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História A Cachaça que nos Unnie - A parte do guarda-roupa e Taeyeon Grey


Escrita por: ifairynavi e Tico8

Notas do Autor


Hello, it's me! Nath & Pink in your area!

Sorry pelo excesso de inglês e as referencias adelísticas e preto rosa, mas era só pra avisar que geralmente quem irá fazer a maior parte das notas sou eu mesmo hehe Navi não é muito fã dessas coisas, enquanto eu sou uma tagarela. Segue a vida.

(Eu só nunca sei o que colocar, sorry ;-;)

Bem, esse capítulo demorou um pouco pra sair, mas começou a ser escrito e elaborado desde que postamos o anterior, a questão é que inspiração e tempo são duas coisas que estavam complicadas. (ainda mais quando são duas cabeças né, conseguir tempo para escrever já que escrevemos literalmente juntas é um pouco complicado)

Enfim, chega de delongar, espero que gostem do capítulo e pedimos desculpas por qualquer erro que não iremos corrigir.

(BORA LÁ, capa do capítulo porque eu faleço com esse figurinho hue)

Capítulo 4 - A parte do guarda-roupa e Taeyeon Grey


Fanfic / Fanfiction A Cachaça que nos Unnie - A parte do guarda-roupa e Taeyeon Grey

 

Taeyeon

- Tae… - ignorei a voz de minha futura marida voltando a me concentrar no jogo, Zelda Twilight Princess, porque sim e claro, é meu jogo favorito. Tive que criar um save novo para Tippany e ela agarrou em uma missão logo no início e cá estou eu com a missão de passar para ela. - Taeyeon… Me da atenção amor.

Anda Link lerdo da porra, eu preciso achar o quarto macaco desgraça. Estava prestes a terminar de escalar as vinhas para conseguir completar a dungeon quando minha não-mas-quase namorada mordeu o lóbulo da minha orelha devagarzinho. Ai me fodeu né, eu perdi o controle do Link que já estava alto para um senhor caraleo e ele caiu, deixando bem claro que eu teria que recomeçar tudo de novo. Eu não sou nenhuma fã de Restart para gostar de recomeços.

Eu nem pude reclamar com Tippany por isso, simplesmente não deu. Por que você me pergunta?

Porque essa demonia com cara de anjo começou a me tentar como a cobra tentou Eva. Seus braços que me abraçavam feito um urso agora começaram a se mover para debaixo da minha blusa e por mais que ela só tivesse fazendo carinho ali, suas unhas mais pareciam garras que se arrastavam na minha pele branquinha causando-me arrepios da raiz do cabelo até o dedo do pé.

Ah mas eu não aguentei. Ter essa beldade chamada Hwang Miyoung/Stephanie Young Hwang/ Tiffany Young/ Tiffany Hwang ou sei lá um dos milhares de nomes que ela adota - parece a Daenerys de GOT, Game of Thrones, não Got7, pelo amor eu não gosto de Boy Group - mexendo no meu corpinho sensual e ficar na minha era impossível, tão impossível quando a Gretchen deixar de ser meme.

Me virei já catando Tippany pelo caminho e empurrando ela de leve para se deitar na cama, beijando com a delicadeza que - não sei de onde tirei -  seus lábios maravilhosos e vermelhinhos com o gosto doce do negócio que ela passou neles e que eu não sei o nome, nem faço questão de saber.

Olha ninguém pode me julgar por ter hormônios aflorados com minha quase namorada, eu ainda tenho dente de leite, me deixem. Nossa relação já passou da afobação, mas não significa que minha vontade de chupar todo seu corpinho passou. E outra, faz taaanto tempo desde que nós duas demos utilidade ao isolamento acústico - que custou meu rim - que eu me encontrava em estado de carência nesse sentido. Sempre que íamos fazer alguma coisa, um serzinho chamado Hyoyeon-empata-foda parece que brota do além ou faz sua presença muito presente com uma ligação.

Mas agora aquela tosca não poderia me impedir, nananinanão eu desliguei todos os celulares então nada dela ligar e empatar foda dessa vez.

Estou livre leve e solta com Tiffany para fazer o que eu bem entender, como diz a digníssima Pabllo Vittar.

E o que eu quero no momento é apertar sua bunda delicinha até eu me saciar, e é exatamente isso que eu faço. Desço minhas mãos até aquele parte maravilhosa que eu amo de paixão e aperto primeiro de leve quebrando o beijo só para escutar minha menina suspirar em deleite. Delícia. Sorrio, voltando a ocupar minha boca, mas dessa vez com seu pescoço para escutar os suspiros de Tippany se tornarem gemidos a medida que eu atinava seu corpo, mais especificamente sua bunda.

Eu amo a bunda dela, meu Senhor do céu. Nem os clipes da Nick Minaj seriam capazes de tirar meu favoritismo sobre a bunda da Fany. Não consigo nem descrever com palavras a sensação maravilhosa que é apertar esse músculo, é músculo? Não lembro, eu nem sei sinceramente como passei em outras matérias que não envolvem matemática no ensino médio, sou um lixo em todas ela.

Mas voltando ao presente, eu começo a me empolgar de verdade e totalmente quando Tippany solta um gemido totalmente passivo e sôfrego, tendo meu nome como palavra escolhida e quando eu encaixo nossos corpos de uma maneira prazerosa para ambas, meu nome sai com clareza, ou só parte dele. Até eu tenho que controlar o prazer de leve que senti, foi coisa mínima, mas meu tesão já estava a mais de oito mil e qualquer coisa era bom demais com a sensibilidade que meu corpo começava a se encontrar.

Desci um pouco mais os beijos e chupões e fiz menção de abrir o short dela, mas sua mão com unhas compridas me pararam antes que eu tivesse sucesso em retirar aquela peça maldita. Eu podia ouvir a voz daquele locutor nesse momento dizendo: Hoje não, hoje não, hoje não.

- Tae… - voltei minha atenção para ela, mas sem parar de beijar seu pescoço. Eu não iria forçar nada, mas eu não queria parar de sentir sua pele contra meus lábios. Vai que ela muda de idéia  - Tae…

- Hm…?

- Eu to menstruada TaeTae.

Me afastei dela na hora encarando seu rosto com uma expressão de divertimento. Mas porra.

Maldita Hyoyeon e sua maldição de me deixar sem foder. Eu acho que vou prender aquele mulher, não é possível! Foi só uma vez que eu sem querer interrompi o coito dela com a Jessica numa social e desde que ela proferiu aquelas palavras “Você vai ficar um bom tempo sem transar por isso” sempre, repito em Caps Lock, SEMPRE que estamos quase lá algum evento acontece para que não aconteça.

Ah, mas se essa escrota do cabelo colorido acha que vai me impedir hoje, ta muito enganada.

- Eu posso ser passiva, nou purobleim - volto para cima dela dessa vez vendo Tippany sorrir ainda mais - Que foi?

- Eu não vou cortar as unhas, você sabe muito bem disso e seu inglês é péssimo.

- Livi mi alouni. Sua pronúncia de coreano não é tão boa assim também, não enche e Pany-ah… - detesto apelar para Aegyo  mas situações de desespero pedem medidas desesperadas - Por favooor…

- Não Tae, eu fui na manicure ontem - affe - e to sem vontade.

Faço bico, mas não reclamo. Não sou mau caráter para forçar algo entre nós, só que isso não me impede de ficar frustrada.

Só desfaço o bico quando sinto os lábios da minha quase namorada sobre os meus em um selinho casto. Respiro fundo voltando a olhar para a televisão e vendo que o Link estava com meio coração por conta de um morcego que o atacava repetidamente. Foda-se você Link. Levanto e desligo o vídeo game.

- Quer fazer o que?

Tippany levanta as sobrancelhas de forma sugestiva e sinto meu corpo arrepiar. Ah não…

- Deixa eu pintar suas unhas?

Não, não.

