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História A irmã de Bella Swan - Os aliados


Escrita por: Destinixym

Notas do Autor


Oi, meus amores! Como estão? Espero que estejam bem e saudáveis, espero que todos de suas famílias também estejam. Eu estou ótima, porém com bastante medo disso tudo, mas fazer o que né. Enfim, aqui está mais um capítulo todinho para vocês. Muitas coisas acontecem neste capítulo e ele está bem grande novamente, mas deixei tudo de um jeito que dê para entender as passagens de tempo.

Enfim, obrigada a todos que estão comentando e favoritando. Estou muito feliz com tudo isso, vocês são uns amores. Enfim, chega de enrolação e vamos para o capítulo.

Espero que gostem!
Boa Leitura!

✔️Capítulo reescrito

Capítulo 45 - Os aliados


Fanfic / Fanfiction A irmã de Bella Swan - Os aliados

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P.O.V. Sunny Swan

Casa dos Cullen

Noite de quinta-feira

14 de dezembro de 2006

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Todos ficamos parados por alguns longos minutos naquela sala, totalmente sem ação. Eu ainda estava tentando me recuperar da visão e das sensações que ela me trouxe, quando Bree faz a pergunta que eu também queria saber, o que era uma criança imortal e por que Irina nos denunciou por isso. A voz de Bree parece trazer todos de volta para o mundo real, fazendo com que Carlisle comece a falar. 

— Basicamente, as crianças imortais eram crianças que foram transformadas. O grande problema é que, não importa o quanto tentem educá-las e contê-las, elas nunca podem ser ensinadas e nem contidas. Diferente de nós, que somos mais velhos e podemos aprender novas coisas, o fato de serem crianças faz com que suas mentalidades não evoluam com tempo. Essas crianças permanecem crianças tanto em sua aparência, quanto em sua mentalidade, seu comportamento, seus humores. Elas faziam birras e diversos atos infantis e impulsivos. — Ele faz uma pausa, olhando para mim, Bree, Jake e Isabella, antes de voltar a falar. — Como todos os vampiros, essas crianças eram simplesmente encantadoras e conquistavam fácil as pessoas. Todos que ficavam perto delas, se encantavam imediatamente pela beleza que elas possuíam. Mas como eu disse, elas eram crianças que não podiam ser ensinar e controladas, não importa o quanto tentassem, elas nunca iriam aprender a agirem como um vampiro adulto. Por isso, um único desentendimento que as deixassem com raiva ou, então, ficassem com sede, e um vilarejo inteiro era destruído. Famílias inteiras de humanos eram dizimadas. 

— Meu Deus, isso é terrível! — Bree exclama, em choque. 

— Sim, é horrível! E era muito perigoso para nós. Os humanos de outros locais começaram a ouvir sobre essas devastações de vilarejos, os milhares de mortes que estavam acontecendo com bastante frequência. Por causa disso, os Volturi foram forçados a intervir para não descobrirem nosso segredo. Como essas crianças não podiam proteger nosso segredo, elas deveriam ser destruídas. O problema é que seus criadores sempre ficavam muito ligados a elas, por isso clãs inteiros foram dizimados e separados. Amigos e famílias foram destruídas por causa disso.

Enquanto Carlisle falava, começam a surgir diversos flashes em minha mente. As visões eram mais rápidas do que o normal, mas eu conseguia entender o que estavam me mostrando. Havia uma vila bem antiga com inúmeros corpos de humanos mortos no chão. Além disso, havia uma pequena criança de uns dois ou três anos, com cabelos loiros e lisos, olhos incrivelmente vermelhos e a boca completamente suja de sangue. Consigo notar a presença dos Volturi. Eles estavam parados na frente de uma grande fogueira e, ao lado deles, haviam três mulheres loiras. As Denali. Elas estavam sendo seguradas e obrigadas a presenciar o que iria acontecer. Outra mulher chega sendo arrastada por Demetri e Felix. Ela gritava, implorando para soltarem o filho, porém os Volturi não se importam com isso. Felix arranca rapidamente a cabeça dela, matando-a e fazendo as três Denali gritarem de desesperos. Em seguida, a cabeça da mãe das Denali é jogada na fogueira. Com isso, Jane, que estava segurando o bebê fofo em seus braços, dá um sorriso psicótico e joga o bebê na fogueira, matando-o.

Essa tamanha crueldade me faz dar um enorme pulo da poltrona, me levantando rapidamente. Ela jogou o bebê em uma fogueira sem um pingo de remorso. Isso era demais pra mim. Balançando minha cabeça, ainda um tanto ofegante, começo a ter minha visão voltar a focar no ambiente que eu estava. Levanto meu olhar até Carlisle:

— A mãe das Denali… ela estava criando uma criança imortal. Certo? — Pergunto apenas para confirmar o que eu suspeitava.

— Exatamente! — Carlisle confirma e me lança um leve sorriso de lado por saber que meus poderes estão sempre em ação. — E infelizmente, ela pagou o preço por isso.

— Por isso Irina ficou tão nervosa com isso. A mãe foi morta por quebrar a lei com uma criança imortal. — Bree fala enquanto raciocinava. — Mas, isso não é justificativa pra ela nos denunciar. Digo, ela poderia ter vindo conversar. Até discutir e gritar conosco, mas pelo menos nos escutar e entender nosso lado. Não nos denunciar por algo que ela acha que fizemos. Ainda mais porque os Denali nos consideram da família.

— Concordo com você, filha. Mas, infelizmente, Irina não pensa assim. Irina é bastante impulsiva e desconfiada, e depois do que houve com a mãe dela… digamos que ela se importa muito com as leis do nosso mundo. — Carlisle explica enquanto fazia carinho na cabeça de Bree.

— Irina é uma boa pessoa, apenas se importa demais com as nossas leis. — Esme a defende. — O trauma de perder a mãe por causa de uma criança imortal a tornou uma pessoa dura com a lei contra crianças imortais. Mesmo se ela tivesse vindo conversar, não sei se ela acreditaria em nós. Talvez, ainda assim, o trauma a deixasse cega.

— Mas Renesmee não se parece com aquelas crianças. Ela nasceu, não foi mordida. Ela cresce a cada dia. Aquelas crianças não tinham controle nenhum, mas Renesmee tem. — Bella fala bastante nervosa.

— Eu sei, Bella! Todos sabemos, mas Irina não. — Carlisle tenta acalmá-la, mas acho que nada adiantaria. — E com certeza nem os Volturi.

— Porque ela não nos deu o benefício da dúvida. — Edward rosnou, frustrado.

— Será que não tem como explicar isso aos Volturi? Explicar que ela não é imortal, que ela foi concebida. — Jacob pergunta atordoado, sua voz tremia levemente.

— Não. Eles têm as provas que precisam nos pensamentos de Irina. Além disso, suspeito que Aro estava apenas esperando um mísero motivo, por menor que seja, para entrar em uma guerra conosco. Na visão dele, desrespeitamos as regras e abalamos sua liderança. Eles não vão deixar passar uma terceira vez.

— Então lutaremos. Temos que lutar para proteger a Renesmee. — Jacob fala decidido.

— Concordo com Jacob. Precisamos fazer algo e sabemos que eles não vão nos escutar. Então lutamos. — Emmett apoia rapidamente a iniciativa de Jake.

— Não podemos vencer. Será que não veem isso? — Jasper grunhiu extremamente irritado. — Eles possuem armas incrivelmente fortes. Letais — diz Jasper abraçando Alice de lado.

— Mas também não podemos fugir, Jasper. Com Demetri por perto, eles acham cada um de nós em segundos. — Rosalie defende Emmett e a alternativa de lutar. — Por outro lado, em uma luta contra eles não tem muito o que possamos fazer.

— Qual deles… qual deles é o mais perigoso? Quem é a maior arma deles? — Pergunto em um sussurro, temendo já saber a resposta.

— Os gêmeos. — Edward é quem responde. — Alec e Jane são as armas mais poderosas de ataque. Ninguém resiste à terrível e torturante dor que Jane induz. E com Alec é ainda pior. Privação sensorial é o poder dele. Ele consegue tirar totalmente seus sentidos e você não sente absolutamente nada. Você fica absolutamente no escuro e... nem sente quanto é morto. — Edward explica. — Eles dois são como eu e Aro. O ponto positivo de Jane para nós é que, como Aro, ela só pode usar o poder dela em uma pessoa por vez, já Alec…

— … É como você. — Digo após entender seu ponto e me lembrar da nossa ida até Volterra, onde Alec tentou usar seu poder em nós duas, eu e Bella.

— Exatamente! Eles podem simplesmente nos deixar cegos e surdos para nos matarem sem nem percebermos.

— Então precisamos convencê-los. Não temos outra escolha. Temos que convencê-lo de que Renesmee não é imortal. — Escuto Bella falando logo atrás de mim. Ela estava em pânico.

— Não, Bella! Eles com toda certeza não estão vindo para conversar. — Começo a falar, me lembrando de cada cena que vi na minha visão. — Eu vi! Como Carlisle disse, eles querem apenas um mísero motivo para acabar conosco. — Abaixo a cabeça.

Com isso, um silêncio sepulcral se instala na sala durante um longo tempo. O clima estava pesado, todos pareciam derrotados e pensando se realmente nada resolveria aquilo. Edward foi o primeiro a abrir a boca para falar alguma coisa e quebrar aquele silêncio:

— Realmente não vão nos escutar. Mas e se outros também estiverem do nosso lado para convencê-los? Carlisle, você tem amigos ao redor do mundo inteiro. Será que não pode falar com eles?

— Meu filho, eu não pedirei para lutarem por nós. Nenhum deles quer uma luta contra os Volturi.

— Não é lutar, mas testemunhar. Se muitas pessoas souberem a verdade, então os Volturi vão precisar nos escutar. Eles não podem ignorar as testemunhas.

— Talvez! Querido, acho que podemos pedir isso aos nossos amigos. — Esme fala docemente para Carlisle, enquanto segurava sua mão. — Pela nossa família.

— Certo! Sim, eles vão nos ajudar. Pelo menos podemos tentar.

— Mas eles terão que ser apresentados aos fatos com calma. Principalmente os Denali. Temos que ir atrás do clã egípcio de Amun também, o clã irlandês de Siobhan. — Alice começa a falar com o olhar longe. — Consigo ver… alguns nômades. Garrett e Mary.

