A Lenda de Tamamo
La estava a raposinha não mais com nove, mas sim dez caudas, paralisada olhando seu reflexo no lago. Como aquilo aconteceu? Como pode chegar a esse ponto? Eram as perguntas que pairavam em sua mente confusa.
Permita-me apresenta-lo a historia de Tamamo No Mae, a Kitsune.
Em meados do século XII, surgiu no Japão uma jovem cuja beleza e inteligência jamais haviam sido vistas antes. Por conta disso passou a servir como cortesã no palácio. Ela era capaz de responder a todas as perguntas sobre qualquer assunto e os boatos sobre sua sabedoria percorreu todo o oriente. Todos do palácio a adoravam, principalmente o imperador Konoe que se apaixonou perdidamente por ela. Tamamo estava sempre impecável com seus longos cabelos castanho-escuro presos numa trança e com roupas lindas que nunca ficavam amassadas ou sujas. Com o passar do tempo sua sabedoria começou a provocar inveja, principalmente em Satoku, principal conselheiro e melhor amigo do imperador Konoe. Satoku passou então a seguir a Tamamo desposto a descobrir algo que pudesse afasta-la do palácio. Numa noite de luar ele a seguiu até as montanhas, onde descobriu sua verdadeira identidade. Quando a luz do luar a iluminou nove caudas azuis surgiram e os olhos de Tamamo se tornaram da mesma cor.
Satoku:-Então é esse o caso – sussurrou para si mesmo com um sorriso diabólico no rosto.
Satoku esperou até Tamamo voltar ao normal e depois foi embora. Se esforçou para evitar qualquer tipo de barulho, afinal não tinha chegado tão longe para ser assassinado pelo monstro. Voltou para o palácio sorrindo como uma criança prestes a fazer uma travessura. Agora era só esperar a hora certa.
Os dias prosseguiram normalmente até Konoe tomar uma decisão que mudaria sua vida para sempre. Caminhou até o pátio onde Tamamo estava olhando as rosas.
Konoe:-Tamamo No Mae.
Tamamo:-Imperador! – Mesmo assustada o reverenciou. – Posso ajuda-lo?
Konoe:-Tem algo que preciso saber.
Tamamo:-Posso responder a qualquer pergunta.
Konoe:-Assim espero. Tamamo se casaria comigo?
Aquilo deixou a sábia raposinha sem palavras, estava confusa, mas de uma coisa estava certa tudo parecia ir conforme o planejado. Ela corava aos poucos e por alguns instantes sentia-se humana.
Tamamo:-Sou uma mera cortesã, como poderia me casar com o Imperador?
Konoe:-Tem mais sabedoria que todos os filósofos do mundo, é mais bela que as estrelas, seria útil para mim te-la ao meu lado.
Aquilo a deixou cabisbaixa, balançou a cabeça como se dissesse : mas é claro, humanos são todos assim.
Konoe:-E... eu a amo.
Tamamo levantou os olhos e encarou Konoe pela primeira vez desde o dia em que se conheceram. As imagens da primeira vez que foi ao palácio voltaram a sua mente. Era manhã de primavera e Tamamo esperava ansiosa para demonstrar sua sabedoria milenar, sabia que isso deixaria todos impressionados e desta forma teria um acesso rápido ao Imperador, isto não era do seu feitio, mas era necessário colocar ordem nas coisas. O que a Kyuubi não esperava era que diante dela surgisse o humano mais perfeito que já tinha visto, um pouco mais alto que ela, com cabelos castanho-escuros e olhos claros, nem mesmo parecia oriental , não fosse pelos olhos pequenos e pela descendência poderia dizer que o ele era um estrangeiro, talvez por suas caraterísticas físicas tenham surgido boatos de que ele era na verdade filho de uma estrangeira e não da verdadeira esposa do Antigo Imperador, mas eram apenas boatos criados por seus parentes invejosos que queriam tomar o trono, tal historia não tinha fundamentos ou pelo menos era o que se dizia. Tamamo sentiu seu coração bater mais rápido, como um relés humano poderia ser tão encantador, ainda assim não se deixou vencer pela surpresa e logo cumpriu seu papel. Em pouco tempo estava servindo como cortesã, Konoe sempre vinha até ela e os dois conversavam por horas. Eram as melhoras conversas que ela já tivera em toda sua vida de quatro séculos. Logo todos no palácio começaram a falar que o Imperador tinha caído de amor pela cortesã. Ela nunca acreditou nisto, mas naquele dia viu que era verdade.
Tamamo:-Eu... não posso aceitar Imperador.
Konoe:- Konoe, meu nome é Konoe! Por que ?
Tamamo:-Não faz sentido.....
Suas desculpas tinham sido interrompidas por um abraço cheio de ternura, não conseguia explicar o que se passava, mas desejou que aquele momento durasse eternamente.
