Pov. Regina Mills.
Acordei naquela manhã com um estranho vazio ao meu lado na cama. Preguiçosamente abri os olhos, vendo que as cortinas do quarto não possibilitavam a entrada de luz no cômodo. Emma já teria saído para trabalhar? Era estranho pois, por mais que ela precisasse sair mais cedo, sempre me avisava antes, nem que fosse com um beijo de 'Bom dia'.
Estiquei meu braço e peguei meu celular sobre o criado-mudo para ver as horas. Ainda era cedo, nem passava das 5h30 da manhã, o que só fez minha confusão matinal aumentar.
Levantei a muito contragosto da cama, espreguiçando vagarosamente, vesti uma camisa de Emma que estava sobre a escrivaninha, apenas para cobrir minha nudez, e sai do quarto, indo até o de Henry para ver como meu filho estava.
O garoto dormia tranquilamente, bem aconchegado em seus vários travesseiros, acompanhado de um ursinho que tinha se tornado seu fiel escudeiro das noites de sono. Sorri com a imagem, não tinha nada melhor para se ver numa manhã. Deixaria ele dormir mais um pouco.
Quando ia em direção das escadas, escutei um barulho no cômodo ao lado do quarto de Henry. Automaticamente um sorriso se formou em meus lábios, se aquilo era o que eu estava pensando, seria mais uma das ótimas coisas para se ver naquela manhã.
Caminhei até a porta e, com toda calma e cuidado do mundo, abri, fazendo o possível para não ser notada. Ali era a nossa academia, que até então não havia sido usada, pelo menos não até aquela manhã. Mas naquele momento Emma estava ali.
Ela estava de costas para a porta, vestia um short de moletom cinza e top preto, também calçava tênis de corrida e seu cabelo estava bem preso em um 'rabo de cavalo'. Ela segurava com as duas mão na barra de ferro alta, erguendo seu corpo para cima seguidas vezes, fazendo parecer que aquilo era um trabalho super fácil. Seus movimentos deixavam ainda mais perceptíveis os músculos das suas costas e dos braços, um verdadeiro deleite para quem estava vendo.
Cruzei os braços, encostando-me no batente da porta para me aproveitar mais daquela visão. Ela prosseguiu com aquela repetição por mais alguns minutos, e eu tentava imaginar como ela conseguia manter aquele ritmo por tanto tempo, sendo que eu, no máximo, ergueria o peso do meu corpo umas duas vezes e já estaria exausta.
Ela terminou seu exercício, soltando a barra, e se virou. Quando me viu ao pé da porta sobressaltou visivelmente, o que acabou me fazendo rir.
— Hey, você me assustou! — reclamou um pouco ofegante, deixando-se sorrir. — 'Ta ai a quanto tempo?
— O suficiente 'pra ficar com essa imagem em minha mente pelo resto do dia. — confessei, aproximando-me dela. — Então tem se exercitado? — ergui uma sobrancelha.
— Apenas voltando aos velhos hábitos. — explicou, pegando a toalhinha branca que estava presa a barra e secando um pouco do suor que se concentrava em seu pescoço.
Me perdi totalmente naquele seu ato, descendo meu olhar para seu abdômen onde algumas gotículas de suor escorriam ali. Mordi meu lábio inferior e suspirei pesadamente.
Absurdamente sexy, Emma Swan!
Eu amava o corpo de Emma, era definido mas não de forma exagerada. Aqueles braços fortes lhe davam um ar muito atraente e feminino; seu abdômen, que tanto me chamava a atenção, quase formava gominhos, quase, era exatamente como eu gostava. Seu peito subia e descia com a respiração constante por conta do esforço recente, o que me fez suspirar.
— Você é muito gostosa. — soltei sem nem ao menos perceber, e Emma sorriu, negando com a cabeça. Levei minha mão até seu abdômen, deslizando meus dedos por ali de forma quase hipnótica.
— Regi, eu 'tô toda suada! — avisou, mas não parecia incomodada.
— Isso não é um problema 'pra mim. — e realmente não era, estava longe de ser um problema.
Passei minha língua sobre meu lábios e vi que aquilo lhe chamou atenção.
— Eu só… — engoliu à seco. — Preciso de um banho. — seu maxilar estava rígido.
— Olha, banho é uma ótima ideia. — sorri maliciosa, abrindo os botões da camisa que eu vestia, para então tirá-la do meu corpo. — Agora, meu amor, você decide se ainda quer se manter longe. — provoquei, piscando para ela e me virando para caminhar lentamente em direção a porta.
Não demorou nem dois segundos para que eu sentisse seu corpo se chocar atrás do meu, e seus braços envolverem minha cintura com domínio. Fechei os olhos e suspirei ao senti-la tão colada em mim, e sua boca logo passou a maltratar meu pescoço. Ela estava maravilhosamente quente, e eu sabia que não era só por conta do exercício recente.
Não restava dúvidas que aquele banho seria bem demorado…
~
— Ai, olha, não sou obrigada a aguentar mau humor matinal! — Ruby queixou-se, dando as costas a um Robin mau humorado no hall do hospital, logo depois de nossos internos terem ido para suas devidas funções.
— Eu não dormi, Ruby! Você não tem noção do que é ter um bebê em casa. — cruzou os braços.
— Ué, não foi bom fazer? Agora aguenta! — minha amiga se encostou no balcão, rindo. Acabei rindo da situação, Robin carregava olheiras proeminentes do cansaço, chegava a dar certa pena do meu amigo.
— Gina, logo você vai saber o que eu 'tô passando, não ri não, em! — deu um empurrão leve no meu ombro, mas já não tinha mais os traços de mau humor em sua feição.
— Olha, nem me fala. — ri. — Mas por falar nisso, quero que Emma chegue logo, hoje vamos fazer a ultrassom 'pra ver o sexo do bebê. — contei com animação. Minha esposa havia ido deixar Henry na escola, e só depois viria para o hospital.
— Finalmente em, Gina! Vocês enrolaram demais 'pra isso. — Ruby disse, fazendo Robin concordar com um aceno de cabeça.
— Não foi questão de enrolar, Rubs, é que a gente ainda não tinha decidido se queria saber mesmo, ou se deixaria 'pra ser surpresa. — expliquei.
— Sendo menino ou menina, eu só sei que essa criança vai ser um tapa na cara de tão bonita. — minha amiga disse pensativa.
— Isso é verdade. — Robin concordou.
— A Emma quer que se pareça comigo, e eu quero que se pareça com ela. — dei de ombros, rindo ao lembrar desse detalhe.
— Vai vir a mistura das duas, anota o que eu tô dizendo. — Ruby falou com convicção. — O mundo não saberá lidar com tanta beleza. — me abraçou de lado, pelos ombros, e eu sorri. Ruby era demais mesmo.
~
Eu não me sentia muito confortável, confesso. Nossa obstetra estava de folga e estávamos sendo atendidas por outra naquele dia, uma tal de Dra. Murray. Eu a conhecia, já havia lhe encontrado em meio a correria do hospital, mas nunca trocamos nenhuma palavra sequer.
Não era como se eu não confiasse no trabalho da Dra. Murray, se Emma havia a contratado, com certeza era excepcionalmente competente. Mas eu já estava acostumada com minha obstetra, então era normal ficar com um pé atrás ao ser atendida por outra.
— … os batimentos cardíacos estão fortes, é uma criança saudável. — disse a doutora de cabelos negros e traços marcantes enquanto fazia o ultrassom.
Eu sorri para Emma, que estava sentada na cadeira ao meu lado enquanto segurava minha mão.
— Dra. Murray, nós decidimos que queremos saber o sexo do bebê. — minha esposa se adiantou.
— Claro, Sra. Swan. — a morena assentiu com um sorriso que me deixou um pouco incomodada, enquanto colocava uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.
Não era a primeira vez que ela fazia isso ao olhar para Emma, sempre toda cheia de gracinhas, sorrisos e olhares, dando uma atenção exagerada a minha mulher. Inicialmente achei que era coisa da minha cabeça, mas já estava frequente demais para ser uma coisa normal.
Olhei para Emma, que parecia alheia a isso, apenas focando sua atenção em mim e no monitor, onde podíamos ver a imagem do nosso bebê, que já era uma emoção à parte, diga-se de passagem. Semicerrei o olhar ao fitar a doutora, que ao notar minha expressão, voltou sua atenção ao monitor.
— Vejamos então. — pigarreou, apontando para um ponto específico na tela. — Consigo ver a imagem bem clara já, vocês terão uma menina. — virou a tela mais para a minha direção, onde pude ver com mais clareza.
Foi automático meus olhos se encherem de lágrimas, a emoção me invadiu de tamanha maneira que eu não conseguia nem proferir palavras.
Deus, uma menininha, uma menininha linda, nossa filha!
Swan me olhou, apertando mais minha mão contra a sua, e eu via que seus olhos também estavam marejados.
— Vamos ter uma garotinha, meu amor! — Emma disse com a voz um pouco embargada, o sorriso de canto a canto no seu rosto. — Eu te amo. — ela disse só para mim ao aproximar seu rosto do meu, deixando um beijo prolongado em minha bochecha.
A felicidade já não cabia mais em mim!
~
Quando finalizou a consulta, agendamos mais uma para o próximo mês, dessa vez com a minha obstetra de fato.
Estávamos prestes a sair da sala, porém, a voz daquela doutora nos impediu, chamando nossa atenção, em mais específico a de Emma.
— Sra. Swan, poderíamos ter uma conversa rápida, por favor? — perguntou.
— Claro, Dra. Murray, do que se trata? — minha esposa a questionou, virando na direção da mulher enquanto ainda segurava minha mão.
A doutora intercalou seu olhar entre Swan e eu por uns segundos que duraram mais do que deveria, encostando-se em sua mesa.
— É… a sós. — pediu por fim.
Aquela mulher estava tentando testar minha paciência ou o quê? Okay, Regi, era uma conversa entre uma chefe e uma funcionária, era só isso, apenas isso!
Respirei fundo, soltando a mão de Emma, que me olhou receosa. Ela percebia que eu não havia gostado nada daquilo, mas nada falou, dando-me apenas um beijo no rosto antes que eu me afastasse.
— Te espero lá fora. — foi apenas o que eu disse, saindo daquela sala logo em seguida.
