a minha mão que segurava meu celular, fazendo eu soltar o aparelho para seus dedos tocar os meus. — Aquele seu amigo? — senti rapidez no adjetivo, e a maneira fria que me olhou confirmou isso.

— Ele é o meu cliente. — não consegui evitar o sarcasmo na minha voz. A excitação em irritá-lo me deixa deliciosamente nervosa.

— Você troca mensagens com todos os seus clientes, Cailin? — é errado eu estar gostando tanto disso? Se for, eu não ligo.

— Apenas ele. — eu sorri minimamente e coloquei o braço apoiado no seu ombro, para que minha mão tocasse os seus fios loiros perfeitos. Ele havia usado o meu shampoo? — Por que?

— Eu não gosto disso. — ele estava olhando nos meus olhos agora. — Quero que pare. — eu parei o toque em seu cabelo, e ele suspirou impaciente. — Não isso, quero que pare de falar com esse cara.

— O que? — eu sorri, mas de nervoso. — Por que?

— Você está comigo, Cailin, não com ele. Eu te trouxe nesta viagem para você ficar comigo, não...

— O que está fazendo? — ele se confundiu. — Pare com o ciúmes. — parecia que eu o havia ofendido pela tamanha irritação que ele demonstrou estar sentindo.

Ele se calou ainda me encarando emburrado, com o bico avermelhado e as grossas sobrancelhas curvadas para baixo. 

Deus do céu. 

Se se não fosse pelo baixo nível de álcool eu o arrastaria até o piano para transar igual em Uma Linda Mulher.

No elevador continuamos em silêncio, mas eu me perguntava se havia o aborrecido de verdade. Acho que não, ou então o zíper da sua calça não estaria prestes a estourar. 

— Estava me evitando desde a noite passada.

— Não estava não.

— Foi uma afirmação.

— E eu a contrariei. — eu abri um sorriso irônico, que ele olhou durante todo o ato.

— Não gostou do que aconteceu entre nós dois, Cailin? — a minha nuca começou a soar, e ele percebeu o meu nervosismo pela forma que se encostou na parede do elevador e ficou me encarando com as mãos nos bolsos. — Parece até que...

— Você me fez gozar, não fez? — eu olhei para os andares que subiam, ainda faltavam cinco até a cobertura. — Isso não foi o bastante para responder as suas perguntas? 

Ele ficou quieto. Eu quase consegui sentir o movimento dos seus olhos sobre mim no vestido vermelho. 

— Foi o suficiente. — eu não precisei olhar para o seu rosto para saber a meneira a qual ele me olhava, já que um tapa muito mal educado foi depositado na minha bunda quando eu saí pelas portas do elevador.

No fim ele apenas evitou uma discussão, e eu agradeci.

Na suíte eu tirei o vestido de alças finas vermelho, ficando apenas com a calcinha de renda azul escuro. Soltando os meus fios do rabo de cavalo eu passei em frente a porta aberta envolvendo os dedos entre mechas. 

A água quente caiu nas minhas costas fazendo minha pele arder por um momento, mas eu permaneci quando senti o mesmo na raiz do meu cabelo me fazendo relaxar por completo. 

Essa semana estava na metade e tudo havia sido bem louco até então. Eu odiei o Justin, e depois caí nas graças dele. Odiei mais uma vez e depois abri as pernas para ele duas noites atrás. Suspirei me sentindo um pouco cansada desse círculo em que caímos.

Eu realmente estou gostando de como estamos nos entendendo. Não quero mais ser decepcionada por ele. Não quero mais dar passos para trás com ele, mesmo que tudo entre nós seja apenas um negócio.

Eu estava com shampoo escorrendo por todo o meu rosto, o que me impossibilitou ver o que era o rangido não muito longe de mim, assim como não pude impedir que mais um corpo se juntasse ao meu na cabine de vidro. Com o susto, ignorei a ardência que poderia atingir os meus olhos e me virei para o corpo desnudo atrás de mim. 

— O que você...

— Permita que eu toque você. — fiquei confusa, mas não o bastante a ponto de resistir e olhar para baixo. Ele está completamente pelado.