Konoe:-Aceite. Não é uma ordem, não sinta que é obrigada.
Tamamo:-Sei que jamais faria isto. Sim ,eu aceito Konoe.
O imperador vibrou como um garotinho ao ouvir as palavras de sua cortesã, ele se apaixonou assim que a viu pela primeira vez. – Tamamo tardava a acreditar que aquilo era real, de repente sentiu lágrimas escorrerem pelo seu rosto e logo em seguida uma chuva tomou conta do local. Os dois correram até o palácio, por mais que tentasse a raposinha não conseguiu conter suas lágrimas, mas sabia que precisava logo.
Chihiro:-Tamamo-san, está chorando?
Tamamo:-Claro que não, não se preocupe.
Keiko:-Esta chuva é muito estranha, o dia estava claro e então começou a chover. Na certa alguma Kitsune deve estar por ai, aqueles demônios, melhor avisar aos caçadores.
Tamamo se assustou, a lenda de que chuva no dia claro era causada por lágirmas de uma Kyuubi no Kitsune era comum em todo o Japão. Ela sabia que se não parasse de chorar era provável que chamasse caçadores e até monges, se isso acontecesse ela estaria perdida.
Tamamo:-Não é necessário, veja a chuva já cessou.
Keiko:-Ainda assim... Esses demônios...
Tamamo:-Obedeça as minhas ordens! Kitsunes perto do palácio, certamente os caçadores escarneceriam de tal coisa.
Keiko saiu furiosa, odiava Tamamo com todas as suas forças. Ódio causado pela inveja da sabedoria, beleza e principalmente do amor de Konoe. Keiko era apaixonada pelo Imperador desde criança e tinha presenciado o pedido de casamento.
Keiko:-Antes disso eu acabo com ela.
Satoku:-Acaba com quem?
Keiko:-Satoki-sama, eu só estava...
Satoku:-Quer se livrar da Tamamo e casar com o imperador?
Keiko:-Eu não...
Satoku:-Eu ajudarei.
Keiko parecia não entender aonde ele queria chegar.
Satoku:-Tamamo é uma raposa de nove caudas que deseja matar o Imperador e assumir seu lugar no trono.
Keiko:-Eu sabia que algo era diferente nela, aquele demônio trapaceiro deve ter enfeitiçado o imperador.
Satoku:-Disso eu discordo. Mas precisamos salvar o Konoe.
Keiko:-Estarei a sua disposição.
Keiko se foi e Satoku riu consigo mesmo, como podia ser tão genial? As coisas estão melhores do que o planejado, mas esse casamento não devia acontecer. Keiko sempre foi tão fácil de enganar.
Konoe:-Satoku-kun?
Satoku:-Imperador.
Konoe:-Vou me casar em duas semanas.
O sorriso de Satoku se tornou em desespero.
Satoku:-Por que tanta pressa? É pouco tempo para organizar uma festa.
Konoe:-Não me importo com festas, só quero ter Tamamo ao meu lado.
Satoku:-Konoe-sama, somos amigos ouça meu conselho e espere mais um pouco.
Konoe:-Não vou esperar, em quatorze dias estarei casado com Tamamo-chan.
Satoku:-Isso é um absurdo!!!
Konoe:-Somos amigos, mas não esqueça que ainda sou o imperador. Me deve respeito Satoku!
Satoku:-Perdão, imperador.
Satoku curvou-se e logo depois se foi. Como Konoe pode ser tão cego? Ele não merece ser o imperador, vai entregar o reino a um monstro, aquele bastardo insolente.
Os dias estavam passando e a raposinha mal podia esperar pelo casamento, passava horas na frente do espelho admirando seu Yukata tão lindo e caro. Tudo parecia ir bem até Konoe contrair uma misteriosa doença que avançava rapidamente. Todos ficaram assustados, uma vez que o Imperador tinha uma saúde perfeita e agora parecia estar morrendo. Vários médicos foram até ele, mas nenhum conseguiu explicar o que causava aquilo. Foram chamados padres, feiticeiros, monges e astrólogos, mas nada resolveu, Konoe estava fadado a morrer. Tamamo chorava todos os dias e por isso durante aquela não houve sequer um dia de sol. A semana seguinte chegou logo, mas a condição do Imperador só piorou, niguem sabia o que fazer e já esperavam pelo pior, até a chegada de misterioso astrólogo chamado Abe no Yasuchika.
Yusuchika:- Sei o que causa sua doença Imperador.
Konoe:-O que esta me deixando assim? ( disse Konoe muito fraco)
Yusuchika:-Uma raposa lhe jogou um feitiço.
Satoku:-Uma raposa?
Yusuchika:-Sim, sua linda noiva é na verdade uma raposa de nove caudas e ela esta causando sua doença.