Encostei-me na parede do outro lado do corredor, mas minha vontade era colar o ouvido naquela porta à minha frente e escutar tudo que aquela doutorazinha queria falar com a minha mulher. Uma pena eu não poder fazer isso, considerando o fato de que enfermeiros e médicos transitavam naquele corredor constantemente.
Levei uma das minhas mãos até a barriga pouco proeminente, tocando por baixo da vestimenta hospitalar. Ainda sentia o geladinho do gel de ultrassom, e respirei fundo para me acalmar. Meus nervos estavam à flor da pele, efeitos da gravidez, sem dúvidas, e eu tinha que controlar isso para não surtar.
Tentei pensar na nossa filha. Iríamos ter uma menina, afinal, e eu estava tão feliz com aquilo. No fim das contas, Swan havia dado um chute certeiro, sempre achou que teríamos uma garotinha. Sorri ao lembrar disso.
Poucos minutos depois Emma saiu da sala, sorridente demais para o meu gosto, e ao ver minha feição de poucos amigos, logo seu sorriso desapareceu.
— Algum problema, meu amor? — perguntou com uma preocupação aparente.
— Problema nenhum, Swan. Vamos, temos trabalho. — falei simples, começando a andar à sua frente, e logo ouvi seus passos me seguirem. Ela não arriscou perguntar mais nada, e fez bem.
Entramos no mesmo elevador, que primeiro levou Emma até a cobertura, e nos despedimos com um selinho rápido, logo depois desceu para o térreo.
Fui até o hall, encontrando Tinker, que conversava animadamente com Belle no balcão da recepção. Logo me juntei a elas para conversar brevemente, pois em mais ou menos meia hora eu teria uma cirurgia longa para fazer.
— E ai, Gina, vamos ter um sobrinho ou sobrinha? — Tinker perguntou de cara, pelo jeito Robin e Ruby já havia deixado todos muito bem informados.
— Bom dia 'pra você também, Tinker. — saudei em tom de brincadeira, o que fez Belle rir.
— Bom dia. Agora desembucha, ou vai fazer suspense como sua irmã? — cruzou os braços.
— Não, não, nada de suspense. É uma menina! — revelei animada, e Belle e Tinker tiveram a mesma reação de levar as mãos a boca em surpresa.
— Ai meu Deus, uma menininha! — Tinker disse toda derretida.
— Parabéns, Gina! — desejou Belle, segurando minha mão com cumplicidade.
— Obrigada, Bel! Mas isso não é o que realmente importa, no final das contas. Mesmo agora sabendo o sexo biológico da nossa bebê, não sabemos se realmente é uma menina. Pode, na realidade, ser um menino, ou ter qualquer outra identidade de gênero, isso só saberemos futuramente. — sorri com minha própria constatação. — Acho que lá no fundo, Emma e eu demoramos tanto 'pra fazer esse ultrassom justamente por isso.
— Faz todo sentido. Emma que o diga, é o exemplo mais próximo que temos que mostra que genial não define nada. — Tinker acrescentou sabiamente. Então lhe dei um aceno de cabeça em afirmação. — Mas o que há de errado, amiga? Você não saiu com uma cara muito boa do elevador. — minha melhor amiga questionou.
— Ah, não tem nada a ver com a minha bebê, antes que pense isso. — previni. — É só que a minha obstetra 'ta de folga, e eu não gostei muito da que a substituiu. — expliquei.
— A Dra. Smurfit? Mas ela parece tão gentil… — Tinker disse pensativa.
— Não é ela. — falei. — Na verdade é a…
— Oh, a Dra. Murray! — Belle me interrompeu. Seu olhar vacilante entregou que ela sabia de algo.
Semicerrei os olhos em sua direção, tinha algo errado e eu pressentia. Meu sexto sentido nunca falhava mesmo.
— O que tem a Dra. Murray, Belle? — perguntei desconfiada, aproximando-me mais dela, com o balcão entre nós.
— Ah, é que… bem… — ela engoliu a seco, e minha ansiedade só aumentava. — Na verdade é que… A Dra. Murray, ela.. já foi amante da Emma. — revelou, e ao ouvir aquilo meu coração disparou em meu peito, em um misto de raiva e ansiedade. Aquela mulher realmente estava se insinuando para a Minha Esposa de forma descarada, na minha frente e não era coisa da minha cabeça!
— Gina, calma. — Tinker colou ao meu lado, segurando meu ombro com cuidado.
— Eu estou calma, Tinker, super calma! — falei fechando meus punhos com força para controlar aqueles sentimentos que me consumiam. Eu tinha que ficar serena, tinha uma criança em meu ventre e uma explosão da minha parte não faria bem a ela.
— As fofocas correm aqui no hospital, Gina, e depois que a Emma se envolveu com você, nada mais foi dito em relação a ela com outras funcionárias. Fica tranquila que se houvesse algo 'pra se preocupar, nós saberíamos. — Belle tentou me acalmar, mas ainda não era suficiente para mim, eu sabia que, quando Swan queria, ela conseguia esconder as coisas muito bem, afinal, isso aconteceu com a gente.
— É, amiga, confia na Emma, ela é louca por você, todo mundo vê isso. — Tinker reforçou. Respirei fundo e pausadamente, era bom elas terem razão!
Quando eu ia replicar, senti meu celular vibrar em meu bolso. Peguei o aparelho e vi ser uma mensagem de ninguém menos que Emma Swan. Então desbloqueei a tela para poder ler a mensagem.
"Meu amor, poderia vir até a minha sala? - Emma Swan"
Olhei para Tinker e Belle, que já estavam engatando em outro assunto, então me afastei, sentando em uma das poltronas do hall.
"É algo importante? - Regina Mills"
Respondi, e poucos segundos depois chegou mais uma mensagem da loira.
"Depende… Vontade de te beijar é algo importante o suficiente para você, Dra. Mills? 66| - Emma Swan"
Tentei não me sentir atingida com aquela mensagem, afinal, eu ainda estava chateada com ela, e coisas precisavam ser esclarecidas. Mas era difícil não me sentir afetada por suas palavras, Emma tinha um poder muito forte sobre mim.
"É sim, mas tenho que entrar em cirurgia agora, que vai ser longa e cansativa. Então depois nos falamos, Swan. - Regina Mills"
Bloqueei a tela do celular e me levantei da poltrona, indo até o elevador. Subi até o andar da Neuro e, assim que saí do elevador, outra mensagem chegou.
"Amor… o que foi? Você ficou estranha desde a consulta. Tô preocupada já. - Emma Swan"
"Não têm nada pra se preocupar. Em casa a gente conversa. - Regina Mills"
Respondi rapidamente, e em segundos outra mensagem chegou.
"Isso nunca é bom sinal. Mas se não quer falar nada, vou respeitar seu tempo. Vou chegar um pouco mais tarde em casa hoje, tenho uma reunião importante, mas vou estar ansiosa pra te ver logo e podermos conversar. Até mais tarde, meu amor. Eu te amo. Beijos! - Emma Swan"
Suspirei ao terminar de ler, Emma me causava isso. Mas eu não podia cair em seus encantos naquele momento, tinha uma cirurgia importante para fazer e era nisso que eu me dedicaria.
~X~
Pov. Emma Swan
Passei praticamente toda a reunião pensando no que estava acontecendo com Regina. A forma como ela estava agindo me preocupava, e eu a conhecia o suficiente para saber que algo estava errado.
Já passava das dez da noite quando cheguei em casa, o completo silêncio por todos os cômodos que passei até chegar ao meu quarto deixava tudo ainda mais estranho, mas logo foi esclarecido ao notar que Regina dormia tranquila sobre nossa cama, menos mal. Aproveitei para ir dar uma olhada em meu filho, que também dormia sereno em seu quarto. Dei-lhe um beijo em sua cabeça e ajeitei o cobertor que o cobria, sorrindo por poder vê-lo finalmente depois de um dia cansativo de trabalho, mesmo o pequeno não estando acordado.
Desci para a cozinha apenas para comer um sanduíche de ricota com tomate que eu mesma preparei rapidamente, acompanhado de suco de maracujá que já se encontrava na geladeira. Por conta da agitação daquele dia, acabei esquecendo até de jantar.
Ao terminar minha breve refeição, voltei para o meu quarto e fiz minha higiene noturna com todo o cuidado para fazer o mínimo de barulho possível e não acordar minha esposa, então logo me juntei a ela na cama, puxando-a para perto de mim com delicadeza, e a mesma logo se aconchegou em meu corpo. Cobri-nos com o edredom macio e não demorou para que eu caísse no sono.
~
Acordei assustada com um barulho agudo e incessante que, até então, eu não sabia de onde vinha. Me sentei na cama, esfregando os olhos para só assim perceber que, na verdade, era o despertador do celular que tocava.
Porém, aquele não era o meu celular, e sim o de Regina, foi aí que percebi que ela não se encontrava na cama. Peguei o aparelho para desligar aquele barulho irritante, constatando ser exatamente 2h30 da madrugada, e junto ao aviso de despertar na tela, havia um lembrete:
"Me encontre no escritório"
Era apenas isso que estava escrito, nada mais, o que me deixou curiosa.
Espreguicei-me ainda meio cansada e sonolenta, vendo meu reflexo na parede de vidro à minha frente. Meu pijama cinza amassado e meu cabelo bagunçado me deixavam com um ar engraçado, cheguei a rir e refiz o 'rabo de cavalo' em minha cabeça, para só então me levantar.
Minha cabeça martelava sobre o lembrete de Regina no celular, enquanto eu caminhava meio preguiçosamente até as escadas , que logo desci, indo de encontro ao escritório.
A porta dupla estava fechada, ou melhor, apenas encostada, pois uma pequena fresta me deixava ver que a luz estava acesa no cômodo.
Alguma coisa estava me deixando receosa, eu só não sabia o quê. Mas por qual motivo eu precisava ficar receosa se eu sabia que minha mulher me esperava ali dentro? Não é como se Regina fosse me atacar ferozmente com uma faca.
Ri com o pensamento idiota que tive, negando com a cabeça. Talvez eu estivesse com um pé atrás por conta do humor nada agradável que minha esposa estava no dia anterior. Afinal, seria ainda por conta disso que ela havia me chamado ali, no meio da madrugada, do nada?