— Ah... o... ah... — estava sendo bem difícil desviar os olhos. Não deveria ser nenhuma surpresa para mim. Eu já vi um pênis antes, sou virgem, não santa, mas confesso que nenhum outro antes era assim tão... do Justin. Me obriguei a fechar os olhos e encarnar toda a confiança que eu fingia ter quando momentos como esse aconteciam, o que estava sendo bem fácil ultimamente. — De repente você precisa de permissão? — eu soei mais segura do que eu esperava. Ele deu um passo para frente e eu para trás. — Não foi um sim.

— Estou começando a não ligar para isso. — ele veio na minha direção e eu agarrei o esfregão preso à parede, atrás de algo que pudesse me ajudar de algum jeito.

— Justin, não. — ele ignorou o que eu disse e veio para cada vez mais perto de mim.  — Justin, para! — Fiquei sem saída. Senti que todo o jogo que eu provoquei enfim resultou no que iria acontecer.

Mas é o Justin, e ele sempre me surpreende.

Ele segurou minhas mãos fazendo-me largar o esfregão e o sabonete que eu já amassava devido o nervosismo. Me prendendo contra a parede fria do chuveiro me espantei ao senti-lo encostar em mim pela primeira vez, e fiquei confusa quando suas mãos levaram as minhas até o seu peito.

— Então me toque você. — eu olhei para o seu rosto ainda dominada pelo susto. — Deixe eu te sentir, Cailin... — ele me puxou contra si deixando nosso contato ainda mais íntimo. — Eu vou enlouquecer se... — em um impulso, relaxando depois do susto eu senti que precisava beijá-lo. Viramos envolvendo nossas mãos em nossos corpos, até o momento que paramos em baixo do chuveiro. Ainda tem shampoo no meu cabelo, e nem mesmo o amargo da espuma que deslizou entre nossas bocas suavemente nos fez parar. 

Estamos mais quentes que a água caindo em nossas cabeças, e mais necessitados do que qualquer outra vez. 

A cada vez.

A imagem de nós dois transando contra essa parede controla todos os meus atos e pensamentos agora, principalmente quando a mão dele deslizou para entre as minhas pernas. Eu gemi, com muito tesão, e sem pensar a minha mão foi até o seu pênis. 

Ele parou de me tocar na hora esperando por mais. Meu rosto escondido em seu pescoço impedia-o de ver minha expressão de choque com a minha atitude. Pensei em tirar minha mão e voltar a beijá-lo como se nada tivesse acontecido, toda via, seu indicador ergueu o meu rosto na direção do seu, me atraindo para mais um beijo. Com os nossos olhos fechados me pareceu mais fácil mover meus dedos para cima e para baixo em torno de si, sem que eu me sentisse desconfortável de algum modo com o seu olhar desinibido.

A sensação era um pouco familiar devido a única vez que fiz isso no passado, mas não era como foi com Kaio Geller. Há uma intensidade entre Justin e eu que não consigo descrever, que mal consigo sentir sem ter vontade de surtar. Um imã, algo invisível que faça com que tudo tenha sentido e seja certo.

Grunhidos soam do fundo da garganta dele em meio ao beijo, e eu necessito de mais disso mais claramente.

Ele encosta a testa na minha e fecha os olhos, mordendo os lábios para conter o som que agora eu preciso ouvir. Os meus olhos rolam para o meu ato, e decido brincar um pouco com ele, de um jeito que eu sei que ele vai gemer. Deixo minha mão escorregar normalmente, mas quando chega na cabecinha avermelhada coloco um pouco de força em meus dedos, e me fazendo sorrir satisfeita, ele geme como se aquilo lhe causasse a dor mais prazerosa. Mantenho os meus movimentos e vez ou outra, quando o prazer parece que vai enlouquece-lo, ele tenta erguer uma de minhas pernas para o ato de me penetrar, mas consigo ser bem firme apertando-o cada vez mais.