— Peter e Charlotte? — Jasper pergunta, mas permaneço sem saber quem são aquelas pessoas.

— Pode ser. Acho que sim! — Ela olha para Jasper com um pequeno sorriso de canto, deixando-o mais calmo. Devem ser pessoas importantes para ele.

— Vejo Alistair, mas não está muito claro. Ele com certeza não quer se envolver, mas não vejo o que pode fazê-lo mudar de ideia.

— E quanto as Amazonas? — Edward pergunta enquanto lia a mente de Alice, que estava concentrada tentando ver o destino das Amazonas.

— Eu não sei! Está… incerto. — Alice responde, logo saindo de seu torpor — Precisamos nos dividir para alcançarmos todos eles a tempo.

— Alice… o que…?

— Não sei, Edward! Eu preciso… ver com mais clareza. Depois nos falamos. Venha, Jasper! — Alice pega a mão de Jasper e sai andando rapidamente para fora da casa.

— O que foi isso? — Pergunto nervosa e confusa com Alice.

— Eu não sei! Não entendi suas visões. Tem mais coisa nisso tudo, mas ela não conseguiu ver.

— Bem, podem também contar com os lobos. Sam nunca deixaria um batalhão de vampiros pisar em Forks e não fazer nada. — Jacob fala determinado, enquanto fazia carinho em Renesmee, que olhava tudo um pouco confusa. Nesse momento, Bella olha para Jacob com um olhar de socorro, transferindo-o para Renesmee, fazendo com que Jacob logo entenda seu pedido silencioso. — Venha, Nessie! Você disse mais cedo que queria me mostrar uma coisa. Vamos! — Ele pega sua mãozinha e a leva para fora da sala.

Assim que ele saiu com ela. Todos ficamos em um torpor. Cada um perdido em seus pensamentos. Definitivamente estávamos ferrados.

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Manhã de sexta-feira

15 de dezembro de 2006

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Após passarmos algum tempo em um estado de transe, só saímos desse estado muito tempo depois, com Jacob entrando na sala carregando uma Renesmee adormecida. Bella a pegou no colo e isso fez com que todos saíssem de seus pensamentos e começassem a decidir o que cada um iria fazer.

Carlisle ligou para os Denali, dizendo apenas que precisávamos urgentemente de ajuda e perguntando se eles poderiam vir até aqui para conversarmos. Em seguida, começamos a decidir para onde cada um iria. Carlisle e Esme acharam melhor eles irem atrás do clã egípcio, pelo que falaram o líder não é a pessoa mais fácil de se lidar, e do clã irlandês. Rosalie e Emmett iriam atrás de alguns nômades americanos que eles conheciam, e Bree insistiu para ir junto. Esme não queria arriscar, mas Bree insistiu tanto que deram um voto de confiança nela com Rose e Emmett. Quanto a Bella, Edward e eu, iríamos ficar em casa com Renesmee à espera dos Denali e dos vampiros que eles iriam mandar. Porém, decidi ir com Esme e Carlisle, apenas para não ficar sozinha nessa casa com Edward e Isabella.

Assim que decidimos tudo, casa um foi para um canto arrumar suas coisas para sairmos. Entretanto, ao amanhecer, sentimos um cheiro diferente no ar. Cheiro de lobo. Sam. O que ele está fazendo aqui? Rapidamente saímos de casa:

— Oi, Sam! — Cumprimento ele com um aceno de mão enquanto o homem dava um leve sorriso em minha direção.

— Sam! Que bom vê-lo? O que lhe traz aqui? Está tudo bem?

— Carlisle! — Ele cumprimenta o homem. — Sim, está tudo bem. Na verdade, tenho uma coisa para vocês. — Ele tira do bolso um papel dobrado e entrega para Carlisle, que rapidamente começa a ler a carta. — Pouco depois da meia-noite, Alice e Jasper foram até a divisa e pediram permissão para cruzarem a fronteira, para atravessar nosso território até o oceano. Eles me pediram para entregar isso a vocês. Disse ser extremamente importante.

— O que diz, querido? — Pergunta Esme, aflita.

— Eles… nos deixaram.

— O quê? Por quê? Pra onde foram? — Rosalie pergunta, gritando revoltada.

— Não disseram! Aqui diz para não procurarmos por eles, pois eles estão bem. Disse para procurarmos Tanya, Siobhan, Amun, Alistair, Garrett e todos os outros nômades que conhecemos. Disse que vão encontrar Peter e Charlotte, e lamentam ter ido embora dessa forma. Falaram que temos pouco tempo. Temos até a neve se prender ao chão, é quando eles chegarão.

— O que Alice está pensando? O que ela acha que acontecerá com eles nos abandonando assim? — Rosalie resmungava extremamente irritada.

— Rose, ela deve ter tido um motivo. Sabe disso. Não podemos pensar sobre isso agora. Precisamos agir depressa. Ouviram o que Alice disse na carta. Temos pouco tempo. — Carlisle fala enquanto tentava deixar todos mais calmos. — Obrigada por nos entregar isso, Sam!

— Sem problemas! Há algo acontecendo que devemos saber? Devemos ajudar?

— Não queremos meter vocês nisso. Estamos jurados de morte, então pode ser que aja um massacre na nossa família. Melhor não se meterem nisso. — Carlisle tenta afastar os lobos dessa situação, porém Sam e Jacob pareciam pensar em outra coisa.

— Se vocês estão jurados de morte, Renesmee também está e ela faz parte da nossa família por causa de Jacob. Ele não vai deixá-la e nós não vamos deixá-los. — Sam fala decidido. — Jacob vai nos explicar tudo. Mas contem com a nossa ajuda.

— Bem… não posso te impedir de fazer o que bem quiser. Sinto muito por fazer vocês se colocarem em risco por nós novamente, mas obrigado. — Carlisle agradece calmamente enquanto olhava a carta de Alice. — Bem, temos muito o que fazer. Então vamos, pessoal!

É, eu espero que Alice saiba o que está fazendo. Do contrário, talvez todos morram.

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Egito

Manhã de Sábado

16 de dezembro de 2006

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Observo tudo ao redor. Isso é lindo! As cores, as pessoas, as casas. Tudo aqui é tão bonito que tenho vontade de ficar aqui durante bastante tempo. Já faz um dia que saímos de Forks. Nossa primeira parada foi até a Irlanda, onde conseguimos conversar e explicar a situação para o clã irlandês, composto por sua líder Siobhan, seu companheiro Liam e sua filha adotiva Maggie. Ao contrário do que achei que seria, os irlandeses rapidamente acreditaram em nós e concordaram em serem nossas testemunhas. Não foi preciso de muito para fazê-los acreditar, já que Maggie possui o dom de detectar mentiras, fazendo Siobhan e Liam sempre confiarem em seu julgamento. Por isso, rapidamente os convencemos e rapidamente saímos de lá, vindo em direção ao Egito. Saímos durante a madrugada e fizemos uma viagem de nove horas até o Egito para falarmos com o clã egípcio. Porém, de acordo com Carlisle, o líder Amun será bastante difícil de ser convencido. Mas aqui estamos nós.

Chegamos aqui no Egito umas dez da manhã, cerca de uma hora atrás e, apesar de ser inverno, aqui ainda faz um calor considerável com bastante vento, mas é um clima agradável. Entretanto, o sol está aparecendo e, por isso, devemos andar com roupas que cubram todo o nosso corpo. Estar com uma calça e uma blusa preta, botas pretas, um sobretudo preto, luvas e um chapéu preto aqui no Egito, realmente chama bastante atenção. Mas, era isso ou revelar o segredo para um país inteiro, considerando que não tenho nenhuma roupa típica daqui.

— Que prazer em revê-los! — Saio dos meus pensamentos com um homem cumprimentando Carlisle e Esme, e em seguida se virando para mim. — E quem é essa bela garota? Uma nova filha?

— É um prazer em revê-lo, Amun! Obrigado por nos receber aqui. Deixe-me apresentá-lo a Sunny Swan, o mais novo membro de nossa família. Cunhada do meu filho Edward. — Diz Carlisle, me apresentando ao homem chamado Amun.

— É um prazer, Sunny! Sou Amun e essa é minha esposa, Kebi. 

— Prazer! — Aperto a mão que havia sido estendida para mim.

— Bem, venham! — Após os cumprimentos, Amun nos guia para dentro de sua casa, me fazendo tirar o chapéu e as luvas enquanto seguia atrás de Carlisle e Esme. — Mas digam, o que os trazem aqui? Disse pelo telefone que era um assunto urgente, Carlisle.

— Não mentiremos! Adoraria dizer que viemos visitar, mas, na verdade, viemos pedir ajuda. — Diz Esme com sua calma habitual.

— O que precisarem. Claro, se estiver ao meu alcance. O que houve?

— É uma história um tanto quanto longa. Mas, para resumir, meu filho Edward se apaixonou por uma humana e recentemente eles se casaram. Mas... uma coisa totalmente inusitada aconteceu. Minha nora, ainda humana, ficou grávida. — Assim que Carlisle fala isso, Amun e Kebi, que andavam mais a frente, travaram no lugar. — A criança nasceu e é metade imortal e metade mortal. O grande problema é que houve um mal-entendido e agora estamos sentenciados a morte pelos Volturi por acharem que minha neta é uma criança imortal. Por isso venho aqui lhe pedir o favor de nos ajudar, testemunhando ao nosso favor para os Volturi. — Carlisle explica rapidamente tudo o que houve por alto.

— Mas… o quê? I-isso não é possível! Sabe disso, isso não existe. — Amun possuía uma feição de assombro e descrença. — E ir contra os Volturi? Não, Carlisle. Sinto muito, mas definitivamente não. Eu não vou me meter em uma guerra contra os Volturi. Sabe o que houve com meu clã quando foram contra aos Volturi. Todos dizimados por não se curvarem a suas leis. Nossos membros e nossos servos. Sobrevivi muito e me dobrei demais aos Volturi, para agora aceitar ir contra eles em uma guerra. — Espera aí, ele disse “servos”? Meu Deus!

— Não é uma guerra, Amun. Queremos apenas ter testemunhas o suficiente que saibam a verdade e possam nos ajudar. Não pedimos para lutar, apenas testemunhar a favor da minha família e impedir o extermínio dela. — Carlisle implora ao dito amigo. Amigo uma ova.

