Eu estava no intervalo da escola, quando meu amigo voltou da cantina com mais uma sacola nas mãos. E não era de lanche. Meu nome é Harry, tenho 18 anos, tenho cabelos preto-azulados lisos, e olhos pretos. Minha pele é um pouco branca, meu pai me chama de ''boneco de porcelana''. Meu amigo de todas as horas é um cara meio louco, podemos dizer assim...Legal e irritante.
-Ei Harry.-meu amigo Marcos chegou com mais uma sacola de bilhetes na mão.- As amigas da Melissa te mandaram isso.
-De novo?-perguntei pegando a sacola.- Tem algum da Ashleen?
-Não, nenhum.-ele falou se sentando comigo.- Qual é cara, você tem todas as garotas da cidade na sua mão...Por que quer logo aquela esquisita?
-Ela não é esquisita.-bradei com ele.- Ela só é diferente das garotas da nossa escola.
-Tá, mas olha a Jacqueline tá de olho em você cara.-ele falou todo confiante.- Qual é parceiro aproveita.
-Já disse que gosto da Ashleen.-falei dando um fim no assunto.
Não se passaram nem cinco minutos e a Jacqueline já foi dar encima de mim...PELA DÉCIMA VEZ NAQUELE DIA.
-Oi Harry.-ela disse com aquela voz irritante, típica dela.- Eu trouxe uma coisinha pra você.
-Oi Jacqueline.-respondi secamente sem olhar para ela.
-O-oi Jacqueline.-Marcos falou babando por ela.
Não vou mentir a Jacqueline é uma deusa para todos os garotos...Todos os garotos com exceção a mim, a Ashleen pra mim é muito mais linda do que ela. Já tive vários amigos que terminaram namoros de mais de cinco anos por causa dela. Também não os culpo, ninguém resiste a uma loira alta de olhos azuis, com cabelos ondulados. Com o corpo perfeito que todos querem ver de biquíni e mais ousada e descolada que uma garota qualquer.
Tá a Ashleen não é do tipo da Jacqueline, ela tem cabelos preto-azulados iguais aos meus, mas seus olhos são azul-esverdeados como os de um gato, ela usa geralmente alguma roupa que vai um pouco mais abaixo do joelho, mas que não desvalorizam seu corpo. Ela sempre carrega consigo uma bolsa grande, e ás vezes um violino. Está sempre com fones no ouvido, sorrindo, acompanhada por seu inseparáveis amigos.
Carlla uma ruiva que também não é de se jogar fora, os cabelos um pouco acima dos ombros, cacheados e olhos verdes. É inteligente, bonita e um pouquinho mandona.
Marcel é um moreno de olhos prata, com jeito de gay, mas ninguém sabe ao certo, já que quase todos viram ele e a Carlla se pegando nos corredores algumas vezes. Ele é um pouco mais alto do que elas.
Bem voltando a Jacqueline....
-Cala a boca Marcos.-Jacqueline recusou a responder um ''oi'' a ele.- Eu estou falando com o Harry.
-S-sim Jacque.-ele falou baixando a cabeça.
-É Jacqueline pra você ouviu?.-ela voltou-se para mim sem nem esperar a resposta dele.- Harryzinho, eu trouxe alguns morangos com chocolate para você. Não são seus favoritos?
-Obrigado Jacqueline mas eu não estou mais com fome.-recusei de um jeito gentil.
-Ah você deve ter guardado um espacinho na sua barriguinha para alguns moranguinhos não é?-ela falou de um jeito meloso.
-Não, não sabia que você traria, agora se me der licença...
-Ah vamos Harry.-ela me puxou pelo braço e colocou um morango na boca esperando eu tirá-lo.
Peguei o Marcos pelo braço e fiz ele tirar o morango da boca dela. Ela achou que fosse eu e acabou dando um beijo meio que selvagem nele. Enquanto ela não percebia eu fui procurar a Ashleen.
Enquanto passava pelos corredores, recebendo cantada das meninas, até a cantina. Não a achei. Olhei pelas janelas procurando ela por aquele imenso pátio, cheio de estudantes, ás vezes é fácil acha-la por causa da melodia que ela costuma tocar na hora do intervalo, isso é a única coisa que faz todos os estudantes se calarem e concordarem que ela é ótima.