Okay, era melhor eu apenas entrar logo naquele escritório, e foi o que fiz, empurrei a porta dupla, entrando no cômodo de uma vez.
POV. Regina Mills
Eu estava sentada na cadeira da mesa do escritório, vestida com uma lingerie preta e uma camisola de renda com transparência da mesma cor. Era uma das peças mais sexys entre todas as roupas íntimas que eu tinha, e eu havia vestido propositalmente naquela madrugada.
A verdade é que eu não havia conseguido dormir muito bem, a história da tal ex amante de Emma rondava meus pensamentos como um pesadelo, então eu tiraria aquilo a limpo, de um jeito ou de outro.
Eu me encontrava perdida nesses pensamentos quando o barulho da porta do escritório se abrindo me chamou a atenção, e logo Emma surgiu ali, com seu olhar preocupado e curioso. A encarei séria, sabia que ela não estava entendendo nada daquela situação, mas logo entenderia.
— Regi, porque me chamou aqui? — sua voz estava sonolenta e rouca, e ela se aproximou, deixando apenas o espaço da mesa entre nós. Seu olhar automaticamente percorreu meu corpo, e pelo jeito minha estratégia de chamar sua atenção havia funcionado.
— Quero conversar, só isso. — expliquei, deixando a ironia carregar minhas palavras.
— Isso dava 'pra fazer no quarto, amor. — disse o óbvio, dando a volta na mesa e se encostando na mesma, cruzando os braços à sua frente.
— Às vezes você é tão inocente, Swan. — mordi o lábio inferior, levantando da cadeira em seguida. — Digamos que eu tenha muitas ideias 'pra fazer nesse escritório. — falei sugestivamente, aproximando-me dela o suficiente para lhe encurralar entre a mesa e o meu corpo. Emma resfolegou, segurando com as duas mãos na borda da mesa.
— Você me quer aqui? — sua voz já estava afetada, o que me fez sorrir.
— Ah, amor, eu quero só conversar. — fui o mais cínica possível. — Mas essa conversa é bem simples… — dei um passo para trás. — Eu falo, e você obedece. O que acha? — falei provocativa.
Swan ergueu uma sobrancelha, e um sorriso sagaz tomou seu rosto. Ela segurou com ambas as mãos na borda da mesa, mordendo o lábio inferior ao me analisar mais precisamente dos pés a cabeça.
— Acho que, seja lá o que você pretende, eu vou gostar com certeza. — piscou sugestiva, e seu olhar queimava em mim.
— Eu sei que vai, Swan. Agora ajoelha! — ordenei, sem precisar de mais enrolações, e no mesmo momento vi seu sorriso aumentar, ela sabia exatamente o que eu queria com aquilo, e eu amava como ela estava sempre disposta a tudo.
— Como quiser, meu amor. — disse, e logo se ajoelhou à minha frente.
— Muito obediente, espero que continue assim. — deslizei meus dedos por seu maxilar, e ela beijou a palma da minha mão enquanto me olhava. Aquela era uma visão e tanto!
— Faço o que você quiser. — ela disse com um sorriso maliciosos nos lábios, dedilhando seus dedos pela barra da minha camisola.
— Então, Swan, eu quero que você me chupe, agora! — mandei, e nem precisou de segunda ordem, pois logo ela segurou as laterais da minha calcinha e a puxou para baixo, tirando a peça do meu corpo.
Apenas afastei um pouco minhas pernas e ela passou lentamente seus dedos sobre minha boceta que, naquele momento, com certeza já estava encharcada, e aquele choque gostoso percorreu por todo meu corpo, quase forçado-me gemer, mas me segurei, não queria parecer fraca naquele momento.
Ela repetiu seu ato anterior mais uma vez, e sem mais enrolação aproximou seu rosto, começando a me chupar com total volúpia.
Precisei me segurar na borda da mesa ao sentir sua língua deslizar com tamanha maestria em meu sexo já tão desejoso dela. Emma era mestre no que fazia, a melhor, eu ficava completamente louca com o jeito que ela me chupava.
Ela circulava meu clitóris com a língua de forma ora rápida, ora lenta. Não teve como controlar mais meus gemidos, então apenas me aproveitei daquilo. Levei minha mão até meu cabelo, segurando-a ali para que ela não parasse, e ela não ousaria, eu sabia que não.
Eu já rebolava em sua boca sem controle algum, e Emma usava suas mãos para apertar minhas coxas, minha bunda, deixando claro o quanto ela gostava daquilo, o quanto lhe excitava e o quanto ela queria mais.
Eu já estava prestes a gozar em sua boca, mas precisei interromper aquele seu ato tão delicioso. Não podia perder o controle, não ainda. Empurrei sua sua cabeça levemente para trás para que ela parasse o que fazia, e a loira me olhou sem entender.
— Senta ali, na sua cadeira. — falei com a voz mais rouca do que de costume, e perceptivelmente excitada.
Swan fez o que mandei, erguendo-se do chão e sentando-se em sua poltrona super confortável.
Logo em seguida fui até ela, sentando-me em seu colo, de joelhos no espaço limitado da cadeira, com suas pernas entre as minhas. Emma sorriu com aquilo, mas não se atreveu a dizer nada, apenas levou suas mãos até minha bunda, apertando-a de forma gostosa.
— Você é minha, não é? — perguntei com a voz carregada de sensualidade, pousando minhas mãos em seus ombros.
— Toda sua, amor. — confirmou sem demora, aproximando-se mais de mim para beijar meu pescoço, foi impossível não suspirar. — E você também é toda minha. — prosseguiu, voltando a me encarar com aqueles olhos verdes em tom mais escuro.
— Ah sim, Swan, eu sou. — falei com um sorriso travesso. — E você é muito sortuda por isso, não é mesmo?
— Sim, amor, eu tenho muita sorte em ter você. — confirmou, deixando suas mãos percorrerem minhas coxas.
— É, Emma. Então lembre-se disso na próxima vez que for ficar de gracinha com ex amante sua! — pronunciei as últimas palavras com certa revolta, estalando dois fortes tapas em seu braço.
— Ai, ai, amor! Calma! — pediu assustada, colocando as mãos à sua frente para se proteger.
— Calma, nada, Emma! Pensa que eu não soube? — cruzei os braços, olhando-a nos olhos para não lhe dar alternativas.
— Mas do que você 'tá falando, amor? — perguntou com certa confusão no olhar.
— Dra. Murray. — fui curta, não queria enrolar naquele momento.
— Ah, então é isso? Você 'tá com ciúme? — ela riu, o que me deixou mais revoltada ao ponto de tentar dar outro tapa em seu braço, mas ela segurou minha mão à tempo. Eu não estava com ciúme! — Calma ai, amor, não precisa me bater.
— Não? Eu vi você saindo toda sorridente do consultório quando aquela doutorazinha quis ter uma conversa particular com você, e 'pra piorar ainda fiquei sabendo por terceiros que ela foi sua amante! — joguei tudo de forma ríspida.
— Amor… você não precisa se preocupar, eu garanto, minha linda. — tentou me acalmar, mas não estava adiantando muito.
— O que ela queria com você, Emma? E não adianta me enrolar! — perguntei sem rodeios.
— É 'pra ser sincera? — ela desfaz o sorriso.
— É óbvio! — insisti.
— Ela queria ser minha amante de novo. — disse de uma vez, e qualquer resquício de calma que havia em mim evaporou-se de uma só vez naquele momento, fazendo-me estapear a mulher à minha frente seguidas vezes. Como aquela doutorazinha teve a audácia? — Porra, mulher, para de me bater, eu não fiz nada! — Swan me segurou pelos pulsos para se proteger, mas minha raiva era tanta que ela precisou usar um pouco mais de força que o normal para me conter, mas apenas o necessário.
— Quem garante, Emma? Hum? — questionei nervosa. Meus nervos estavam à flor da pele.
— Eu garanto! — ela me soltou quando viu que eu não faria mais nada. — É óbvio que eu recusei, Regi, você acha mesmo que te trocaria? Assim você me magoa, amor. — ela disse com sinceridade, mas era difícil acreditar. Eu não sabia o motivo, mas era inevitável me sentir insegura, e não ter medo de perder Emma.
— Então por que você saiu toda sorridente da sala dela?
— Eu só achei graça na proposta dela. Foi ridículo, Regi, sinceramente beirou o humilhante. — contou.
— E o que você falou 'pra ela?
— Que eu sou muito bem casada agora, e que nenhuma mulher chega ao seus pés. — disse sem desviar seu olhar do meu, passando-me confiança com suas palavras.
— Você acha isso mesmo, Emma? — perguntei meio sem graça, já meio envergonhada com a cena que fiz poucos minutos atrás.
— Eu tenho certeza, amor. — ela voltou a deslizar suas mãos por minhas coxas, arrepiando-me. — Aliás, eu já tive experiências suficientes 'pra poder falar com convicção que você é a melhor. — disse com um sorriso brincalhão.
Emma gostava de brincar com o perigo mesmo.
— Muito engraçadinha você, em! — revirei os olhos, mas voltei a apoiar minhas mãos em seus ombros. — Mas não seja por isso, eu também já tive várias experiências. — a provoquei, e Emma riu no mesmo momento.
— Contanto que eu seja a melhor das suas experiências, não vejo problema nisso. — deu de ombros, e foi impossível não sorrir.
— Você é. — confessei, afinal, não tinha motivos para esconder isso.
— Deixa eu te contar um segredo. — ela pediu, segurando meu quadril com as duas mãos, fazendo com que eu começasse a rebolar vagarosamente em seu colo. Sua boca veio de encontro ao meu pescoço, e foi impossível não gemer ao sentir seus beijos molhados em minha pele, e aquele contato gostoso entre nossos sexos, mesmo que com sua calça do pijama entre eles.
— Fala. — soltei suspirante, Emma me deixava molinha muito fácil.
— Ninguém, absolutamente ninguém faz mais gostoso que você. — sussurrou em meu ouvido, e precisei puxar o ar com força para os meus pulmões ao ouvir aquilo. Porra, era golpe baixo demais!
— É, amor? — segurei seu rosto, fechando os olhos e encostando minha testa a sua. Eu estava excitada em níveis perigosamente elevados, e sentia entre minhas pernas que com Emma não era diferente.