Carlisle continua tentando convencer Amun a nos ajudar, porém, o egípcio continua nos negando ajuda. Ele me parece está super decidido sobre isso. Quando Carlisle disse que seria difícil, ele não estava mentindo. Este homem parecia aterrorizado com a ideia de ir contra os Volturi, permanecia falando sobre seu antigo clã exterminado por irem contra as leis. Mas não iríamos desistir tão facilmente. Fomos andando atrás dos dois egípcios pelo pátio da casa grande casa:

— Amun, por favor! Não pediria se tivéssemos escolha. Não queremos lutar, apenas os mostrar a verdade.

— Sinto muito, Carlisle! Mas minha resposta é não.

— Amun, por favor! — Esme implora. — Entendo que possui medo do que os Volturi irão fazer com você e Kebi, mas minha família não fez nada de errado. Eles terão que nos escutar. Por isso precisamos de vocês. Faríamos o mesmo se precisassem.

— Esme, não! Sinto muito pela sua família, mas não posso ajudar. Estão sendo acusados de um crime grave e, sinceramente, Aro não entraria nessa história se não tivesse certeza de seus crimes. Não quero me envolver nisso. Sinto muito! — Ele continuava irredutível.

— Esquece, gente! — Falo após não aguentar mais ficar calada. — Ele não vai nos ajudar. É covarde demais para isso e, além disso, ele não confia em nós. Melhor rever quem você chama de amigo, Carlisle. Esse aí não é seu amigo.

— Sunny… — Esme coloca a mão em meu ombro, tentando me acalmar e me controlar.

— Acredito que vocês precisam ir embora agora. — Amun se pronuncia com uma voz irritada.

— Pela primeira vez estamos concordando em algo. — Porém, assim que fala isso, noto a água da pequena fonte do pátio se levantando e formando uma espécie de parede de água na porta para impedir nossa passagem.

— Sunny, pare, por favor! — Escuto Carlisle pedindo enquanto olhava a água.

— Ahm… não sou eu que está fazendo isso. Bem que eu queria.

— Eu gostaria muito de escutar a respeito do que estão falando. — Escuto uma voz diferente no local. Levo meus olhos a um jovem vampiro moreno de olhos vermelhos que mantinha as mãos erguidas em direção à parede de água. — Nunca conheci nenhum dos amigos de Amun. Ele gosta de me manter escondido.

— Não imagino o por quê. — Diz Carlisle calmamente, porém divertida. Ele estava orgulhoso de ter conseguido atenção de alguém daquele clã.

O homem, mais do que depressa, faz a água abaixar e voltar para dentro da fonte, fazendo um pouco de água ir para o chão, molhando-o e formando uma poça em nossos pés. Mas nem me importava com aquilo. O que me interessava de verdade era esse vampiro. Ele tem os mesmos poderes que eu e é incrível o que ele pode fazer, mesmo tendo visto apenas uma parede de água:

— Sou Carlisle. Essa é minha esposa, Esme, e o novo membro do nosso clã, Sunny.

— É um prazer em conhecê-los! Sou Benjamin e essa é minha companheira, Tia. — Ele diz apertando nossas mãos com animação. Realmente parecia ser a primeira vez que via algum vampiro conhecido de Amun. — Então, podemos conversar? Gostaria de ouvir a respeito do que os trouxe até aqui.

— Benjamin, não! — Amun o repreende, porém, ele ignora o mais velho.

— Venham! Ignorem ele, Amun gosta de ficar ralhando o dia inteiro. — Ele diz divertidamente e vai andando na nossa frente junto de Tia, nos guiando para dentro da casa. Eu nem espero falarem alguma coisa para começar a segui-lo. Pelo menos alguém aqui quer nos ajudar.

— Com licença! — Escuto a voz de Carlisle atrás de mim, provavelmente falando com Amun.

Segui Benjamin até uma enorme sala e me sentei em um sofá assim que ele oferece. Logo Carlisle, Esme, Amun e Kebi entram na sala e, pela cara de Amun, ele não estava nada feliz com o andamento disso tudo. Já Kebi se mantinha séria ao lado dele. Ela parecia segui-lo cegamente, concordando com todas as suas atitudes. Quanta devoção:

— Podem começar, por favor! — Benjamin pede enquanto oferecia lugares para Carlisle e Esme se sentarem.

— Pois bem! — Carlisle sorri agradecido enquanto se sentava, ignorando o olhar repreensivo de Amun. — Como expliquei para Amun, minha família está sentenciada a morte por causa de um mal-entendido. Ano passado, meu filho Edward conheceu e se apaixonou por uma humana que havia chegado em nossa cidade. Sunny é a irmã gêmea dessa humana. Elas descobriram nosso segredo e foram introduzidas em nossas vidas... — Dou uma risada, me lembrando de tudo, e interrompo Carlisle.

— Eu descobri o segredo. Só pra deixar claro. — Digo divertidamente, com um sorriso orgulhoso no rosto, e olho Carlisle que me olhava divertido. — Pode continuar!

— Pois bem! Como eu dizia, Sunny descobriu nosso segredo e logo as duas foram introduzidas em nosso mundo. Muitas coisas aconteceram, mas Edward se casou com a irmã de Sunny, Bella. Acontece que ela ficou grávida durante a lua de mel, grávida do meu filho. Não sabíamos que era possível. O bebê nasceu após poucas semanas. Renesmee é metade mortal e metade imortal. Acontece que quando ela nasceu, minha nora morreu e meu filho teve que transformá-la. Tudo deu certo, mas ainda estamos tentando entender como as coisas funcionam com a minha neta. Ela cresce a cada dia. Ela nasceu há três meses e já tem a aparência de uma criança de quatro anos. É impressionante!

— Mas… nossa! Nunca ouvi falar sobre isso em toda minha existência. — Diz Benjamin impressionado. — Continue, por favor! — Ele pede, se inclinando e colocando o braço apoiado no joelho e a cabeça apoiada na mão.

— Somos amigos do clã Denali, residentes do Alasca, e eles são como nossos primos. — Esme é quem continua a explicação. — Um membro do clã tinha um relacionamento com um vampiro que queria matar minha nora, esse vampiro foi morto por lobisomens. Os lobisomens quileutes que residem na reserva local e protegem a cidade. Eles são nossos aliados e amigos, e um deles é melhor amigo da minha nora e de Sunny.

— Meu ex namorado.

— Lobos? Faça-me o favor, Carlisle! — Escuto Amun resmungando no canto da sala, porém todos o ignoram.

— Exato! No casamento do meu filho, um dos garotos estava lá, um dos lobos, e nossa parente, que tinha um relacionamento com o vampiro morto pelos lobos, ficou irritada. Há poucos dias, a família dela a convenceu de ir até nossa casa para pedir desculpas pelo modo que agiu no casamento, só que minha nora estava com Sunny, com o melhor amigo delas que é lobo e com minha neta na montanha. Minha neta estava brincando de pegar flocos de neve e Irina viu o momento em que... o que houve, Sunny? — Esme me pergunta.

— Nessie conseguiu pular bem alto para pegar flocos de neve, mais alto do que qualquer ser humano normal conseguiria. Aquela vaca da Irina viu e, ao invés de ir perguntar o que estava acontecendo, tomou conclusões precipitadas e foi atrás dos Volturi. Aquela… Irina nos denunciou, dizendo que estamos criando uma criança imortal, o que é crime, e é uma completa mentira. Acontece que agora estamos condenados a morte porque ela não nos deixou explicar. — Ao terminar de falar percebo estar quase gritando e minhas mãos estavam começando a soltar faíscas. — Perdão pelo palavreado.

— Está tudo bem! Bom... Se sua neta realmente for metade humana e metade imortal, então não tem crime algum. Claro que nunca vi isso na minha existência, mas tecnicamente ela não é imortal. Não acredito que vocês viriam pedir ajuda se tivessem cometido um crime. Ela não merece morrer e nem vocês. Vamos ajudar! — Diz Benjamin rapidamente e com uma convicção invejável.

— O quê? Não! Benjamin, não é você quem toma as decisões aqui. — Diz Amun, revoltado com o fato de Benjamin estar contrariando suas ordens.

— Amun, eles são seus amigos e precisam de ajuda. Não é você quem fala que quando um amigo precisa de ajuda, devemos estender a mão e ajudar? Carlisle e a família dele estão precisando de nossa ajuda para reverter esse erro terrível. Vai deixar seus amigos serem mortos sem nem ao menos tentar ajudar?

— O que estamos pedindo é apenas que testemunhem ao nosso favor. — Digo calmamente para Benjamin, ignorando a existência do líder do clã. — Não queremos guerra, muito menos entrar em uma guerra contra os Volturi. Mas estamos sentenciados a morte por falta de informações, por mentiras, por um mal-entendido. Só precisamos que testemunhem ao nosso favor. Quando mais pessoas sabendo a verdade, melhor será para nós. Apesar que eu não me importaria de arrancar a cabeça daquelas estátuas de mármore que estão caindo aos pedaços e estão cheias de teias. — Resmungo o final, dando os ombros.

— Por mim, já estamos nessa! — Diz Benjamin se controlando para não rir.

— Benjamin, eu lhe proíbo!

— Amun, dessa vez eu não irei lhe dar ouvidos. Se não quiser ir, não vá. Mas eu e Tia iremos. — O jovem vampiro fala convicto de sua decisão, fazendo sua companheira dar um sorriso orgulhoso e olhar para nós, balançando a cabeça em concordância.

— Aonde foi que errei na sua criação? — Amun se questiona, irritado, porém convicto de sua decisão de não participar. O vampiro mais velho dá as costas e sai da sala, sendo seguido por Kebi.

— Obrigado, Benjamin e Tia, por concordarem em nos ajudar. — Carlisle agradece com um sorriso calmo, apertando a mão dos dois vampiros egípcios na sala. Em seguida, ele se levanta com Esme. — Será difícil convencê-lo, mas vamos continuar tentando. — Dizendo isso, os dois saem da sala, me deixando sozinha com Benjamin e Tia. Rapidamente me viro para Benjamin com animação.

— Então, Benjamin, me conte mais sobre seus poderes.