Konoe:-Tamamo jamais faria isso. Ela não é... “cofh cofh” ( tosse)
Satoku:-Konoe-sama, eu segui vossa noiva e descobri que ela é um demônio com caudas.
Konoe:-Por que não me disse?
Satoku:-Não acreditaria em mim, está tão enfeitiçado que não escuta meus conselhos.
Konoe:-Por que ela far...
Yusuchika:-Kitsunes são monstros cruéis, ela devia estar tentando roubar seu trono. Tenho encontrado com muitas em minhas viagens. São desprezíveis, falsas, servem ao Deus da colheita, mas algumas, assim como Tamamo o traíram. Ela é a causa de vossa doença, ela é um demônio assassino. Por isso é tão sábia e bela, isto é apenas um truque, são ardilosas e cheias de maldade.
Konoe:-Traidora maldita...
Satoku:-Ela tentou mata-lo, o que vai fazer?
Konoe:-Chame-a aqui.
Procuraram Tamamo no mae por todo o palácio, mas ela tinha desaparecido. Satoku sabia que ela estava fugindo, típico de uma raposa.
Satoku:-Konoe-sama, ela fugiu.
Konoe:-Como? Ela deve ter ido apenas..
Satoku;-Ela fugiu, deve ter ouvido que já descobrimos que é de verdade.
Konoe:-Chame Kazusa e Miura imediatamente!!
Satoku:-O que esta planejando?
Konoe:-ISTO FOI UMA ORDEM, MANDE CHAMA-LOS!!!.
Satoku saiu furioso, que ingratidão depois de anos de serviço. Kazusa e Miura? Os guerreiros mais poderosos do reino? Será que o imbecil vai fazer algo útil? Que imperador cego.
Satoku:-Imperador, aqui estão Kazusa e Miura.
Konoe:-Quero que cassem aquela raposa e tragam-na o mais rápido possível.
Miura:-A mataremos Imperador.
Konoe:-Não ousem toca-la ou eu os mato. Quero ela viva!
Satoku:-Konoe-sama.
Konoe:-VIVA!
Naquele momento a noticia de que a cortesã era uma Kyuubi já tinha se espalhado por todo o império do sol, Tamamo fugia de um lado para o outro em busca de abrigo até encontrar uma pequena vila próxima a Nasu. Ali permaneceu por alguns dias se passando por uma aldeã que tinha se perdido dos pais. Todos na vila logo se encantaram com a jovem que adotou o nome de Chiharu. Já estava com duas semanas na aldeia quando ouviu boatos dos aldeões.
Arata:-Melhor tomarem cuidado com suas esposas e filhos, soube que há uma Kyuubi fugitiva no reino.
Aldeões:-Uma raposa? Um demônio?
Tamamo:-Como soube disto?
Arata:- O próprio imperador mandou o aviso e tem mais ele mandou Kazusa e Miura para mata-la.
Tamamo:-Como ele pode fazer isto?
Arata:-Ele é o Imperador, pode fazer qualquer coisa e ele está certo em mandar caçar a raposa.
Tamamo:-Como pode dizer isso?
Arata:-Chiharu, não entendo sua reação.
Tamamo:-Eu vou descansar, até amanha.
Tamamo sabia que aquilo significava guerra, não tardaria até que os irmãos caçadores chegassem a vila e como não podia mudar de forma o melhor era fugir logo de manhã. Como planejado Tamamo acordou e foi embora logo cedo para sua surpresa avistou os caçadores de longe na aldeia. Tinha feito a coisa certa. Agora era só terminar o que tinha começado. Como aquele traidor teve a coragem de mandar me caçar como se eu fosse um guaxinim {guaxinins são inimigos das raposas), mandar me matar, ele sim é o monstro. Como era capaz de se mover muito rápido chegou no palácio numa fração de segundos e logo se moveu para o quarto de Konoe. Ao vê-lo morrendo seu coração se encheu de tristeza, sabia que a única forma de salva-lo era passando pra ele sua gota de kitsune. { As raposas de nove caudas possuem um tipo de poder dentro de si chamado popularmente de “ gota’, esta é como a fonte de poder de uma Kitsune, sem a gota as raposas mantem suas habilidades , mas de forma reduzida além de ficarem sujeitas ao cansaço e a ferimentos, sem ela é impossível esconder sua forma por muito tempo.). Tamamo sabia que aquilo poderia custar sua vida, mas ainda assim queria sava-lo, apesar de não merecer seu sacrifício ele o recebeu. Tamamo se aproximou de Konoe e o beijou passando para ele sua gota, a fonte de sua força vital, era como trocar sua vida pela dele.
Tamamo:-Por favor Konoe-san, exista em algum lugar, mesmo que eu não possa ficar ao seu lado. Continue existindo.
Em poucos segundos Konoe acordou com a saúde perfeita.
Tamamo:-Konoe-san.