- Okay - Porra Taeyeon quanta trouxisse. Eu nunca precisei tirar cutícula, nunca tirei, mas eu sempre mantenho minhas unhas curtinhas e só passo base. Não gosto de cor nelas, mas tenho quase certeza que Tippany vai colocar um rosa aqui. - Só não colore de rosa, por favor.

- Nah, eu sei que não gosta de rosa, apesar de não fazer idéia do motivo. Rosa é tão maravilhoso.

- Rosa enjoa se olhar de mais.

- Só você se enjoa, Yuri, sua melhor amiga adora rosa também.

Ai que saudades da nega.

- Vamos sair com as meninas depois? - sugiro. Faz tanto tempo que não dou um rolê OT9, se bem que eu duvido que Sunkyu vai querer sair para algum lugar, a não ser que tenha álcool ou vídeo game - To com saudades.

- Vamos sim, para onde?

- Que tal aquele bar perto da faculdade? - ela assente - Não deve ficar longe para todas, vou mandar mensagem no grupo. - sorrio - Ajeita as coisas pra fazer minha unha se ainda quiser.

Pego meu celular na cômoda enquanto Tippany vai para o quarto da minha irmã - ela que tem essas coisas e incrivelmente deixa minha mulher usar quando quiser, tipo… visita pode pegar as coisas dela, mas eu que sou irmã não posso. Urgh! Abro o Kakao procurando o grupo que Hyoyeon criou, é bom que eu já mato dois coelhos numa cajadada só.

Eu: AYO GG.

Pau de virar tripa: AYO GG

Nega: AYO GG

Macumbeira: AYO GG

Jeska: Vão tomar no cu, eu tava dormindo, desgraça.  

Satanás: Que foi?

Eu: Jessica e Sunny duas sem graça que quebram o ritual de iniciação das conversas.

Filha: Ayo GG, unnies.

Jacaroa: Eu não vou fazer isso.

Eu: Mais uma, de que adianta todo o trabalho que eu e a magrela tivemos para criar todo um rito e nome para nosso grupo?

Jeska: Enfia no cu esse nome e esse trabalho, eu to saindo.

Jeska saiu do SNSD.

Filha adicionou Jeska.

Filha: Olha a boca unnie!

Macumbeira: Ala tomou esporro da cria Jessica.

Pau de virar tripa: KAKAKAKAKAKKA

Jeska: Por favor, vá para as fezes, Hyoyeon.

Nega: Nossa Jessica, quanta violência.

Jeska: Me desculpem.

Eu: Então, eu a Fany queríamos chamar vcs para ir a um barzinho, faz tempo desde o último rolê.

Pau de virar tripa: Se tiver comida eu vou.

Jeska: Não, valeu, vou dormir.

Nega: Opa! Quero, saudades de vocês meninas.

Jeska: Mudei de idéia, sair um pouco é bom.

Pau de virar tripa: KAKAKAKAKKKA

Eu: KAKAKAKKAAKAKA.

Macumbeira: KAKAKKAAKAKAA.

Jeska: .i.

Satanás: Se tiver cachaça eu vou.

Eu: Vai ter os dois.

Macumbeira: Eu vou, to morrendo de tédio.

Filha: Eu não posso, estou na casa da Yoona.

Jacaroa: Desculpa gente, estamos ocupadas.

Eu: OLHA SÓ YOONA, TU NÃO CORROMPE A MINHA FILHA NÃO, TA ESCUTANDO?

Filha: Taeyeon!

Eu: TE QUEBRO OS DENTES DE JACAROA, AI TU VAI VIRAR BANGUELA.

Você foi removida do SNSD.

 

Irene

Já que a padaria de Yuri era perto da minha casa, decidimos ir a pé até, mesmo com Yeri nos perguntando pra que escolhemos usar salto quando iriamos sair pra dançar. Eu fiquei quieta não querendo chamar a atenção da conversa pra mim, não queria elas pegando no meu pé ao descobrirem que eu não iria dançar com elas de forma alguma, odiava ambientes lotados com gente suada e com os hormônios aflorados, quero dizer, estavamos indo a uma baladinha adolescente no final das contas.  Não que a adulta fosse melhor, na realidade era pior, com o cheiro de álcool misturado com suor e encochamento de estranhos. Eu amava beber, mas ficar de esfrega-esfrega com um povo bêbado suado não era minha praia, muito obrigada.

- Ora, ora! Você chamou a Wendy, foi? - senti Joy cutucar minha custela enquanto acenava para frente com a cabeça.

Foi aí que vi Wendy, parada na padaria que por algum motivo ainda parecia aberta, porém vazia. Senti meu coração acelerar ao vê-la pela primeira vez na vida sem seu uniforme de “limpa vidros”. Sua franjinha adorável levemente dividida ao meio em sua testa, e cabelo loiro tão lindo e sedoso solto, algo que eu só via quando ela ia ajeitar a xuxinha no cabelo, e logo amarrava de novo para continuar com seu trabalho. Ela trajava um figurino completamente escuro, somente a calça tinha um tom mais para o cinza, que dava uma quebrada no preto das botas e da blusa. Estava tão linda, e eu só conseguia me xingar mentalmente por ser covarde e não ter a chamado pra sair antes, de preferência sem aquelas pestes por perto. A questão era que eu era uma frouxa, e aquelas duas foram a forma que achei de vencer um pouco a timidez.

- Se continuar a babar assim vai ficar estranho, Sugar Mama - ouvi Joy sussurrar ao meu ouvido, me fazendo dar um pulinho assustado para trás.

Aquela praga fez com que chamássemos a atenção de Wendy, que percebeu nossa presença do outro lado da rua e acenou com a mão para nós. Tão fofa, pena que havia trago dois demônios para sair com um anjo. Dei um aceno com a mão tímido para ela, e logo senti Joy entrelaçando seu braço no meu e me puxando para mais perto da loira. Espero que aquela criatura me ajude mais do que atrapalhe.

- Tá gata, unnie! - ela elogiou o anjo ainda pendurada no meu braço - Sugar Mama nem me avisou que você era a amiga quem ela havia chamado, confesso que fiquei aliviada em saber que era alguém conhecido.

Wendy pareceu um pouco confusa com o apelido de primeira, mas logo soltou uma pequena risada. Ainda bem que aquela mulher era um anjo e não parecia levar a sério as maluquices de Joy. Bem, ao menos eu esperava que não.

- Também fiquei feliz em saber que eram vocês duas as amigas da Irene, isso quer dizer que no final somos todas já conhecidas - ela disse simpática, com aquele sorriso que tive que me segurar para não suspirar ao assistir ser formado em seus lábios - Seulgi só foi pegar sua bolsa e fechar a padaria, acho melhor chamarmos logo o taxi, né?

Pera, Seulgi? Senti meu corpo congelar ao ouvir uma voz doce conhecida a minhas costas, acompanhado de um barulho de chaves.

- Eu já liguei, Wendy. Notei que as meninas já tinham chegado e tratei de me adiantar - ouvi sua voz, mas não tive coragem de me virar, não quando até meu dedinho do pé estava congelado naquele momento.

Então Seulgi era a amiga que Joy havia convidado? Não, por favor, não podia ser verdade. Ouvi a garota que mais parecia um ursinho carinhoso cumprimentar Yeri e Joy ao meu lado, que ainda estava com o braço linkado ao meu. Por um momento até agradeci o fato daquela peste estar me segurando, já que eu poderia até mesmo desmaiar a qualquer momento com aquela torta de climão que ela havia me preparado. Uma torta bem recheada e com um gostinho agridoce delicinha para eu morrer do coração e de vergonha a qualquer momento.

- Oi, Joohyun-unnie - a jovem acenou um pouco com a cabeça para mim, e senti meu coração apertar um pouco com a maneira tão formal que ela estava me cumprimentando. Era estranho parecer tão distante de quem um dia fora tão íntima de você, mas eu não tinha o direito de reclamar, não quando fui em quem arruinou tudo.