— Uhum. — ela desceu suas mãos para minhas coxas, apertando com mais vontade, me esquentando, me excitando mais ainda. — A gente transa tão gostoso, Regi. Eu fico louca. — confessou com aquela voz rouca, e precisei morder meu lábio inferior para tentar conter a pontada certeira que senti entre minhas pernas, mas foi em vão.
— Amor… — sussurrei com a respiração descompassada. — Eu também… — falei já entregue. Eu queria tanto Emma que chegava a doer. Sabe aquele tesão tão forte que chegava a parecer dor física? Era exatamente o que eu sentia naquele momento.
— Deixa eu fuder você... — ela pediu, mordendo meu lábio inferior vagarosamente em seguida. — Senta gostoso em mim, vai...
Puta. Que. Pariu!
O oxigênio sumiu a minha volta ao ouvir aquilo. Não era exagero nenhum dizer que fiquei toda molhada. Meu Deus, Emma não tinha um pingo de noção do que podia causar em mim?
— Assim você acaba comigo, amor! — minhas palavras saíram quase que doloridas, o tesão já me comandava totalmente. Eu já rebolava no colo da minha mulher como se não tivesse mais controle sobre meu corpo.
— Isso… — ela gemeu, afundando seus dedos em minhas coxas para acompanhar meus movimentos. — Me deixa tirar sua roupa. — pediu, e no mesmo momento eu levei suas mãos até a barra da minha camisola, e logo ela tratou de tirá-la de mim, desabotoando meu sutiã em seguida e o jogando no chão junto a outra peça de roupa.
A beijei no mesmo instante, pedindo passagem com a língua na qual ela não demorou a ceder. Beijar Emma era tão bom, tão delicioso, uma das melhores sensações do mundo.
Eu continuava a rebolar preguiçosamente em seu colo, e ela segurava quadril, me puxando cada vez mais contra sua ereção. Eu queria tanto senti-la dentro de mim logo, queria tanto lhe dar prazer.
Levei minhas mãos até o primeiro botão que fechava a camisa do seu pijama, e rapidamente fui desabotoando tudo, tirando aquela peça de roupa do seu corpo o mais rápido que podia. Ela não vestia nada por baixo, e eu agradeci mentalmente por isso.
Logo depois eu me ergui um pouco em seu colo, lhe auxiliando a tirar de uma vez aquela calça do pijama que nos atrapalhava, juntamente com sua cueca boxer.
— Gostosa! — Swan disse entredentes, apertando meus seios com vontade. Gemi entregue ao sentir os efeitos do seu ato, e voltei a rebolar em seu colo, dessa vez sem nada para impedir o contato. Adentrei meus dedos em seus cabelo, arranhando sua nuca e aprofundando ainda mais nosso beijo.
— Dentro de mim, amor… quero sentir você dentro de mim. — pedi já sem fôlego ao cessar o beijo, e Emma rapidamente rodeou minha cintura com um dos seus braços, me erguendo um pouco para logo me penetrar sem mais enrolação.
Me abaixei sobre ela e foi maravilhoso sentir a sensação de ser preenchida, gemi completamente entregue, seguida de Emma que logo voltou a me beijar com mais vontade.
Suas mãos passeavam por todo meu corpo enquanto eu me movimentava de forma lenta sobre ela, me deixando ser consumida por aquele prazer incomparável que só Emma era capaz de me proporcionar.
Ela desceu sua boca pelo meu maxilar, mordendo, chupando, lambendo, e foi descendo mais até meu pescoço, me maltratando da forma mais deliciosa que existia. Eu segurava em seus braços para conseguir maior mobilidade para rebolar em seu colo, e aproveitava para apertar aqueles músculos tão excitantes.
Minha mulher era toda gostosa.
Sua boca logo desceu até um dos meus seios, chupando com vontade. Ela rodeava o bico com a língua de forma torturante, me fazendo gemer ainda mais para ela, revirando os olhos de tanto prazer. Logo ela passou para o outro seio, me provocando cada vez mais, me excitando tanto que parecia loucura.
Lhe puxei novamente para mais um beijo, rebolando com mais vontade nela, subindo e descendo vez ou outra, apertando-a dentro de mim, fazendo Emma soltar aqueles gemidos deliciosos em minha boca, e eu já sentia aquele conhecido formigamento se formar em meu ventre.
A empurrei sobre o encosto da cadeira, segurando seu maxilar com uma das minhas mãos enquanto sorria lasciva para ela. Swan mordeu o próprio lábio inferior, apertando minha bunda com vontade com ambas as mãos.
— 'Tá gostoso? — perguntei ofegante, rebolando com ainda mais vontade, mas sempre mantendo o ritmo lento que nos enlouquecia, e a vi revirar os olhos e morder o lábio com ainda mais ímpeto, o que me deixou à beira do precipício.
— Muito. — gemeu em resposta, viajando com suas mãos por todo meu corpo.
— Eu vou gozar tão gostoso 'pra você. — minha voz saiu em um tom naturalmente provocante, e Emma apertou ainda mais minhas coxas, me fazendo arrepiar inteira.
— Isso, goza pra mim, baby. Goza gostoso e me faz gozar nessa sua bucetinha gostosa! — sua voz era rouca, grave, e aquilo foi demais para mim.
Me entreguei no mesmo segundo aquele orgasmo avassalador, gemendo alto, completamente enlouquecida em seus braços. E Emma gozou logo em seguida, abraçando-me forte e beijando minha boca para abafar nossos gemidos.
~
Bom, era óbvio que nossa noite não havia acabado por ali. Nós transamos mais sobre sua mesa, nas escadas antes de subirmos para o outro andar, e finalmente em nosso quarto, incontáveis vezes sobre a nossa cama.
Agora estávamos deitadas, abraçadas, exaustas e completamente satisfeitas. Eu já estava prestes a cair no sono quando surgiu uma dúvida em minha cabeça.
— Amor? — a chamei, para me certificar de que ela estava acordada, e pelo jeito estava.
— Diga, minha linda. — sua voz estava sonolenta, era fofo.
— Era bom assim antes de mim? — perguntei meio sem jeito.
— Como assim, baby? — ela fez carinho em meu cabelo.
— Com suas ex amantes, era bom como é com a gente? Digo, no sexo. — expliquei.
— Ah, Regi, era bom, mas chega a ser covardia comparar. — riu mais contida.
— Porque?
— Com você é muito melhor, amor. — disse, depositando um beijo em minha cabeça.
— E com a Ariel? — questionei minha grande dúvida até então, mas me sentia boba por precisar perguntar essas coisas.
— Eu não vou mentir 'pra você, Regi, era muito bom sim. Mas se sua insegurança é sobre ser melhor do que é com você, pode ter certeza que não era. — garantiu. — Até nossas rapidinhas superam. — disse divertida.
— Ai, amor, não exagera também. — falei rindo.
— Eu não 'tô exagerando, poxa. É a mais pura verdade. — foi convicta.
— Bom, se diz…
— Mas e você, me diz aí, o bonitão lá de olhos azuis era bom? — ela perguntou com clara ironia na voz, mas eu tinha certeza que ela já sabia a resposta, por isso resolvi brincar um pouco.
— Ah, amor, ele era ótimo! — falei rindo. Ela rapidamente se ajeitou para olhar para mim, erguendo uma sobrancelha com uma feição incrédula.
— É sério isso? — foi impossível não rir da sua cara.
— Não acredita?
— Não sei, você quem tem que me dizer. Era melhor que eu? — e lá estava a pontinha de ciúme em sua voz.
— Você sabe que eu 'tô brincando, né? — perguntei divertida.
— Pareceu estar falando sério. — fez uma falsa voz de ofendida, o que me fez rir ainda mais.
— Ai, amor, para de ser idiota. — dei um leve empurrão em seu peito. — A gente mal transava, e quando acontecia, eu só gozava quando pensava em você, e nem era lá essas coisas. — confessei. — Sinceramente, me masturbar era mais satisfatório.
— Você vai me deixar mesmo com a imagem de você se masturbando na minha cabeça? — ela se virou completamente para mim, fitando-me nos olhos.
— E era pensando em você, amor. — falei em tom de provocação, e Emma fechou os olhos, respirando fundo para depois me fitar novamente. Logo vi que suas pupilar haviam ficado mais dilatadas, claro sinal de excitação.
— Não faz isso, a gente tem que dormir nem que seja um pouco 'pra enfrentar mais um dia de trabalho, você sabe… — sua voz era quase em um tom sofrido, e acabei rindo daquilo.
— 'Tá bom, amor, não vou ser má com você. — dei um beijo em sua bochecha, abraçando-lhe. — Mas me tira uma última dúvida.
— Que seria? — questionou com a voz mais calma.
— A Ariel, como que anda o processo dela?
— Bom, Regi, ela 'tá cumprindo mandado de segurança em um hospital psiquiátrico em Quebec. — contou. — Continua sendo tratada e medicada, não vai sair de lá nem tão cedo, graças ao primoroso trabalho de Isaac, meu detetive, e meus advogados.
— Finalmente essa mulher não vai mais nos dar nenhuma dor de cabeça. — concluí, fechando meus olhos.
— Sim, amor. Estamos livres dela. — foi a última coisa que ouvi Emma dizer antes de pegar no sono.
~AODP~
Quinto mês de gravidez.
Minha barriga já estava um pouco maior e arredondada, nada tão exagerado, mas já perceptível aos olhos. Com uma roupa mais justa já ficava evidente, mas se eu usasse algo mais folgado, passava despercebido.
As mudanças de humor continuavam frequentes, o que às vezes era um problema para minha esposa que tinha que aguentar tudo, mas ela estava sendo bem forte, nunca reclamava, mesmo eu sabendo que ela se abalava com isso. Bom, não era algo que eu conseguia controlar, infelizmente.
Meus pés tinham começado a ficar um pouco inchados naquele mês, então vez ou outra eu tinha que me sentar um pouco em meio ao experiente do hospital. Emma estava ajudando bastante nisso com suas massagens quando eu ia em sua sala ou em casa ao final do dia.