Sua insistência continua a cada vez que os sons que agora eu venero saem da sua garganta. Ele tenta retribuir em mim as sensações que eu lhe causo, porém desiste toda vez que consigo superá-lo. De repente o som do prazer acaba, e me olha como se fosse morrer agora mesmo, mas ao contrário disso, eu sinto entre meus dedos uma textura diferente da água que cai em nossos corpos. Justin ofega como se tivesse corrido uma maratoma inteira ao deitar a testa no meu ombro direito, e eu sorrio muito, muito orgulhosa ao ver em minhas mãos o que eu estou disposta fazer com ele.


. . . 


É prazeroso, e me causa pequenas cócegas. O sorriso lhe chamou a atenção, junto dos seus lábios que tocam suavemente pontos do meu pescoço. Ele tira os cabelos da frente do meu rosto, e sinto seu polegar rodear o meu queixo.

— Eu temho uma coisa pra você. — abri os olhos na hora. — Sente-se. 

Meu corpo ainda está com a sensação do sono tranquilo que tive, o que faz me erguer ainda mole e meio cansada. Ficamos mais algumas horas acordados ontem à noite, e o assunto final não me deixou dormir muito tempo depois que ele adormeceu ao meu lado. Eu pensei muito, e ainda não sei se tenho uma resposta certa.

Uma caixinha, como a de um cd, azul e com um laço preto em cima saiu do bolso do terno que ele usava. O 'Tiffany & Co" escrito em preto fez os meus olhos dormentes se abrirem enfim, e ele riu da minha reação.

— O que...

— Se vier com a história de que não pode aceitar eu juro por Deus que dou isso para a Lorelai. — ele ergueu a caixinha perto do rosto e a balançou algumas vezes. Espreitei os olhos e torci meus lábios em desgosto. Ele riu pela maneira que eu tomei a caixa de sua mão, e observou enquanto eu abria e me deparava com o colar preenchido por pedras brancas brilhantes.

— Emu estive com um representante da Tiffany recentemente, e ele me mostrou a nova coleção que vai entrar no próximo trimestre. Perguntei se teria problema se eu levasse uma das peças antecipadas e ele não se importou. — ele pegou o cordão da caixa e se levantou, sentando no espaço atrás de mim da cama. — Eu quis muito ver você usar algo exclusivo. — o meu cabelo foi posto de lado e rapidamente a jóia estava presa em meu pescoço. 

— Por que isso agora? — ele me olhou com confusão ao voltar para o lugar de antes. 

— Não entendi.

— Isso não parece ter custado menos de dez mil dólares. Por que...

— Eu quis te presentear, bonequinha. — o sorriso cafajeste não me convenceu. — Não posso ser legal com você? 

— Depende, isso tem haver com o que você me pediu ontem? — nos encaramos por exatos dezesseis segundos. Ele sorriu, segurou a minha mão e depositou um beijo nela. Ergueu o corpo contra o meu e beijou os meus lábios suavemente, com um estalo no final.

— Vamos sair em uma hora. Use o colar. — ele saiu da cama fechando a porta do quarto.

Cretino esperto.

Tinha completamente haver com o que ele me pediu.

Não ganhei muitas informações para onde iríamos, apenas que seria um local aberto para um brunch na divisa de Nova York com Nova Jersey, então o vestido rosa mostrando os ombros me pareceu o bastante para o céu completamente azul.

 Um esportivo cinza escuro para apenas duas pessoas nos esperava na frente do hotel. Justin abriu a porta para mim, e enquanto ele dava a volta as garotas e eu marcamos de sair no final da tarde, para aproveitar nossa penúltima noite na  big apple e eu achei uma ótima ideia.

Quando a cidade virou apenas pista e grama para todos os lados conti com todas as minhas forças um dos meus sorrisos de garota virgem. Justin segurou a minha mão sobre o meu colo enquanto dirigia com a outra mão. Ele parecia estar em um outro mundo, e eu apenas aproveitei o contato envolvendo os nossos dedos.