- Boa noite, Seulgi - acenei com a mão e com um leve sorriso, ainda me segurando em Joy que felizmente ainda estava grudada em mim. Nunca que passou pela minha cabeça agradecer uma proximidade física vindo daquela louca, mas ao menos naquele momento estava vindo a calhar.

Senti uma brisa forte de vento passar por nós, mas aparentemente a piriguete ao meu lado não parecia incomodada com o frio. Piranha não sente frio não é? Essa frase só se mostrou mais verdadeira quando não senti seu corpo nem ao menos arrepiar com o vento, bem diferente do meu, que inconscientemente buscou calor no corpo da mais alta. Corpo idiota, eu não podia dá condição pra aquela louca, vai que ela me atacasse?

- Eita, Sugar Mama, tá com frio? - ouvi Joy perguntar com uma voz travessa enquanto via Wendy pegar a jaqueta que estava pendurada em sua bolsa.

- Devia ter trago um agasalho. As noites andam bem frias ultimamente - ela disse, esticando a jaqueta pronta para colocá-la em mim.

- Não, você também precisa se agasalhar - recusei.

- Minha blusa é bem quentinha, não se preocupe. Anda, vem cá, deixa eu colocar ela em você.

Joy largou o meu braço e virei as costas para que Wendy me vestisse com sua jaqueta de couro. Senti meu rosto ruborizar com a aproximação dela, e tentei conter um sorriso enquanto sentia o doce perfume dela que vinha de sua jaqueta. Puxei discretamente a gola da peça de roupa para conseguir sentir melhor o aroma. Era como seu eu estivesse recebendo um abraço caloroso da mesma assim que terminei de vestir o casaco. Um abraço que me aqueceria a noite toda, ao menos até ela precisar da jaqueta, porque não queria que ela passasse frio também.

- Obrigada - respondi com um sorriso tímido, não tendo coragem de olhá-la nos olhos e arriscar dela ver minhas bochechas que provavelmente estavam tão vermelhas quanto um pimentão naquele momento.

Quando me virei para observar as outras, me deparei com a expressão de Seulgi, era uma expressão um tanto quanto decepcionada que fez meu coração doer de leve. Que inferno, porque tudo tinha que ser tão complicado. É óbvio que Seulgi iria ficar chateada quando me visse com Wendy, mas o que eu poderia fazer? Se eu mudasse minha atitude a canadense iria perceber além de que todo esse esquema para sairmos iria ir para o ralo.

- Acho que a unnie está bem aquecida agora, tá até vermelha, olha! - ouvi Yeri comentar e eu quis esfolar aquela pestinha. Eu queria tanto matar aquela praga que estava começando a pensar que alguns longos anos de cadeia não seriam uma ideia tão má assim.

- Nosso taxi chegou - ouvi Seulgi dizer, e agradeci aos céus por aquele anjo ter chamado logo o taxi, mas ainda me senti agoniada por sua voz ter soado desanimada. Aparentemente eu era uma mera mortal entre dois anjos e dois demônios e um dos anjos estava magoado.

Wendy, como o anjo cavalheiro que é, logo se propôs para abrir a porta para nós, e vi Yeri e Seulgi entrarem enquanto era puxada para dentro por Joy, que já estava grudada ao meu braço novamente. Vi Wendy e Seulgi sentarem lado a lado nos bancos a minha frente, enquanto estava entre demônios nos assentos de trás. Aquele serzinho que mais parecia um urso angelical podia ser lerdinha, mas quando se tratava de algumas coisas era bem astuta, tanto que chamou um taxi maior, quase que uma minivan, na verdade, para nos pegar. Suspiro admirando a beleza das duas garotas da minha frente. Eu estava muito lascada.

- Está com frio, Yeri? - ouvi Joy perguntar para a garota do meu lado direito, só que diferente da forma que ela havia me feito aquela pergunta, havia um tom levemente preocupado em sua voz.

- Não, unnie. Eu tô de boas. - a mais jovem respondeu.

Joy então voltou a sentar melhor em seu canto, infelizmente ainda pendurada no meu braço, quase cheirando meu cangote enquanto eu voltava minha atenção para as duas belas criaturas que conversavam a minha frente, ignorando o demônio alto do meu lado.

Eu só conseguia imaginar o quão ferrada eu estava.


 

Taeyeon

- O que você acha de amarelo? - fiz careta para Tiffany que escolhia a cor do esmalte. Ela tinha pintado todas as minhas unhas de azul, menos as anelares que segundo ela tinham que ser diferentes - Laranja eu não pinto!

- Você não vai pintar nada, vai colorir - ela franze as sobrancelhas em confusão - Me recuso a estar metida em qualquer coisa que tenha o mínimo de conexão com homens.

- Que seja, eu não vou colorir nada de laranja. Laranja é horrível.

- Mas laranja combina com azul!

- Amarelo também! - rebate no mesmo tom, como se eu fosse uma criança de cinco anos. E como eu sou uma menina madura, faço o que qualquer pessoa normal faria. - Não adianta fazer bico, não vou pintar de laranja.

- Então colore de verde.

- Okay, mas só porque é sua unha - então ela pegou a cor certa e passou em minha unha, assoprando levemente e me deixando agoniada porque Eu. Detesto. Ficar. Parada. - prontinho, vê se não borra agora.

- Mas eu tenho que vestir a calça!

Sim, eu estava sem calça, só de calcinha e blusa. Não tenho vergonha de mostrar meu corpo sensual que faz você passar mal para a futura mãe dos filhos e não é como se ela nunca tivesse visto. Então depois que tomei banho, enrolei meu cabelo na toalha, naquele penteado maravilhoso que deveria estar no fashion week, vesti minha calcinha e só então lembrei que precisava vestir a blusa antes de fazer o bang com a toalha.

Por fim, cá estou eu, linda, maravilhosa e cheirosa, com a unha de garota prontinha para frescar com minhazamiga.

- Sossega esse cu aí Taeyeon! Se tu borrar um pouquinho sequer as unhas pode apostar que quando minha amiguinha menstruação for embora, você ainda vai ficar sem passagem de avião para meus países baixos. - me calei e fiquei paradinha na mesma hora - Vou tomar banho e pegar alguma roupa sua okay?

- Tá bom.

- Tá bom…?

- Tá bom amor da minha vida, meu favo de mel, vodka do meu gummy bear, Zelda do meu Link, futura mãe dos meus filho-

- Okay, estou satisfeita - riu fazendo seus olhos se fecharem, sorri também como boa trouxa que sou. Em seguida Tippany entrou no banheiro com uma toalha para se banhar.

Será que dá pra vestir a calça sem borrar a unha? E se eu tentar vestir sem as mãos? Uhhh, boa idéia.

Levanto minhas mãos para não correr risco de borrar minhas unhas e ficar sem a caverna do dragão de Tiffany. Uso os pés para colocar na boca da calça e tento dar uma de barata virada para cima e fazer a peça descer, consigo fazer chegar até o joelho, pelo menos. Sopro a franja que caiu sobre meu rosto e me contorço sobre a cama para fazer subir mais. Imagino que devo estar parecendo aquele dançarino… Qual o nome dele mesmo? Era um bicho, escorpião não… Lesma? Nah.

Vai lacraia, vai lacraia.

Lacraia! Isso! Poderia até mesmo imaginar a música de trilha sonora para meus movimentos sensuais em cima daquela cama.

Não sei quanto tempo fiquei nessa missão impossível de vestir a calça, mas obviamente não foi uma boa idéia. Em um momento eu perdi o equilíbrio, meu corpo foi pendendo para trás e eu acabei por cair de costas. Eu até usaria a mão para interceptar a queda, mas vejam… Entre ficar sem prochaska de Tippany e machucar, eu prefiro quebrar a cara.

- Ai… - solto um gemido de dor quando meto as costas no chão. Mais do que rapidamente levo as mãos até o rosto para ver se borrei as unhas - GLÓRIA DEUS.