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Casa dos Cullen

Tarde de terça-feira

19 de dezembro de 2006

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Realmente foi uma tarefa dificílima convencer todos do clã egípcio a nos ajudar. Convencer Benjamin e Tia foi rápido e fácil, mas convencer Amun e Kebi foi demorado. Ficamos lá até ontem, que foi quando Carlisle conseguiu convencer Amun a pelo menos vir até Forks para comprovar o que estávamos contando. De qualquer forma, eu, Benjamin e Tia passamos horas e horas conversando sobre nossos poderes e ele até começou a me ajudar a como controlá-los. Desde então, venho treinando com Benjamin e está sendo de grande ajuda, já que temos o mesmo poder de controlar os elementos.

Após as coisas deles estarem arrumadas, nos despedimos de Carlisle e Esme, que iriam atrás de mais uma pessoa, e partimos de avião para Seattle. Tentei convencer Carlisle e Esme a me deixarem ir com eles, mas não consegui. De acordo com eles, esse vampiro era um nômade que não confiava em desconhecidos e era alguém que não gostava de pessoas. Por isso, eles acharam melhor irem sozinhos. Apenas concordei e voltei para Forks com o clã egípcio. Eles eram vampiros controlados e não se importaram de ficar praticamente dezessete horas em um avião com humanos. Assim que chegamos no aeroporto de Seattle há poucas horas, Edward e Jake já estavam lá para nos pegar. Enquanto os egípcios foram com Edward, eu novamente subi na moto de Jacob.

 O clã Denali já estava na casa dos Cullen, juntamente com o clã irlandês e dois nômades, que descobri serem Peter e Charlotte, que foram mandados por Alice e Jasper. Conversei com eles e tentei descobrir se eles sabiam para onde Jasper e Alice haviam ido, mas eles também não sabiam.

Além disso, Edward e Bella conseguiram convencer a todos, que estavam ali antes de nossa chegada, a testemunharem ao nosso favor. Logo, cada um do clã egípcio foi convencido sobre o que era Renesmee e que estávamos falando a verdade, mas mesmo assim, Amun ainda continuava não muito contente em nos ajudar. Isso já está me deixando irritada. Custa muito apenas ajudar a não sermos mortos? Sei que ele não quer uma guerra com os Volturi, até porque ninguém quer, e sei que coisas ruins aconteceram com o clã dele por irem contra os Volturi, mas não custa muito colocar ao menos um sorriso na cara ou então parar de ser um puta pau no cu:

— Titia Sunny também pode fazer isso. — Sou tirada de meus pensamentos pela voz suave de Renesmee. Levo meu olhar para a pequena que estava com Benjamin vendo as demonstrações dos poderes dele. — Ela pode fazer muitas coisas.

— Oh, eu sei disso! Eu e sua tia ficamos conversando durante horas sobre nossos poderes e eu ajudei ela com alguns truques legais. Ela é uma mulher muito poderosa, Renesmee.

— A mais poderosa de todas. — Nessie sorri orgulhosa. — Vovô diz muito isso. Também diz que ela é a vampira mais rara e especial que ele já viu na vida.

— Rara e especial é? — Ele me olha curioso, enquanto faço sinal de que explicaria depois. — Vai me contar tudo mais tarde.

Dizendo isso, ele volta a demonstrar os poderes dele para Nessie, porém isso logo é interrompido por barulhos na mata. Barulho de pessoas correndo. Outros vampiros. Provavelmente mais algumas testemunhas que os Cullen conseguiram arrumar. Logo vejo duas mulheres altas e muito lindas pararam em nossa frente. Ambas possuíam olhos vermelhos, tinham a pele negra, os cabelos incrivelmente pretos, sendo de uma delas extremamente liso e o da outra cacheado. Além disso, elas usavam roupas indígenas:

— Quem são elas? — Escuto a voz de Isabella perguntado para Edward.

— Essas são Senna e Zafrina, do clã da Amazônia. Foram mandadas por Alice e Jasper. — Diz Edward, provavelmente lendo a mente delas.

— Exatamente! — A mais alta se pronuncia. Zafrina. — Alice disse que vocês precisam de nossa ajuda aqui, enquanto ela e Jasper precisam da ajuda de Kachiri.

— Ela não nos explicou nada além disso. Apenas que a família estava com alguns problemas e nossa ajuda seria útil. — Disse a mais baixa, Senna. — Confiamos em Alice.

— Obrigado por virem! — Edward agradece enquanto pegava a mão de Renesmee, junto de Isabella, e se aproximava das Amazonas.

Com um grande sorriso animado, vou andando até elas junto de Jacob, indo logo atrás de Isabella, Edward e Nessie. Mais duas seriam convencidas a testemunharem ao nosso favor. Nosso número, aos poucos, estava aumentando e isso é maravilhoso. Mas, sei que o número dos Volturi também está aumentando. Vi naquela visão o quanto de vampiros eles tinham ao lado deles e isso é o que eu mais temo. Se realmente houver uma guerra, não seremos capazes de derrotá-los.

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Quinta-feira

21 de dezembro de 2006

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Passo os olhos pela grande sala dos Cullen. Havia muitos vampiros naquela sala, bem mais do que eu já havia visto. É um bom sinal, mas, ao mesmo tempo, um tanto quanto ruim, considerando que todos eles se alimentam de sangue humano, com exceção dos Denali. Ter dois humanos — mesmo sendo um lobo e uma híbrida — nesta casa junto de vários vampiros não é uma coisa tão boa assim. Mas, todos concordaram não caçar nas redondezas, mantendo uma boa distância de Forks e La Push, caçando apenas fora do estado. Após a minha chegada com o clã egípcio e a chegada das amazonas, três outros vampiros chegaram. O primeiro a chegar foi um nômade americano chamado Garrett na noite do mesmo dia em que voltamos para Forks, e outros dois nômades americanos chamados Mary e Randall no dia 20 — ou seja, ontem —. Os três foram mandados por Rose, Bree e Emmett.

Até o atual momento, temos 18 vampiros aliados. O clã irlandês se mantinham o mais afastados possível de Renesmee e Jacob, pelo que sei o autocontrole deles é bom, porém eles não estão muito acostumados em viver próximos de seres humanos. O mesmo tenho a dizer de Amun e Kebi, apesar de que o afastamento deles se deve ao fato de que eles não queriam nos ajudar, mesmo estando convencidos sobre a verdade. Os três nômades recrutados por Rose, Emmett e Bree também estavam me deixando um pouco nervosa, apesar que Garrett parecia bastante intrigado com o nosso modo de vida — de caçar animais ao invés de humanos —, fora que ele também estava se aproximando bastante do clã Denali, principalmente de Kate. 

Peter e Charlotte ainda eram uma incógnita para mim. Apesar deles estarem dispostos a nos ajudar, os dois são amigos de Jasper e estavam juntos dele no exército de Maria. Pelo que sei, Peter ajudava Jasper a treinar os recém-criados antes de fugir com Charlotte e Jasper. Agora ele está em “fase de reconstrução e aprendizado”. Aprendendo a se controlar um pouco mais perto de humanos, porém ainda é instável, como Jasper era. Já Charlotte é mais controlada, mas ainda preferia se manter longe de Renesmee e Jacob. Já as Amazonas eram as que se mantinham mais próximas de Renesmee, juntamente dos Denali, Benjamin e Tia:

— Olhos vermelhos. Tem muitos olhos vermelhos nesse local. — Escuto a voz de Jake soando ao meu lado, enquanto observava a sala. Claramente, Jacob estava ficando cada vez mais incomodado e ranzinza a medida em que novos vampiros iam chegando. Passava uma parte do tempo resmungando pelos cantos, como um velho, e a outra parte do tempo com Renesmee ou com seu bando. Mas ele também parecia ter feito uma pequena amizade com Garrett.

— Não vão caçar na região. Não se preocupe! — Diz Isabella ao lado dele.

— Mas vão caçar em algum lugar. — Jacob odiava a ideia de ter vampiros matando humanos em qualquer raio de quilômetros. Infelizmente, isso era algo que não podíamos controlar, igual como não podíamos controlar a transformação precoce de Quileutes por conta do aumento significativo de vampiros na região. Já haviam três novos lobos na matilha, todos abaixo dos 16 anos. Um deles com apenas 11 anos, sendo o mais novo de todos. Parece que Seth perdeu o posto de novinho na matilha.

Um tempo mais tarde, escuto o barulho de carro chegando e parando na frente da casa. Rapidamente sei que se tratava de Esme e Carlisle com a última testemunha, que se tratava de um nômade inglês antipático e antissocial, que considerava Carlisle seu conhecido/amigo mais próximo, mesmo não se vendo há bastante tempo. Pelo visto, estamos prestes a conhecer esse tal vampiro antissocial. Porém, ao chegar do lado de fora, ao lado de Edward e Isabella, me deparo com um belo homem loiro de cabelos compridos, indo até a altura do pescoço, com barba, olhos vermelhos e bem alto. Como todos os outros, ele vestia uma roupa de frio pesada. Nossa, isso sim que é homem:

— Uau! — Exclamo baixo, apenas para mim, enquanto olhava ele, que me olha com uma sobrancelha erguida.

— Quantos vieram? — Escuto a voz de Carlisle perguntar.

— Estamos com 18 aliados. Você tem bons amigos. — Diz Edward após abraçar o pai e a mãe.

— E que bons amigos. — Murmuro para mim mesma, enquanto olhava o homem a minha frente, que continuava me encarando com uma sobrancelha erguida.

— E Alice? Alguma notícia dela e de Jasper? — Esme pergunta preocupada, porém Bella apenas balança a cabeça, negando.

— Nada, sinto muito! — Bella responde, fazendo Esme assumir um semblante triste.

— E quanto a Bree, Emmett e Rose? Já voltaram?

— Não. — Respondo brevemente, olhando para Esme. — Mas logo devem estar retornando.

— Retornando para a morte iminente. Agora vamos todos para a lista de Aro. Séculos fugindo deles e olha onde me trouxe. Todos com quem você já falou, agora estão na lista deles. Grande amigo, Carlisle. — O loiro mal-humorado se pronuncia pela primeira vez. Pelo visto, ele estava bem puto de ter sido envolvido nisso.

— Bem, esse é o Alistair. — Carlisle apresenta o loiro para nós. — Que tal você vir aqui e conhecer os outros, hein? — Carlisle pergunta de bom humor. Parece que o jeito de Alistair divertia Carlisle, ou então ele já estava acostumado.

— Já disse a vocês, se isso virar uma luta não irei ficar contra os Volturi.

