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História A Ilusionista (Camilo Madrigal - Encanto) - Monotonia


Escrita por: MyMissAmora

Notas do Autor


Heey, olá a todos novamente! Como eu disse, estou escrevendo diversas fanfics sobre Encanto (é sério, vocês não fazem ideia de quantos oneshots eu tenho salvos aqui!), e aqui está uma espécie de Imagine do Camilo, eu diria. Eu ainda estou na dúvida se vou deixar a personagem apenas como "S/N" ou se vou dar um nome próprio para ela, pois sinto que seria interessante assim também. Podem me dar suas opiniões sobre isso, caso queiram! O que vocês preferem? Independente disso, ela possui uma origem já definida e pretendo representar muito o Brasil na personalidade dela também.

Dito tudo isto, espero que vocês gostem! Logo eu atualizo e coloco bem mais romance, já que estamos todos apaixonados pelo Camilo. Todos.

Capítulo 1 - Monotonia


Fanfic / Fanfiction A Ilusionista (Camilo Madrigal - Encanto) - Monotonia

Colômbia – 1951.


Os dias pareciam se arrastar vagarosamente enquanto todos na vila voltavam aos eixos, a casita Madrigal brilhava ainda mais do que o normal após sua reforma, o sol radiante abraçava a vila em um clima quente e aconchegante. Tudo estava novamente em paz e a família Madrigal possuía sua nova casa e, além disso, novos vínculos e possibilidades para explorar. Mas era um engano pensar que tudo estava resolvido apenas porque metade da família parecia mais feliz, pois faltavam diversas peças naquele quebra-cabeças que ainda não haviam sido exploradas e continuavam fora de seu devido lugar.

Havia, por exemplo, a insegurança que pairava sobre todos sempre que se lembravam da enorme rachadura que havia se formado na montanha que separava a vila de todos os perigos que poderiam alcançá-los. Alma tentava não demonstrar sua preocupação sobre isso, mas todos notavam o ar distante que dominava suas feições enrugadas, como se ela estivesse se afastando cada vez mais daquela realidade e voltando aos seus dias de dor quando perdeu seu amado marido, quando perdeu o seu lar e tudo o que tinha. Pepa, Julieta e Bruno tentavam consolar sua mãe enquanto relembravam diariamente as histórias que costumavam ouvir sobre seu pai, tentando convencer a matriarca da família de que estar aberto ao resto do mundo poderia ser uma coisa boa. 

Camilo observava de longe as tentativas de sua família para manter tudo em ordem e, vez ou outra, precisava ajudar Félix a acalmar os ânimos instáveis de Pepa, a qual era dominada por ataques incontroláveis de ansiedade todas as noites, ocasionando em fortes tempestades de granizo que duravam toda a madrugada. O garoto sabia como lidar com sua mãe e definitivamente não se incomodava em cuidar dela quando se sentia tão assustada com tudo, mas não podia negar que estava irresistivelmente curioso com as terras para as quais a vila se abriu, para os lugares onde poderiam chegar se apenas se atrevessem a atravessar a nova passagem entre aquelas rochas. Ele nunca havia saído dali e se questionava o quão diferentes as pessoas de fora podiam ser. Camilo já conhecia cada rosto e cada voz daqueles que habitavam sua vila melhor do que eles mesmos, sentia falta de novidades depois de tantos anos ali. Não havia mais perigo, afinal, a guerra já deveria ter acabado depois de tantas décadas.

—  Camilo! — a voz suave e naturalmente baixa de Dolores chamou sua atenção e o jovem fez uma careta ao sentir um baque forte contra seu braço, olhando confuso para a irmã mais velha e arqueando as sobrancelhas, questionando silenciosamente o que ela queria. Todos estavam reunidos na mesa durante o café da manhã, mas logo o rapaz notou o silêncio incomum que havia se instalado ali e olhou ao seu redor, notando que todos o encaravam. Ele não sabia há quanto tempo havia começado a se perder entre seus pensamentos. 