- Taeyeon, o que você ta fazendo?

Gelei, se eu falasse a verdade ela ficaria puta comigo e provavelmente eu poderia perder a Beyonceta dela. Não posso ficar sem essa preciosidade, então penso em uma desculpa plausível para estar no chão de pernas pro ar sem a Ingrid Guimarães.

- Má circulação, decidi deixar as pernas pro alto, mas olha - estendo as mãos para ela para mudar de assunto - Não borrei as unhas.

Tiffany então sorri e eu só sei faz uma poker face para disfarçar o alívio que senti. Quase não percebo que ela está sem blusa, usa o mesmo short preto, já que eu sou um palitinho sensual e ela uma mulher que nossa senhora. Tippany poderia estrelar um clipe de funk do Kondzilla fácil, fácil… mas então, voltando, foco, meus shorts não cabem nela, minhas blusas sim, porque eu adoro uma blusinha larga. O abs de Tippany era uma delicinha, não chegava a ser trincado como o meu - VEM MONSTRO -, Mas eu a amava mesmo assim.

Levanto com cuidado para não ferrar mais ainda minha linda coluna e vou até o armário - Não tenho medo dele, sou linda, absoluta e tenho a Stephanie comigo para evitar meu comeback para Nárnia - ajudando-a a escolher algo ser ser geek ou nerd/otaku. Lembrei de uma coisa, por que diabos o povo acha otaku é virjão? Euzinha, Taeyeon Mello, sou a prova viva do contrário. Adoro meu Dragon Ball - amém Vegeta Oppa - e tenho a Shakira de Tippany para mim… Eu vou passar a chamar a vagina dela com nome de cantora pop agora, ninguém me segura.

- Ali no canto tem umas blusas mais ajeitadas - digo apontando pro canto do portal de Nárnia.

- Eu sei, mas eu quero aquela sua blusa do Darth Vader - oi?

Gente, isso é um sonho? É um milagre? Será que ta mesmo acontecendo? Será que vai surgir  catástrofe natural por conta desse milagre que é ela querendo usar as minhas roupas geeks? Eu já poderia ver no noticiário a reportagem sobre um meteoro caindo na terra, e então nós, meros humanos indo ver o que e eis que surge um Superman versão Ásia de dentro dele… Uou, como seria o superman asiático? Google pesquisar.

- Ahn, tá aqui - aponto para a peça. Claro que não iria zoar mozão assim, ela ainda tem a vantagem de eu ser escravoceta e usar isso contra mim.

- Obrigada bebê.

- Ai bebê não - soltei resmungando e ela me encarou confusa - Bebê me lembra algum tipo de relação incestuosa e pedofila isso me da asco.

Então Tiffany gargalhou, sabe aquelas gargalhadas que você chega ficar preocupado se a pessoa vai morrer de rir? Então né. Ela ficou vermelha até e eu fiquei com cara de tacho por não entender o motivo dela rir.

- Sabe que... - riu um pouco - … Você tem cara de criança de 12 anos, não sabe?

- Eu não tenho cara de criança - fecho minha expressão um pouco contrariada. Posso ser baixinha, mas não admito dizerem que eu tenho cara de 12 anos, gente, com 12 anos eu estava pensando em imitar o Vegeta de Dragon ball, chegava colocar aquelas sacola de lixo na cabeça para tentar fazer o topete shows dele, eu não estava pensando na Madonna de Tippany. - Para de rir Fany-ah.

- Ai meu amor, aceita que dói menos, se tem dúvida de que se parece com 12 anos, espera até irmos no bar. Você vai comprar a bebida e entrar separado, se não deixarem nenhum dos dois sem a identidade, pode começar a procurar suas roupas na sessão infantil. - gargalhou mais ainda.

Mas que afronta!

- Saiba você que isso é obrigatório em qualquer estabelecimento que venda álcool, mesmo se a pessoa aparentar ser mais velha - defendi meu orgulho. Não iria deixar tão de graça essa zoeira assim. Mesmo que fosse a mulher da minha vida, oras! Eu poderia muito bem ser trouxianezinha quando se trata dela, mas ainda tenho o mínimo de orgulho rumpf!

- Então eu vou entrar, sem meu RG, se me pedirem você ganha… Na verdade, se pedirem para qualquer um além de você, você ganha. - Abri a boca chocada. - E veste logo essa calça bebê. - se jogou na minha cama.

Ignorei o apelido usado propositalmente para o meu desgosto e me fixei na parte do você ganha. Ela estava fazendo uma aposta comigo? Uma Kim? Irmã da rainha do cassino? Não sabe o quê é? Eu explico. Eu e minha irmãzinha entramos na faculdade quase que ao mesmo tempo, então os nossos pais decidiram usar o dinheiro que juntaram para caso precisassem pagar uma faculdade como presente para nós duas, uma puta grana. Irene pediu o dinheiro e torrou com viagens, eu comprei um carro, alguns consoles e ainda deu para ir para Las Vegas na última viagem dela. Acontece que Joohyun é um gênio em jogos de azar e cassino, ela ganhou tanta grana que passou mais um mês viajando. Deve ter tantas milhas nas costas que consegue pegar até uma canoa de brinde nessas empresas de avião. Hoje em dia nossos pais ainda dão uma leve grana, mas o resto é tudo de bolsa que conseguimos com notas altas… enfim, voltando. Eu posso não ser tão boa quanto Irene em coisa envolvendo apostas, mas eu sabia jogar.

- Eu ganho o quê? - deixei as calças do jeito que estavam, não iria arriscar borrar as unhas né.

- O que quiser. - deu de ombros.

Abri um sorriso sarcástico.

- Ótimo, e se não pedirem meu RG, eu ganho?

- Ganha.

Tirei a calça que usaria, para ganhar eu precisava fazer algumas coisas e entre elas, usar uma calça básica não estava no meio. Ignorei totalmente as minhas unhas, precisava da minha mão para fazer o que queria, fucei em meu armário até achar meu short desgastado propositalmente - que custou mais caro do que se eu comprasse um novinho e com cara de novo. Abri minha gaveta de acessórios e tirei a única peça não totalmente geek e totalmente gótica.

- Já está pronta? - perguntei, poderia usar a oportunidade para matar Tippany do coração também né? É claro.

- Só falta passar uma maquiagem, mas eu faço no carro

- Então me espera lá, desço em 25 minutos. - Tippany me olhou confusa quando lhe lancei a chave do carro. - Anda logo, eu quero te surpreender Fany.

A garota levantou ainda confusa, pegou suas coisas e saiu do quarto.

É hoje que Irene me mata por pegar suas coisas emprestado!

Invadi o território da minha gêmea, pegando o resto das roupas que eu precisava, me vesti rapidamente porque o meu desafio mesmo seria a maquiagem. Bem, eu aprendi algumas coisa convivendo com Jessica e Sooyoung, tenho que dizer que faço bem até. Aparentemente, meu talento e mão firme para desenhos não servia apenas para fazer caricaturas escrotas dos professores que não transam da escola. Eu tenho talento para me maquiar também!

Não abusei muito da minha sorte, tinha medo de cagar com tudo e estragar a maquiagem, então dediquei os cinco minutos restantes a cuidar do meu cabelo. O prendi de maneira desleixada deixando alguns fios soltos de maneira proposital e para finalizar meu look gótico, vampiro, trevoso, 666, casada com o dono da parmalat peguei aquela gargantilha que também se prendia em minha cintura. Sinceramente aquilo parecia algum acessório de boate de sadomasoquismo, daqueles que o povo até atua que tem algo relacionado com a igreja por conta do crucifixo sobre meu abdômen de fora, mas Tiffany gosta dessas coisas de bater no outro e até que eu estava de arrasar.

Pabllo Vittar que me perdoe, mas Tippany, se prepara que eu vou jogar bem na sua cara.