Konoe olhou ao redor e logo viu o lindo rosto de Tamamo, mas junto a ela agora estavam nove caudas azuis que pareciam dançar no ar.
Konoe:-MONSTRO, VOLTOU PARA ME MATAR?
Tamamo:-COMO PODE DIZER ISSO?
Konoe:-Não é verdade?
Tamamo:-Se acha inteligente, mas é tão tolo. Eu jamais tentaria mata-lo, se eu quisesse feri-lo não perderia tanto tempo como sua cortesã.
Konoe:-Queria meu lugar no império.
Tamamo:-Queria sim, mas desisti. Eu poderia ter te matado a muito tempo, mas não o fiz. Eu voltei para te salvar. Dediquei minha vida a você e mandou caçadores para me matar. O que acha que sou?
Konoe:-Um monstro, mas do que nunca agora te vejo como um monstro. Isso é o que você realmente é!
Tamamo já desejava chorar como foi capaz de se apaixonar por esse humano desprezível?
Tamamo:-Salvei sua vida Imperador ingrato. Tem minha gota ai dentro, isso te mantem de pé.
Konoe:-Tire-a então, prefiro perecer a carregar algo seu comigo. Traidora.
Tamamo:-Você é o traidor, assim como todos os humanos. Nunca tentei mata-lo.
Ambos cessaram a briga ao ouvir batidas na porta.
Konoe:-Espere no outro quarto, vou manda-lo embora.
Tamamo:-Quer que eu acredite? Vai mandar seus caçadores para me matar.
Konoe:-Sou mais confiável do que você. Se esconda antes que a vejam.
O que era aquilo? Konoe a estava protegendo? Tamamo foi para o outro aposento, enquanto Konoe conversava com Keiko. -Se ela me visse aqui de certo eu estaria morta- Pensava Tamamo temendo que alguém a encontrasse. A raposinha continuou esperando, até ouvir risadas se aproximarem.
Satoku:-Tamamo-chan, que surpresa encontra-la aqui.
Tamamo ficou estática, estava fraca para um confronto e fugir não seria fácil.
Satoku:-Parece assustada, por que? Hora, vejo que suas caudas apareceram. Faz algum tempo desde que as vi pela primeira vez
Tamamo:-As viu?
Satoku:-Nunca confiei em você, por isso a segui algumas vezes. Me surpreendi pelo fato de não ter me matado antes, sei que me viu.
Tamamo:-Não sou uma assassina.
Satoku se aproximou de Tamamo e acariciou seu rosto.
Satoku:-Tão graciosa, não sou aquele Imperador bastardo. Acha que consegue me enganar?
Assim que disse estas palavras o quarto foi invadido por centenas de guardas apontando suas flechas para Tamamo. Seria aquele o fim?
Satoku:-Não tem saída demônio.
Tamamo sentia que aqueles seriam seus últimos minutos , o que mais odiava era a traição de Konoe, Imperador ingrato, humano desprezível, pensava consigo mesma. Sem a gota estava fadado a uma morte lenta, a menos que houvesse outra saída. Com o pouco poder que ainda lhe restava a jovem Raposa conseguiu emitir uma ilusão em todos, de certa forma gostava daquilo, o poder de criar ilusões sempre fora usado para torturar humanos e agora iria salva-la. Tamamo pulou a janela e correu o mais rápido que conseguira, sentiu algo escorrendo por sua perna e logo depois uma dor insuportável, aquele líquido vermelho era a prova de que estava fraca demais para se manter ali, foi a primeira vez que se feriu. Tamamo continuava correndo para fugir daqueles que pensava se tratar de amigos. À medida que corria sentia sua perna doer, sua respiração havia se tornado uma agulha machucando seus pulmões. Cada passo era mais doloroso, cada passo parecia leva-la para mais perto da morte. A dor agora havia tomado conta do seu abdômen, sentia que o mesmo ar que enchia sua vida agora a tornava insuportável. -Por que tudo aquilo?- Tal pergunta perdurava em sua mente. Ela continuou correndo até chegar a um precipício. – O que deveria fazer?- Se permanecesse ali seria um troféu para os caçadores, mas se pulasse era certo que morreria. A cada segundo eles ficavam mais próximos, repentinamente uma flecha foi lançada, estaria esta destinada a traçar seu destino? Tamamo piscou e inspirou o ar pela ultima vez, neste momento a flecha estava a poucos centímetros do seu corpo, naquele momento expirou e então pulou. Aquele salto que não durou mais de quatro segundos pareceu mais longo do que sua existência, o ar frio a estava sufocando quando sentiu seu corpo bater no solo, a dor agora parecia parte da sua alma, tal foi o impacto que aos poucos a raposinha sentiu seu corpo adormecer, ele já não respondia seus comandos.