—  O que foi? —  Camilo perguntou ao olhar fixamente para o rosto sereno de sua abuela, encolhendo timidamente os ombros enquanto tentava se lembrar de qualquer travessura que pudesse ter aprontado nos últimos dias. E, bom, foram muitas. Mas nada que pudesse colocá-lo realmente em algum problema. 

Alma respirou fundo enquanto o observava em silêncio, parecia pensar sobre como iniciar aquele assunto. Os mais novos não sabiam exatamente o que estava acontecendo, mas os adultos pareciam apreensivos enquanto esperavam pela fala da matriarca, principalmente Pepa. A ruiva esfregava freneticamente as mãos uma na outra e seu olhar se desviava para diversos lugares diferentes enquanto ela respirava fundo, Félix alisava carinhosamente o pulso da mulher e parecia tentar mantê-la calma, mas todos notavam as nuvens nubladas que começavam a se formar sobre a casita.

—  Bom, como todos você já sabem, há uma passagem para nossa vila agora —  abuela Alma finalmente se pronunciou, mantendo a voz firme e calma como quase sempre, olhando para os rostos de seus netos enquanto parecia analisá-los com cuidado. —  Não sabemos como o mundo lá fora está agora e muito menos se é... seguro.

—  Eu ouço muitos barulhos vindo daquele lado, mas a maioria são sons de animais ou do vento batendo nas árvores —  Dolores comentou distraidamente, dando um sorrisinho em seguida. —  Mas às vezes eu consigo ouvir alguns passos e vozes mais distantes, elas se parecem apenas fragmentos confusos. 

—  Bom, a questão é que precisamos nos certificar de que não estamos em perigo sendo expostos dessa forma —  Alma concluiu por fim, se levantando vagarosamente e juntando as mãos trêmulas a frente do corpo. —  Eu e seus pais conversamos bem sobre isso e decidimos que é melhor averiguar a situação. Ou seja…

—  Eles querem mandar o papi, o Camilo e o tio Agustín lá para fora! —  Dolores interrompeu enquanto falava rapidamente, segurando o braço de seu irmão com força e o encarando fixamente. Camilo, por sua vez, arregalou os olhos e se afastou do rosto de sua irmã, forçando uma tosse ao desviar o olhar confuso para Alma, a qual suspirou e revirou os olhos.

—  Dolores, por favor —  a matriarca exclamou impaciente enquanto encarava a garota, mas logo fez questão de se recompor. —  Mas sim, é isso mesmo. Eu preciso que alguns de vocês saiam um pouco além da montanha e verifiquem se estamos seguros aqui. Eu me sinto mal em pedir isso, mas…

—  SÍ! —  Camilo berrou repentinamente ao dar um pulo de sua cadeira e todos os olhares se voltaram novamente para ele, a maioria confusos e surpresos, Dolores se encolheu ao seu lado e cobriu rapidamente os ouvidos com suas mãos, o observando levemente irritada pela dor que lhe havia invadido, mas Mirabel apenas riu baixinho junto de Isabela e Luísa. Camilo olhou lentamente ao redor antes que uma risada rouca escapasse por seus lábios e ele desse de ombros descontraído, voltando a olhar para a abuela e dando um sorrisinho travesso de canto. —  O quê? Eu quero saber o que tem lá também.

—  Eu quero ir junto! —  Dolores exclamou quase imediatamente, sorrindo e se levantando com mais calma junto do irmão, a voz sempre se mantendo em um tom seguro para seus próprios ouvidos. 

—  Eu também, eu também! —  Mirabel disse animadamente ao se levantar com uma mão erguida e um largo sorriso enfeitando seu rosto. —  Vai ser divertido poder conhecer um lugar novo!
—  Não, não, nem pensar —  Abuela exclamou enquanto balançava negativamente a cabeça, colocando a mão suavemente sobre o ombro de Mirabel e lhe oferecendo um sorriso contido. —  Precisamos de você aqui, hija. 