Minha fome também parecia aumentar cada vez mais, apetite de leão eu diria. Nisso a nossa governanta me mimava às vezes, vários dias eu chegava em casa e ela havia deixado alguma sobremesa especialmente para mim na geladeira antes de terminar seu turno.
Aliás, havíamos contratado uma governanta apenas para os dias úteis da semana, pois Emma e eu, com o trabalho, ficávamos sobrecarregadas. Então, de segunda a sexta, a Dona Edith cuidava do nosso apartamento e preparava o jantar de Henry, e às vezes o nosso também em alguns dias que voltávamos mais cedo para casa ou quando não comíamos no hospital.
Voltando ao assunto gravidez, eu já sentia minha filha se mexer em minha barriga vez ou outra. Eram movimentos contidos, mas era uma emoção diferente e boa a cada vez que acontecia.
Emma era louca para sentir a bebê chutar, mas aquela pequena preguiçosa nunca chutava forte o suficiente para que minha esposa sentisse. Porém, isso mudou naquela madrugada em específico.
Eu estava deitada, mas não conseguia dormir por conta de uma dor lombar bem incômoda. Minha obstetra já havia alertado que eu começaria a sentir esse incômodo com uma certa frequência, mas que não precisava me preocupar pois era normal da gravidez.
Swan dormia ao meu lado, tentou à todo custo permanecer acordada mas o cansaço lhe venceu, era compreensível. Minha esposa já fazia tanto por mim, eu não tinha do que reclamar, ela era maravilhosa e prestativa ao máximo, sempre fazendo de tudo para que eu passasse por aquela gestação da melhor forma possível. Por isso muitas vezes eu evitava preocupa-la, ela também merecia descansar, afinal de contas.
Fiquei mexendo em meu celular até que o incômodo passasse, e quando isso aconteceu, guardei o aparelho no criado-mudo ao meu lado e me ajeitei na cama, fechando os olhos para tentar dormir.
Porém, poucos segundos depois abri os olhos novamente ao sentir meu bebê mexer em meu ventre, bem mais afoito do que de costume. Acabei sorrindo com aquilo, afinal a preguiçosinha não era tão preguiçosa assim.
Ela chutou mais uma vez, e outra seguida, bem mais forte que a anterior, e dessa vez vi minha barriga mexer um pouco com aquele movimento. Okay, eu precisava acordar Emma para ver isso!
— Amor. — toquei seu rosto para despertá-la, fazendo um carinho em sua bochecha. — Ei, acorda. — insisti, e logo Emma se espreguiçou um pouco, abrindo os vagarosamente.
— Regi… tá tudo bem? Tá sentindo alguma coisa? — sua voz rouca pelo sono era fofa, e ela esfregou os olhos antes de me fitar novamente com preocupação.
— Tá tudo bem, amor, não se preocupe. — garanti, o que nitidamente lhe acalmou. — É que nossa bebê está chutando, achei que você você quisesse sentir.
— Sério? — Swan rapidamente se sentou na cama, deixando sua animação transparecer. Seu sono pareceu desaparecer num passe de mágicas, o que foi engraçado. — É claro que eu quero! — disse sorrindo.
— Vem cá. — segurei sua mão, pousando-a sobre minha barriga, especificamente onde o bebê havia chutado da última vez.
Poucos segundos depois mais um chute veio, e Emma olhou pra mim sobressaltada e animada ao mesmo tempo, com um sorriso largo em seu rosto.
— Ai meu Deus, isso é… — ela respirou fundo, e logo vi seus olhos ficarem marejados. — Eu não sei nem o que dizer, Regi. A nossa filha, ela chutou minha mão! — sua voz transparecia uma empolgação contagiante, e eu só sabia sorrir com aquilo. Foi então que senti nossa filha chutar mais uma vez , e Emma riu completamente extasiada.
Era indescritível a felicidade que eu estava sentindo ao ver Emma tão empolgada com aquilo. Eu tinha certeza que a loira seria uma mãe super babona, daquelas que faria uma festa a cada coisa nova que nossa filha fizesse.
Eu tinha sorte, muita sorte.
~AODP~
Sexto mês de gravidez.
Minha barriga estava bem maior e mais redondinha, agora até em roupas folgadas dava-se para notar.
Os pés inchados persistiam, as dores nas costas estavam mais frequentes e com elas juntaram-se a falta de ar, tontura e insônia.
Eu continuava tendo bastante fome, porém, alguns alimentos me davam aversão à ponto de me sentir enjoada. Alguns cheiros também me causavam o mesmo efeito, e por isso Emma acabou tendo que trocar seu hidratante corporal pois chegou ao ponto de eu não conseguir ficar perto dela sem me sentir enjoada. Tadinha, foi engraçado da primeira vez, visto que minha loira achou que eu não a queria por perto. Mas logo tudo foi esclarecido.
Emma fez questão de diminuir minha carga horária de trabalho, tirando também meus plantões estendidos, e dessa vez com aval da minha obstetra, que deixou muito claro que eu devia pisar um pouco no freio. Foi tudo que minha esposa precisava para que eu não pudesse contrapor sua decisão.
Aliás, por ela eu nem estaria trabalhando até dar a luz, mas com muito jeitinho, a convenci de que eu precisava continuar a fazer o que eu tanto amava, porém, apenas por 6 horas diárias, sem turnos de final de semana e nem plantões.
~X~
Era o penúltimo final de semana do mês de novembro, domingo para ser mais exata. Depois de uma noite de sono até que tranquila, acordei animada. Emma já havia se levantado, então fui fazer minha higiene matinal. Era por volta das 8h30 da manhã.
Vesti um vestidinho leve e soltinho na cor creme, afinal estava em casa, e não tinha nada melhor que ficar confortável nesses momentos.
Sai do quarto e fui até o de Henry, vendo que meu filho também já havia acordado e não estava ali, então me dirigi até as escadas e, conforme ia descendo as mesmas, pude escutar o barulho de risadas vindas do andar de baixo, e um cheiro doce muito bom, no qual eu não conseguia identificar do que era exatamente.
Logo me animei ao reconhecer as vozes que vinham da cozinha, e quando terminei de descer os últimos degraus, pude ver a algazarra que acontecia na cozinha.
Emma ria de alguma coisa enquanto levava uma colher cheia de algo que julguei ser nutella até a boca, enquanto Henry, com os cabelos brancos de farinha, travava uma luta incessante ao sovar uma massa sobre o balcão, sentado sobre o mesmo.
Tentei observar tudo sem que eles percebessem, e sorri ao ver a interação daqueles dois. Mãe e filho, ambos ainda de moletom, se divertindo enquanto cozinhavam. Era tão lindo presenciar aquilo, meu coração ficava quentinho.
Vi minha esposa pegar uma forma de silicone e colocá-la sobre o balcão ao lado de Henry, enquanto isso o garoto agora segurava um rolo de madeira, abrindo a massa que antes sovava. Logo depois, com a ajuda da loira, forrou a forma com a primeira metade da massa.
— Acha que a mamãe vai gostar? — ouvi, mesmo com a distância, meu filho perguntar a minha esposa, e foi impossível não sorrir com aquilo.
— Sua mãe ama torta de maçã, Henry, tenho certeza que ela vai adorar. — Swan garantiu, e ela tinha total razão.
Meu coração palpitava com a cena, minha família era a coisa mais linda do mundo. Vê-los ali, mesmo que de forma meio desastrada, tentando fazer algo para mim com tanto carinho, deixava-me emocionada.
Emma colocou o recheio da torta sobre a massa na forma, e parecia tão suculento que cheguei a salivar. Em seguida Henry usou o restante da massa para cobrir o recheio, e Emma fez alguns furos com o garfo.
Resolvi não me esconder mais, e caminhei então em direção a cozinha.
— Posso saber o que as crianças aprontam na cozinha? — perguntei sorridente, fazendo os dois me notarem ali enquanto eu me aproximava. — Bom dia, meus amores! — dei um beijo estalado no rosto do meu filho, que logo o retribuiu.
— Bom dia, mamãe. — disse animado.
— Bom dia, meu amor. — Swan disse com um sorriso estampado no rosto, aproximando-se de mim e selando meus lábios rapidamente. — Henry quis fazer uma surpresa 'pra você, e eu resolvi ajudá-lo. — explicou, e logo depois colocou a forma no forno.
— A mommy e eu fizemos torta de maçã! — disse entusiasmado.
— Oh, é mesmo, filho? — perguntei, e Henry acenou em positivo com um semblante orgulhoso do seu feito. — Sabia que é minha sobremesa preferida?
— A mommy me contou. — disse, e no mesmo momento olhei para Emma, que sorria tímida encostada de lado no balcão.
— Ah, sua mommy me conhece muito bem! — mordi meu lábio inferior e sorri em direção a minha esposa, lhe dando um olhar apaixonado que ela pareceu notar. Então fui até ela, enlaçando seu pescoço com os braços e lhe dando mais um beijo rápido. Emma logo me abraçou, depositando um beijo suave em meu pescoço.
— Filho, conta 'pra sua mãe a novidade! — Swan falou quando desfizemos o abraço.
— Eu vou buscar no meu quarto. — Henry disse eufórico, pulando do balcão até o chão e correndo em direção às escadas.
— Cuidado, filho, assim você se machuca! — alertei em tom mais alto, e logo ele desacelerou, subindo os degraus com mais calma.
— Desculpa! — gritou de lá, fazendo Emma e eu rir.
— O que ele foi buscar? — perguntei a minha esposa, e ela me abraçou por trás, pousando seu queixo em meu ombro direito enquanto fazia carinho em minha barriga.
— Você vai ver, amor, ele tá louco 'pra te mostrar. — respondeu, deixando-me ainda mais curiosa.
Logo Henry voltou, e mais animado ainda me entregou um envelope que tinha a logo de sua escola impresso nele.
— É meu boletim! — ele estava tão entusiasmado que não conseguiu esconder.
Então abri o envelope, retirando de dentro uma folha muito bem dobrada. Quando a desdobrei, foi impossível não sorrir de orgulho. Seu boletim estava recheado de notas A na maioria das matérias, e a menor nota era um B . Meu filho era um garoto extremamente inteligente e a felicidade mal cabia no meu peito.
— Meu Deus, filho, parabéns! — falei animada e orgulhosa, me abaixando um pouco até sua altura para lhe abraçar.