Mas nem isso, a única coisa que eu vi, foi a Jacqueline correndo atrás do Marcos com alguma coisa na mão tentando acertá-lo.
Via a Carlla passar pelos corredores de mãos dadas com o Marcel, resolvi perguntar aos dois.
-Hey Carlla, Marcel, onde está a Ashleen?-perguntei nervoso.
-Hum...Se não me engano, ela faltou hoje, não quis vir pois iria fazer algo mais divertido.-ela falou com a mão no queixo.
-Ela disse que queria ensaiar na praça uma música que ela estava compondo.-ele disse e logo ambos sairam novamente de mãos dadas.
Sai correndo da escola, a única coisa que recebi por isso foi um sermão do zelador por ter que ficar abrindo o portão para esses ''adolescentes viciados''. Fui até a praça mais próxima e ela não estava...Andei pelos jardins, pelos estabelecimentos e nada...
Sentei em um dos bancos frustado, e ouvi aqueles acordes de violino que eu tanto conheci, mas dessa vez acompanhado por uma voz, como um canto de sereia.
-Ashleen.-falei e logo a melodia parou.- Sou eu...O Harry.
Ela apenas acenou com a mão sorrindo não disse nada, recolheu suas coisas e entrou nos meios de algumas árvores.
-Espere Ashleen, tenho algo para dizer a você.-corri atrás dela.
Durante a corrida, fui entrando cada vez mais dentro de uma parte do parque que eu não conhecia. Enquanto eu me cortava, e tropeçava, ela desviava agilmente como um gato. Como se já estivesse ali antes. Ela chegou a correr em um ponto, que eu levei um tombo e a perdi de vista.
-Ashleen por favor eu só quero dizer uma coisa a você.-falei me levantando e olhando em volta para achá-la.
-Então diga.-ela disse flutuando e sorrindo.Pela posição dela você não diz que ela estava flutuando e sim encima de uma mesa. Mas eu sei disso por que ela estava me olhando bem no alto.
-Como você...Fez isso?-perguntei assustado.
-Eu que te pergunto.-ela disse ainda sorrindo.
-Mas...Eu também não sei.
-Oras, se você veio até aqui deve saber.- ela foi desaparecendo aos poucos mas sua voz continuava ecoando por lá.- Por que me seguiu?
-Eu queria te dizer uma coisa.-falei e ela apareceu em uma galho, com rabo e orelhas de gato.- Ashleen?
-O que você quer me dizer?-ela perguntou descendo da árvore como se tivesse alguma escada que eu não pudesse ver.
-Ashleen o-oque deu em você?.-perguntei assustado.
-Hum...Você tem algo a me dizer e ainda me pergunta o que deu em mim?-ela falou parando do meu lado sentada novamente no nada.- Por que você não me diz?
-Ashleen como eu volto para casa?-perguntei não reconhecendo mais aquela garota que eu amava.
-Era isso de tão importante que você queria me dizer? Merda a lagarta me disse que seria algo importante.-ela bradou para si mesma.- Se quer ir para casa por que me seguiu?
-Já falei eu tinha algo para te dizer.-repeti.- Mas agora quero ir para casa.
-Não tem como voltar.-ela falou com o mesmo sorriso.- Você não volta até falar com a rainha.
-Rainha? Está falando da Jacqueline?-perguntei.
-Aquela garota? Rainha?.-ela deu uma risada meio assustadora.- Jacqueline só pode ser a rainha das putas não é? Eu quis dizer a rainha daqui. Sou a gata dela.
-Ashleen, você está me assustando.-falei.- Me diga que estou sonhando.
-Tudo bem, Harry você está sonhando.-ela falou desaparecendo de novo.
-É tudo um sonho? Mesmo?-perguntei esperançoso.
-Não, eu só disse isso por que você pediu.-eu só escutava sua voz agora.- Se quiser sair, tem que falar com a Rainha, todos entram sem sua permissão e vivos, mas para sair, tem que ter sua permissão.
