– Não vale roubar beijos ou forçá-los a nada. – Baji sorriu presunçoso enquanto olhava a cara de tédio do amigo.
– Coisas assim nunca funcionam, Baji. – Bocejou de sono enquanto jogava joguinho no celular.
– Bem, mas você me entendeu né?! – Gritou um pouco alto chamando atenção da maioria que começou a rir da animação sua. – Eh, eu quero dizer, vamos fazer uma aposta justa.
– Quem conseguir um encontro primeiro ganha? – O loiro perguntou meio desinteressado, pois achava muito ridículo se fosse assim.
– Na verdade, não. – Balançou a cabeça achando que se fosse assim seria bem fácil. – Você sabe que pode tudo dar errada depois de um encontro.
– Esse é o seu caso, Baji. – Deu de ombros. – Se eu conseguir um encontro minha vitória está garantida. E além disso disso o Kenzinho nunca diz não pra mim.
– Foda-se eu não dou a mínima. – Murmurou sentindo sua paciência quase esgotar. – Aquele que conseguir namorar primeiro ganha.
– Se você quer se casar com Chifuyu apenas case, Baji. – Sano zombou vendo o amigo lhe mostrar o dedo do meio.
– Ainda é difícil pra mim entender que alguém tolere você, seu filho da puta. – Keisuke olhou irritado pro menor.
– Eu não acho que seja tão difícil o quanto é difícil pra você escrever e soletrar. – Respondeu entre risos, colocou os braços atrás do pescoço. Quando percebeu que Baji se levantou com raiva, decidiu mudar de assunto. – De qualquer forma, o que vamos apostar?
Baji, como Mikey, era bastante infantil. Com apenas isso conseguiu destrair o moreno que se sentou animado de novo no assento.
– Poderíamos apostar uma boa quantia de ienes, você sabe... – Começou a ficar com o rosto pensativo por um longo tempo enquanto Mikey mexia no celular. – Eu vi uma moto que é...
– Dinheiro sério? – Mikey queria rir do moreno. – E na moto não estou interessado, demorou tudo isso pra pensar?
– O que você propõe, então? – Baji questionou já se arrependendo, queria tanto a moto porém teria que esperar. Quando percebeu o sorriso idiota estampado no rosto do loiro já o cortou. – Nem pense em pedir pra sua irmã me maquiar to fora.
– Que deselegante. – Revirou os olhos irritado. Estava confiante que iria ganhar do amigo, pensou em uma coisa idiota que o perdedor deveria fazer. – Quem perder se declara na frente de todos da gangue, tem que pedi pra pessoa sair com você em um encontro, o que acha?
A mera ideia de abaixar a cabeça era aterrorizante para os dois, na verdade isso era mais aterrorizante para Baji. O orgulho era grande, embora a dignidade dos dois fosse pouca.
– É muito ridículo. – O moreno começou a rir só imaginar o tampinha do seu amigo fazendo isso seria hilário.
– Nem tanto, pra mim tanto faz. – O loiro deu de ombros. – Pior que essa aposta que é uma tremenda covardia não é, se for transar com o Chifuyu pelo menos use camisinha haha. Um acordo se eu perder me visto de menina ta bom pra você?
– Demais haha. – Apertou as mãos do menor, tinha certeza que dessa vez iria ganhar alguma aposta daquele anão.
Naquele momento os dois caíram num silêncio repentino, como se de um segundo para o outro tivessem percebido a merda que se encontravam por causa de uma aposta. Mikey começou a rir das mensagens de Inui,ele disse que iria o encontrar na lanchonete,e Baji começou a olhar pela janela os carros passando.
– E agora... – Baji murmurou, voltando seu olhar para o loiro que estava rindo de algo idiota no celular. – O que vamos fazer? Isso já começou?
– Acho que já começou sim. – Manjiro respondeu sorrindo animado com a ideia do amigo perdendo. – Ah, acabei de me lembrar que hoje a noite eu vou sair com o Ken-Chin. – Sorriu animado vendo o outro fazer cara de raiva.
– Ah inferno! – Exclamou puto ao ouvir isso. Pegou o celular no bolso pra ver o horário, quando viu o horário deu um tapa em sua testa. – Chifuyu vai me matar, esqueci que tinha que estudar com ele.