Maribel fez um biquinho triste com os lábios ao suspirar desapontada, mas concordou com um aceno de cabeça e respirou fundo, voltando a sorrir como antes e se sentando novamente, contendo para si mesma a vontade de explorar o que mais poderia haver por trás daqueles enormes montes que sempre a afastaram de tudo. Camilo a observou em silêncio por alguns segundos antes de soltar um risinho suave e ir até a frente de sua prima, se transformando subitamente na imagem perfeita de Mirabel e sorrindo.

—  Tudo bem, Mira, eu vou ir por você —  exclamou com a voz animada de Mirabel e deu uma batidinha em seus cachos definidos, segurando a barra de seu vestido azul e dando uma voltinha a frente da garota, a qual sorriu ainda mais antes de soltar uma risada alta. 

—  Eu conto com você então, Cami, mas acho bom me trazer algo de lá, nem que seja uma pedrinha! —  a verdadeira Mirabel brincou ao dar um soquinho fraco no braço de Camilo, sorrindo mais e suspirando tranquila. Ela sabia que logo também poderia ir, mas ainda se sentia frustrada por ter de ficar ali até eles voltarem.

—  Bom, então eu vou me preparar! —  Camilo afirmou ao voltar a sua própria aparência, ajeitando seu poncho distraidamente e se afastando da mesa, correndo até seu quarto com uma explosão animada de sentimentos se espalhando pelo seu corpo, a curiosidade e ansiedade cada vez maior enquanto tentava imaginar o que encontraria do outro lado. 

Com certeza seria divertido!

✧༺♥༻✧

—  Isso é muito chato! 

Camilo murmurou enquanto andava atrás de seu pai pela mata, afastando arbustos de seu corpo e batendo com força contra sua pele para afastar os mosquitos insistentes que pareciam querer devorá-lo ali mesmo. Já pareciam estar andando há literalmente horas, mas tudo o que viam ao redor eram centenas de árvores, folhas, flores e pedras. Depois de atravessar o rio em que seu avô havia perdido a própria vida para proteger sua família, tudo parecia deserto. E isso não parecia certo. Deveria haver uma vila ali, em algum lugar, afinal. Não podia estar tão longe, mas ainda não haviam visto qualquer sinal dela. 

Os pés de Camilo já estavam doendo depois de andar tanto e sua respiração havia se tornado ofegante, mas o pior de tudo era a decepção profunda que invadia sua mente quando pensava sobre o quanto quis conhecer tudo ali apenas para descobrir que não havia nada para ver. 
—  É estranho, parece que nós estamos andando em círculos —  Agustín comentou enquanto andava a frente do grupo com Félix, ambos discutindo sobre o caminho que deveriam seguir. 
 
Camilo suspirou cansado e olhou ao redor distraidamente, esperando encontrar qualquer coisa minimamente interessante em meio à todo aquele grande "nada". No entanto, seus olhos se arregalaram imediatamente e seu corpo se surpreendeu em um sobressalto brusco enquanto o garoto dava alguns passos assustados para trás, encarando os enormes olhos avermelhados que pareciam observá-lo por entre as enormes palmas-de-cera que cercavam o grupo, o que rapidamente chamou a atenção de sua irmã.

—  O que foi? —  Dolores perguntou curiosa ao se unir ao mais novo, parando ao seu lado e cobrindo a boca com as mãos antes que um grito pudesse escapar de seus lábios e estourar os seus próprios ouvidos bem ali. A garota deu passos hesitantes para trás, se questionando como poderia não ter ouvido nada até aquele momento. Ela saberia se algo como aquilo se aproximasse afinal, teria escutado seus passos de longe. —  Camilo, vamos mais rápido…

—  Se a gente for, isso vai seguir a gente até em casa... —  o garoto exclamou em um sussurro enquanto observava a irmã pelo canto do olho, suspirando e cerrando os punhos com força ao lado de seu corpo, as mãos suadas e trêmulas enquanto tentava pensar no que fazer sem atrair a atenção do que quer que fosse aquilo. Não havia nada sensato que se passasse pela sua cabeça e, assim, ele decidiu fazer a primeira coisa que havia em sua mente, por mais estúpida que fosse. 