— Não virará uma luta, pode ter certeza! Queremos apenas conversar e apresentar os fatos.

— Se você diz. Estarei no sótão. — Dizendo isso, ele dá um pulo alto até o telhado da casa, nos olha lá de cima. Dou um sorrisinho para ele, junto de uma piscadela. O vampiro mal-humorado me olha durante uns instantes, soltando uma risada nasalada e entra na casa. Puta que pariu, que puta homem gostoso. Talvez com uma boa noite quente resolva seu mau-humor. Meu Deus! Acho que estou muito carente e necessitada de sexo, não é possível.

— Ele não é muito fã de pessoas. — Esme esclarece para Bella, que concorda rapidamente. — Viu por que foi melhor você ter voltado com os egípcios? — Dessa vez, sua fala é direcionada a mim, que ainda olhava para cima.

— Talvez eu possa fazer ele mudar de ideia. — Digo enquanto divagava com um sorriso malicioso.

— Sunny! — Carlisle me repreende, ao mesmo tempo que Edward. O telepata me olhava sério, mantendo com os punhos cerrados e parecia um tanto irritado com a ideia de me ver dando em cima de Alistair.

— Estou brincando gente. — Digo levantando as mãos em rendição, logo cruzando os braços e entrando na casa. — Ou não.

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Sexta-feira

22 de dezembro de 2006

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Hoje, finalmente, Bree voltou acompanhada de Rose e Emmett. Pelo que eles me contaram, os três rodaram o país atrás de outros nômades conhecidos, mas alguns não foram possíveis localizar, enquanto outros rejeitaram ajuda por medo dos Volturi. De qualquer forma, com a presença de tantos vampiros naquela casa, alguns possuindo poderes vantajosos para uma batalha, passamos a treinar na floresta por bastante tempo. Benjamin estava todo feliz desde quando chegou aqui, ao que parecia era a primeira vez que ele fazia amigos após muitos e muitos anos, também parecia ser a primeira vez que ele mostrava seus poderes para outros vampiros que não fossem os de seu clã. Eu e Benjamin continuamos treinando juntos, aos poucos ele me ensinava a como controlar meus poderes, mesmo que o fogo ainda seja… difícil.

O poder de Zafrina era criar ilusões na mente das pessoas, fazendo com vissem o que a mulher quisesse. Ela podia criar ilusões boas e ruins, todas incrivelmente realistas, e Renesmee estava amando ficar perto da mulher enquanto Zafrina criava lindos cenários para ela. Hoje, pela primeira vez, ela estava tentando usar seu dom em nós durante nosso treino diário. A amazona ficou com um olhar fixo e aos poucos Edward começou a olhar ao redor com cara de bobo surpreso, parecia que ele estava vendo algo realmente lindo, mas… eu não estava vendo absolutamente nada. E, pelo visto, nem Isabella:

— Consegue usar seus poderes em mais de uma pessoa por vez? — Pergunto para Zafrina e a vejo confirmar com a cabeça, levemente confusa. — Eu não vejo nada. Como sempre!

— Nem eu. — Isabella resmunga enquanto olhava para Edward.

— Mas… como? — Zafrina rapidamente para de usar seu dom em Edward, levando seus olhos vermelhos até nós duas e nos olhando confusa. — Como não estavam vendo nada?

— O que deveríamos ver?

— A floresta onde elas moram. A Floresta Amazônica. — Edward responde com um leve sorriso. — Os animais, as árvores, a cachoeira.

— Oh, será que pode tentar de novo? — Pergunto sorridente. Eu realmente queria ver o que ele havia visto, parecia ser uma visão maravilhosa.

— Não vai adiantar. — Escuto a voz de Eleazar se aproximando de nós, ao lado de Carlisle.

— Por que não? — Bella pergunta.

— Vocês duas são um escudo. Um escudo muito forte e impressionante, se me permitem dizer. Não me contou sobre isso, Edward. Só se você não soubesse.

— Um escudo? Não. Eu não sabia. — Ele para uns instantes enquanto nos olhava. — Os que conheci são tão diferentes. Agora tudo faz sentido. Um escudo é um poder defensivo. Está explicado o motivo de não conseguir ler a mente de vocês, mesmo humanas, o mesmo motivo que Aro também não conseguiu, porque os poderes de Jane e Alec não fizeram diferença em vocês. Pois vocês duas são um escudo.

— É um talento incrivelmente poderoso. E vocês expressando esse dom mesmo quando humanas e sem consciência alguma do que faziam. — Diz Eleazar, claramente impressionado. — Passei anos rodando o mundo, a mando de Aro, em busca de pessoas como vocês. E Edward simplesmente esbarra por acaso, não com uma, mas com duas pessoas incrivelmente poderosas que nem percebem o dom que possuem. — Logo sinto minha mão sendo segurada por outra mão fria. Olho para trás e vejo Kate segurando nossas mãos enquanto usava seu dom de choque elétrico.

— Realmente são um escudo. Se não, já estariam no chão gritando de dor. — A loira diz e logo solta nossas mãos.

— Ou então exageraram e mentiram para você sobre sua voltagem. — Garrett provoca a loira, que logo se vira pra ele com um sorriso convencido.

— Talvez só funcione nos fracos. — Ela provoca-o enquanto levantava a mão em sua direção.

Garrett dá um sorriso, todo convencido de que nada aconteceria com ele, e, mesmo com o aviso de Carlisle para não prosseguir com aquela ideia estúpida, ele não para. Pelo contrário, Garrett se aproxima cada vez mais de Kate, estendendo sua mão até a dela, tocando um de seus dedos na palma da mulher loira, que já estava com seu poder ativo. Rapidamente, Garrett está ajoelhado no chão enquanto resmungava e fazia uma careta engraçada de dor. Em alguns segundos, ele consegue se recuperar e leva seu olhar para a mulher a frente dele:

— Você é uma mulher incrivelmente extraordinária. — Solto uma risada com o tom galante que o homem usou.

Após isso, continuamos conversando sobre nossos poderes. Eleazar conta sobre o único escudo que ele já havia conhecido. Uma mulher chamada Renata. Aparentemente, ela é guarda-costas de Aro, mas seu escudo é totalmente diferente. De acordo com Eleazar, o escudo de Renata era físico, pois ela repelia qualquer ameaça física que estivesse indo atacá-la, fazendo a pessoa se concentrar em outra direção. Já o nosso escudo era mental, funcionando contra ataques mentais, como a telepatia de Edward e Aro, a ilusão de dor de Jane, a privação sensorial de Alec, as ilusões de Zafrina, o choque de Kate e qualquer outro poder que influenciava ou enganava a mente. Ele explicou que nosso escudo não consegue repelir qualquer ataque físico, e explicou porque os poderes de Alice, Jasper e Renesmee funcionam em nós.

Aparentemente, o poder de Jasper, sentir e mudar as emoções das pessoas, não era um poder mental, já que ele não enganava o cérebro e criava uma falsa sensação, mas realmente mudava fisicamente nossas emoções, manipulando nossos hormônios. Alice podia ver nosso futuro, pois seu poder está relacionado com a realidade e não com a mente. Já Renesmee, Eleazar não soube explicar com clareza, mas supõe que ela deva ter herdado os poderes de Edward e Bella, porém sendo o oposto deles. Enquanto Edward lê mentes, Nessie projeta seus pensamentos na mente das pessoas, e enquanto Bella é um escudo e protege sua mente, Nessie invade escudos mentais.

Após diversas explicações e questionamentos, começamos a treinar nosso poder para tentar expandi-lo. Kate estava nos ajudando com isso, afinal, ela explicou que seu poder era apenas em suas mãos e, depois de muito treino, conseguiu expandi-lo. A esse ponto, todos os visitantes já estavam ali fora conosco, inclusive o vampiro mal-humorado. Permanecemos horas e mais horas ali, fizemos várias rodadas e com várias cobaias. Edward, Emmett, Garrett, Jacob, Benjamin. Todos estavam empenhados em nos ajudarem. Se conseguíssemos ampliar nosso poder de escudo, a ponto de proteger outros além de nós, teríamos uma grande vantagem contra os Volturi, e eles seriam forçados apenas a atacar, sem usar nenhum poder em nós. 

Ficamos horas naquele treino e, aos poucos, eu e Isabella estávamos conseguindo expandir o escudo, mas ainda era muito difícil, principalmente se considerarmos o tanto de gente que teríamos que defender. Em um certo momento, Kate nos provocou com Bree e Renesmee, o que nos deixou muito irritada. Sabia que era por uma boa causa, mas não conseguia pensar em ninguém machucando minha Bree. Esse pensamento sempre me levava de volta a infeliz visão.

Em um certo momento, Jacob teve que ir por um tempo para cuidar de seu bando. Em sua ausência, começamos a treinar luta, sem o uso dos meus poderes. Foi um treino bastante pesado, principalmente com Emmett, que estava dando tudo de si, provavelmente uma bela revanche depois de nossa luta há alguns meses. Zafrina nos ajudou bastante, ela era bastante experiente, igual a Garrett, que já havia lutado em diversas guerras.

Tudo estava indo bem. Eu e Benjamin estávamos no meio de uma luta usando nossos poderes, enquanto Isabella lutava com Zafrina, até escutarmos barulhos de passos na floresta. Duas pessoas correndo muito rápido, denunciando a presença de vampiros, além disso, o cheiro não negava. Quem eram os intrometidos? 

Rapidamente todo treinamento parou. Todos ficaram alerta. Quando notamos que os passos estavam se aproximando, começamos a correr atrás dos vampiros que rapidamente encontramos perto de onde estávamos, junto de Jacob e os três novatos do seu bando. Os quatro lobos em posição de ataque olhavam para dois vampiros sentados no topo de uma pequena colina de grandes rochas. Ambos eram magros e de estatura mediana, com peles muito claras e olhos vermelhos escuros. Um deles possuía cabelos loiros tão claros que poderia facilmente ser considerado cinza ou, até mesmo, branco, enquanto o outro possuía cabelos escuros e curtos. 

Os dois vampiros davam risada dos lobos enquanto os provocavam. Dava para notar o quanto Jacob queria arrancar a cabeça desses dois:

— Vladimir, Stefan. Estão bem longe de casa. — Diz Carlisle cumprimentando eles sutilmente. — Alice e Jasper mandaram vocês aqui?