-Como assim vivos? E para sair tem que ter permissão?
-A rainha não é a pessoa mais compreensiva do País né? Como gata de estimação eu tenho uma grande convivência com ela, ela me tornou humana a seus olhos para ver como é esse tal mundo real.
-ASHLEEN?-gritei seu nome quando senti algumas mãos passarem sobre meu corpo.- ASHLEEN ME TIRE DAQUI.
Ela não me respondeu. Comecei a correr pela floresta, na esperança de acordar daquilo tudo, ver que foi só um sonho e que a verdadeira Ashleen não era uma gata estranha, mas que estava na minha frente, com uma lingerie de gatinha, o que me fez desmaiar...Mais nada, só isso.
-ASHLEEN.-gritei seu nome sem resposta várias vezes.- ASHLEEN ME AJUDE, POR FAVOR EU TE AMO.
Caí de joelhos perto de um riacho e comecei a chorar.
-Eu te amo Ashleen, sempre te amei.-falei baixinho.- EU TE AMO.
-Ei não grite, vai estragar tudo.- uma voz feminina falou atrás de mim.
-Ashleen?-me virei e vi uma garota loira com um vestido de gala do tipo vitoriano rasgado até o joelho com um arco e flecha nas mãos.
-Não, sou Alice.-ela falou se escondendo nos arbustos.- Agora saia dai imbecil, vamos ser pegos por sua culpa.
-Eu não sairei daqui até achar a Ashleen.-falei decidido e alguém me puxou.
-Obedeça a Alice, ela quem dá as ordens aqui ouviu?-um homem com um grande chapéu e cabelos vermelhos (e cara de doido) falou, ele usava umas roupas engraçadas.
-Q-quem são vocês?-falei assustado, ele estava com uma espada na mão e um punhal na outra.
-Sou o Chapeleiro e antes que faça essa pergunta novamente ele é o Coelho e esses são os irmãos Breno e Bruno ou Tweedle-Dee e Tweedle-Dum tanto faz eles são gêmeos, agora cale a boca e faça o que a Alice mandar.- ele falou apontando para três sombras e me entregando uma arma.
-O que significa isso? É alguma piada?-perguntei aflito.
-Escuta, estamos tentando matar a Rainha a anos, e não vai ser um moleque idiota que irá acabar com tudo ouviu?-Alice falou entre os dentes.- Quando eu der o sinal, você vai atrás deles e tenta pegar a gata.
-Que gata? A Ashleen?-perguntei.
-Não é Ashleen é Cheshire.-um ''homem-coelho'' falou ele era grande, forte, e estava cheio de cicatrizes, usava até uma gravata social preta.- Elas sequestraram uma menina do seu mundo a uma semana e Cheshire tem se passado por ela, aproveitamos a chance e vamos tentar matar a rainha, já que para a execução da garota ela tem que vir para fora.
-Execução? Por que? O que a Ashleen fez?- eu realmente não entendi pakas mas não ia deixar matarem a Ashleen.
-Bruno você explica e Breno você vigia.- o Chapeleiro falou.- E garoto, tenta não morrer.
Ele me explicou que a gata da Rainha era muito parecida com a Ashleen e como dois corpos não ocupam o mesmo espaço, uma das duas teriam que ser executadas. Eles não podiam matar a Cheshire pois era a gatinha da Rainha e não podiam matar a Ashleen na primeira semana, pois além de boa empregada, se o plano não desse certo e elas matassem-na antes da hora, a Cheshire não poderia voltar para o castelo, então eles esperaram passar uma semana para ver se tudo iria como planejado.
-E para que tudo isso? Por que logo a Ashleen?-perguntei pela última vez.
-Isso tudo é um plano para a Rainha poder dominar a sua dimensão também, mas se ela expandir ela poderá governar tudo o mundo inteiro será um palco para sangue, mortes e armas de destruição em massa. Se nós a matarmos agora a Alice, como regente e preferida do reino, poderá acalmar isso tudo.-ele falou.- Entendeu?
-Entendi.-falei.- O que eu posso fazer para ajudar?
-Você tem boa mira?-ele me perguntou.