Na beira do precipício os caçadores olhavam para a escuridão sem fim em busca do corpo sem vida de Tamamo, mas antes de voltar ao palácio viram algo brilhante se formar em meio a escuridão. A silhueta de algo estava aparecendo e logo nove caudas azuis iluminaram o fim do precipício, tal visão durou alguns segundos e então desapareceu. Os caçadores voltaram ao palácio para contar o que tinha sucedido.
Longe dali uma raposinha sentia o gosto da morte- Morrer é mais doloroso do que eu imaginava, a vida poderia ao menos ter tornado este momento menos desesperador- uma escuridão tomava conta dos seus sentidos, lentamente tudo aquilo que conhecia desapareceu. A escuridão a embalava como uma mãe que coloca o filho para dormir, nunca tivera uma mãe, ou mesmo uma família, desde o inicio sempre esteve sozinha buscando por algo até....- Seus olhos se abriram bruscamente, mas a luz os fez retrocederem, estava tão acostumada a escuridão que tentou adaptar-se, mas nada parecia fazer sentido, tudo que enxergava eram sombras e riscos, ouvia vozes fazerem ruídos que ela não conhecia, mas o que era tudo aquilo afinal? A morte lhe estava pregando uma peça? De repente voltou ao seu mundo, ou aquele em que vivia. Os riscos se tornaram uma casa simples, as sombras um senil e uma garotinha, os ruídos conversas referentes ao almoço.
Tamamo:-Onde eu estou?
Sasami:-Nee-san, você finalmente acordou?! Me chamo Higurashi Sasami, qual seu nome?
Tamamo:-Me chamo.... Chiharu, pode me chamar assim.
Sasami:-Não tem sobrenome nee-san?
Hideki:-Sasami-chan, não incomode a moça, ela deve estar cansada. Perdoe minha neta Chiharu-san, ela costuma ter muita energia. A proposito me chamo Higurashi Hideki.
Tamamo:-Ela não esta incomodando, Sasami? É um nome muito bonito.
Sasami:-Obrigada Chiharu- nee-san, posso te chamar assim?
Tamamo:-Claro que sim, nee-chan.
Hideki:-Nos a encontramos quando voltávamos do rio, pensei que a senhorita não iria sobreviver, foi um verdadeiro milagre continuar viva depois de cair daquele penhasco.
Tamamo:-Foi um milagre. Melhor eu ir agora, não quero mais atrapalhar.
Ao tentar levantar sentiu uma dor lancinante no seu braço esquerdo que a fez voltar para o colchão.
Hideki:-Creio que terá que passar mais uns dias conosco, ainda não se recuperou completamente.
Tamamo:-Já fizeram muito por mim e...
Sasami:-Por favor nee-san fica mais um pouco, por favor.
Tamamo:-Como resistir a uma garotinha tão linda? Só mais alguns dias.
Tamamo estava adorando ficar com eles, era uma família muito humilde, mas eram maravilhosos. Hideki aparentava setenta anos e seus cabelos grisalhos já eram escassos, seus olhos eram minúsculos e tinha sorriso cheio de ternura, era como um avô. Sasami tinha cerca de oito anos e era linda, tinha olhos enormes para uma japonesa, cabelos negros que iam até abaixo da cintura e uma pele tão branquinha, parecia uma boneca, Sasami era a irmã carinhosa. Os dias naquele lugar eram maravilhosos, Tamamo sentiu pela primeira vez como é ter uma família, desejou que aquilo durasse para sempre. A raposinha estava decidida a ficar morando com os Higurashi, afinal viviam em uma casa isolada e a aldeia era um pouco distante, além do mais Hideki já estava velho e Sasami precisava de alguém para velar por ela.
Hideki:-Chiharu-san, quero agradecer por cuidar tão da minha neta.
Tamamo:-Ela é tão linda, eu adoro estar perto da Sasami.
Hideki:-A senhorita fez mais do que isso, a quase um ano um grupo de salteadores invadiu a vila onde minha filha morava com sua família. Eles eram monstros cruéis. Meu genro Ichigo morreu para proteger a família, mas depois dos assaltos eles incendiaram quase toda a aldeia e fugiram. Minha e neta mais velha morreram no incêndio junto com a maioria dos aldeões, Sasami foi uma das únicas pessoas a sobreviver. Quando cheguei naquele local só vi um rastro de destruição e morte, Sasami estava sentada chorando ao lado do corpo queimado da mãe e da irmã. Pensei que ela nunca se recuperaria dessa tragédia, ela não falava com outras pessoas além de mim e todas as noites acordava chorando pela mãe. Mas sua chegada mudou as coisas, fiquei surpreso ao ve-la conversando e os pesadelos também cessaram. Muito obrigado Chiharu-san.
Tamamo:-Vocês me salvaram e Sasami é tão doce, nunca imaginei que algo assim tinha acontecido. Fico feliz em ajudar.