— Eu disse que ela ia gostar, filhão! — Emma se aproximou mais de nós, afagando os cabelos do garoto, que ainda estavam brancos de farinha.
— Eu tô muito orgulhosa. — anunciei, segurando suas mãozinhas. — Fico feliz que esteja se dedicando à escola e quero que continue assim.
— Pode deixar. — disse sorridente.
— Agora você precisa ir tomar um banho, logo, logo a torta ficará pronta. — avisei, ficando em pé novamente, e Henry assentiu, indo saltitante em direção às escadas.
— A gente tem sorte. — Emma constatou, abraçando-me lateralmente.
— Muita! — concordei com um sorriso que não saia dos meus lábios.
~AODP~
Sétimo mês de gestação.
Eu já não sentia mais tanto enjoo como antes, mas ele ainda se fazia presente em alguns momentos. Minha barriga também já havia crescido consideravelmente, e por consequência as dores nas costas também. Eu me sentia um pouco pesada e inchada, e meus seios haviam crescido um pouco por conta que meu organismo se preparava para a amamentação.
Emma dizia que eu estava linda e radiante como nunca, e não me poupava elogios sempre que podia, o que era um pouco difícil de acreditar, mas ela parecia tão sincera com suas palavras que era impossível não sorrir.
Se antes nossa bebê era mais preguiçosinha, agora parecia que ela seria uma atleta de tanto que se mexia e chutava. Swan adorava pôr a mão em minha barriga e sentir os movimentos da garotinha, na qual se mexia ainda mais quando minha esposa falava com ela, parecia já reconhecer a voz.
Henry também ficava todo animado conforme se aproximava a chegada da irmã, e queria que comprássemos todo e qualquer brinquedinho de bebê que víamos nas lojinhas enquanto preparávamos o enxoval da garota.
E por falar nisso, já tínhamos comprado os móveis do quarto da nossa filha, todo em tons de vermelho e branco. Minha própria esposa, com a ajuda de Henry, montou o berço e o guarda-roupas, eles estavam super empenhados com isso e queriam participar de tudo que fosse possível.
Eu estava tendo que cuidar muito bem da minha pele nesses últimos tempos, sempre passando bastante hidratante e óleo de amêndoas para evitar estrias indesejáveis decorrentes da gravidez.
Minha gestação estava transcorrendo tranquila na medida do possível.
~X~
Era véspera de Natal, e pela primeira vez iríamos comemorar aquela data como uma família. Na semana anterior, Emma e Henry decoraram todo o apartamento em clima natalino, e até montaram a árvore juntos.
Por volta 9h30 da manhã minha mãe Cora e minha sogra Mary apareceram em meu apartamento, iriam começar os preparativos da ceia de Natal. Pouco tempo depois Ruby e Tinker também chegaram para ajudar, assim como Neal e Killian.
Emma e eu fizemos questão de chamar todo mundo para comemorar em nossa casa àquele Natal, afinal, era o primeiro que passaríamos casadas, com nossa família já formada e em nosso novo apartamento.
Dona Cora e Mary pareciam a dupla perfeita na cozinha, cada uma com seu caderno de receitas tradicionais, suas experiências e a boa mão para cozinhar. Tudo parecia muito apetitoso conforme ia sendo preparado, e com certeza seria uma ceia farta, pois cada lado da família tinha uma ou outra receita que era indispensável em suas tradições.
~
Toda a ceia já estava pronta, apenas deixando algumas coisas para esquentar alguns minutos antes da refeição, e quem já se encontrava em minha casa foi se arrumar por aqui mesmo.
Por volta 19hrs todo o resto do pessoal começou a chegar. David, Elsa e Graham chegaram juntos, assim como Lily e Ashley. Zelena e Robin chegaram logo após, trazendo com eles o pequeno Roland que já havia completado seis meses de vida. Infelizmente Belle não pôde comparecer, pois já havia combinado de passar o natal com a família do Dr. Gold, seu marido.
Todos que chegaram colocaram os presentes do amigo secreto embaixo da árvore de natal, que ficou ao lado da lareira na sala, e foi exatamente lá onde todos nos concentramos para beber e conversar. Obviamente fiquei de fora da parte alcoólica, me restringindo apenas a um suquinho de morango.
— Ai o Robin foi entrar na sala de cirurgia e deu de cara com a porta de vidro, achando que 'tava aberta. — Tinker contou já rindo, fazendo todos ali gargalharem.
— Em minha defesa, aquelas portas são muito transparentes! — meu amigo disse, mas também ria da história.
— Ou você que é desatento, meu bem. — Zelena brincou com o namorado, arrancando mais umas boas risadas da gente, e fazendo Robin negar com a cabeça, sem conseguir conter o riso.
— Aliás, me dá meu sobrinho aqui antes que você o derrube. — zoei mais um pouco, pegando aquela fofura que era Roland de seus braços e sentando-me novamente ao lado da minha esposa, que segurou uma das mãozinhas do bebê, e este logo agarrou seu dedo indicador. Coisinha mais adorável!
Meu sobrinho era o serzinho mais fofo do mundo, com aquelas bochechas gordinhas e olhinhos grandes. Realmente a cara de Robin, não tinha como negar.
— Vocês perderam totalmente o respeito que tinham por mim, é isso mesmo? — meu amigo perguntou com uma falsa indignação.
— Quando que você teve esse respeito da gente, Robin? 'Ta viajando o cara! — Killian continuou a brincadeira, e mais uma chuva de risadas tomou aquele cômodo.
— Ai, gente, tadinho vai. — Zelena fez carinho no rosto do namorado, e ele sorriu.
— Mas vem cá, já não passou da hora da gente fazer esse amigo secreto? — Ruby alertou, e logo peguei meu celular para conferir as horas, e não é que ela tinha razão? Já passava das dez horas da noite.
— É verdade, Ruby. Então, pai, pode fazer as honras? — Emma perguntou ao meu sogro, que prontamente se levantou.
— É claro, filha. Mas acho que você deveria começar dessa vez, afinal, é a sua casa. — David sugeriu.
— Não, pai, eu insisto. Quero honrar nossa tradição. — Swan disse, e pude ver os dois trocarem um olhar cúmplice. Então David assentiu, indo pegar seu presente embaixo da árvore.
A brincadeira então começou, e meu sogro fez todo um discurso elaborado e romântico para anunciar que havia tirado sua esposa, Mary, e minha sogra ficou toda emocionada com isso. Em seguida, a mãe de Emma revelou haver tirado Henry, e lhe deu de presente um lindo jogo de lego com o tema de príncipes e princesas da Disney, meu filho ficou super empolgado com o presente.
Henry fez um pouco de mistério, mas pouco tempo depois todos adivinharam que ele havia tirado minha mãe. Meu filho lhe deu um colar de rubis que eu mesma o ajudei a escolher, e minha mãe amou o presente.
Logo depois, minha mãe tirou Elsa, e minha cunhada tirou a própria irmã, Emma. Minha esposa ganhou um estetoscópio Littmann na cor grafite, e segundo Elsa, era para Emma nunca esquecer da sua grande paixão, a Medicina. Swan ficou emocionada com o presente e fez questão de dar um longo abraço na sua irmã em agradecimento.
— Bom, é minha vez. — Emma disse, pegando uma caixa de presente em tamanho médio embaixo da árvore. — Antes de tudo, eu queria dizer que eu amei ter tirado essa pessoa. Primeiro porque não existe pessoa mais perfeita para presentear numa data como essa, e ao fazer esse presente eu pude ter a experiência de buscar em mim tudo de mais lindo que vivi até hoje. Meu amigo secreto é uma amiga, na verdade, mas não só isso. Minha amiga secreta é a pessoa que mais me fez feliz em minha vida, e principalmente nos últimos seis meses. Ela é uma mulher inteligente, linda de morrer, e tem um sorriso tão encantador que me deixa boba, e ela sabe que me deixa assim. Minha amiga secreta é tudo de mais perfeito que existe nesse mundo, é meu apoio, minha base nos piores e melhores momentos, é a pessoa por quem eu mato e morro desde o momento em que a conheci. Ela me deu o melhor presente que alguém podia dar, o de ser mãe, no momento que decidiu adotar o meu garoto Henry, e agora 'ta gerando nossa princesa, fruto de tanto amor e, principalmente, esperança, pois só nós sabemos o quão difícil foi. Eu não poderia querer mais nada na minha vida, sinceramente, porque hoje eu posso dizer que vivo um sonho, que se tornou realidade ao lado dessa mulher. — Swan segurou meu rosto com uma das mãos, secando uma lágrima das muitas que já caiam por meu rosto depois daquilo. — Minha amiga secreta não é mais nenhum mistério, minha amiga secreta é o amor da minha vida, a mulher com quem eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado, e esse presente, por mais simples que seja, eu fiz com todo carinho do mundo, e espero que tenha conseguido demonstrar nele pelo menos 1% do quanto eu te amo. — disse por fim. Então Zelena veio até mim, pegando Roland dos meus braços para que eu pegasse o presente das mãos de Emma, e assim eu fiz.
A caixa era vermelha, coberta em cetim. Desfiz o laço que a prendia e, com muito cuidado, abri a caixa, e dentro dela estava forrado de bombons de chocolate. Em cima dos bombons havia um coração de pelúcia escrito "Para sempre em meu coração", e ao lado da pelúcia um pote de vidro, claramente enfeitado à mão, cheio de papeizinhos coloridos e bem enrolados dentro dele. Na frente do pote estava escrito "185 motivos para te amar", e não teve como como não sorrir ao ler aquilo.
— Amor, você fez isso? — perguntei sem conter a emoção. Eu sorria e chorava ao mesmo tempo, meu Deus, o que eu tinha feito de tão bom para merecer uma mulher como aquela?
— Hoje completa exatamente 185 dias que estamos casadas, baby. — disse sorrindo. — Eu sei que é simples, mas eu depositei todo o meu amor ai, acredite. Fiz com muito carinho. — falou mais contida.
— Emma Swan, nem o presente mais caro do mundo supera esse! — garanti, me aproximando mais dela para lhe beijar com paixão.
Quando menos esperávamos, escutei uma salva de palmas vindas de todos os presentes ali na sala, e Henry veio correndo nos abraçar. A felicidade que eu senti ali não cabia em mim!
