Apesar das muitas baixas por parte dos ceifeiros de almas, Karin estava aliviada por seu irmão ter sobrevivido. Durante a guerra, ela, sua irmã e seu pai, tiveram que cuidar dos hollows que surgiam em Karakura. Isso desenvolveu grande poder espiritual na jovem, a tornando muito forte e resistente.
Com o retorno de Urahara e Yoruichi a cidade, Karin decidiu aprimorar suas técnicas de combate: zanjutsu (espadas), hakuda (corpo-a-corpo), hohou (combate com os pés) e kidou (artes demoníacas).
Oe Karin-chan, quais são seus planos com esse interesse nas artes shinigamis? Yoruichi a questionou.
Apenas me defender sozinha. Nee-chan vai seguir a vida dele e mesmo que ele não admita, não vai poder nos proteger para sempre... Ela disse convicta. Ichigo estava em um relacionamento sério com Inoue e ela sabia que o futuro do irmão estava praticamente selado ao lado da ruiva.
Que ótimo! Achei que quisesse dar uma surra em um capitão da décima divisão... Disse Yoruichi provocando Karin. A mesma fez uma expressão de indiferença, mas no fundo se puder socar a cara daquele baixinho durante o processo, ficaria satisfeita.
Toshiro tem coisas mais importantes para fazer do que perder seu tempo me visitando... Ela disse amargamente.
E assim os treinamentos iniciaram-se. Com a ajuda de Isshin, Karin desenvolve zanjustu. Já com Tessai, desenvolve kidou e com Urahara e Yoruichi hakuda e hohou.
Os avanços rápidos da potencial shinigami são reconhecidos por todos, inclusive pelo próprio irmão.
Isshin vê que a filha se sente feliz fazendo parte desse universo e decide entregar-lhe sua espada a ela.
Minha querida filha ingrata! Engetsu urra por um dono que cuide melhor dela. Sou xingado todos os dias em sonhos desde o nascimento de Ichigo por tê-la abandonado.
Os olhos de Karin brilham ao ver o pai empunhar sua espada.
Não basta eu lhe entregar essa espada. Você precisa conquista-la. E devo lhe dizer que Engetsu não é nem um pouco flexível. Mas vamos tentar... Juntos?
A princípio Karin não entende o que pai quis dizer com ‘ tentar juntos’. Os dois se dirigem ao subsolo da loja de Kisuke, já conhecido e frequentado por Karin durante muitos meses.
Iremos meditar.
Espero que você não durma no processo. Karin resmungou ainda cética em acreditar que aquilo daria certo.
Seu pai apenas soltou uma gargalhada leve e deu leves tapinhas no chão motivando sua filha a se sentar perto dela.
Em posição de meditação, Karin já de olhos fechados, questionou o pai.
E agora?
Agora esvazie sua mente. Respire fundo e libere sua reiatsu bem devagar. Estou do seu lado. Isshin segurou levemente o abraço de sua filha. Aos poucos Karin percebeu que o breu provocado por seus olhos fechados dava lugar a uma paisagem ensolarada e quase desértica.
Ela admirou o lugar até encontrar seu pai com as mãos na cintura, em uma pose heroica, sorrindo para ela.
Viu? Até agora não foi tão difícil! Vamos procurar nossa pequena Lua.
Me procurar para que seu desgraçado?! Eu devia lhe tostar todo pela audácia de pisar aqui depois de tanto tempo! Esbravejou uma voz forte.
Oe, minha Lua linda!!! Eu senti sua falta!!! Isshin dramático se jogou nas areias forçando um choro.
Por Kami, tenha um mínimo de discernimento, pai! Karin revirou os olhos diante da cena. Que lhe parecia muito familiar. Seu pai sempre dramático, reclamando da rejeição de seus filhos perante a foto de sua falecida esposa em casa.
E ainda trouxe essa fedelha? O que acha que isso é? Creche de moribundos?
Entendi por que ele te abandonou... Você é insuportável. Karin disse entediada.
Foi o suficiente para fazer todo lugar, que antes tinha uma paisagem ensolarada e clara se transformar. Os céus se avermelharam a ponto de virarem fogo e o chão antes de areia se transformou em larva.
O que disse fedelha???
Isshin se levantou rápido do chão, quase foi atingido por lavas vulcânicas e correu em direção a Karin gritando:
Peça desculpas! Vamos virar espetinhos aqui!
Karin rebateu correndo na mesma direção do pai.
Peça você, ela é a sua zampaktou!
Eu vou matar os dois!!!!!
