Sakura desceu da carruagem em frente ao alfaiate, principalmente por ser a única zona do centro que conhecia muito bem. Não queria fazer papel de boba. Para falar a verdade, não tinha ideia do que fazer como vingança, embora parecesse bom o suficiente encomendar diversas roupas caríssimas e colocar na conta do Uchiha, coisa que Karin fizera uma vez com seu marido e havia deixado-o louco. No entanto, gostaria de algo a mais. Eles ainda não eram casados e os Uchihas eram tão ricos que desconfiava que qualquer quantia, por mais obscena que pudesse ser, não seria um golpe tão grande. Contudo, não gostaria de passar por obtusa e estava quase entrando na alfaiataria, quando sentiu uma mão em seu cotovelo e assim que se virou para ver de quem se tratava, surpreendeu-se ao contemplar Nagendra em suas roupas tradicionalmente landireanas sorrindo para si.
— Srta. Ait’una, bom dia… Que prazer e surpresa vê-la! — Ela cumprimentou, fazendo uma breve reverência educada e a loira fez o mesmo.
— Digo o mesmo… Embora tenha ficado mais curiosa do que surpresa ao vê-la. Esta é minha dama de companhia, Nayana Rahaman. — Indicou a morena atrás dela de cabeça baixa, vestida com roupas landireanas, embora mais claras e mais banais para indicar sua posição social. Como criadas, as landireanas buscavam ser o total oposto de suas senhoras para salientar que nada as relacionavam. As joias eram menores e mais simples também. Nayana, no que lhe concerne, fez uma profunda reverência a ela. — Nayana, essa é a noiva de Sasuke, Srta. Haruno. — Nagendra apresentou e Sakura deu-lhe um aceno de cabeça, enquanto a loira lhe fitava com o pescoço levemente inclinado e olhos afiados. — Diga-me, querida, qual o motivo que a traz para o centro tão cedo e sem sua dama de companhia? Ino está bem?
Parecia curioso para Sakura a forma como a Ait’una se referia a todos como se fossem seus amigos próximos, o que parecia uma realidade, embora lhe soasse levemente desconfortável vê-la se referir a todas aquelas pessoas pelos seus nomes e não pelos pronomes de tratamento. Isso não a tornava alguém incômodo, apenas era esquisito ouvir tal coisa.
— Ino está perfeitamente bem, não se preocupe. — Ela esclareceu e a loira abriu um sorriso. — Eu gostaria de visitar o centro, desde que cheguei em Vinnigah não tive tempo para me familiarizar o suficiente e ela estava ocupada com algumas coisas, então não quis incomodá-la. — Sakura acrescentou, abaixando a voz algumas quintas, sabendo que aquela era a pior desculpa possível, mas o que diria? Que em um acesso de raiva, deixou sua dama de companhia para trás e que, em seguida quase quebrou um vaso em seu noivo? Definitivamente não.
Entretanto, se a loira percebeu algo, nada disse e continuou com seu sorriso educado, fitando a mais nova
— Não conheceu Vinnigah, ainda? Ah? Querida, isso é um erro sem tamanho! Aposto que se apaixonará imediatamente, visto que a conheça bem. — Afirmou em um tom animado e arregalou os olhos claros como se tivesse uma ideia, enroscando seu braço no de Sakura com rapidez. — Bem, eu estava mesmo me perguntando o que faria para acabar com o tédio imenso que sinto pela manhã e aqui está uma oportunidade. Vou lhe levar para conhecer a província. Dispense seu cocheiro. Pois, por hoje, Srta. Haruno, você estará em minhas mãos. — A Ait’una anunciara em um tom confiante e vibrante.
Sakura informara a situação para o cocheiro e logo saíra depois com a mais velha por Vinnigah e a garota lhe levara para vários estabelecimentos. Ela conhecera casas de chás, sorvetes e outras butiques, algumas livrarias e diversas joalherias, assim como os mais variados templos para os Deuses Novos e as múltiplas estátuas espalhadas pelo lugar. Nagendra fazia questão de lhe informar quais eram as melhores e quais não, quais sabores eram mais vistosos e quais eram tão horríveis que ela não deveria perder seu tempo. Às ruas eram um tanto quanto íngremes, mas elas conseguiram andar pelas calçadas com suas botas, embora aquilo fosse mais dificultoso para Sakura que não estava acostumada. As três recebiam inúmeros olhares de wrinianos, afinal o trânsito de landireanos e farlesianos não era tão comum no centro e não era apenas a nobreza que perambulava por ali.