~
Quando finalizamos todas as trocas de presentes, faltava poucos minutos para meia noite, então logo fomos organizar tudo que faltava para a nossa ceia e, quando o relógio marcou às 0hrs, todos já estavam na mesa.
Nossa ceia correu em meio a uma conversa animada e repleta de risadas, todos pareciam extremamente felizes ali, e pude ver que cada um era realizado da sua maneira. Uma grande família, no final de tudo. Tinha seus defeitos como qualquer família, nem tudo era perfeito, mas a cumplicidade ali se fazia presente, o que me deixava feliz em vê que a família Swan e Mills tinham feito uma bela união.
Em momentos como esse era difícil não lembrar do meu pai. Ele fazia muita falta, principalmente nessas datas, mas de alguma forma eu sabia que ele olhava por mim lá de cima, e torcia para que ele se orgulhasse de mim, da pessoa que me tornei e da família que eu havia formado junto a minha esposa.
~AODP~
Oitavo mês de gravidez.
Minha barriga praticamente havia dobrado de tamanho do mês anterior para esse, e os sintomas continuavam os mesmos, com diferença que agora eu sentia um a mais, as tais contrações de Braxton.
Essas contrações acabaram por me dar um belo susto, pois quando começaram, achei que já eram as contrações do parto. Porém, depois de uma consulta de emergência com minha obstetra, ela me acalmou, dizendo que aquelas dores eram apenas meu corpo se preparando para o parto futuro, e que, diferente das contrações para dar a luz, as de Braxton eram mais desreguladas, sem intervalos de tempo definidos e sem tanta frequência.
Minha obstetra também recomendou que agora era melhor eu pegar logo minha licença maternidade e me afastar do hospital a partir daquele mês, já que a qualquer momento eu poderia entrar em trabalho de parto. Então segui suas recomendações.
Emma cuidava de mim como se eu fosse um bebê frágil, o que era engraçado, mas eu estava amando ser paparicada daquele jeito. Inclusive, ela também havia tirado licença do hospital para cuidar de mim e me ajudar nesse fim de gestação, deixando a administração do hospital nas mãos de Lily.
Com as férias de fim/início de ano, Henry também estava em casa, então estávamos sempre juntos, em família, o dia inteiro. Isso era ótimo, pois eram poucos os momentos em que eu podia curtir minha família ao máximo.
Minha mãe também estava passando mais tempo aqui em casa do que na sua própria, e vez ou outra a minha sogra também aparecia para nos visitar.
Ainda não havíamos escolhido um nome para nossa filha. Aliás, nem queríamos. Swan e eu decidimos que só iríamos nomeá-la quando a víssemos pela primeira vez. Iria ser algo significativo, vindo da alma.
~AODP~
POV. Emma Swan.
Nono mês de gestação.
Fraldas. Fraldas e mais fraldas, era só o que eu via em minha frente. Fora as que eu e Regina já havíamos comprado, ganhamos mais tantos outros pacotes dos nossos amigos e familiares que eu já não sabia mais nem onde guardar.
Regina já estava na fase final da gestação, e seu humor agora era mais constante, porém, irritadiço. Ela se sentia cansada, pesada e inchada, como sempre reclamava sobre. Eu sabia que aquele último mês era o mais complicado de todos, e entendia minha mulher, por isso fazia de tudo para deixá-la confortável.
A ansiedade para ver o rostinho da nossa bebê também estava sendo de grande influência no nosso humor, e tenho que confessar que Regina também não se sentia muito feliz em não estar trabalhando. Ela amava o que fazia, e era ótima nisso.
Mas, no final de tudo, era incrível como ela estava linda. Regina não acreditava quando eu dizia isso a ela, mas era a mais pura verdade! Minha esposa estava radiante, iluminada, linda como nunca! Sua barriguinha de grávida a deixava uma graça.
~
Depois que meus pais vieram pela manhã buscar Henry para passar um dia com eles, eu estava em meu escritório resolvendo algumas coisa do hospital, afinal, mesmo estando de licença, o trabalho dava um jeito de me encontrar. Foi quando ouvi minha esposa me chamar da sala, onde ela estava assistindo TV.
— Emma, pode vir aqui, por favor? — chamou em um tom de voz suficientemente alto para que eu ouvisse do cômodo onde me encontrava.
Logo levantei-me da minha cadeira, indo até a minha mulher, que estava deitada em nosso sofá espaçoso enquanto alisava sua barriga com a mão direita. Ela vestia uma camisola mais larga, na cor branca, e seu cabelo estava parcialmente amarrado em um 'rabo de cavalo', já que nem todos os fios curtos conseguiam ficar presos. Estava linda, e isso não era novidade.
— O que foi, baby? 'Ta tudo bem? — perguntei, sentando-me ao seu lado e colocando suas pernas delicadamente sobre as minhas.
— Sua filha não para quieta, parece que vai ser jogadora de futebol de tanto que chuta. — contou com um meio sorriso em seus lábios, segurando minha mão e colocando sobre a sua barriga para que eu sentisse os chutes, e não demorou para que eu os sentisse, foi impossível não sorrir.
— Então quer dizer que, quando ela apronta, é só minha filha, e quando 'tá quietinha é sua? — brinquei, fazendo Regina sorrir verdadeiramente. Eu amava aquele sorriso.
— Idiota. — disse rindo, e logo mordeu o lábio inferior. — Ela é NOSSA filha, você que entendeu errado. Mas eu te chamei aqui porque 'tô sentindo contrações de novo. — explicou.
— De Braxton? — perguntei, levando mais à sério agora a nossa conversa.
— Acho que sim, mas à essa altura do campeonato, é melhor a gente dá uma atenção maior a isso. — disse.
— Sim, amor. — concordei, fazendo carinho em sua barriga, e logo senti outro chute da nossa garotinha. — Acho que vou começar a dar uma pesquisada 'pra ver quais são as melhores escolinhas de futebol aqui da cidade. — brinquei, e Regi riu, mas logo depois fez uma careta de dor.
— Ai, droga. — reclamou, preocupando-me um pouco.
— Contração? — questionei, e minha esposa acenou em positivo. — Acho melhor começarmos a contar os intervalos. — sugeri, e ela concordou novamente com um aceno. Então acionei o cronômetro em meu celular.
Voltamos nossa atenção para o filme que passava na TV, era um romance água com açúcar, que provavelmente Regina assistia apenas para passar o tempo.
Depois que passou mais ou menos uns quinze minutos, a morena segurou minha mão e a apertou com força, e quando olhei para ela, a mesma estava comprimindo os lábios e os olhos, numa clara expressão de dor, pelo jeito era outra contração.
— Porra. — soltou ao final. — E aí, quanto tempo? — perguntou, então olhei o cronômetro em meu celular.
— 15 minutos e 43 segundos. — falei, e ela assentiu. Logo acionei o cronômetro mais uma vez e voltamos nossa atenção para o filme.
Regina sentiu mais algumas contrações, sempre no mesmo intervalo de mais ou menos 15 minutos entre cada uma, mas depois de umas 12 contrações, o intervalos entre as dores diminuiu para para 10 minutos, e pareciam estar mais fortes.
— Amor, acho que isso não é contração de Braxton. — Regina disse ao final da última contração, e ela parecia um pouco nervosa. Eu não estava muito atrás, mas tinha que me manter tranquila para que minha esposa não se desesperasse.
— Baby, você entrou em trabalho de parto. — lhe dei um meio sorriso, e logo Regina segurou minha mão usando certa força, e sua feição era de um leve espanto. — Ei, calma. — fiz carinho em seu rosto com a mão livre. — 'Tá tudo bem, vai dar tudo certo, meu amor. — tentei tranquilizá-la.
— A gente precisa ir pegar as bolsas, temos que ir 'pro hospital. — fez menção de se levantar, mas a impedi.
— Ainda não, amor. Fica tranquila e confia em mim. — pedi, e ela respirou fundo, voltando a deitar-se completamente no sofá. — Quando o intervalos das contrações ficarem mais curtos, cerca de 5 minutos entre cada um, a gente vai. Afinal, o hospital é aqui perto, e o trabalho de parto não é um bicho de 7 cabeça como mostra nos filmes. — brinquei um pouco, e ela riu, porém ainda nervosa.
— Eu sei. — suspirou pesadamente mais uma vez. — Difícil é convencer meu psicológico disso. — riu.
— Olha só, eu vou buscar as malas no quarto, já 'pra deixa-las aqui. E também vou preparar um lanchinho 'pra você, o que acha? — sugeri.
— 'Tá bom. — concordou nervosamente, então lhe dei um beijo no rosto e me levantei.
Logo busquei as malas em nosso quarto, deixando-as perto da porta de saída do apartamento. Em seguida, fui à cozinha e preparei um sanduíche natural de frango, acompanhado de suco de maracujá. Então logo levei tudo até Regina, que com certa pressa, resultada do nervosismo, comeu tudo.
Liguei para a obstetra de Regina naquele meio tempo, e a mesma logo ficou de prontidão no hospital à espera da minha mulher.
Eu estava nervosa, extremamente. Minhas mãos chegavam a suar em ansiedade, mas eu não podia demonstrar isso a Regina, para o seu próprio bem e do bebê. Então com muita dificuldade, tentei ficar o mais calma e serena possível para ajudá-la.
Além de tudo, ela ainda sentia aquelas dores horríveis das contrações, e sinceramente eu faria de tudo para trocar de lugar com ela nesse momento, qualquer coisa que fizesse minha esposa não sofrer.
Quando o intervalo das contrações diminuiu para menos de 5 minutos, resolvemos não esperar mais e fomos para o hospital. Acabou que, no caminho, a bolsa de Regina estourou dentro do carro mesmo, e isso a deixou ainda mais nervosa.
Levei Regina para a ala da maternidade com todo cuidado do mundo, e quando ela já estava no leito, liguei para nossos familiares e amigos avisando do ocorrido. Logo todos já estavam na sala de espera.
A obstetra examinou Regina nesse meio tempo, constatando que ela já estava com 7 centímetros de dilatação, faltavam apenas mais 3 para que pudesse iniciar o parto, então logo ela começou os preparativos.