Hideki:-Sabe Chiharu-san, a vida é uma estrada longa com um único caminho, mas é cheia de desvios. Ainda me surpreendo ao ver como os desvios podem destruir a alma de uma pessoa. Não se desvie deste caminho Chiharu, eu lhe peço.
Tamamo:- Não entendi.
Hideki:-Não deixe minha Sasami sozinha, mesmo que precise fugir.
Hideki voltou para casa, mas Tamamo continuou refletindo o que tinha ouvido.
Sasami:-Nee-san, pode me mostrar?
Tamamo:-Do que esta falando?
Sasami:-As caudas...
A raposinha entrou em pânico.
Tamamo:-Que caudas?
Sasami:-Vovô e eu te encontramos por que vimos de longe nove caudas brilhantes. Eu posso ver de novo?
Tamamo:-Sasami, prometa que nunca contará isso a ninguém.
Sasami:-Mas por que?
Tamamo:-Estou implorando, por favor.
Sasami:-Tudo bem Nee-san, eu não conto.
Tamamo respirou aliviada. Tudo estava perfeito, tinha uma família e logo esqueceria o passado...
Longe dali as coisas não iam bem.
Konoe:-Onde ela esta?
Satoku:-Fizemos o possível, mas ela se foi.
Konoe:-Faça o impossível e me tragam a Tamamo.
Satoku saiu da sala amaldiçoando o imperador. Aquele bastardo imundo.
Tenchi:- Satoku-kun, a quanto tempo. Onde esta o que você me prometeu?
Satoku:-Tenchi, não consegui capturar a raposa.
Tenchi:-Era esperar muito de um bando de guerreiros. Eu mesmo vou busca-la, mas mande seus guerreiros quando eu precisar.
Tenchi desapareceu em segundos e então começou a buscar pela raposinha, não demorou muito até descobrir seu paradeiro.
Tenchi:-Se eu soubesse teria feito isso desde o inicio. Mas vejam só, a raposinha arranjou uma família. Vou me divertir com isso.
Em poucos dias Hideki adoeceu misteriosamente. Na aldeia os rebanhos e plantações começaram a definhar. Os moradores suspeitavam que algum duende os tinha amaldiçoado. Mas Tenchi, sabia muito bem que aquilo não fazia sentido. Era apenas um pouco do poder de outro demônio de nove caudas em ação. Conforme os dias passavam a situação da aldeia e piorava junto com a saúde do Hideki. Todos estavam apavorados sem saber o que estava causando aquilo. Tamamo e uma menininha saíram para comprar algumas coisas na pequena vila, era o momento perfeito. Quando já estavam na entrada da vila Tenchi usou a montanha da vila para provocar um desabamento, como esperado a pequena Sasami estava preste a ser esmagada por uma rocha gigante, ninguém seria capaz de salva-la, a menos que ..... Como previsto a raposinha usou a força e velocidade que lhe restavam para retirar Sasami e esmagar a pedra, para salvar a menina ela não pensou duas vezes, logo suas caudas apareceram. Tamamo e Sasami se abraçaram, mas o momento de ternura foi interrompido pela fúria dos aldeões.
Aldeões: -Então você é o demônio que esta trazendo má sorte para nossa vila.
Aldeões:-Vamos mata-la, os Higurashi estavam escondendo um demônio.// Matem essa kitsune e então nossa vila vai prosperar novamente.
Sasami:-Não, não machuquem a nee-san!!!
Tamamo:-Eu sou culpada por essas tragédias..
Aldeões:-VAMOS QUEIMA-A E AOS HIGURASHI TAMBÉM.
Tamamo sabia bem como eram os humanos tentar conversar seria mera perda de tempo, então usou o resto das suas forças para fugir ao lado de Sasami. As duas chegaram em casa para buscar Hideki, mas ao chegarem viram a casa em chamas. A pequena Sasami gritava desesperadamente chamando o avô. Malditos humanos, como podem ser tão desprezíveis? Pensava a raposinha enquanto fugia para outro lugar com a pequena Sasami. Ao chegaram as planícies de Nasu, saíram em busca de um lugar para ficar.
Sasami:-Isso é culpa sua, eu te odeio.
Tamamo:-Sasami-chan..
Sasami:-EU ODEIO VOCÊ!!!.
Tamamo:-Não quer mais ser minha nee-chan?
Sasami abraçou Tamamo aos prantos.
Sasami:-Meu avô... Nee-san me desculpa.. Meu avÔzinho. Nee-san...
Tamamo:-Me desculpe por ter bagunçado tudo, vou entender se me odiar, mas ainda assim vou te proteger.
As duas continuaram abraçadas. A raposinha sabia que não demoraria muito até os aldeões chegaram aquele local, elas precisavam procurar outro lugar para se esconder. Elas continuaram sua viagem, até estarem bem longe de onde tudo tinha acontecido. Tamamo se perguntava como as coisas tinham novamente chegado a este ponto, eu nasci com uma maldição sobre minha cabeça.