Uma placa de madeira branca presa ao chão está bem na curva de uma rua estreita de cascalhos, que dá para uma construção também em madeira branca não muito ao longe. A placa em que passamos dizia vinícola Bedell Cellars, e eu pensei que seria um suposto negócio que ele estava interessado, e se ele faria isso mesmo com o que parecia ser um casamento acontecendo no lugar. Justin parou o porsche entre os demais que preenchiam a frente, e sai estando um pouco confusa.

— Você vai comprar esse lugar? — perguntei fechando a porta após sair do carro.

— Eu já comprei. — ele arrumou o terno e veio até mim, colocando o braço na minha cintura. — E dei de presente para eles dois. — com um gesto de cabeça ele apontou para um casal na porta da construção.

— Você chegou na hora! — a mesma garota  da porta que não parecia muito mais velha do que eu veio até o Justin e o abraçou com muito carinho. — Deus, você está limpo! Tomou banho?

— Toda quinta-feira, sem falta. — ele sorriu com ternura para ela que riu. — Jazmyn, quero que conheça a...

— Cailin! — ela sorriu ainda mais ao olhar para mim. — O meu irmão falou tanto da garota que ele traria com ele que é como se eu já te conhecesse!

— Ele falou, foi? — agora quem estava sorrindo era eu. Espero que não seja o sorriso virgem.

— Ah, nem me fala. Foi quase tão pior do que quando ele...

— Vocês duas já se deram bem pelo visto. — ele colocou as mãos nos bolsos totalmente desconfortável por ter sido exposto. Jazmyn sorriu com malícia. — Você não tem que abrir panelas ou provar bolos, Jazz?

— É, eu tenho sim, não que seja da sua conta. — ela empinou o nariz virando o rosto para mim. — Fique à vontade, Cailin. E não hesite em me procurar para reclamar da sua infeliz companhia de hoje. — ela sorriu para mim e eu agradeci sorrindo igualmente.

Justin deu alguns passos para entrar na construção e eu o segurei pelo braço, chamando a sua atenção.

— Pode me dizer o que te deu na cabeça? — ele franziu as sobrancelhas grossas e voltou-se para mim.

— Qual o problema? 

— Você me trouxe para o casamento da sua irmã, Justin! 

—... e daí? — eu soltei o ar pela boca, incrédula. 

— Como você trás uma estranha da rua para uma ocasião dessas? — ele umideceu o lábio inferior e respirou fundo.

— Primeiro, é apenas o almoço de ensaio. Segundo, você não é uma estranha, muito menos da rua — ele fez uma expressão de repulsa com o termo —, e terceiro, você é a Cailin, minha amiga da faculdade de administração.

— Amiga da faculdade? — eu cruzei os braços e ele concordou com a cabeça. — Então agora eu tenho um super cérebro que me fez terminar a escola quatro anos antes? — ele riu. — Eu falo sério! 

— Não tem porque ficar nervosa, bonequinha. — ele estendeu a mão para mim. — Você é apenas a minha acompanhante, não é?

Eu desviei de sua mão e andei na direção da casa branca. Mesmo com o meu fora Justin não perdeu a oportunidade de me alcançar e pousar a mão no meu quadril, e, apenas pela educação de já estarmos entre as pessoas, o poupei de um empurrão.

Ele me apresentou à alguns amigos e primos, e quase explodi de nervoso quando me apresentou aos avós, que foram uns doces comigo. 

Justin fala com Christian, noivo de sua irmã e seu melhor amigo. O moreno com muito entusiasmo fala sobre como o negócio de vinhos é apaixonante e satisfatório para si, e logo entendo Justin dar o lugar onde estamos como presente. 

— Seus pais devem ter ficado extremamente orgulhosos em te ver ir tão cedo para faculdade. — Christian diz com um sorriso no rosto, acompanhado pela sua noiva.

— Eu não tenho pais. — eles perderam a feição de antes. — Quero dizer, eu tenho, mas meu o pai morreu há três meses e eu não falo com a minha mãe direito há nove anos, então...

— Nós sentimos muito.

— Tudo bem. — eu forço um sorriso mínimo para a garota. O nó apertando a minha garganta mostra que não está nada bem.