– Ué, estudar? – Mikey perguntou querendo rir. – Não era pra ser ao contrário? Você é o Senpai dele e ele seu Kohai, não era pra você ajudar ele nas matérias?
– Cala a sua boca. – Baji retrucou, levantou rapidamente. Pegou a mochila e saiu da mesa. Ao passar pelo seu amigo viu ele sorrindo feito uma criança. – Espero que o Draken flerte com alguma garçonete aonde quer que vocês vão. – Gritou mostrando o dedo do meio para o loiro.
– Ah eu espero que o Chifuyu note logo como você gosta dele. – Sorriu fechando os olhos.
Era isso. Mikey ficou sorrindo enquanto pensava, nem precisou virar pra sentir Inui bagunçando seu cabelo. Não faria mal pedir dicas para alguém que já namora né? Baji não tinha imposto regras então...
De todas as vezes que Baji correu descontroladamente em direção a casa de Chifuyu, ele nunca se sentiu tão nervoso.Seu coração batia três vezes mais rápido.
Gostava de Chifuyu já ia fazer um tempinho, por uma razão ou outra. Nao demorou muito para perceber isso, mas levou um tempo decidindo o que fazer a seguir.
Tolo como era, ainda era inteligente o suficiente para notar o interesse desmedido de Chifuyu por si, então ele odiava concordar com Mikey que o acusava de ser covarde. Sabia que tinha o tabuleiro virado ao seu favor e não se atreveu a mover uma única peça por medo de perder a dama.
Por que sua amizade com Chifuyu superava qualquer desejo; só porque possivelmente era mútuo não significa que Chifuyu queira cruzar essa linha de amizade para namoro consigo.
Desde que foi andando com Mikey até a lanchonete, não tinha levado sua moto, agora seus pulmões estavam quase morrendo. O cabelo estava bagunçado, já podia até imaginar como Chifuyu iria o receber. Nesse momento estava se amaldiçoando pela aposta que propôs, tava só torcendo que o encontro daquele anão fosse horrível.
Chegando ao local, começou a andar pelas escadas. No entanto depois de subir uns três andares, encontrou Chifuyu que possivelmente estava descendo para esperar por si.
– Oi Fuyu! – Exclamou coçando a nuca.
– Baji-San, esta bem tarde. – O Repreendeu fazendo biquinho, porém ao olhar o estado do moreno começou a rir um pouco. – Entra eu vou ta te esperando no meu quarto. – Sorriu amável.
Baji,pela primeira vez, sentiu-se como um adolescente hormonal quando sentiu o sangue cobrir suas bochechas depois de ouvir isso. Essa aposta definitivamente matou um de seus dois neurônios que funcionavam bem.
Depois de se recuperar, fez o que o mais novo disse, quando chegou na porta do quarto, parou e respirou fundo. Abriu a porta do quarto, quando ele entrou viu Chifuyu o observando, sentado no chão ao lado da mesinha onde costumavam a estudar.
– O que aconteceu? Se esta pensando que eu estou bravo por você ter chegado atrasado, pode tirar essa ideia besta da cabeça. – Matsuno apontou pro amigo se sentar ao seu lado.
Baji sorriu bobo e balançou a cabeça. Jogou a mochila no lugar onde costumava se sentar em tais ocasiões e se sentou de pernas cruzadas do lado do loiro. Com a preguiça de todo seu ser abriu a mochila e pegou os cadernos e os livros que Chifuyu o obrigou a ler.
– Você leu o livro que eu pedi pra você ler? – Chifuyu perguntou arrumando seus livros na mesinha.
– Sim. – Respondeu indiferente, descansando o queixo na mão e o cotovelo na mesa. – Foi uma merda muito chata, mas eu fiz isso por você.
Chifuyu sorriu com aquela doçura tão tipica dele. Ele gosta de como Baji é atencioso consigo.
– Eu aprecio isso. – Chifuyu sentiu as bochechas corarem. – Mas você deveria fazer isso por você não por mim.