Tamamo:-Sasami, vamos morar aqui agora.
Sasami aquiesqueceu.
Tamamo:-Não vai falar comigo? Tudo bem.
A raposinha agora precisava pensar em algo, uma vez que não estava mais sozinha. A noite a kitsune teve um sonho, na verdade uma premonição, Miura iria mata-la. A raposa engoliu seu orgulho ao implorar de todas as maneiras para que ele não o fizesse, mas foi em vão. Ao acordar sabia que algo precisava ser feito.
Tenchi:-Ora se não é minha kitsune favorita.
Tamamo:-TENCHI?? O que faz aqui? Onde esta a Sasami?
Tenchi:-A menina? Ela foi passear...
Tamamo:-Tenchi...
Tenchi:-Ela vai ficar bem, agora vamos conversar. Soube que andou paquerando o imperador.. Mas ele te colocou pra correr. Coitadinha deve ter doido tanto.
Tamamo:-Cale-se!!!
Tenchi:-Ai ele mandou te perseguir e então você foi adotada? Pobrezinha, eu não devia ter acabado com as plantações e tentando matar a garotinha.
Tamamo:-Foi você??!!
Tenchi:-Exatamente, mas todo mundo te culpou. Olha a parte mais divertida foi colocar fogo naquele velhote.
Tamamo:-MISERAVEL, EU TE MATO
Tamamo atacou Tenchi, mas este a imobilizou.
Tenchi:-Tamamo-can, ou melhor Chiharu-chan, sou mais forte. Não me irrite e entregue logo aquilo que vim buscar.
Tamamo conseguiu se soltar e então se afastou o mais rápido que conseguiu.
Tenchi:-Tenho a vida inteira para persegui-la.
Tamamo:-Me esqueça.
Tenchi:-Tenha pena de você. Você é a mais sabia de todas, mas foi enganada por um humano. O pior é que você se apaixonou por ele. Coitadinha.
Tamamo:-Isso não é...
Tenchi:-Não me diga que.... Não é possível... você não seria tão tola...Deu a “gota da raposa” para aquele humano? Dizem que o amor deixa as pessoas idiotas, mas não sabia que afetava kitsunes demônios também.
Tamamo:-Pode rir, mas eu deveria estar rindo, sempre desejou a gota, sempre teve inveja da minha sabedoria. Agora mesmo que você me mate não vai te-la, e não há como tira-la do imperador. Só eu poderia. Nunca vai ter a gota. Quem é o idiota?
Tenchi se enfureceu e logo suas caudas começaram a surgir.
Tenchi:-Pois bem Tamamo, mesmo que eu nunca consiga a gota, vou matar você, depois mato aquele pirralha e por ultimo seu amado imperador.
Tamamo:-Não se atreveria....
Tenchi:-Você o amo tanto assim? Mesmo depois de ser traída? Tola. Vai ser ainda melhor mata-lo. Sem a gota como pretende me impedir?
Tamamo:-Por favor, não os machuque. Ela é uma criança e ele não tem culpa.
Tenchi:-Por que se preocupa com eles? São so humanos... e ele te traiu. Mas vou vingar sua dor Tamamo.
Sasami:-Chiharu-nee-san...
Tamamo:-Sasami corre agora, vai embora, procura um lugar pra você ficar e me espera lá. AGORA...
A pequena Sasami correu o mais rápido que conseguiu, mas num piscar de olhos já estava nos braços do terrível Tenchi.
Tenchi:-Vejam só quem eu encontrei.
Tamamo:-Ela não tem nada haver com isso.
Tenchi:-Tem razão, minha divida é com você. Mas o fígado dela é tão jovem, seria uma refeição e tanto...
Tenchi era o perfeito monstro, impiedoso e desprezível, sempre invejou a sabedoria de Tamamo. No primeiro olhar ele parecia perfeito com um rosto deslumbrante, alto, cabelos longos e cinzas, olhos dourados, por mais diferente que fosse encantava milhares de pessoas. Ainda assim tinha a personalidade de um senhor do submundo, era uma das kyuubis mais terríveis que existiam.
Tamamo:-Tenchi...
Tenchi desapareceu e depois de alguns minutos reapareceu perto de Tamamo.
Tenchi:-Sentiu saudades?
Tamamo:-Onde ela esta?
Tenchi:-Isso não importa, agora preciso cuidar do seu amado Konoe.
Todo o ódio que a pequena kitsune havia guardado explodira de uma só vez, suas caudas dançavam com o vento.
Tamamo:-Vai pagar caro por isso.
Tenchi:-As coisas ficaram interessantes.