Aposto meus mangás que ela vai ficar sem palavras e até surtar um pouquinho, eu nunca me vesti tão… tão vampira, trevosa assim. Pode vim satanás que hoje eu to afim de possuir a Tiffany, ai credo que horror. Não vem não Satan, ta amarrado em nome de Jesus.

Assim que coloquei os pés para fora de casa e conseguir alcançar o carro me arrependi um pouco de não pegar nenhum casaco, estava bastante frio até para um colete longo de tule, mas hoje eu tô fazendo cosplay de piranha e piranha não sente frio.

- Caralho - foi o que Tiffany soltou, pelo menos o que eu li em seus lábios quando eu apareci perto do carro. Ela estava no banco do passageiro e pelo que vi mexia no celular, antes, óbvio, quando me viu deixou ele cair até, assim como seu queixo.

Eu me segurei para não rir, mantendo minha atuação de mulher fatal Era venenosa o seu veneno é cruel el el. Rita Lee quem o diga, estava prontíssima para o ataque, mas obviamente atacar meu mozão que nesse momento me encarava enquanto eu abri a porta do carro do motorista. Joguei a minha bolsa para ela - peguei da Joohyun emprestado também - fazendo pouco caso de sua reação, claro que só por fora né, por dentro eu estava gritando um mantra e rindo ao mesmo tempo, mas eu preciso manter minha pose de mulher lacradora… Mano! Eu vou chamar a Irene para fazer uma dupla chamada Gêmeas Coreanas da Lacração, só falta a MC Loma para chegar no Envolvimento.

Pra descer, pra subir, pra quicar e rebolar.

- Pegou tudo? - controlo minha voz para parecer indiferente, eu sei que Tiffany gosta dessas coisas, ou ela não assistiria aquele nojo que é 50 tons de cinza, mas acho que não seria capaz de incorporar o moço lá que esqueci o nome e agredi-la, não mesmo, eu não consigo nem matar aquele besourinhos que entram e ficam com as patas para cima desesperados para se virar e prosseguir com o caminho, quem dirá bater na mulher que amo. Tippany não responde então me permiti olhar para ela, ainda fazendo cara de séria, dominadora, mas internamente eu estava imaginando pôneis e arco-íris e gummy bears gigantes que cantam Candy Pop do Twice - Tippany, eu falei com você, não me ignore.

Eu nunca pensei que fosse ver minha quase namorada com lezeira e parecendo que teve algum tipo de derrame, mas aqui está ela, olhando para mim com os olhos arregalados, a boca aberta, eu juro que não é zoeira quando digo que tem baba escorrendo do canto da boca. Nunca me controlei tanto para não cantar Kelly Key. Baby, baba, olha o que perdeu, baba, criança cresceu, bem feito pra você ehh, agora eu sou mais eu. Fechei sua boca empurrando levemente o maxilar para cima e voltei a encarar a rua, com um sorriso de lado daqueles bem debochados. Dei partida no meu carrinho. Depois de algum tempo que fui escutar um resmungo.

- Merda de menstruação - mordi meu lábio para não rir, ela falou tão baixo que suspeito que ache que não lhe ouvi. - Tae…

- Taeyeon, me chame de Taeyeon hoje. - corrigi um pouco rude. Sinceramente não vejo a graça que as pessoas veem em serem tratadas com arrogância, é claro… Tem a possibilidade de Tiffany ser meio masoquista né, nesse caso ela teria que se acostumar com minha personalidade idiota/amorzinho ou eu teria que aprender sobre essas coisas de couro e pá.

Jesus Cristinho.

- Oh my Goshness. Eu vou perder a aposta.

Sorri largo com aquilo.

- Vai sim e eu vou fazer o que quiser contigo - tomara que minha voz tenha soado sexy, porque eu só conseguia pensar em fazer ela jogar Breath of The Wild comigo até derrotar o Ganon, mas deixa ela pensar que o que eu quero envolve sexo.

Talvez possa envolver, é… A Lady Gaga de Tiffany, ou ela jogando Video-game? O que eu quero mais? Droga… Me desculpe Link, mas essa aposta vai servir para eu escutar um maravilhoso Bad Romance. Deixa salvar Hyrule para depois.

Demorou um pouco até que chegássemos no bar, Tippany foi na frente e eu esperei um tempo até entrar. Ela me observava da mesa com um olhar carregado até o talo de luxúria e ficou levemente vermelha quando entrei no bar sem ter que puxar a carteira. Há. Você não acreditou, você sequer olhou, disse que era muito nova pra você, mas… Nossa senhora, a Kelly Key era chave de cadeia. Como eu nunca reparei nisso antes? No MV dela ela quer seduzir o professor e o cara com um bom profissional a rejeitou quando ela era menor de idade. Socorro, mano, o que tinha de errado com as músicas dos anos 2000? Okay, depois eu divago mais sobre Kelly Key e É o Tchan, por que É o Tchan é muito errado, nossa senhora.

Sentei na mesa com toda a minha elegancia e arrogancia que na verdade eu não tenho e é só atuação. Nela já estava Hyoyeon, Jessica, Sooyoung e Sunny, a nega não estava. Olhei para Hyoyeon com uma cara de “eu sou foda” porque sua macumba acabaria naquele momento.

- Meu Deus, eu acho que sou lésbica agora - virei para a ShikShin sorrindo leve - Nossa lenhadora de Bonsai, para quê tudo isso?

- É que ela quer ganh - vamos ser escrota só um pouquinho? Já que meu papel é de dominador em uma relação Sadomasoquista né e esse povo geralmente é meio babaca, se Tippany gosta, a gente dá um jeito de fazer. Aperto a coxa de Tiffany por baixo da mesa, bem perto de sua virilha e ela se cala imediatamente olhando para mim surpresa. Levanto uma sobrancelha com um olhar superior fingido. - Me desculpa Taeyeon.

Não pede desculpa bebê.

- Faz parte de uma aposta - respondi taxativa, observando o rosto das minhas amigas se tornarem um misto de surpresa e incredulidade. Quis rir, mas hoje eu montei um personagem só para Fany-ah - Vou pegar alguma bebida, vai querer alguma coisa? - isso pode dar tempo de explicar o que ta acontecendo para as meninas e evitar que eu fique com a imagem de babaca, pergunto somente para Tippany.

- Me trás uma vodka, Tae...yeon.

Eca que nojinho, alcool, eu quero só um suquinho de uva e ela vai logo na cachaça, viu quando eu disse que ela parece a…

Aquela ali é a Irene?

Pera… Ela tá bêbada… e chorando?

 

Irene (Algumas horas antes)

Não demorou muito para que chegássemos na balada que Joy havia combinado. Aparentemente Seulgi também já conhecia o lugar, já que fora ela quem explicou para onde elas iam para o taxista. Será que aquelas três eram tão próximas que já haviam saído juntas? Bem, ao menos eu não teria de servir como ponte para ela e as meninas, aparentemente nem para Wendy, que também parecia já um pouco próxima da garota. Pelo visto eu era a mais perdida dali mesmo, a “desconhecida do rolê”. Pera, é assim que se fala?

- Já são oito e meia, pelo menos chegamos na hora - Joy sorriu me puxando do carro. E eu me iludindo achando que ela ia largar meu braço quando saíssemos do taxi.

A mais alta catou com seu braço livre o braço de Yeri assim que ela fechou a porta do carro, agora tendo nós duas ao seu lado. Procurei por Wendy e Seulgi, quem já haviam saído do carro e nos acompanhavam logo atrás enquanto entrávamos no lugar. Eu diria que era um ambiente de balada bem comum até, música alta, luzes, um barzinho no canto com barman. A diferença que ao invés de garrafas de vodkas e outras bebidas alcoólicas eu só via freezas expondo garrafas de refrigerante e suco, além de algumas frutas e uma máquina de suco de laranja. Era uma pena não ter nenhuma biritinha por ali, mas ao menos eu teria um lugar para sentar e quem sabe beber um suco enquanto minhas companhias se esfregavam com estranhos ao som de músicas eletrônicas.