Tive que vestir toda a roupa hospitalar para entrar na sala de parto, e quando entrei, logo fiquei ao lado da minha esposa, segurando sua mão. Não demorou para Regina dilatar os últimos centímetros que faltavam, e logo a doutora sentou-se no banquinho entre as pernas da minha esposa.
— Certo, eu preciso respire profundamente agora, e expire devagar. Eu vou contar de forma decrescente do 5 ao 1 e, ao final, preciso que você faça força, mas muita força okay, Regina? — perguntou a minha mulher, e a mesma assentiu. — Está pronta?
— Sim. — Regina respondeu confiante apesar do nervosismo, e isso me orgulhou.
— Ótimo. Vamos lá então. Cinco, quatro, três, dois, um. Força! — comandou, e logo Regina fez o que lhe foi mandado, apertando minha mão com mais força ainda, quase esmagando meus dedos, mas eu estava ali para isso, e não sairia do seu lado.
~
— Ótimo, é isso aí, Regina, sua filha já saiu quase que completamente. Vamos, só mais uma vez, força! — ordenou a médica, e Regina fez força sem titubear. Eu já nem sentia meus dedos, mas não ligava para isso.
— Isso, amor, muito bem! — falei beijando seu rosto suado enquanto ela esgotava suas últimas energias fazendo força, e no segundo seguinte relaxou.
Foi então que escutei aquele som, o som que fez meus olhos marejarem no mesmo instante. Aquele choro, o choro da nossa filha.
Olhei para o lado e vi o momento em que a doutora cortava o cordão umbilical. Logo depois entregando a recém nascida para a enfermeira, que rapidamente higienizou seu pequeno corpinho, enrolou minha filha no cobertor térmico e a entregou a Regina.
Minha esposa não conteve o choro ao ver nossa filha finalmente, e eu estava do mesmo jeito. Nossa filha era linda, lindíssima! Deus, como era perfeita!
Ela tinha os traços de Regina, o cabelo escuro e volumoso, a pele em tons latinos como o da minha mulher, o narizinho, a boquinha e até o formato do rosto eram idênticos, era o bebê mais lindo do mundo e eu só sabia chorar de emoção ao seu lado. Era um sonho realizado, um sonho que parecia até impossível, mas vendo ali, com meus próprios olhos, eu só sabia agradecer por tamanho dádiva que o universo havia me presenteado. Eu era a mulher mais feliz do mundo!
POV. Regina Mills.
As lágrimas em meu rosto já não tinham mais freio ao olhar para aquele pequeno rostinho à minha frente. Minha filha estava em meu braços, linda, perfeita, e tão pequenininha.
Afinal, Emma tinha razão, nossa filha veio com meus traços, como ela sempre disse que seria. A loira estava encantada ao meu lado, enquanto acariciava com cuidado os cabelos da nossa bebê. Seu rosto estava coberto de lágrimas, e ela sorria como eu nunca tinha visto antes.
Porém, a emoção não tinha acabado por ali. Quando levei minha mão ao rostinho daquela bebê, para acariciar sua pequena bochecha, ela preguiçosamente abriu os olhos, e foi ali que eu perdi completamente minha postura, foi ali que eu me derreti por completo como nunca imaginei, foi exatamente ali que a emoção mais arrebatadora da minha vida me tomou irremediavelmente.
Aqueles olhos, Deus eram aqueles olhos!
O verde esmeralda mais lindo que me levou até a lembrança de quando meu olhar encontrou o de Emma pela primeira vez. Aqueles pequenos e cintilantes olhos verdes eram exatamente iguais aos olhos da minha esposa.
Eu já não sabia o que o que estava sentindo, era uma mistura tão grande de emoções que já não cabiam em mim, e eu soluçava, soluçava de tanto chorar, mas era um choro de alegria tão imensa e plena que era impossível pôr em palavras.
— Amor… — chamei Emma entre um soluço e outro. — Amor, ela tem seus olhos. — falei com pouco de fôlego que tinha.
Emma se aproximou mais, olhando com mais atenção para a nossa filha, e no mesmo momento seu sorriso ficou ainda mais largo, e suas lágrimas começaram a cair sem controle.
Ela encostou seu rosto no meu, beijando minha bochecha para logo depois acariciar o rosto da nossa filha, completamente extasiada com aquilo.
— Obrigada. — disse para mim quase em um sussurro, e eu sabia que ela estava tão emocionada que não iria conseguir falar muito. Eu a entendia pois nem eu estava conseguindo.
Logo depois a enfermeira me ajudou a amamentar minha filha pela primeira vez, e foi mais uma emoção à parte. No início doeu um pouco, mas logo depois a sensação foi maravilhosa, impossível de descrever.
— E qual é o nome dessa princesinha? — minha obstetra perguntou, observando toda aquela cena com olhos marejados.
— Hope. O nome dela é Hope. — Emma respondeu no mesmo segundo, e eu sorri olhando-a.
Fazia total sentido, e minha esposa tinha totalmente razão ao decidir naquele momento que aquele seria o nome da nossa filha. Ela era isso, era esperança, era o 'acreditar' que nunca saiu dos nossos corações, era a conquista do que parecia impossível.
Sim, ela era esperança.
Hope.
Hope Swan-Mills.
~AODP~
Um ano depois…
E lá estava eu em mais um dia de trabalho. Eu estava em mais um plantão estendido, então pedi para Emma ir buscar Henry na escola, e Hope na creche para que eu pudesse lhes dar um beijo antes que eles fossem para casa, já que só os veria agora no dia seguinte.
Então, enquanto minha esposa não voltava, eu fui conversar com Belle e Ruby na recepção, já estava no fim do expediente das minhas amigas, o que dava uma brecha maior para colocarmos o papo em dia.
— Me digam qual o motivo de todo esse alvoroço. — falei me aproximando do balcão, percebendo a animação de Ruby.
— Não 'tá sabendo, Gina? — Belle perguntou, pelo jeito eu não estava tão por dentro das fofocas.
— Sabendo de quê, gente? — questionei curiosa.
— Menina, e não é que o Graham me pediu em casamento! — Ruby disse animada, mostrando-me o anel de noivado em sua mão.
— Mentiraaaa! — falei super animada ao ver aquela pedra de brilhantes enorme em seu dedo. — Meu Deus, Rubs, parabéns! — abracei minha amiga, estava feliz demais por ela.
— Ai, finalmente vou me casar com aquele homão, Deus ouviu minhas preces. — disse divertida, fazendo-nos rir.
— Mais uma que vai entrar 'pra vida de casada. Olha, melhor coisa não há, digo por experiência própria. — falei com convicção.
— Eu que o diga, viu? Meu relacionamento com o Gold melhorou 100% depois do casamento, e olha que já era ótimo. — Belle acrescentou.
— Garota! Se entre o Graham e eu o negócio já é bom enquanto a gente 'tava namorando, quero nem imaginar quando casar. Sobe até um calor aqui. — minha amiga falou se abanando com a mão, o que foi um motivo à parte para rir.
— E logo depois vem os filhos, a melhor parte. — falei ao lembrar dos meus pequenos.
— Ai, sim, Gold e eu estamos treinando já. — Belle disse sugestiva. — E falando em filhos, não canso de dizer que sua família é linda, Gina. — sorriu sincera.
— Ai, eu sei. — falei toda derretida. — Eu amo demais minha família, minha esposa, meus filhos então nem se fala! Me sinto completa sabe? — confessei com um sorriso que mal cabia no meu rosto.
Belle sorriu para mim ainda mais, e logo depois olhos para um ponto específico atrás de mim, me fazendo virar para olhar em direção ao que ela via.
Foi nesse momento que dei de cara com o paraíso. Era exatamente isso, o paraíso! Mas dessa vez, era o meu paraíso.
Emma estava à poucos passos de mim, segurando minha filha em um dos braços, a garotinha mais linda do mundo dentro de um vestidinho vermelho e com um lacinho da mesma cor em sua cabeça, completando com aqueles olhos verdes esmeralda que a deixavam ainda mais perfeita.
Henry estava ao lado da minha esposa, segurando sua mão, ele vestia a farda da escola, e logo veio me abraçar de lado. Meu filho já era um lindo rapazinho de 10 anos, muito inteligente e que só me dava orgulho.
E minha esposa, bem, o que falar daquela mulher? Sempre linda e imponente, dessa vez em um terninho feminino preto e uma calça social da mesma cor, e calçava um Scarpin também preto. Seu cabelo estava solto e, com a mão livre, ela jogou seu franjão para o lado. Linda, extremamente linda! Poderosa e sexy como só Emma Swan sabia ser, e minha, só minha!
Ela sorriu para mim, muito próxima, encarando-me de um jeito que me tirava o fôlego. Seu aroma doce-amadeirado me embriagava, era como se eu estivesse tendo um flashback da primeira vez que a vi, mas melhor, muito melhor dessa vez!
— Boa noite. — disse naquele tom frio para as meninas ao meu lado, e logo voltou seu olhar para mim, sorrindo novamente, e me causando todas aquelas sensações que eu já conhecia tanto, mas nunca me acostumaria, pois o frio na barriga era sempre o mesmo, aquele que me deixava completamente à sua mercê.
— Boa noite, meu amor. — falei toda apaixonada, e no mesmo momento ela selou meu lábios demoradamente, quase gemi de satisfação com seu ato. O que eu mais poderia querer da vida? O que mais eu poderia desejar? Minha realidade era muito melhor do que qualquer sonho!
Céus, como eu amava essa mulher!
Geralmente o que acontece com todas as histórias épicas de amor é que tudo termina com um sonoro e melodramático "fim".
Bem, mas então seria isso? Esse seria o final?
A resposta é simples: Não!
Vejamos, não é como se tivesse chegado a um ponto final, não é mesmo? Muito pelo contrário, pois posso afirmar com toda convicção que isso não é o fim. Na realidade, esse é apenas o encerramento de um ciclo, da narração da nossa história. Para Emma e eu, aqui, nesse ponto crucial que estamos vivendo, o fim está longe de chegar. Estamos desfrutando o início, apenas o início do resto das nossas vidas uma ao lado da outra, juntas, até depois do fim.
"Tinha sido amor à primeira vista, à última vista, às vistas de todo o sempre. - Vladimir Nabokov"
A Ordem Do Prazer
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