— Eu sinto muito, Cailin. — puta merda. — Você nunca deu a entender que...

— Não precisa dizer nada. — eu esqueci completamente que Justin está bem atrás de mim, e pior, com o maldito olhar de pena que eu tanto evitei. 

— Foi por causa disso que você foi trabalhar lá? — meu corpo fica gelado, e os meus olhos evitam encarar os dele. — Você poderia ter me dito antes.

— Mas eu não iria. 

— Por que? — ele segura o meu braço para que eu fique menos inquieta, provavelmente querendo que eu o olhe.

— Porque não! — a minha voz se exalta e acabo por encara-lo, e como eu já esperava, as lágrimas logo fazem questão de atrapalhar minha visão, assim como o maldito olhar de pena.

— Eu só...

— Vou ao banheiro. — eu praticamente empurro a taça em minha mão contra ele, e me misturo entre as pessoas andando em alguma direção.

Me frustei comigo mesma. Com certeza mudei o modo dele me olhar à partir de agora, e se isso influenciar a nossa relação eu vou me odiar muito mais do que estou me odiando agora. Pensando mais do que agindo, bato com o ombro em uma mulher que tem como primeira reação me encarar com raiva. Peço desculpas e enfim encontro uma saída até a varanda, com uma vista extensa de toda a vinícola. 

Minhas mãos estão nervosas, soando e agarrando o vestido conforme eu ando em círculos. 

Me sinto desmascarada. Com a casca forte que eu criei rachada deixando minha ferida exposta. Poderíamos continuar muito bem como estamos sem deixar essa sombra voltar a me perturbar, mas é óbvio que não vai ser assim. Ele vai perguntar perguntar e continuar perguntando. Por que ele simplesmente finge que não me ouviu dizer nada e deu um jeito de me tocar como ele sempre faz? Por que ele não...

— Você quase arruinou um vestido de vinte mil dólares. — uma voz suave e doce vem da direção da porta por onde eu saí. A mulher que eu esbarrei sorri ao segurar a taça de vinho, e eu percebo o vestido branco impecável ao qual ela se refere.

— Me desculpe, não tive a intenção. — passei os dedos por baixo dos olhos com cuidado para o rímel não arruinar minha maquiagem. Pude ouvir os saltos da mulher de cabelos castanhos se aproximar de mim, pela madeira que rangia. Ela mirou os cristais azuis dos olhos nos meus e, depois do que pareceu confirmar alguma coisa, ela abriu um sorriso mínimo nos lábios pintados de vermelho. — Perdão, senhora, eu já me...

Senhora, chega a ser grosseiro. — ela me cortou terminando a bebida de sua taça para logo depois me olhar diretamente nos olhos. — Até porque eu tenho a mesma idade da Leah.

— Perdão? — encarei seu rosto que possuí uma expressão divertida, se não fosse loucura demais, fingida.

— Leah Russo. — ela encostou no cercado branco que envolve a varanda. — Sua mãe, não é? — minha imediata expressão de choque confirmou sua frase. — Incrível como você é a cópia exata... tanto na aparência quanto no comportamento de vadia barata. 

— Quem você...

— Cailin. — Justin veio imediatamente rm minha direção. A forma como ele me tomou pelos braços fez-me olhar em seus olhos. — Você está bem? Eu sinto muito se invadi sua privacidade, mas saber desta maneira...

— Saber o que? — a mulher praticamente está entre nós dois, e o que veio a seguir não podia ter me deixado mais surpresa.

— Mãe...

— Mãe? — eu disse em sussurro, olhando de um rosto para o outro. A semelhança entre os dois é praticamente nula.

— Esta é a Cailin, a acompanhante que eu disse que viria comigo. Cai, minha mãe, Pattie. — se não fosse pela mão dele que escorregou pelo meu quadril eu teria bambeado para o lado. 

Como uma lâmpada que se ascende em minha cabeça compreendo o breve confronto. As coisas que se passam pela minha cabeça agora não boas, e algo maldoso — porém nem tanto surpreendente — no fundo do meu consciente diz que a rapidez de Pattie tem haver com minha mãe e o pai de Justin. 