- Vem, Suga Mama, eu adoro essa música - Joy disse puxando meu braço enquanto uma música animadinha do Big Bang começava a tocar.

- Não, Joy! Vai lá com as meninas! Eu não gosto de dançar no meio dessa gente, eu já disse - resmunguei, tentando me livrar das garras daquela peste.

- Larga de ser chataaa - ela fez agyeo, como se aquele projeto de bico fosse funcionar comigo.

- Ela não gosta, Joy, precisamos respeitar - o anjo urso em forma de deusa coreana disse para a mais nova, e tive conter um sorriso ao notar que ela ainda se lembrava da minha fobia de multidões.

Joy fez uma careta descontente, mas obedeceu sua unnie, o que me fez respirar aliviada.

- Anda, unnie, vem dançar comigo - a peste menor disse puxando a peste maior para a multidão de gente suada.

Seulgi me deu um breve sorriso com um aceno de cabeça e logo após seguiu as duas mais jovens, me deixando sozinha com a bela loira que limpava vidros. E novamente eu pude reparar um ar de melancolia quando ela olhou para Wendy.

- Não gosta de dançar? - ela me perguntou, me acompanhando a observar as três figuras que começavam a pular no meio das pessoas.

- Não gosto de gente estranha e suada se esfregando em mim - respondi, recebendo um gargalhada contida de Wendy. Sorri, ao menos fiz ela rir.

- Tudo bem, nem todo mundo gosta - ela disse - Pode ao menos me acompanhar num drink?

- Aqui eles não vendem bebidas alcoólicas - respondi, finalmente encarando a perfeição ao meu lado, e recebi outra risada da mesma.

- Não, não. Acho que eles fazem drinks sem álcool aqui. Olha, - ela apontou para o barman quem preparava alguma coisa no balcão - ele está servindo aquele pessoal, vamos lá pra ver se é bom.

Ao dizer aquilo, Wendy me puxou para acompanhá-la, e senti meu coração acelerar com seu toque. Eu não podia acreditar que aquele meu plano maluco estava de fato funcionando. E eu achando que se as coisas continuassem do jeito que estavam, eu poderia acabar a noite nas garras da peste maior. Credo! De que profundezas obscura da minha mente saiu aquele pensamento sórdido? Tá amarrado em nome de Mendeleev.

A princesa dos vidros me guiou até o bar, e sentou num banco enquanto eu ocupava o assento ao seu lado. Ela pediu ao barman um drink sabor morango, e perguntou para mim o que eu queria com aquele sorriso encantador, como eu não conseguia raciocinar direito tendo a definição de beleza olhando para mim, pedi o mesmo que ela. Não pude deixar de dar uma olhada na pista de dança, da qual ainda conseguia ver as três figuras conhecidas se divertindo no meio daqueles porcos saltitantes.

- Posso te perguntar uma coisa? - ouvi a voz de Wendy me perguntar, e logo voltei meu olhar para aquele rosto lindo.

- Claro, qualquer coisa.

- Como conheceu Joy e Yeri? Não sabia que eram amigas.

- E não éramos - respondi - Hoje de manhã fui tomar café na padaria e acabei conversando com as duas, e como já estava pensando em sair esses dias, pensei que era uma boa ideia chamá-las para sair.

Não foi bem assim que aconteceu, mas eu não precisava explicar meu plano de unnie alfa pra ela, né? Não poderia arriscar ela me achar uma maluca, ainda mais me interpretar errado como havia acontecido com o povo.

- Ah - ela sorriu - Isso é bom. Eu não sou tão próxima delas, mas confesso que Joy sempre foi muito simpática comigo, enquanto Yeri, ela é filha do melhor amigo de infância do meu pai, então eu meio que a conheço desde que ela nasceu.

Minhas sobrancelhas saltaram ao ouvir aquela informação. Então Wendy e as pestes já se conheciam mesmo antes, e ainda pior, Yeri e ela foram criadas juntas? Ok, aquela era uma informação e tanto, e eu ainda não sabia ao certo se aquilo era algo positivo ou não.

- E a Seulgi? Já a conhecia? - ela perguntou enquanto o barman trazia nossas bebidas. Por sorte eu ainda não havia trago o canudo a minha boca, senão eu poderia engasgar ao ouvir aquela pergunta.

- Ah, sim - eu respondi, tentando não transparecer o nervosismo que estava me matando por dentro - Seulgi é amiga de Yuri, a dona da padaria, como você já deve saber, e Yuri é amiga da minha irmã, então já saímos juntas.

Não era mentira, de fato aquela foi a forma que conheci Seulgi. Tiffany por vezes me puxava para sair com as amigas dela e da minha irmã, o que eu odeio admitir, mas é divertido de fazer de vez em quando, apesar delas serem um bando de loucas que só se metem em confusão. Lembro-me da primeira vez que vi aquela personificação de ursinho carinhoso; eu estava começando a beber minha primeira dose de vodka, quando Yuri chegou com ela ao seu lado. Quase me engasguei, mas consegui não dá muito na cara e a cumprimentei da minha maneira tímida que sempre cumprimento todo mundo. Com o passar da noite, as meninas foram dançar, e como ela não sabia do meu problema com multidões, veio me perguntar se eu estava bem. Conversamos por um bom tempo, e foi aí que me apaixonei de vez.

- Você a conhece? - resolvi perguntar.

- Não muito bem - ela deu de ombros - Mas nunca é tarde pra criar amizade, não é? Seulgi parece uma garota muito bacana, acho que nos daremos bem - Claro que darão, são dois anjos, eu quem estava bem ferrada com aquela possível amizade.

Conversamos um pouco enquanto as meninas ainda se divertiam. O drink não era a melhor coisa do mundo, mas era gostosinho, só que ficaria melhor com um pouquinho de vodka, aí assim ficaria perfeito. Eu tentava me conter para não suspirar ao observar os traços perfeitos do rosto de Wendy, de como sua franja era fofa, ou como seus olhinhos ficavam ainda mais adoráveis quando ela sorria. Por mim eu ficaria observando aquele ser angelical pelo resto da vida, mas infelizmente tudo o que é bom dura pouco, e logo fomos interrompidas por um rapaz atrás de nós.

- Boa noite - ele disse com um sorriso simpático.

Não respondi, eu não era obrigada, mas como Wendy era um anjo, ela cumprimentou o rapaz com um sorriso amigável.

- Boa noite.

- Peço desculpas se estou atrapalhando, é que eu e meus amigos notamos que vocês chegaram com aquelas garotas - ele disse apontando para um grupo de rapazes um pouco perto da entrada, e logo apontou para nossas conhecidas ainda na pista de dança - e gostaríamos de saber se vocês não querem se juntar a gente?

Sério aquilo? Duas moças lindas não podiam ter uma conversa privada sem um macho se meter de bonitão e ainda querer trazer seus amigos para se “dar bem” também? Era muita audácia mesmo.

- Desculpe, é que hoje separamos a noite para nos divertir entre nós mesmo, uma “noite das garotas”, sabe? - minha princesa dos vidros era tão educada, tão inteligente… Ah, como ela conseguia ser tão perfeita? Eu já iria responder alguma coisa bem grossa porque eu não tenho paciência e não sou obrigada.

- Ah, me desculpe, não era minha intenção atrapalhar - ele se apressou em se desculpar - Para ser sincero, eu vim mais porque nosso maknae é muito tímido, e notados que ele queria muito conversar com a garota que está com vocês, a de cabelo curto.

Sei, “conversar”, como se eu fosse deixar algum machinho catarrento ficar a menos de um metro da minha pestinha de estimação. Yeri podia ser uma peste, mas era uma peste que ficaria embaixo da minha asa, longe de qualquer predadorzinho barato.

- Não se preocupem, não iremos mais incomodar. Obrigado - ele disse, fazendo uma leve reverência para nós e então se afastando.