A Haruno se viu apaixonada pela arquitetura do lugar, as lojas eram pequenas, amontoadas umas nas outras e possuíam cores terrosas¹, embora fossem bem cuidadas, todas possuíam cores escuras. Ainda que, as mais luxuosas exibissem tons de dourado e as insígnias da província em suas placas ou paredes. Haviam wrinianos conversando e andando por toda rua, o vento diferia do de Farleey, afinal sempre parecia que iria chover em Wrin e era mais frio. Não era tão cinzento quanto se lembrava, mas tinha diversas nuvens e fazia pouco sol, exceto naquele dia. Ainda era uma manhã ensolarada, afinal. Todos exibiam roupas mais leves e pareciam apreciar o sol que fazia. Não era tão barulhento, exceto pelo barulho das carruagens que não paravam de passar pelas ruas, tudo era mais contido, de qualquer forma. Estava encantada, mas não totalmente apaixonada. Seu coração amoleceu de vez quando Nagendra lhe levou para o parque que seu noivo lhe levara da última vez, em que acabaram discutindo, como sempre.
O nome do parque era Acídia² e era muito maior do que imaginava, haviam crianças correndo e novos-ricos fazendo piqueniques. As três pararam em frente a uma estátua de Deméter³. Nagendra se ajoelhou e beijou a mão, colocando-a na estátua e Nayana seguiu seu exemplo. Sakura, sem saber o que fazer, apenas fez uma reverência.
— Esta é Deméter, a deusa das colheitas e da fertilidade da terra, dessa forma nós demonstramos gratidão, pois é considerado boa sorte para moças solteiras vê-la. — A mais velha explicou para Sakura, enquanto se levantava. — Imagino que, para vocês que ainda seguem os Antigos, talvez tenha semelhança com Epona⁴. — Ela voltou a dar os braços para a rosada, que já se sentia especialmente mais próxima dela, afinal ouvira sua voz durante aquele tempo todo em que conhecera o centro de Vinnigah e ela havia comentado diversas coisas sobre si.
Nagendra era primogênita e a herdeira do título de viscondessa, conhecia Sasuke desde que ele usava calças curtas, assim como Naruto e os quatro eram muito amigos. Ela não estava noiva e seu sabor favorito de sorvete era baunilha, ela adorava todas as tortas wrinianas, suas roupas favoritas eram as landireanas, embora em dias de frio, usasse a moda de Wrin. A Ait’una adorava a natureza e amava viajar, mas não o fazia com tanta frequência, pois ainda era solteira e podia gerar falatório. Sakura se viu completamente envolvida com a conversa e com a loira. Ela era energética, vibrante e lhe fazia recordar Karin e Tenten, de quem sentia muita falta.
— Por que Deméter? Gaia não é a mãe terra? — Sakura perguntou, olhando para a loira que assentiu e falou algo no ouvido de Nayana, antes de chegar perto da rosada.
— Venha comigo, irei lhe contar a história de Acídia e entenderá o motivo de ser meu segundo lugar favorito de Wrin inteira. — Ela falara, antes de começar a andar e arrastar a Haruno consigo, que viu Nayana se afastar cada vez mais e franziu a sobrancelha para a loira, confusa. — Ela tem de fazer algo para mim, não se preocupe. Bem, Srta. Haruno, há um bom tempo, durante a Grande Fome na dinastia Sivic, antes dos Savignon reinarem e descobrirem as minerações, nosso povo tinha fome e a terra não era fértil o suficiente para que a agricultura nos mantivesse. Tudo estava mudando, os Sivic começaram a prestar oferendas para os Novos Deuses e muitos diziam ser castigo dos Antigos, mas Acídia Nehea Lancaster pensava diferente. Ela pensava que o que tínhamos eram pessoas que não sabiam cuidar da terra que tínhamos. Acídia era uma devota de Deméter, mas muitos a julgavam louca, principalmente por fazer suas meditações em público. Ela dizia que receberia uma visão da deusa que a ensinaria como cuidar para que as plantações vingassem e que a colheita se fizesse presente.
“E de fato, ela perambulou por dias e em uma noite, foi revelado-lhe um método novo de plantação e ela avisou aos agricultores, mas ninguém lhe ouviu e a camponesa resolveu fazer por si e bem aqui, plantou, usando seus métodos novos e considerados esquisitos a Árvore Anciã. É um carvalho enorme e foi crescendo, vingando como há muito nada em Wrin vingava. Um nobre se apaixonou por ela, enviando-lhe diversos criados para plantar comida, usando seus métodos e ela salvou Wrin inteira da fome. Ela morreu antes de ver o que seu método fez por todos, mas ninguém esqueceu e todos sabiam que Deméter havia lhe concedido esse dom, então agradecemos a deusa por ela.”