-Tenho.
-Então mate a Cheshire.-ele deu um sorriso confiante para mim.
Todos voltaram para suas posições esperando o sinal de Alice. Ela viu dois guardas vestidos de cartas de baralho e um cachorro, ela fez um barulho de pássaro e o cachorro latiu. Quando ela atirou a flecha no primeiro guarda e o outro foi ajudá-lo o cachorro o atacou, arrancando os ossos e órgãos dele pelas costas. Confesso que a cena foi muito sangrenta, mas também muito legal.
-Agora.-Alice levantou e fez um sinal.- Vamos, vamos.
Corremos até o portão do castelo e haviam vários guardas vindo nos atacar. Alice pegou de dentro de uma bolsa uma arma ela e o coelho começaram a atirar em todos eles, poucos foram os que tiveram a sorte de levar um tiro na perna ou no braço. Mesmo com os guardas se esquivando eles tinham a mira muito boa.
-Vem e escuta, a Rainha e Cheshire devem estar no jardim, não gaste suas balas á toa, e gata é muito esperta.- o Chapeleiro falou.- Eu e os gêmeos vamos atacar a ''corte'' e você pega a gata pra ela não fugir.
-Tudo bem.-falei olhando para a arma.- E a Ashleen?
-Nós vamos conseguir salvá-la.- Breno falou pondo a mão no meu ombro.
-É nós traremos sua garota de volta.- Bruno completou colocando a mão no meu outro ombro.
-Vocês prometem?-perguntei aos três.
-Prometemos.-eles deram um sorriso enquanto falavam juntos.
Continuamos correndo enquanto tudo o que se podia ouvir eram os gritos de dor, tiros, espadas e morte. Alice tinha um exército também, olhei para trás e vi ela pulando com o coelho em um cavalo branco com uma espada cortando a cabeça de até três guardas de vez. Atrás dela estava...
-O exército da Rainha Branca.-Bruno falou tirando minha atenção de batalha.
-Essa Rainha é do bem?-perguntei me escondendo em árvores com formato de coração, e rosas do formato de corações.
-Sim, ela é a irmã da cabeçuda.-ele riu.- Quero dizer da Rainha de Copas.
-Ela veio deter a própria irmã?
-Bem, quando a irmã mais velha e barraqueira, mata seu marido e seus filhos só por causa de uma coroa e de um reino.-ele falou rindo.- Acho que não teria dúvidas de que ela viria.
-É agora, eles estão vindo.- Bruno falou.- Como atravessaremos o labirinto?
-Do jeito mais fácil oras.- o Chapeleiro empunhou a espada e cortou um caminho entre uma parede de folhas e outra.
Chegamos ao Jardim de Execução bem rápido. Avistei lá em uma cela uma garota gritando, ela vestia um tipo de camisola branca, estava algemada e com os cabelos soltos. Clamava, gritava e chorava por ajuda, até que foi puxada pelos cabelos por um carrasco da Rainha Vermelha.
-ASHLEEN.-gritei e o Bruno pôs a mão tapando minha boca.- HMMF, HMMMF...
-Shiiiiu, se eles nos pegarem, você vai ter sua cabeça junto com a dela na sala de troféus da Rainha.- ele falou.
Lágrimas escorreram pelo meu rosto e chorei baixinho. E se não desse tempo? E se enquanto nós atacássemos eles matassem a Ashleen? E se a gata fugisse e a matasse? E se quando eu matasse a Cheshire isso causasse um tipo de ''efeito colateral'' na Ashleen? Mil pensamentos ruins passaram pela minha cabeça, mas de uma coisa eu tinha certeza, para onde quer que a Ashleen fosse, eu iria junto.
-AGORA.- o Chapeleiro gritou eu me assustei e fiquei perdido mas quando vi eles cortando a cabeça de todos, logo entrei em ação.
Desviei dos corpos mutilados, dos membros estilhaçados e das cabeças sem corpo rolando e sangrando. Gritos de pessoas do palácio que estavam assistindo a garota ser levada pelos cabelos para fora da prisão e no meio de toda essa confusão eu bati de frente com alguém, essa pessoa caiu no chão e outras foram pisando encima, fiquei com medo de ser a Ashleen e a ajudei a levantar, me surpreendi quando vi as orelhas e o rabo.