— Ninguém nos mandou, Carlisle. A grande façanha de vocês está correndo solta por aí. Ouvimos dizer que os Volturi estão atrás de você e de sua família, e que não vão lutar sozinhos. — Diz o vampiro loiro com um forte sotaque.

— Não fizemos o que estão nos acusando.

— Não nos importamos com o que você fez ou deixou de fazer, Carlisle. Por mais que seja uma violação grandiosa. — O vampiro loiro continua, com um sorriso malicioso em seus lábios.

— Estamos esperando um milênio para que a escória da Itália seja desafiada e derrotada. Não perderemos essa. Sabe disso. Não deixaremos passar o que eles nos fizeram. — Diz o vampiro moreno, também com um sotaque carregado. Ambos os vampiros tinham uma aura sombria e pareciam nutrir bastante ódio dos Volturi.

— Não queremos lutar. Não estamos desafiando os Volturi e nem lutaremos contra eles. Não terá uma guerra, apenas uma conversa para esclarecermos o grave mal-entendido. Estamos reunindo testemunhas que possam comprovar que não violamos nenhuma lei.

— Uma conversa? Ah, mas isso é uma pena! — O loiro finge estar triste. — As testemunhas de Aro ficarão completamente desapontadas com isso.

— Sabe como é, né? Eles amam uma boa luta.

— Espera! Testemunhas do Aro? — Bella pergunta confusa. Era isso que eu temia. Então todas aquelas pessoas da visão são testemunhas dele e vão lutar por ele.

— Ainda esperam que eles escutem o que vocês têm a dizer? — Pergunta o vampiro moreno. — Eles estão vindo para um massacre. Vocês precisam se preparar.

Merda! Mil vezes merda!

Em um piscar de olhos, todos os vampiros foram para dentro da casa dos Cullen. Carlisle pede para os recém-chegados se juntarem a nós na casa e, com isso, acompanho eles em direção à sala dos Cullen, já lotada de vampiros, todos prontos para conversar sobre:

— Certo! Agora será que alguém pode nos explicar isso? — Isabella é a primeira a se pronunciar, perguntando sobre o lance das testemunhas. Eleazar é quem começa a respondê-la.

— Sempre que Aro quer algo ou alguém de um clã, não demora muito para aparecer alguma evidência de que esse clã cometeu algum tipo de crime. Isso acontecia tão raramente que não notávamos que havia um padrão. Levou algum tempo para percebermos suas reais intenções.

— Ele sempre perdoava uma pessoa que alegava ter pensamentos de arrependimento. — Carlisle é quem continuava a explicação. — Acontece que essas pessoas sempre tinham algum talento. Um talento invejável, poderoso e que ele queria muito. Essas pessoas sempre acabavam entrando para o clã dele e ganhavam um lugar na guarda.

— Então... isso tudo é porque ele quer Alice. Lembro de ler em sua mente o quanto ele queria a mim e a Alice, mas principalmente a ela. Aro não tem ninguém como ela na guarda. — Edward chega a esta conclusão.

— Por isso ela e Jasper foram embora. — Escuto Emmett falando logo atrás de mim. Sua voz continha um tom de raiva e revolta. — Desgraçado! Mas por que ele precisa de testemunhas?

— É óbvio! — O loiro mal-humorado se pronuncia. — Todos do nosso mundo estão sabendo sobre o que está acontecendo aqui. Sobre o crime que os Cullen cometeram e o fato de estarem recrutando outros vampiros. Por isso, Aro precisa de testemunhas para espalhar que a justiça foi feita. — Ele faz uma pausa enquanto andava pela sala, mas logo volta a falar após dar um riso sarcástico. — Claro, depois de massacrar um clã inteiro.

Nesse momento, noto que todos os vampiros presentes na sala ficam tensos. Claro que todos já imaginavam o que poderia acontecer, mas acho que a ideia de que os Volturi iriam aceitar tudo no diálogo acabou sendo um fio de esperança onde todos estávamos nos segurando. 

Obviamente, Amun foi o primeiro a se levantar, junto de Kebi, e a se pronunciar:

— Benjamin, Tia, nós vamos embora agora. — Desde o início ele não queria se envolver nisso tudo, então ele não perderia a chance de fugir no primeiro momento.

— O quê? Não! Amun, se você quiser ir, vá. Mas eu ficarei. — Benjamin se opõe ao líder do clã egípcio.

— Eu também irei ficar. — Tia se pronuncia com sua voz suave, porém decidida.

— Vocês dois estão loucos? Estamos indo para a morte. Se ficarmos, todos morreremos. É isso que querem? — O líder do clã egípcio gritava, completamente alterado e irado com a contradição de Benjamin e Tia.

— Não haverá uma luta, Amun. Já conversamos sobre isso. — Carlisle tenta acalmá-lo, mas aquele homem nunca iria se acalmar. — Mas, Amun, se tanto quer ir embora, ninguém está o obrigando a ficar.

— Realmente, ninguém está me obrigando a ficar. Mas você está me roubando, Carlisle. Você está me roubando. — O vampiro gritava e apontava o dedo para Tia e Benjamin, principalmente para Benjamin, que era a galinha dos ovos de ouro dele. — Foi exatamente por isso que me chamou aqui, certo? Para fazer a cabeça de Benjamin e me roubar. Já não basta ter cinco talentos em seu clã e mais uma híbrida talentosa? Quer roubar dos outros?

— Pelo bem da nossa amizade, não levarei para o pessoal e ignorarei o fato de você achar que considero minha família como meros troféus. — Carlisle, como sempre, responde Amun com toda sua calma. Porém, consigo detectar um timbre de irritação com a acusação infundada.

Sinceramente, quem esse infeliz pensa que é? Ele acha que Carlisle é igual a ele? Que só pensa em poder, em vampiros talentosos e poderosos, tratando todos como troféus. Ao contrário dele, somos uma família e nos importamos uns com os outros. Juro, não estou mais suportando este projetinho de vampiro amargurado:

— Chega! — Grito, chegando no meu limite. — Agora você vai me ouvir. Eu estou absolutamente cansada de você. Absolutamente ninguém está te obrigando a ficar, então se não quiser nos ajudar, pode ir embora. A porta está bem ali! — Digo apontando para a porta da sala. — Além disso, ninguém está roubando nada de você. Benjamin e Tia não são troféus, eles são pessoas e merecem ser tratados como tal. O jeito que você fala deles, principalmente de Benjamin, me dá asco. O jeito que você está falando com Carlisle agora, como se não o conhecesse e o considerasse um ladrão, só demonstra que você é um ser péssimo, desprezível e aproveitador. 

Nesse momento, Bree segura meu braço, me puxando para trás, mas eu pouco me importo com isso. Estou cansada desse homem achar que é superior a todos, tratando todos extremamente mal. Entendo que ele esteja com medo de morrer e ter o clã dizimado, todos estamos, mas isso não lhe dá o direito de agir desse jeito com os outros:

— Quero saber uma coisa. Você fica aí, julgando tanto o Aro e os Volturi por irem atrás de vampiros unicamente por terem talentos, mas faz exatamente a mesmíssima coisa com Benjamin. Você o trata como um troféu. Quer transformá-lo em uma arma, mas ele não é manipulável. Ele nunca será sua arma. Ele tem seu livre arbítrio e pode fazer o que bem entender. Então, se você e Kebi querem ir embora, podem ir. É a escolha de vocês, o livre arbítrio de vocês e ninguém está impedindo isso. Apenas pedimos ajuda, mas se não querem nos ajudar, então podem ir embora. Mas se Benjamin e Tia quiserem ficar, então é a escolha deles. Você e nem ninguém pode obrigá-los a fazer o que eles não querem, e não é porque você é o líder do clã que, automaticamente, eles dois devem te seguir igual dois cachorrinhos. Eles, e apenas eles, decidem o que devem ou não fazer.

— Bem… — Edward se pronuncia após o cômodo ficar um tempo em completo silêncio. — O que Sunny quer dizer é: para onde você vai exatamente? — O vampiro telepata pergunta tentando acalmar o clima do ambiente e tentando tirar a atenção de mim, já que Amun estava quase voando em cima de mim. — Digo, eles vão te achar de qualquer maneira, em qualquer lugar. Com ou sem Benjamin. Além disso, o quê te faz pensar que Aro vai se satisfazer apenas com Alice e comigo? Ou com qualquer um da minha família que tenha poderes? O que te faz pensar que depois ele não irá atrás de Benjamin? Ou então Zafrina? Kate? Ou qualquer um daqui com poderes. Qualquer um. 

Enquanto falava com Amun, Edward gesticulava e apontava para todos nós. Ele falava de maneira calma e controlada, mas eu o conheço. Ele está fervendo por dentro. Enquanto citava os nomes de cada vampiro aqui que possuía algum talento valioso, seus companheiros de clã ficavam mais e mais tensos, se aproximando de cada vampiro citado, com medo do que vinha por aí. Senna se aproximou mais de Zafrina, segurando seu braço, Siobhan e Liam se colocavam na frente de Maggie como forma de proteção, Tanya e Garrett seguravam as mãos de Kate enquanto Carmen e Eleazar tocavam seus ombros. Todos estavam preocupados com as perdas que poderiam ter.

E, sinceramente, deveriam mesmo.

Como de costume, flashes daquela visão horrorosa e traumática aparecem em minha mente. Teríamos tantas perdas. Será que eu deveria falar para eles? Alertar que todos iríamos morrer. Eu quero, mas… Quem sabe ainda temos alguma chance, certo? Afinal, talvez minhas visões sejam iguais as visões de Alice. Incertas. Um futuro possível. Podemos acabar tudo na paz, certo? Estou sendo muito egoísta, eu sei. Sabendo disso e deixando que todos se entreguem para uma possível morte.

Está de parabéns, Sunny! De parabéns.