— Patricia. — ela sorri notavelmente forçado, e não faz questão de um aperto de mão ou derivado. — Vi vocês dois chegando e logo após ser quase atropelada decidi vir me apresentar. — o azul frio se recai sobre mim, e tentando entender onde ela quer chegar com a nítida falsa gentileza tomo uma atitude.

— Eu adoraria um copo com água agora. — o loiro me olhou com confusão, mas depois de dizer-lhe que estou bem Justin se retirou, e ao encarar a mulher novamente a expressão vazia lhe tomou o rosto.

— Quem presta serviços aqui é você, não é, querida? — em passos curtos ela circulou o meu redor, e enfim recompus minha postura.

— Sou acompanhante de luxo do seu filho sim, não empregada.

— Ah, tenho certeza que sua mãe lhe ensinou muito bem o que fazer antes que você fosse uma simples empregada, não é? — com os braços cruzados ela parou na minha frente e me mediu uma última vez. — Leah não perdeu tempo. Me diga, ela pegou muito no seu pé durante os anos para que você dessr o golpe desta vez?

— Não sei o que Leah fez à senhora, mas independente do que seja de similar à ela eu só possuo a aparência. — eu estava firme em minha palavras, e de alguma forma rlas lhe causaram graça.

— Claro. — cabeça erguida, girando um dos pés sobre o salto preto, Patricia não perdia o ar de humor. — Há anos eu evito que garotas como você se aproveitem da ingenuidade do meu filho. Há dez anos, eu impedi que sua mãe tomasse o meu marido de mim. — Ah, Leah, você realmente foi muito baixa... — E a coloquei tão devidamente em seu lugar que nem dar as caras naquela boatezinha ela se deu o luxo de aparecer. — Espera, o que? — Espero que saiba que isso entre você e o meu filho é apenas... um passatempo, com data de validade, ao qual eu vou me manter muito atenta. — o sorriso mascarado brotou lentamente. — Certo, Cai? 

Áspero, amargo e engraçado. 

Ela sabe que Leah é gerente da boate? 

— Sinto muito, senhora. — o reflexo de Justin se aproximando mostrava o fim de nossa conversa. — Eu obedeço somente as ordens do seu filho. Só vou se ele quiser que eu vá.

— Estão servindo apenas champagne. — ele entregou uma taça para mim e outra para sua mãe, que mantinha a expressão amigável engessada no rosto. 

— Vou ver se seu pai precisa de mim. — deve ter doído engolir minhas últimas palavras, pela maneira que seu rosto desviou do meu e deu as costas para nós dois. Virei o espumante rose de uma vez, sentindo as bolhas formigarem em minha língua.

Justin manteve os olhos sobre mim e se assustou quando parti para cima dele, não da forma que parece óbvia, mas para apalpar seus bolsos atrás das chaves do carro.

— O que está fazendo? — eu precisava por pelo menos cinco minutos me desconectar do mundo que o circula. Dos sentimentos bipolares, e principalmente das mulheres agressivamente ciumentas.

— Eu ingeri apenas álcool, minha cabeça está latejando. — com a chave do Porsche em mãos disse à ele algumas curtas palavras e me dirigi até as escadas da varanda, para me refugiar no esportivo, toda via, a mão dele me segura pelos dedos, puxando minha atenção para si.

— Vou me despedir de Jazzmyn e Christian e iremos embora.

— Você precisa ficar. Ela é sua irmã e conta com a sua presença. — ele ficou impaciente quando tentei me soltar, e me puxou novamente contra si. Desta vez um beijo caiu sobre os meus lábios, sem nem esperar a minha permissão para a passagem da sua língua Justin me domou completamente, lentamente e intensamente.

— Eu vou me despedir... — os lábios avermelhados, a voz baixa contra o meu rosto. — E iremos embora. — ele me encarou esperando que eu concordasse, e quando eu o fiz me soltou para voltar dentro.

Fechei os meus olhos por um momento antes de tomar meu caminho de volta e... inferno! ... ele vale muito a pena.