-Cheshire.-falei olhando fixamente para ela.
-VOCÊ...VOCÊ ESTÁ JUNTO DELES?-ela gritou me agarrando pelos ombros.
-Pode apostar que estou.-falei colocando a arma na cabeça dela.- Me leva até a Ashleen.
-E se eu não quiser?-ela cruzou os braços e sorriu.- O que você vai fazer?
-Eu vou pintar a grama com seu sangue.-puxei o gatilho.- ME LEVA ATÉ ELA AGORA.
Ela deu um risinho, e me fez segui-la, peguei ela pelo braço e continuei com a arma mirada nela. Passamos correndo, por aquele cenário de sangue. Um vampiro ficaria muito feliz de estar ali no meio, nunca mais teria que morder ninguém vivo. Ela me levou até a entrada do castelo, ele estava escuro então ela acendeu um tocha. Começamos a caminha vagarosamente pelos corredores.
-ASHLEEN. ASHLEEN PODE VIR, SOU EU O HARRY, NÃO TENHA MEDO, VIM TE SALVAR.
-HARRY, HARRYYY.-ouvi uma voz ecoar no final do corredor.
-ASHLEEN.-comecei a correr sem soltar a Cheshire.
-Harry você ama mesmo essa Ashleen não é?.-Cheshire perguntou.- Seria uma pena se algo acontecesse com ela.
-O que?-ela me deu um soco no estômago e deu um pisão muito forte no meu pé.- ASHLEEN CORRE.
-HARRY...A RAINHA.-ela tentou chegar perto de mim mas a Cheshire já tinha a puxado e a trancou em uma sala, jogou a chave para bem longe e voltou-se para mim.-HARRY..HARRYYY.
-O-oque vai fazer com ela?-perguntei e ela chutou minha barriga com força.
-Bem, se o amor de vocês arde tanto assim.-ela passou a tocha acesa pelas cortinas rindo e debochando do meu desespero.- Espero que vocês ardam no inferno.
Ela pegou a arma e saiu de lá. Fui me arrastando com dificuldade até onde a Ashleen estava, ouvi seu choro e tentei confortá-la.
-Ashleen?-chamei.
-Harry?-ela falou esperançosa.- Harry por favor me tira daqui.
-Eu já vou tirar você daí meu amor.-falei.
Eu esqueci de toda a dor...Pela Ashleen. Encarei a morte...Pela Ashleen...E vou matar aquela gata vadia...Pela Ashleen.
-Isso é por você Ashleen.-entrei no meio do fogo e peguei a chave, estava muito quente e deixou uma marca na minha mão.
Voltei para o quarto e enquanto o castelo caia em chamas sobres nós, eu continuava calmo. Abri a porta e ela logo ela me abraçou forte, naqueles momentos, senti seu perfume, alisei seu corpo, e beijei ela com toda a luxúria que aquele momento me permitiu. O castelo começou a cair onde estávamos, comecei a correr e puxei ela pelo braço, quando vi um caminho sem saída empurrei Ashleen para ela sair de lá e continuei lá dentro. Me deitei no chão e retirei um poema que fiz para ela.
Ela sempre gostou de poemas, então achei meio clichê escrever um já conhecido, fiz um especialmente para ela, tudo que eu sentia por ela estava naquele papel.
''A vem de amor,
Isso explica o por que
Do seu nome começar com ''a''
Eu te amo
E sempre irei te amar.
Não me importa
O que terei de passar
Sei que sempre irei te amar
Quero o teu amor
Para sempre recordar
Quer namorar comigo?
Pra depois a gente se casar?''
Tá, não foi um poema lá muito bom. Mas o que importa é a intenção...Ou ao menos era. Me senti inspirado e fiz um novo poema definindo minha real situação...
''Se eu morrer
Meu coração se tornará branco?
Ou negro?