Cadê a água desse lugar? Karin gritou eufórica alcançando o pai.
Como se água fosse me parar fedelha infeliz! Peçam desculpas e digam que não vivem sem mim...
Mas o que?! Karin disse chocada com o pedido.
Eu te amo Engetsu! Me desculpe! Eu não vivo sem você! Gritava Isshin a plenos pulmões. Karin ainda chocada com a falta de amor próprio e orgulho do pai.
Você é um desgraçado mesmo! Mas ainda falta alguém...
Ande filha! Pelo bem da nossa alma! Isshin tentava convencer a filha.
Você é louco! Ela não é normal! Karin gritou para o pai.
Como é?!
Uma chuva de meteoros de fogo começou a descer em direção aos dois.
Filha! Eu quero ter netos e vê-los crescer! Peça logo desculpas! Gritava Isshin enquanto tentava escapar dos meteoros.
Karin estava chocada com o que estava vendo. A cada segundo mais o lugar ficava quente e seu pai já tinha se queimado algumas vezes. Mas porque não havia marcas de queimaduras nele?
Karin sentiu um meteoro vindo em sua direção e decidiu testar sua teoria.
Ela esticou sua mão em direção ao meteoro. Fechou os olhos esperando o impacto que aconteceu alguns segundos depois. Ela abriu os olhos devagar pensando estar queimada ou com um machucado mais grave. Mas não foi isso que aconteceu.
As chamas não fazem mal ao portador da zampaktou... Ela murmurou.
Menina insolente!
Ela definitivamente é uma Shiba! Gritou orgulho, seu pai.
O cenário voltou à antiga paisagem desértica e tranquila. De uma das dunas saiu uma linda mulher. De cabelos negros e corpo escultural. Vestia um haori que refletia a paisagem do lugar. Como se suas roupas fizessem parte do deserto. Apesar dos olhos fechados, tinha um jeito arrogante enquanto caminhava lentamente em direção a pai e filha.
Não ache que é minha portadora. Seu pai é um imprestável, mas se eu te matar ele vai fazer algo muito pior comigo. Disse ela desprezando os dois shinigamis a sua frente, ainda de olhos fechados.
Você continua linda! Isshin admirava a mulher a sua frente.
Não graças a você que me abandonou! Não venha achar que elogios bastam!
Ela chutou Isshin para longe e se aproximou lentamente de Karin. Quando seu rosto estava a milímetros de distante para o rosto de Karin, ela abriu seus olhos.
Para espanto de Karin, os olhos de Engetsu eram duas labaredas de fogo. Karin se sentiu consumida por aquela visão e viu diversas imagens passando rápido em sua mente. Seu nascimento, a morte de sua mãe, seus sonhos, seus amigos, Ichigo,Yuzu, Hitsugaya e até Kon apareceram nesses flashbacks.
Karin acordou assustada. Não estava mais no subsolo da loja e sim em um dos quartos, com uma toalha úmida em sua testa, sendo observada atentamente por sua irmã e Inoue.
Seu corpo literalmente estava evaporando de quente.
Nii...Yukata. Disse Yuzu com os olhos marejados.
O que houve comigo? Karin olhava para suas mãos, que saiam uma fumaça densa.
Engetsu quis saber se você era digna de empunha-la. Ela checou suas memórias e sua alma. Disse Kisuke abrindo a porta do quarto devagar.
Você não demorou tanto quanto imaginávamos. Só se passaram dois dias desde que ela te liberou.
Urahara ofereceu um chá energizante a jovem que ainda estava incrédula com o ocorrido.
Como assim me liberou?
Você meditou com ela por uma semana, Karin-chan. Depois caiu de cansaço e trouxemos você para o quarto. Você está dormindo à dois dias.
E porque eu não me lembro de nada disso?
Você só irá lembrar quando ela achar que deve. Seu pai adentrou no quarto. Vestido de shinigami e com uma expressão preocupada.
Você está bem, filha? Ele se aproximou devagar. Karin nunca foi carinhosa, mas havia riscos altos nessa “transferência” de zampaktous que ele não mencionou a ela.
Sim... Só estou... Confusa e enjoada... Karin disse envergonhada. Seu pai raramente tinha aquele olhar de preocupação e zelo. Ele preferia ambientes mais extrovertidos e leves. Mas pôr a vida de sua filha em risco, não era brincadeira.
Vocês ainda tem aquele passe dado por Kyoraku-san? Precisaremos visitar uma pessoa na Soul Society. Anunciou Urahara alegre.
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