– Eu faria tudo por você, Chifuyu. – Baji pensou alto de mais, percebeu que o menor ficou ainda mais vermelho,tinha certeza que estava corando de leve. – Bem, você sabe como colegas.
–Eu não tinha pensado nisso de outra forma.– Gritou escondendo o rosto nas mãos.
Baji colocou a mão na testa em decepção. Esse primeiro movimento foi involuntário e deu errado. No entanto, ele pôde confirmar que Chifuyu era muito fofo, e queria muito apertar aquelas bochechas fofinhas.
– Ok, podemos começar? – Pediu para quebrar o enorme gelo que estava entre os dois.
Chifuyu apenas assentiu e começou a ler em voz alta o que ele havia escrito para guiar Baji, que só queria atear fogo em seus livros e anotações.
Enquanto Chifuyu lia, ocorreu a Baji que a melhor maneira de passar o tempo era observá-lo. Foi a única coisa que ele canseguiu pensar para deixá- lo interessado no que Chifuyu estava lendo para si. Se jogou no chão para deitar de lado, descansando a cabeça na palma da mão. Seus olhos vagaram de Chifuyu para seu quarto. Ele tinha uma imensa quantidade de mangás em uma estante na frente de sua cama.
"Eu tinha cartazes, tinha uma prateleira com brinquedos de quando era criança" – Baji sorriu com isso enquanto pensava;
Apostava que na sua vida tinha sido uma criança chorosa e chata.
– Baji-san, você não está me ouvindo. – Chifuyu deu risada balançando a cabeça,deixando o livro de lado. – Por que não praticamos kanji?
Baji relutantemente concordou a contra gosto.Quando Chifuyu lhe entregou uma folha de coisas para escrever,deixou cair a cabeça sobre a mesa. Quando sentiu os papéis se empilhando ao seu lado, levantou a cabeça e se endireitou.
Começou a responder e preencher as lacunas rapidamente,tinha certeza de que metade do que havia respondido estava certo e a outra metade incorretamente, mas continuou sem hesitar.
No entanto, Chifuyu rapidamente percebeu o que Baji estava fazendo, então pegou um travesseiro da cama atrás dele e jogou violentamente no rosto de Baji.
– Baji-san, ternminar cedo e fazer tudo errado no processo e apenas uma perda de tempo. – Matsuno o repreendeu. – Eu vou te ajudar. – Dito isso, se sentou do lado do amigo, com seu próprio lápis, começou a escrever na folha, olhando para Baji e para as respostas erradas,começou a explicar para o moreno onde ele tinha errado.
Mas nada disso importava, porque os olhos de Baji estavam muito focados no corpo de Chifuyu, que estava muito perto de si. De verdade estava tentava voltar sua visão para a folha, porém acabou movendo seu olhar para os lindos olhos de Chifuyu e para seu pescoço e o primeíro espaço desabotoado de sua camisa. Sua pele era tão branquinha que lembrou o quão delicado Chifuyu parecia.
Baji percebeu que, enquanto a aposta continuasse, ele falharia em linguagem e literatura e em todas as matérias.
Não havia como ele se concentrar no que sai dos lábios de Chifuyu, mas para ser exato: os lábios de Chifuyu.
– Então você entendeu? – E Baji, que estava absorto na beleza de Chifuyu, sorriu para ele e acenou com a cabeça freneticamente.
–Claro que sim! Muito obrigado. – Exclamou, aproveitando a alegria ea emoção para tentar sua jogada desesperada; moveu o braço rapidamente atrás dele e abraçou Chifuyu pela cintura, puxando-a para o seu colo e o abraçando.
– Tem certeza que entendeu? – O loiro queria rir do jeito que o outro ficou animado.
– Sim, muito obrigado, Chifuyu. – Sussurrou perto do ouvido do mais novo. – Eu gosto tanto de você. – Sussurrou baixinho.
Quando olhou para o mais novo ele viu o rosto dele tão avermelhado e rindo alto. Possivelmente nem tinha o ouvido. Suspirou e bateu levemente em sua testa. Tinha esquecido completamente como Chifuyu era muito fofo, só torcia para o encontro de Mikey desse errado hoje, não iria fica só nesse barco, o mais justo é os dois se dando mal no primeiro dia.
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