No momento ele está
Como Ying e Yang
O mal dentro do bem
E o bem dentro do mal
Mesmo que você me diga
Aquelas palavras desconcertantes
Eu deixaria tudo negro
Com uma pequena parte branca
Se eu morrer
Você sentirá minha falta?
Você se tornará negra
Com um coração branco?
E o mundo
Se tornará branco
Ou continuará negro?
Sinto que se eu fechar os olhos
Por um minuto
Destruirei tudo, tudo
E então verei
Finalmente tudo branco...''
E como eu disse, não sou lá tão bom para fazer poemas... Eu vi realmente tudo negro, senti algo me arrastar e logo vi tudo branco, branquinho, achei que estivesse morto, e senti água gelada, mãos passando sobre meu rosto e cochichos, muitos cochichos, vi muitas sombras devido a claridade e quando abri os olhos todos estavam lá.
Ashleen, Breno, Bruno, Alice e o Chapeleiro. Estavam sorrindo para mim.
-Eu morri? Vocês foram comigo para o além?.-eu perguntei.
-Se com ''além'' você quer dizer jardim e ''mortos'' você quer dizer um pouco queimados então sim.- Alice falou.
-Ah Harry.-Ashleen se jogou encima de mim me abraçando.- Você é meu herói, eu te amo.
-Eu também te amo Ashleen, vim aqui só por você.-falei abraçando-a de volta.
-Vocês são estranhos. -o Chapeleiro falou.- Vamos, temos que achar a Rainha e a Cheshire.
-Elas fugiram?-perguntei.
-Sim, aproveitaram que você estava lá dentro.-ele respondeu.- Eu te avisei para não morrer garoto.-ele deu um sorriso para mim.
-Foi mal, não deu para resistir.-retruquei sorrindo de volta.
Fomos pela floresta á procura da Rainha e da Cheshire, estava perto de anoitecer e a Ashleen estava se arrepiando a todo momento.
-Frio?-perguntei.
-Acho que sim.-ela respondeu.
Abracei ela bem forte e ela deu um pequeno gemido, achei fofo ver ela se aconchegar no meu peitoral :9 Ela não parou de se arrepiar, foi quando Cheshire arrancou ela de meus braços e colocou a arma em sua cabeça, enquanto a Rainha o Rei e a Duquesa tentavam matar os outros.
-Você vem comigo vadia.-Cheshire falou para Ashleen.
-HARRYYY.-ela gritou desesperada e desapareceu junto com a Cheshire no meio da floresta.
-ASHLEEN.-gritei de tanta raiva eu mutilei a rainha e o rei, deixei a duquesa para eles.
Corri novamente no meio da mata para achar a Ashleen.
-ASHLEEEEEN ASHLEEEN.-gritei.
-HARRYYYY, AQUI HARYYYYYYYY.-ela gritou de volta e eu ouvi seus gritos.
Corri, até encontrá-la e lá estava a Cheshire quase a enforcando, ela vermelha chorando e com uma arma apontada na cabeça.
-Você não quer playboy? Vem pegar cachorrinho.-Cheshire me olhava com um sorriso tenebroso.
-DEIXA ELA EM PAZ, SOU EU QUEM VOCÊ QUER É COMIGO QUE TEM QUE BRINCAR.-gritei.
-Ah mas o jogo é mais divertido com mais gente não é amor?-ela falou imitando a voz da Jacqueline.
-Deixa ela agora.-ameacei.
-Ou....
Um tiro ecoou pela floresta, e acertou bem na perna de Cheshire, as duas cairam no chão, mas Ashleen tentou vir de quatro até mim.
-EU VOU MATAR VOCÊS SEUs FILHOS DE UMA PUTA.-Cheshire gritou tentando se levantar.
-Vai ter que nos pegar primeiro.-falei.
E ela veio mesmo, peguei Ashleen no colo e corri o mais rápido que eu pude, ela não conseguia mais se transformar, mas veio mancando com a arma na mão e um sorriso ainda tenebroso.
-Eu vou matar vocês agora.-ela falou, as árvores nos cercaram e não tínhamos saída.- Já que você quer tanto, posso matar você primeiro.