Respirei aliviada ao notar que de fato ele havia ido embora, e depois de ter certeza que não havia nenhum catarrento atrás da pestinha no meio da pista de dança, voltei meu olhar para princesa que estava a minha frente. Eu ainda vestia sua jaqueta, e não tiraria até que ela pedisse ou eu notasse que ela estava com frio.

Conversamos mais um pouco, e então nossas três acompanhantes apareceram perto de nós. Notei que elas estava já suadas e levemente descabeladas, mais um motivo para eu querer distância daquela pista de porcos.

- Vamos? - Joy disse ainda animada. Eu não entendo de onde ela tira tanta energia.

- Já vamos? - Wendy verbalizou a pergunta que eu queria fazer.

- Sim, já cansamos de dançar e além disso, não tem graça só nós três, ao menos se formos logo pro bar podemos aproveitar a companhia uma das outras por completo - Joy explicou, e logo puxou minha mão para eu me levantar do meu banco.

Nós seguimos a peste maior, quem até mesmo já havia chamado o táxi minivan e nos esperava lá fora, e mais uma vez estávamos dentro do carro, eu entre dois demônios suados a cada lado meu, e dois anjos nos assentos a minha frente. Seguimos a viagem com os bancos da frente em silêncio, Joy com a cabeça apoiada no meu ombro e Yeri com a cabeça apoiada no vidro do carro. Enquanto eu xingava mentalmente Joy por está se aproveitando do calor do meu corpinho e misturando seu cheiro ao de Wendy em sua jaqueta, eu observava os dois anjos rindo enquanto conversavam algo sobre bolos a nossa frente. Elas eram tão lindas.

Não demorou muito e o taxi chegou ao nosso destino. Joy logo se pôs para fora do carro, e respirei aliviada quando ela não voltou a agarrar meu braço, na verdade, ela ficou na porta esperando Yeri sair, e assim que a mais nova pisou para fora do carro, a peste maior começou a vestir a menor com o casaco que ela tinha pendurado em sua bolsa.

- Pare com isso, Joy! Eu não tô com frio! - ela resmungou, mas sua unnie insistiu até que ela acabou obedecendo com um bico nos lábios.

- Sua mãe já me odeia, quer que ela mande me matar também? Porque é isso que ela vai fazer se você pegar outra pneumonia - a mais velha retrucou ajeitando a gola do casaco da mais nova. Era estranho ver Joy como uma figura responsável, mas aparentemente era algo comum quando se tratava de Yeri. Eu obviamente tatuaria aquilo na minha memória e usaria contra ela.

Yeri resmungou até que entrássemos - foi um esquema louco, tivemos que escoltar Yeri para ela conseguir entrar no lugar, já que era menor de idade, felizmente a segurança não era tão rígida assim e conseguimos passar de boa - no bar que Joy havia escolhido. Não posso negar que ela tinha bom gosto para coisa, quero dizer, ao menos o ambiente parecia agradável, e devida a vasta variedade de bebidas nas prateleiras dos balcões, aparentava ter uma boa diversidade de álcool, e disso eu gostava.

Enquanto as meninas procuravam uma mesa, me permiti perambular pelo bar e apreciar a decoração, uma que era iluminada por luzes alaranjadas e era repleta de quadros de diversos países. Havia algumas plantas e vidros de garrafas decorando alguns balcões. Era uma boa mistura de rústica e moderno. Havia um pouco de música no fundo, era bem tranquila e agradável, me parecia bossa nova. Como eu sei diferenciar esse tipo de música particularmente brasileiro? Ah, eu tinha uma crush estrangeira na sexta série, o pai dela era um músico brasileiro, e as vezes a professora colocava pra ela tocar um pouco na frente da sala, além de falar algumas coisas sobre a cultura brasileira também. Confesso que adorava quando isso acontecia, principalmente porque eu podia ficar assistindo a crush sem dar bandeira, já que a atenção era toda para ela de qualquer jeito.

Observando as luzes do lugar, senti um corpo alto e forte batendo em mim, e quase dei um soco na pessoa por instinto. Não era por mal, é que era a forma que eu costumava reagir a sustos, eu me preparava para dar um soco.

- Ah, me desculpe! - ouvi uma voz masculina estranhamente familiar, e quando levantei a cabeça para ver quem havia esbarrado em mim, me deparei com o rapaz que havia abordada a mim e minha princesa mais cedo na baladinha das crianças.

Deveria ter dado o soco.

- Não se preocupe, está tudo bem - eu disse, pronta para seguir meu caminho, mas na hora um garçom passou perto de nós e eu quase esbarrava nele se o rapaz não tivesse me desviado do mesmo.

- Acabamos nos esbarrando novamente, não? - ele deu um risinho sem graça coçando a nuca, e eu forcei um sorriso para não ser indelicada. O que Wendy pensaria se eu fosse bruta com o rapaz? Eu tinha que manter a compostura e mostrar que eu também era uma mulher madura, educada, mesmo querendo dar um “foda-se” pra aquele rapaz e ir pedir minha bebida. Eu estava sedenta por uma birita - Meu nome é Son Hyunwoo, mas por favor, me chame de Shownu - ele deu uma pequena reverência e logo após estendeu a mão para mim, o que eu me obriguei a aceitar com um leve aceno também.

- Joohyun - disse por pura educação, querendo até mesmo evitar meu segundo nome para prevenir. Vai saber se ele não era um maníaco stalker? Quero dizer, não bastava nos ver na balada, agora ele estava no bar onde estávamos também? Aquilo pra mim tinha cheiro de psicopata, daqueles que usam dolce gabbana e tem bom gosto para camisas, talvez escutasse até Mozart sozinho no apartamento.

- Bem, desculpe por ter esbarrado em você assim. E por favor, não ache que estamos perseguindo vocês nem nada, é que sempre vamos para esse bar depois de dançar um pouco - ele explicou. Ótimo. Ele lia pensamentos também? Então leia isso: Cai fora daqui! Rala! - Não pretendemos atrapalhar a noite de vocês, não se preocupe.

E quando eu pensei que ia respirar aliviada com ele pegando seu beco e se afastando de mim, sinto três presenças se aproximarem das minhas costas, logo ouvindo a doce voz de Wendy ao meu lado.

- Ah, oi! Você por aqui também?

- Oi! É, nos esbarramos novamente - ele sorriu de volta.

Esbarrou? Você me atropelou foi agora, antes você só meteu seu narigão entre mim e minha mina, idiota! Mina tá certo? As pessoas ainda falam mina? Devem falar, não sei. Não sou obrigada a saber. O que eu não estou gostando era ele de conversinha e sorrisinhos para com a minha garota dos vidros, ou está rodeando as minhas meninas.

- Como eu já disse a Joohyun, meu nome é Son Hyunwoo, mas por favor, me chame de Shownu - ele disse estendendo a mão acompanhado de uma leve reverência, assim como fez comigo. Como Wendy era um anjo, ela espelhou os gestos do rapaz com um sorriso lindo no rosto, o mesmo sorriso que me deixava derretidinha por ela.

- Eu sou Son Seungwan, mas pode de me chamar de Wendy - ela disse - Essas são Joy e Seulgi - Joy deu aceninho com a mão atrás de Wendy, e Seulgi fez uma pequena reverência - Aquela ali no bar de cabelo curto é a Yeri.

- Yeri. Saquei - ele disse olhando nossa maknae, quem estava sentada num banco a frente de um dos balcões - Eu sei que vocês estão tendo uma noite das garotas, e longe de mim atrapalha-las - começou, estava demorando. Me segurei para não revirar os olhos.  - mas vocês permitiriam o meu garoto falar com ela rapidinho? Sabe como sãos esses jovens tímidos, ele quer ao menos dizer um “oi” pra ela há semanas e nunca teve coragem.