Dolores arregalou os olhos e tentou segurar o braço de seu irmão, mas já era tarde demais.

Camilo havia corrido na direção daquela coisa, se transformando em um homem maior que vivia em sua vila, adquirindo sua altura elevada e os músculos fortes e grossos. O garoto berrou ao pular sobre aquela criatura, pronto para apertá-la até que ela sufocasse ou decidisse fugir, mas, ao invés disso, o garoto soltou um grunhido surpreso de dor e voltou a sua forma original ao sentir o impacto doloroso de seu corpo contra o chão empoeirado. 

Camilo tossiu algumas vezes com a terra em seu rosto e se sentou ainda mais confuso sobre o chão, olhando diretamente para Dolores em busca de respostas, mas a garota estava boquiaberta enquanto o encarava e parecia mais perdida do que ele próprio. O garoto olhou ao seu redor e notou que tudo parecia diferente de antes, as árvores eram mais espaçadas umas das outras e o caminho no chão seguia por uma direção completamente diferente, sem contar que a floresta parecia bem menos densa e escura após sua queda.

—  O que aconteceu? —  Félix questionou afobado ao se juntar com seus filhos completamente alheio à tudo aquilo, tentando entender o que havia acontecido. Agustín e Dolores olhavam freneticamente a sua volta em busca de alguma explicação para a mudança súbita, mas não parecia haver nada.

Camilo fechou os olhos com força e respirou fundo antes de olhar novamente para todas as direções, se concentrando em todas as sombras e silhuetas por perto até que seus olhos finalmente focassem sobre uma figura misteriosa que parecia se esconder atrás de uma das árvores, o que fez com que o Madrigal se levantasse em um pulo e mal pensasse antes de correr naquela direção, gritando que havia encontrado algo. Seus olhos se arregalaram, no entanto, quando a silhueta saiu correndo o mais rápido que podia e ele notou finalmente que se tratava de uma pessoa, aparentemente uma garota, sua capa em tons pastéis de rosa se arrastando com o vento enquanto ela se distanciava cada vez mais. Camilo semicerrou os olhos irritado e apressou seus passos enquanto passava por entre os troncos de árvores, mantendo o olhar fixo sobre ela e mudando sua forma diversas vezes para pessoas maiores e mais rápidas que conhecia, vez ou outra se tornando uma criança para conseguir passar por baixo de galhos que entravam em seu caminho. 

Ao chegar perto o suficiente da desconhecida, Camilo voltou novamente a sua forma e, sem sequer pensar duas vezes, se jogou sobre seu corpo, a segurando com força enquanto ambos caíram sobre o chão de terra, a garota soltando um grunhido surpreso de dor ao se chocar contra o solo e se virar bruscamente para Camilo, o encarando com os olhos atônitos e levemente arregalados no qual podia-se notar algumas lágrimas presas. Os cabelos da desconhecida haviam escapado do capuz de sua capa de algodão e grudado em suas bochechas de forma desorganizada.

Camilo segurava seus pulsos com força para prendê-la contra a terra, mas a surpresa dominou o seu rosto e seu corpo pareceu paralisar quando encarou a expressão chorosa da garota, observando atentamente seus traços delicados e ligeiramente diferentes do seu. O garoto respirava freneticamente enquanto a encarava confuso, os rostos mais próximos um do outro do que deveriam, um de seus cachos bagunçados caía sobre seu olho, mas ele mal notava aquilo enquanto toda sua atenção estava apenas sobre a jovem.

—  Quem é você? —  Camilo questionou finalmente após recuperar seu fôlego, apertando ainda mais a pele da garota enquanto seus olhos amendoados e profundos a observavam em busca de qualquer resposta.


Notas Finais


Olá de novo :3 espero que tenham gostado! Eu tenho muito mais para postar ainda porque estou simplesmente viciada em Encanto e nos seus personagens! Eu não consigo parar de ler as fanfics gringas há semanas e fico feliz por ver o fandom brasileiro crescendo também!


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