-NÃO.-Ashleen se jogou encima dela, o tiro acertou a copa das árvores e um galho grosso bateu na minha cabeça. Eu caí enquanto elas brigavam, a arma caiu bem para longe delas e eu a peguei.
Não vi mais nenhuma das duas fiquei procurando, até que vi duas Ashleens, idênticas, a roupas, o sangue, tudo nelas era igual.
-Harry, Harry sou eu a Ashleen.-a primeira falou.
-Não sou eu.-a outra falou.
Fiquei confuso, as duas eram totalmente iguais e eu tinha medo de escolher a Ashleen errada. Mas logo tive uma ideia.
-Levantem as saias.-mandei.
Elas levantaram, nenhum tiro. Tive uma outra ideia e só a verdadeira Ashleen poderia responder.
-Ashleen, só você vai saber responder...Qual foi o primeiro presente que eu te dei?
-Uma rosa é claro.-a primeira sorriu.
-Na verdade foi uma bala de menta, que eu adorava, pois quando eu fui comprar tinha acabado, e você tinha uma sobrando e me deu, esse foi seu primeiro presente de quando a gente se conheceu no primário, pode não ter sido grande coisa, mas ainda ssim foi o presente mais perfeito que já me deram.
-Não foi uma rosa eu tenho certeza.-a outra insistiu.
-É, foi uma rosa.-falei e a ''Ashleen'' veio me abraçando, tentou pegar a arma de mim discretamente mas eu percebi.- Pra que quer a arma?
-Ué, para matar a impostora não?-ela abriu um sorriso enorme.
-É, então deixa que eu faço.-apontei a arma para ela.
-Harry, o que é isso? Eu...Sou a verdadeira...
-Todo mundo sabe que foi uma bala de menta, eu sou alérgico a flores.-falei puxando o gatilho.- Adeus vadia.
Atirei, mas ela puxou a Ashleen mesmo e quem levou o tiro foi ela...A Ashleen, eu atirei na minha futura namorada.
-ASHLEEN.-gritei.- Me desculpa por favor desculpa.
-Harry...Eu...T-te...Amo.-ela foi fechando os olhos devagar até fechá-los completamente.
Eu não quis mais matar a Cheshire, não quis mais nada, só queria a Ashleen de volta. Eu não sabia viver sem ela.
-Você foi burro a ponto de atirar nela mesmo? Coitadinho.
-Vai embora.-falei chorando.
-Agora vai ficar sem a sua amada.
-VAI EMBORA.-comecei a atirar no nada, com a esperança dela cair morta, para compensar o que fez com a Ashleen.
-Você é tão idiota....Tanto que matou sua própria namorada.
-A culpa é sua.
-Não querido.-ela sussurrou no meu ouvido.- A culpa é todinha sua.
Senti a arma escorregar das minhas mãos e senti algo na minha nuca.
-Te vejo no inferno Harry.- ela falou e atirou.
Não sei como descrever como é a passagem para o além, você só vê luzes e ouve vozes, fora isso mais nada. Mas posso te dizer que não morri, foi meio assim, eu achei sim a Ashleen no além, demos as mãos, mas não conseguiamos nos segurar, vimos uma porta e fomos até ela, estava trancada. Ouvimos gritos, barulhos altos e choros, a batalha havia recomeçado e todos queriam nos matar. Continuamos tentando abrir a porta, até que vi a chave na minha mão, abri a porta mas eles haviam pegado a Ashleen.
Me debati para puxá-la, eles eram muitos eram mais fortes, mas algo puxou meu pé, eu puxei o pé da Ashleen e acordamos juntos. Estávamos no meu quarto, deitados na minha cama cobertos, elas deitada sobre meu peito e acordamos assustados.
-Harry?-ela acordou e logo me abraçou.- Então foi tudo um sonho?
-Não sei, acho que sim.-falei e olhei para minha mão. A marca da chave ainda estava lá.
-O que é isso?-ela perguntou.
-Foi a marca da chave que estava quente, usei ela para abrir a porta do quarto onde você estava.
Nos olhamos um pouco, estávamos sem as roupas, deitados na cama, e cheios de marcas, cobertos de sangue.
Até hoje não consigo entender...Será que foi um sonho?
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