Tamamo e Tenchi começaram a lutar, embora estivesse fraca demais a lembrança de Sasami e o amor por Konoe a faziam continuar tentando. Depois de horas a kitsune já não podia mais continuar e então caiu ferida.
Tenchi:-Isso foi mais fácil do que eu esperava.
Tenchi segurou a Kitsune e então a arremessou contra as rochas.
Tenchi:-Vai morrer nas minhas mãos Tamamo. Eu quero sentir o gosto do seu sangue sua raposa maldita. E logo depois sentirei o gosto do sangue do Imperador e olhe só terei dez caudas quando fizer isso. Você é estupida, lutar por um imperador tolo que foi enganado por Yasuchika, foi fácil faze-lo crer em um famoso astrólogo. Ele preferiu acreditar nas palavras dele do que nas suas.
Tamamo:-Você causou a doença do Konoe?
Tenchi:-Exatamente. Yasuchika so errou de raposa.
Miura:-Afaste-se. Como servo do imperador eu devo leva-la ao palacio.
Tenchi:-De onde você veio? Não importa. Vai morrer também.
Tenchi atacou Miura dando a Tamamo a oportunidade perfeita para se defender. Antes que o desprezível raposo alcançasse o caçador, Tamamo conseguiu lhe bater, com isso Tenchi acabou caindo sob a flecha de Miura.
Tenchi:-Eu vou .... matar... você Tamamo....
Tenchi estava definhando, flechas podem matar até mesmo uma kyuubi. A pequena kitsune assistiu a tudo aquilo assustada.
Tamamo:-Tenchi, Tenchi...
Por mais ódio que sentisse daquele demônio, jamais pensou em sujar-se com seu sangue. Aos poucos sentiu seu corpo ficar estranho, mais uma vez estava sentindo o sabor da morte, mas agora ele jazia não em seu espirito, mas em suas mãos. Tamamo caminhou em direção ao lago. La estava a raposinha não mais com nove, mas sim dez caudas, paralisada olhando seu reflexo no lago. Como aquilo aconteceu? Como pode chegar a esse ponto? Eram as perguntas que pairavam em sua mente confusa. Minha vida sempre vai ser assim? Marcada por fugas, ódio, morte. Tamamo nunca desejou aquelas caudas, sempre quis ser humana, mas naquele instante seu desejo estava mais distante do que nunca. Uma décima cauda tinha surgido, e agora suas caudas não eram mais azuis, eram brancas, carregavam consigo o peso da morte de outra raposa. Naquele momento a Kyuubi desejou não estar viva.
Miura:-Vamos para o palacio.
Tamamo:-Perde seu tempo apontado esta flecha para mim? Na condição que me encontro posso mata-lo com um grito. Acabe com isto e atire esta maldita flecha. Sei que teve o mesmo sonho que eu, por isso sabia onde eu estava. Vou morrer em suas mãos e você será conhecido como um grande guerreiro. Pode me matar agora
A pequena Sasami sentiu seu coração bater mais rápido ao encontrar seu avô, era uma visão maravilhosa. Ele não tinha morrido queimado. Os dois se abraçaram e então seguiram seu destino. Infelizmente Tamamo, ou Chiharu como a chamavam não poderia mais fazer parte dele. Hideki viveu muitos anos e Sasami se tornou uma linda moça. Mesmo depois de anos os dois ainda faziam oferendas e orações por sua Chiharu. A lembrança da nee-san ajudava Sasami a superar seus medos. Alguns minutos depois a visão desapareceu e a pequena Sasami se viu parada a beira de um precipicio, tinha um ferimento em seus corpo, todo o resto tinha sido apenas uma ilusão, ela estava morrendo.
Miura voltou ao palácio trazendo a noticia da morte de Tamamo.
Konoe:-Disse para não machuca-la.
Miura:-Eu não tive escolha, ela tentou me matar.
Konoe:-Onde o corpo dela esta?
Miura:-Depois que a raposa morreu seu corpo se transformou em Sessho-seki ( pedra mortífera). O espirito dela se transformou em Hoji e esta assombrando a pedra.
Konoe mandou que Miura voltasse a seus afazeres. Sentiu seu coração queimar, jamais quis feri-la, queria Tamamo perto dele, mesmo que fosse como uma prisioneira, sabia que se ela continuasse fugindo alguém a machucaria, mas agora por sua culpa seu amor estava morto. Ele amava Tamamo.
Konoe morreu meses depois do ocorrido depois de completar dezesseis anos, alguns dizem que ele morreu de tristeza outros que foi assassinado por inimigos. Seu lugar foi ocupado por Go-Shirakawa e seu antigo amigo Satoku se tornou braço direito do imperador.
Alguns dizem que a raposinha agora de dez caudas continuou viva de algum jeito e que tem vagado pelo mundo até os dias de hoje esperando o dia em que poderá se encontrar novamente com seu amado Konoe.
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