Semanas? Então quer dizer que o pivetinho também era um stalker? Ah, mas ele não ia mesmo falar com…

- Não vejo por que não - Wendy disse, e por mais que eu ame ouvir aquela linda voz, eu preferia que ela tivesse ficado caladinha do que dizer aquilo - Fala pra ele aproveitar enquanto ela foi pedir uma coca gelada, uma dica, ela adora coca - Dica? É sério isso? Wendy estava mesmo colaborando com aquilo?

- Obrigado - o rapaz agradeceu, e depois de um leve aceno com a cabeça, se afastou voltando para sua mesa, uma cheia de rapazes engomadinhos. Me pergunto quem é o mais novo que está de olho na minha pequena peste? Seria aquele novinho com cara de sonso? Ah, ele não me engana não.

- Por que você fez isso? - ouvi Joy perguntar levemente indignada, e me surpreendi de saber que ela estava do meu lado com questão àquilo. Bem, um ponto para a peste maior.

- Por que não faria? É só um garoto querendo dizer um “oi” pra crush dele, Joy, não é nada demais - ah, minha razão de viver, é demais sim - Anda, Joy, você tem que aceitar que Yeri está crescendo, ela não vai ficar embaixo da sua asa pra sempre - Wendy, eu te amo (nossa, eu tô dizendo isso mesmo? Ou melhor, pensando), mas não faz isso, a peste maior está certa, Yeri é um bebê.

- Essa não é a questão, Wendy - Joy insistiu, e não pude conter uma sobrancelha arqueada em minha testa. Se não era aquela a questão, então qual era?

Antes que meu amor pudesse retrucar, Joy começou a caminhar em direção ao bar onde Yeri estava, e ela não estava sozinha, aquele pivete novinho com cara de stalker sonso estava falando com ela, ou quase, já que o garoto nem tinha coragem de olhar na cara dela e até de longe dava para reparar que ele tremia dos pés a cabeça. Quando mudei minha atenção para a peste menor, porém, notei que ela tinha uma expressão levemente irritada em seu rosto, parecia se segurar para não expulsar o garoto para longe dela a gritos. Eu conhecia aquela expressão, eu estaria da mesma forma no lugar dela. Antes que isso pudesse acontecer, porém, vi Joy pousar seu braço o ombro da garota, dando um aceno simpático para o pivetinho e dizendo algo que não havia como eu ouvir graças a distância. Ele sorriu sem graça para a mesma, e logo a mais velha puxou a peste menor para longe dali, com seu braço ainda em volta de seu ombro até que chegasse me nossa mesa. Aproveitei para ir para lá também.

- Da próxima vez que quiser dar uma de cúpido, faça isso pra Sugar Mama aí - Joy disse a Wendy enquanto apontou com a cabeça para frente. Foi quando me virei que notei o que ela havia referido a aquilo. O rapaz de mais cedo estava olhando para nossa mesa, um olhar um pouco tímido que logo desviou quando pousei os olhos nele.

Wendy não respondeu, simplesmente puxou a garrafa de soju de cima da mesa e despejou um pouco em seu copo, com a sobrancelha levemente franzida. Ela não está… Não. Tive vontade de rir com aquilo. Joy também inventa cada uma, eu lá tenho cara de quem gosta de macho? Quer dizer, cara eu tenho, mas eu não gosto.

Voltei a observar as meninas na mesa. Todas elas menos Yeri - ainda um pouco encabulada - tinham uma garrafa de Soju na mão. Seulgi inclusive virava a garrafa direto do gargalo olhando para a mesa dos caras. Decidi ignorar quando notei a presença daquela biritinha cheirosa ali, uma garrafa vazia só para mim. Tratei de pegá-la e me servir um pouco também, minha garganta estava pedindo um pouco daquela delicinha há horas.

Terminamos de beber nossa primeira garrafa, mas a tensão em nossa mesa não ia embora com o álcool ainda, ainda mais quando Wendy e Seulgi hora e outra espiavam para a mesa dos rapazes engomados, e eu preferia nem acompanhá-las pra não ter que ver a cara daquele cara de novo, muito menos do pivetinho stalker que ele chamava de “meu garoto”. Eu só espero que ele seja de fato um rapaz bacana como parece, porque se fosse um maníaco psicopata eu ligaria pra polícia a qualquer sinal de ataque. Discagem rápida tá aí pra isso.

De repente, Joy se levanta de seu assento e põe uma palma da mão ao lado de sua boca:

- DESISTE MANO, A IRENE É SAPATÃO!

O grito repentino daquela peste me fez cuspir todo o soju dentro da minha boca pra fora, mais especificamente na cara de Seulgi, quem agora estava com a cara toda molhada de soju e talvez um pouco de saliva minha também. O bar parece ficar inteiramente em silêncio assim como meu cérebro ficou em branco. Sinto meu rosto ficar completamente quente e minhas mãos suarem de nervoso.

Levantando o olhar para o pessoal que reconheci da minha faculdade ali, todos eles tinham uma expressão surpresa e até mesmo chocada.

Voltei a encarar a bebida, murmurando um pedido de desculpas para Seulgi.

- Joy... - não fui nem eu que disse isso, eu não estava com coragem nem de levantar o rosto depois dessa - Eu quero conversar contigo. - Seulgi soltou com uma seriedade que me assustou. - Me acompanhe, por favor.

Minh vontade de chorar chegou a ser tanta que depois que as duas saíram da mesa, até mesmo Yeri me olhava preocupada. Sinto os braços de Wendy passarem por sobre meus ombros enquanto a peste menor tinha as sobrancelhas franzidas em confusão e preocupação. Até que a ficha dela caiu.

- Você não era assumida. - assumiu em um sussurro mudo que somente fui capaz de ler seus lábios.

Nem concordei, apenas me permiti ser abraçada por Wendy enquanto escutava o bar voltar aos murmúrios. Dessa vez sobre minha pessoa, sobre a minha sexualidade e ali eu tive certeza absoluta de que o campus de direito inteiro iria ficar sabendo da minha orientação sexual. Escondi o rosto no pescoço de Wendy sentindo medo de alguém vir até nós e fazer alguma coisa já que esse País de merda em que vivemos não aceita diversidade.

Taeyeon diz que viver fora do armário é bom, mas aposto que é bom quando você sai por livre e espontânea vontade, não quando é arrancada igual Joy fez comigo. Mesmo que eu saiba que não foi de propósito, eu to magoada e a sensação de vergonha - mesmo sabendo que não tem nada de errado - faz eu me encolher contra o corpo da canadense.

Naquele momento eu só tinha certeza de duas coisas:

Sair para arrumar amigos foi uma péssima idéia e eu precisava de uma bebida bem mais forte.

 


Notas Finais


Pois é, galeris, que tenso, hein? Vontade de abraçar a Dona Irene, né? Queria guardar num potinho e proteger.

Gostaríamos de agradecer POR TODO O CARINHO que vocês estão dando a fic. Ainda estamos estupefatas com todo feedback positivo que estamos recebendo nessa fic, estamos até nos sentindo um tiquin famosas sabe hehe OBRIGADA mesmo! De coração!

(OBRIGADA MINHAS ESTRELAS E SERES MÁGICOS)

Bem, eu não vou dar muito spoiler senão Navizinha me mata, mas já que vocês são tão fofos eu tenho que dar algumas diquinhas em retorno, né? Poxa, é o mínimo!

Digamos que no próximo capítulo veremos como Joy e Irene vão lidar com o que aconteceu, como TaeTae vai reagir ao ver o estado da irmã dela, e ainda, não necessariamente no próximo capítulo, mas aos poucos, veremos mais sobre Joyri. Uma dica sobre essas duas: é pouco provável vocês adivinharem o que planejamos pra elas, só posso dizer que é algo especial e pessoal pra mim.(Achei super legal e intimo)

Bem, é isso, galeris! Até a próxima, e se quiserem, por favor continuem deixando comentários! Eles são a gasolina da nossa inspiração hehe Além de ter gostinho de lasanha, e EU AMO LASANHA!

(Se comentarem eu mando nudes. MENTIRA)


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