. . . 


 Justin recusou o manobrista na porta do hotel, e quando ele permaneceu dentro do carro depois de desligá-lo no estacionamento eu soube que ele tocaria no assunto do meu pai. Minhas unhas cutucam os cantos dos meus dedos de nervoso, e eu nem aproveitei todo o silêncio do caminho de voltar para pensar no que dizer quando isso acontecesse.

Eu estou completamente confortável em nossa bolha sexy e divertida, e não quero que nada aconteça para que por exemplo, ele passe a me encarar com pena.

— Eu não pude falar na hora mas eu quero que saiba que eu realmente sinto muito. — eu fiquei em silêncio, e esta resposta pareceu mostrar à ele que nosso acordo em não falar dos pais ainda está de pé. Entretanto, eu agradeci no eco do meu coração a consideração dele em mostrar que ao menos se importa. — O que minha mãe falou com você?

— Nada. — abri um meio sorriso, me soltando do cinto e abrindo a porta para sair.

— Ela me criou por dezoito anos, Cailin. — as trancas do carro foram ativadas e ele logo estava andando ao meu lado até o elevador do subsolo. — Sei bem como ela pode ser bem... — ele não parecia ter palavras.

— Possessiva?

— Intimidadora. — ele não pareceu desgostar do adjetivo que usei, pelo contrário, conforme entramos no elevador ele riu. — Então espero que saiba que eu já sou grandinho o bastante para escolher minhas companhias sem depender da aprovação dela para isso, certo? — eu estava com os olhos no reflexo da mão dele que minuciosamente procurava o seu lugar na minha cintura, e por fim, a conclusão que tive é que se no final dos dias Justin ainda tiver planos para os próximos dias, eu não teria com o que e quem poderia acontecer.

— Certo.



JUSTIN



Os saltos foram tirados ainda no elevador, assim como o pedido para que eu abaixasse o zíper do vestido rosa. 

Ela parecia cansada, não fisicamente em todo caso, mas dentro de si que recentemente eu passei a perceber incomodá-la quase a todo momento. Toda vez que Cailin olha para algum ponto fixo minutos a fio ou anda pelo quarto a noite, me pergunto se ela se questiona a respeito da sua decisão em ficar comigo. 

Sinceramente, eu não pareço fazer nada de errado para que ela queira desistir.

Consegui encontrar uma boa sintonia entre nós dois, e fazer isso se mater me parece um bom investimento de tempo e paciência. Paciência, como isso poderia ter sido muito bem mencionado quando a pedi para ser minha acompanhante. Honestamente, se for para pensar sobre decisões não sei o que exatamente me fez fazer tal pedido, mas a cada vez que ela se irrita e eu acabo rindo me parece ter sido uma ideia genial. Principalmente agora que as coisas estão mais... promissoras.

— Você não precisa ir. — a sigo pelo quarto, até vê-la entrar no chuveiro. A vista me agrada, e fico sentado na cama apreciando as curvas ganharem o brilho da água.

— Já está combinado.

— Descombine. — o olhar de desaprovação me faz sorrir. Queria jantar com ela hoje esta noite.

— Você precisa entender que se eu ficar todas as horas do dia com você eu vou ter uma síncope nervosa. — eu ri. O senso de humor dela é fascinante e desfrutar disso é como tomar uma xícara de café todo dia de manhã.

As mãos cheias de sabão deslizam entre suas curvas, e as imagens de nós dois no dia anterior vem a minha cabeça como um convite. Eu a quis assim que ela dançou contra o meu corpo na primeira noitre. A quis para matar meu desejo momentâneo, agora, eu já nem sei mais o que alimenta o meu desejo. 

O corpo esguio passa por mim só de toalha, e o cheiro de lavanta do cabelo faz a minha cabeça rolar até a sua direção, que agora escolhe peças de tom escuro de dentro da mala. Quero entender porque é tão difícil para ela falar sobre o pai, e pensando nisso agora, quero saber qual foi o tamanho do estrago que foi Leah abandonar ela ainda criança. 