Volto a prestar atenção em Edward quando ele menciona meu nome:

— Sunny está certa. Não obrigamos ninguém a ficar, podem ir embora. Mas vocês sabem que Aro vai atrás de vocês se tiverem algo que ele quiser. É questão de tempo. O objetivo dele não é punição e justiça pelo suposto crime cometido, e sim poder. Ele quer a conquista, quer ter o clã mais forte e com cada vez mais vampiros talentosos. Sinceramente, Carlisle pode não pedir que lutem, mas eu pedirei. Pois não é apenas a vida da minha filha e da minha irmã que está em risco, é a minha, da minha família, de Benjamin, Kate, Zafrina, da família de cada um de vocês. Tenho certeza que assim que Aro colocar seus olhos na Sunny e souber o quão poderosa ela é, a vida dela também correrá perigo. Acham mesmo que Aro não vai se interessar por ela? Ele quer todos que tenham um talento valioso, então não é só minha família que está em risco, mas a de vocês também. Renesmee foi apenas um pretexto para ele fazer o que já queria há muito tempo. Matar minha família para ter a mim e a Alice. Eu sei disso, como eu disse, eu vi isso na mente dele, quando estive em Volterra no início do ano. Ele sabe que nem eu e nem Alice ficaremos com eles enquanto nossa família estiver viva. Isso é por todos nós e por como queremos viver.

Um silêncio sepulcral se instala novamente na sala. Todos os vampiros permaneciam perto dos seus e pareciam avaliar o que Edward havia acabado de falar. Ele estava certo. Aro quer todos os vampiros com talentos especiais, isso significa poder. Ter Alice e Edward não satisfará a sede dele por poder, apenas vai fazer ele e todos continuarem acreditando que os Volturi podem fazer tudo apenas por serem os líderes dos vampiros. Além disso, Edward está certo sobre Aro me querer. É óbvio. Se sou tão poderosa assim como Carlisle me diz, óbvio que Aro vai me querer do lado dele. Sou uma ameaça, então, ele me leva para o lado dele ou ele me mata:

— Os lobos vão lutar. — Jake é o primeiro a se pronunciar. — Tanto a minha matilha, quanto a de Sam. Ele não se opôs a lutar. Nunca tivemos medo de vampiros. — No momento em que ele fala isso, lanço um olhar de reprovação para ele. Não queria ele e os garotos no meio disso. Tem vários garotos muito jovens ainda. Além disso, eu sei que Seth e Leah podem morrer. Mas, ao mesmo tempo, sei que nada que eu fale vai fazê-lo mudar de ideia. 

— Nós também vamos lutar. — Diz Tanya, juntamente de Kate, Carmen e Eleazar.

— Não será a primeira vez que lutarei contra as regras de um rei. — Garrett diz, dando um passo à frente e demonstrando apoio.

Dou um sorriso com o apoio de todos os vampiros presentes. Os Irlandeses se pronunciam ao nosso favor, juntamente das Amazonas e de todos os nômades. Bem, quase todos. Noto que o loiro antissocial dá de ombros, murmurando um “veremos”. É, pelo menos ele não deu pra trás:

— Viu? Nem precisaram de muito.  — Diz Vladimir zombando.

— Bem, obrigado! — Edward fala, visivelmente agradecido pelo apoio. — Vamos esperar que não precisemos chegar a este ponto.

Com isso, os vampiros começam a se dispersarem pela casa, deixando apenas os Cullen, juntamente dos Denali e Garrett. Permaneço no canto da sala, observando Edward e Carlisle conversando sobre o que devemos fazer, como abordar e o que fazer caso as coisas saíam do controle. O primeiro de nós que vão pegar, com certeza, é Edward, já que ele é capaz de antecipar os movimentos de todos. Precisávamos de um bom plano.

Mas, mesmo com toda a conversa e todo o planejamento, eu ainda estava nervosa. Estava muito nervosa por causa da minha visão. As mortes e a dor. Será que esse é realmente nosso destino? Será que não temos nenhuma outra opção além da guerra e das mortes?

Novamente, os flashes da visão aparecem em minha mente, causando quase como uma dor de cabeça, me deixando mais acuada do que já estava. Tantas mortes. Tanta dor. O que posso fazer para evitar isso?

Carlisle, Jasper, minha pequena Bree, Seth, Leah. Todos mortos. Seus corpos pegando fogo meio da neve. 

Alec.

Sinto meu coração parado se quebrar com a lembrança de sua morte.

Rapidamente, me retiro da sala, indo para fora de casa e me enfiando na floresta, indo para o mais longe possível da casa dos Cullen. E quando chego o mais longe que consigo, eu choro.

Caio de joelhos no chão, chorando como se não houvesse amanhã. Grito com uma dor enorme dentro de mim.

Todos esses nomes, essas cenas, essa dor ficam rondando minha mente. Tudo fica se repetindo e repetindo e repetindo. Sem parar. A luta, as mortes e, principalmente, a dor que senti com a morte de Alec. Ver sua cabeça sendo arrancada de seu corpo e pegando fogo, era demais para mim.

Por quê? Eu não consigo entender.

Esse não pode ser nosso destino. Por favor, me diga que temos outro destino.

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Sábado

23 de dezembro de 2006

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Abraço Renesmee no banco de trás do carro, enquanto observava a vista de Forks pela janela do carro, me mantendo em silêncio enquanto fazia carinho em Nessie durante o caminho para a casa de papai. Jacob se encontrava no banco do carona enquanto Isabella dirigia o Volvo de Edward. E não, eu e ela ainda não estamos nos falando, mas espero que logo as coisas voltem ao normal. No final, ficar me estressando e me preocupando com isso vai adiantar absolutamente nada:

— Se eu não levar Renesmee até meu pai, ele vai lá e complicará tudo. Vinte e nove vampiros em uma casa com apenas um humano… não vai dar muito certo. Eles estão se esforçando bastante com você e com Renesmee, mas prefiro evitar. — Bella conversava calmamente com Jacob enquanto dirigia.

— Olha, eu te conheço. Sei que foi isso que disse para Edward, mas sei que tem algo a mais. — Reparo que Isabella revira os olhos, fazendo Jacob bufar. — Tanto faz! Você faz o que bem entender. De qualquer forma, estou feliz e aliviado de não estar mais perto daqueles sanguessugas nojentos. Estou enojado de ficar tanto tempo com todos aqueles sugadores de sangue. — Bella olha para ele novamente, enquanto eu fazia o mesmo, resmungando um “ei!”, fazendo Jake soltar uma risada. — Foi mal! Eu sei. Eles são os mocinhos, estão aqui para nos ajudar e blá blá. — Diz revirando os olhos enquanto bufava. — Mas, sinceramente, Drácula Um e Drácula Dois são... completamente sinistros. — Diz soltando uma risada, fazendo com que eu e Isabella o acompanhe.

— É, eles são mesmo. Isso eu tenho que concordar com você.

O resto da viagem até a casa de papai foi feita em completo silêncio. Ao chegarmos lá, olho para a casa branca que estava começando a ser enfeitada para o natal. Como sinto saudades daqui, como sinto saudades de acordar e encontrar com papai na cozinha com seu café e seu jornal. Que saudade dele! Como se estivesse lendo meus pensamentos, vejo a figura de meu pai saindo da casa ao lado de Sue. Rapidamente, Renesmee saiu correndo do carro para pular no colo do avô, que a abraça enquanto a girava no ar. A pequena já era completamente apaixonada pelo avô:

— Oi, vovô! Senti saudades. Como você está? — Ela pergunta com sua voz suave e animada, agarrando em seu pescoço.

— Oi, minha pequena! Também senti saudades. — Ele a abraça com força por um tempo e a coloca no chão após um tempo, sorrindo enquanto a olhava. — Você cresceu bastante desde a última vez que te vi. Uns 15 centímetros. Sério! — Ele encara Sue e logo põe seus olhos em mim, soltando um suspiro. — No momento certo, não é? — Ele pergunta, me fazendo balançar a cabeça, concordando.

— Vamos entrar. O almoço está quase pronto! — Diz Sue, abraçando papai.

— Um almoço em família. Vocês vão gostar, principalmente minha pequena Renesmee aqui. Está tão magrinha. Ela não está comendo bem, Bella? — Papai pergunta olhando de Nessie para Bella, que solta uma leve risada, falando que estava tudo bem com Nessie. — Se você diz. Ah, já ia me esquecendo, temos uma árvore de natal para decorar. Sua primeira árvore de natal. — Ele fala para Nessie, que começa a pular animada enquanto batia palmas.

— Na verdade, eu não vou poder ficar. Tenho algumas coisas para fazer antes. Volto daqui a algumas horas. — Isabella fala, me fazendo olhá-la preocupada.

— Está tudo bem? Quer companhia? Precisa de ajuda? — Pergunto calmamente, tentando não transparecer minha preocupação. De qualquer forma, Isabella apenas me olha de cima a baixo.

— Estou ótima. Não preciso de ajuda nenhuma, principalmente a sua. — Ela fala, rapidamente entrava no carro e partindo para sei lá onde.

— Foda-se então, Bellinha! — Xingo sabendo que ela ainda poderia me ouvir. Assim que me viro para papai e Sue, ambos me olhavam confusos por causa da atitude de Bella. — Não se preocupem. São apenas problemas pessoais. Brigas, como sempre. Coisas sem importância. — Digo fazendo pouco caso. Papai não precisava saber do que houve.

Com isso, papai apenas dá um suspiro, dando os ombros, e pega a mão de Renesmee, levando-a para dentro ao lado de Sue. Neste momento, reparo que Jacob continuava parado e permanecia com os olhos em cima de mim enquanto me estendia a mão:

— Não se preocupe. Logo tudo volta ao normal. — Ele fala enquanto me puxava para perto dele assim que pego em sua mão, me abraçando de lado. — Ela só está puta ainda.

— Eu sei! E, sinceramente, não tiro a razão dela. Também agi assim quando… bem, vamos esquecer isso. Vamos apenas curtir a tarde com papai e Sue. — Digo entrando na casa abraçada com Jacob. — Sinto tanta saudade dessa casa, sendo que é minha casa.

— Te entendo. — Diz fazendo carinho em meu ombro. — Atualmente passo mais tempo na casa dos Cullen do que na minha própria casa. Billy está até ficando com ciúmes. — Diz Jacob, risonho.

Assim que nos acomodamos na sala, ficamos observando Renesmee se divertindo e brincando com papai e Sue. Ela estava tão grande e tão feliz. Só de pensar que tem gente querendo matar esse pequeno pedaço de gente inocente, me dá uma raiva que sou capaz de acabar com todos para protegê-la. 

Um tempo se passou e, após um tempo, o almoço ficou pronto. Logo estávamos sentados na mesa prontos para comer o almoço que Sue havia preparado:

— E como estão as coisas? — A mulher pergunta preocupada. Ela sabia que tinha coisas ruins acontecendo, já que Seth e Leah estavam nos ajudando.