Quero pedir lara ela ficar esta noite, já que amanhã vamos embora e não faço idria de quando outra ocasião como essa irá aparecer. Quero prender Cailin nesse quarto e fazê-la jantar comigo, dar atenção só para mim com o seu humor impaciente e lábia astuta, e quem sabe depois de muita massa e vinho nós dois enfim não...

— Henry...

— O que disse? — ela está de volta ao banheiro com o secador de cabelo ligado, e digo que não é nada. 

O celular branco jogado sobre a cama mostra que novas mensagens chegaram assim que o aparelho se conectou à internet do hotel, e todas do inconveniente amiguinho.


"Ouvi as músicas que me sugeriu, e sinceramente blackbear não é tão ruim." — eu ainda não sabia de que músicas ela poderia gostar.


"Fez eu me sentir uma garotinha de 15 anos te pedindo para ouvir The Fray com letras melosas." — cara nenhum ouve músicas melosas se não for para impressionar alguém. É tática masculina, eu mesmo já fiz isso.


"Quando você voltar da sua viagem glamorosa poderíamos fazer aquele passeio por Chicago que estávamos falando. Seria bom ter uma guia como você. :)" — Como assim como ela? Por que ela sairia com ele?


"Falei com o Dr. Spencer, ele vai deixar você entrar na sua casa antes do leilão para pegar itens pessoais. Eu disse que muitos documentos seus ficaram para trás para conseguir. Que tal sábado a tarde?" — Espera um pouco... 


— Provavelmente antes da meia-noite estaremos de volta. — ela saiu já pronta do banheiro. O celular foi largado no lugar de antes, intacto, assim que o secador foi desligado.

— Está levando sua identidade? Podem te parar por achar que é menor de idade. — ela fingiu rir e se abaixou na cama para pegar seu telefone e colocá-lo no bolso da calça. 

— Se comporte e não assista pornografia. — a jaqueta foi pendurada no braço e eu a acompanhei até o elevador. 

— Quando vai me dar uma resposta, Cailin? — 

— Amanhã, pode ser? — ela respira fundo se mantendo de costas e sua enrolação ferve meu sangue.

Sem dúvidas eu preciso que fazer muitas perguntas para Cailin, principalmente depois do que eu acabei de ver em seu telefone, entretanto, preciso fazer uma coisa antes.

Puxo a jaqueta que ela acaba de vestir a virando para mim. Beijo os lábios largos com vontade, e não paro depois que nossas bocas sentem o sabor uma da outra. O toque de seus dedos na raiz do meu cabelo arrepia o meu corpo, ascende a chama do desejo sem fundamento. Em passos lentos, sem separar o contato esbarramos na porta do elevador que abre atrás dela, e como faço sem que ela perceba coloco meu cartão de crédito no mesmo bolso que seu celular, para que não tenha erro dela não encontrá-lo.

Acabo com o beijo tão de repente quanto comecei, empurrando ela para a cabine que se abriu. A confusão domina o seu rosto, e os fios lisos bagunçados sobre o rosto me fazem sorrir.

— Amanhã então. — coloco as mãos no bolso e fico até as portas se fecharem outra vez. 

Toda via, é sem a presença dela que pego meu celular do bolso e vejo o recente número adicionado que peguei do celular da loira. 

Me perdoe, bonequinha, mas vou intervir no seu mundinho secreto.


Notas Finais


Fala sério EU AMEEEIII ESSR FINAL, AAAAAAAAAAAA

Justin é aquele personagem que a gente não sabe se cai no soco ou sai quicando. Sim, é isso mesmo que eu sinto sobre o "meu" próprio personagem.
Adoro.

Espero que tenham gostado, e que tenha compensado de algum jeito toda a demora. O parquinho só tá começando a pegar fogo agora rsrsrsrsrs

Beijo meus amores! Tomara que ainda não tenham abandonado o spirit como tenho visto uma galera fazendo :/

Até o próximo! ♡


Colar: https://weheartit.com/entry/319351610

Vestido: https://pin.it/qo7lybxsqufkbk


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