— Ah, está tudo bem até agora. — Resolvo ser vaga para não deixar papai preocupado e cheio de perguntas. — Os Cullen são bem receptivos.

— É, pelo visto são mesmo. — Papai resmunga enquanto comia. — Por falar em serem receptivos, você tem uma casa e sabe disso, não é mesmo?

— Eu sei, papai. Perdão! É que eles estão me ajudando em algumas coisas importantes, então tudo fica bem mais fácil estando lá. Mas não se preocupe, estarei vindo aqui sempre e logo estarei voltando.

— Eu sei. É que… sem você e sua irmã, esta casa fica tão vazia e sem cor. Passei muitos anos morando sozinho, mas me acostumei muito rápido com a presença de vocês duas aqui. Mas, agora, Sue está sempre aqui, então tudo está um pouco mais fácil. De qualquer forma, sabe que pode me contar qualquer coisa, né? — Ele termina com um olhar esperançoso.

— Sim, eu sei papai. — Dou um sorriso enquanto comia a comida de Sue. Era deliciosa. Não como deveria ser quando eu era humana, mas, ainda, sim, deliciosa. — E fico feliz que Sue esteja aqui com você, te fazendo companhia. Além disso, estou feliz que estejam tão apaixonados assim. É muito bom saber que finalmente conseguiu encontrar o amor novamente, papai. — No momento que falo isso, noto as bochechas de papai ficando vermelhas.

— Ahm... O-obrigado. — Ele agradece enquanto gaguejava. — Renesmee querida, o que achou da comida?

Com isso, solto uma risada alta com sua timidez e observo Renesmee e ele conversando animadamente. Após um almoço leve, cheio de conversas e risadas, ajudei Sue a lavar louça enquanto Jacob ficou com papai e Renesmee, ajudando-os a montar a árvore de natal. Rapidamente, eu e Sue já estávamos na sala, me sentando no sofá e aproveitando o clima agradável. Com isso, aproveito para observar Nessie montando a primeira árvore de natal, ela estava tão feliz. Com tudo o que vem acontecendo, não tivemos tempo de montar uma árvore e nem de decorar a casa dos Cullen. Então ter um momento de paz no meio de tanta loucura e desespero, é extasiante. Logo observo-a colocando a estrela no topo daquela árvore, estando em cima dos ombros de papai, que a segurava nas pernas.

Ficamos até tarde na casa de papai. Isabella chegou quando já estava escuro e chovendo, ela parecia bastante abalada, fazendo-me perguntar o que havia acontecido. Algum momento eu vou conseguir ficar a sós com ela para conseguir conversar, pelo menos civilizadamente. De qualquer forma, todos ficamos na casa de papai por mais um tempo, e eu aproveitei para pegar mais algumas roupas e algumas coisas no meu quarto. Nesse momento, permaneço olhando para meu antigo quarto, andando por ele e pelo closet. Estava tudo tão limpo, o que significa que papai está limpando e aguardando minha volta. Ah, como sinto falta deste lugar.

Está decidido. Após tudo isso acabar, voltarei para esta casa e nada vai me impedir. Nem vampirismo, poderes, sede, segredo, os Volturi. 

Absolutamente nada vai me impedir de voltar para esta casa.

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Segunda-feira

25 de dezembro de 2006

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E como um passe de mágica, o natal havia chegado. Ao mesmo tempo que isso me deixava alegre, pois sempre amei o natal, também me deixa apreensiva. A chegada do natal significava que o tempo estava se esgotando. Faltava tão pouco tempo para o nosso embate com os Volturi. Apenas alguns poucos dias. Não sei quantos. O que eu sei é que só tínhamos hoje como nosso último momento de paz antes de tudo. Só hoje.

 Balanço a cabeça, tentando tirar todos os pensamentos ruins da minha mente. Preciso parar de pensar no que está por vir e apenas aproveitar esse clima calmo e feliz do natal. Talvez nosso último natal feliz. Talvez o último natal.

Observo a decoração presente pela casa inteira, da entrada até às escadas e corredor, e devo dizer que fizemos um belíssimo trabalho. Olho para dois dos lobos da matilha de Jacob que estavam presentes em nossa sala, além do próprio Jake. Seth e Leah. Embry, Quil e os três novatos estavam passando o natal com suas família. Jacob havia passado a manhã e a tarde toda com Billy e sua irmã Rachel antes de vir passar a noite aqui. Entretanto, Sam e Emily também estavam passando o natal aqui por causa de Sue, que é tia da Emily. 

Fico observando a cena dos lobos brincando com Nessie. Não consigo evitar, meus olhos se enchem de lágrimas enquanto gravava aquele momento em minha mente. Eles não podem morrer. Eles não vão morrer, eu não deixarei eles morrerem. Nem eles e nem ninguém.

Engolindo seco e tentando evitar que as lágrimas comecem a cair, caminho até minha pequena Bree e a abraço por trás. Finalmente estava na hora da troca de presentes:

— Jacob, você começa. — Diz papai, se acomodando em sua poltrona.

Neste momento, vejo Jacob pegando um pequeno embrulho e estendendo para Renesmee, que rapidamente abre seu primeiro presente de natal completamente animada. Dou uma risada por causa da felicidade dela ao ver a pulseira que Jacob fez para ela. Era uma pulseira marrom de couro trançado com um pingente de lobo talhado em madeira. Em seguida, ele se levantou e começou a distribuir os presentes que ele comprou para nós:

— Eba! O que será isso? — Pergunto assim que ganho uma caixa grande.

— Vi em uma loja esses dias e achei que combinaria com você. Espero que goste! — Assim que ele fala isso, dou um olhar confuso a ele antes de começar a abrir o presente. Assim que abri a caixa, me deparo com um lindo vestidinho vermelho. Olho para ele com os olhos arregalados e solto um gritinho de felicidade, abraçando-o, fazendo-os dar uma gargalhada enquanto me abraçava. — Sei o quanto gosta de ganhar roupas. 

— Obrigada! Obrigada! Obrigada! É um vestido maravilhoso. Eu amei. Deve ter sido super caro, Jake.

— Um pouco. Mas ando economizando bastante. Além disso, meu pai gosta bastante de você.

— Ah, Billy, ele é maravilhoso! Agradeça a ele por mim. — Digo dando um beijo em sua bochecha e me afasto, guardando o vestido na caixa.

Com isso, continuamos a distribuir os presentes uns para os outros. Rapidamente saio de casa e vou pegar no carro o presente de papai que eu havia embrulhado. Era uma vara de pescar nova e vinha junto vários acessórios de pesca. Ele adoraria, tenho certeza disso.

Corro para dentro, fugindo da neve, e vejo o momento em que Isabella e Edward entregam a passagem que eles compraram de presente para papai ir pescar com Sue. Fizemos isso para que ele não esteja aqui durante nosso conflito com os Volturi. Infelizmente, por causa do trabalho dele, não pudemos estender tanto a viagem, ele diz que nessa época do ano, as pessoas meio que enlouquecem e fazem algumas besteiras a mais. Por isso, a data de volta está para dia 2 de janeiro:

— Isso é muito legal. Obrigado aos dois. Mas não posso viajar amanhã, tenho trabalho e... — Entretanto, ele é interrompido por Sue.

— Na verdade, já arrumei absolutamente tudo no seu trabalho.

— Sorrateiro e extravagante.

— E também não é reembolsável. — Edward completa e dá uma leve risada.

— Querem se livrar de mim, né? — Ele pergunta com um semblante sério enquanto nos olhava. — Porque está dando totalmente certo. — Ele abre um sorriso fofo e feliz, fazendo todos nós rirmos. — Opa, então acho que teremos truta. Gostei!

— Podemos até pegar uma truta arco-íris. — Sue senta-se no colo dele e o abraça.

— Essa mulher conhece muito bem as trutas.

— E aproveitando o embalo da viagem. — Começo a falar enquanto tirava o presente dele de trás da parede, estendendo para ele. — Tcharam! Feliz Natal, papai! — Digo enquanto ele começava a abrir o embrulho, dando de cara com uma parte do pacote, anunciando que era um cara de pesca.

— Oh meu Deus! Uma vara de pescar novinha. — Ele se levantou, vindo até mim e me abraçando.

— E vem com todos os acessórios de pesca que eu não sei os nomes. — Digo sorridente entregando mais um embrulho para ele, fazendo-o rir alto e me abraçar.

— Obrigado, meu bebê! — Ele beija minha testa e se afasta, chamando Bella para se aproximar de nós. — Eu amo muito vocês duas! Mais do que posso demonstrar.

— Também te amamos, papai! — Respondo enquanto o abraçava, vendo Isabella fazer o mesmo.

— Sunny tem razão. Te amamos muito, pai! Sempre estaremos aqui para você e com você.

— Faço as palavras dela, as minhas. — Digo me afastando um pouco dele e o olhando, vendo seus olhos se encherem de lágrimas.

Eu e Isabella abraçamos papai novamente. Um abraço bem apertado, demonstrando tudo o que sentíamos por ele. Como se fosse o último. E talvez seja. Talvez este seja nosso último abraço e eu não estou pronta para isso. Não estou pronta para o que está por vir, mas eu preciso ficar pronta. Preciso ter força e coragem. Preciso lutar.

Minha família depende disso. Eu dependo disso. E o nosso futuro depende disso.

Espero que tudo dê certo amanhã, porque eu não estou pronta para perder todos aqueles que amo.

Continua…


Notas Finais


Eai, o que acharam? Críticas construtivas, por favor! Novamente um capítulo enorme e para uma preparação para o próximo que vai chegar chegando.
O que mais gostaram no capítulo? O que não gostaram? Digam para mim.

Sinceramente, eu amo muito o Benjamin. Que vampiro maravilhoso do caralho. Perfeito, gente!
E antes que perguntem... Alec vai chegar logo, sem ser no próximo, o outro. Escutei um aleluia? Com certeza escutei! Finalmente ele vai dar as caras e tirar a Sunny de Forks.

E vamos para os links do capítulo:

Sunny no Egito - https://pin.it/7AtOE0u9a
https://pin.it/3covVTPn1
https://pin.it/69pZ2I8Bf

Vestido vermelho (presente do Jake) - https://pin.it/7lYyyZntE


Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo.
Lavem as mãos, usem álcool em gel e ignorem a porcaria do presidente, fiquem em casa, por favor!
Beijinhos 😘


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