— Uau! Que história linda, Srta. Ait’una, uma pena que não estava no livro de etiqueta da corte que li. — Sakura brincou, sorrindo largamente para Nagendra, que rira como se não pudesse se conter
— É muito pessoal para mim, afinal ela era minha antepassada. — Nagendra segredou e Sakura abriu a boca, em choque. — E ela foi uma heroína, sempre aspirei ser como ela e salvar algo, lutar por algo, mas não sei se tenho tanta fé ou coragem. — Ela confessou, suspirando, enquanto olhava para baixo e parecia perdida em pensamentos e Sakura apenas apertou sua mão com leveza. Sabia muito bem como era aquela sensação de desejar ser algo mais, mas não ter certeza se conseguiria, mesmo que houvesse alguma oportunidade e desde a conversa com Fugaku, ela tinha cada vez mais medo de seu único propósito ser colocar Sasuke na linha. — Mas isso não é assunto para uma manhã tão agradável como esta. Diga-me querida, você ficou chateada com o que aconteceu ontem?
Sakura paralisou, sentiu o coração errar uma batida, teria Nagendra escutado sua conversa com o duque? Seria humilhante demais se alguém mais tivesse ouvido aquele fiasco, mas a Haruno apenas franziu as sobrancelhas, sorrindo de um jeito estúpido.
— Aconteceu algo desagradável o suficiente para que eu deva me dar o trabalho de me chatear, Srta. Ait’una? — Ela perguntou em um tom de verdadeira confusão e a loira suspirou levemente como que de alívio.
— Ah? Suponho que não. Eu estava me referindo a conversa que tivemos sobre fadas e suas crenças. Desculpe-me se lhe ofendi de alguma maneira, não tenho tanto contato com farlesianos que seguem os Antigos, não penso que sua crença seja motivo de troça ou risadas. — Ela revelou, parecendo ligeiramente envergonhada e Sakura deu uma risadinha de alívio, negando com a cabeça.
— Não se preocupe com isso, pelos Deuses! Eu não me incomodei, embora deva perguntar, o Sr. Uchiha sempre foi implicante daquela forma? — Ela questionou com um tom brincalhão, embora tenha tentado não pensar muito no Uchiha durante a manhã inteira porque ficaria quase em um tom carmesim.
— Ele era pior, acredite, a personalidade encantadora que ele assume hoje é um progresso de anos! — Nagendra retrucou e as duas caíram na risada, tampando as bocas com as mãos enluvadas. — Me perdoe, mas estou apenas sendo sincera.
Sakura mordeu o lábio inferior e olhou para os lados, obtendo uma ideia que lhe pareceu interessante. Olhou para Nagendra, aproximando-se da loira com certa impaciência e excitação.
— Se eu lhe pedir para ser sincera por mais alguns segundos, a senhorita o faria? — Ela questionou em tom baixo.
— A minha sinceridade está ao seu dispor. — A Ait’una respondeu no mesmo tom, parecendo muitíssimo curiosa.
— Qual o maior medo do Sr. Uchiha? — Ela perguntou em uma só respiração.
— Para que deseja saber isso, Srta. Haruno? — Nagendra sondou, olhando-a com certa desconfiança e a rosada deu-lhe um olhar coquete.
— E se eu dissesse que estou apenas procurando uma forma de conhecê-lo melhor? — Ela sorriu e piscou e Nagendra arqueou uma sobrancelha, inclinando a cabeça na sua direção.
— Então eu não acreditaria nem por um segundo, por mais gentis que seus olhos sejam. — Sussurrou em um tom malicioso e se afastou rindo. — Diga-me que deseja se vingar pelo que ele fez esta manhã e eu direi o que quer saber. — A mais velha soltara, enquanto observava a reação de Sakura que abriu e fechou a boca diversas vezes. — Em defesa de Sasuke, tenho certeza de que ele tinha boas intenções, provavelmente errou na dose. Em minha defesa, eu disse-lhe que era uma péssima ideia e que um simples buquê ou um arranjo de flores teria sido o suficiente. — Ela explicou, parecendo realmente consternada, enquanto falava, como se lembrasse da cena em questão.
— Bem, se já sabe, então por que gostaria de me ver falar sobre? Não foi engraçado o suficiente? — Sakura perguntou, não demonstrando humor algum e claramente contrariada.
— Desculpe-me, às vezes gosto de ver as pessoas se contorcendo. — Nagendra anunciara, sorrindo para a rosada de uma forma culposa. — É um defeito horrível e sou uma pessoa execrável, mas ainda tenho a resposta que você quer e creio que, pelo menos em Wrin e de graça, sou a única pessoa que lhe dará. — Ela provocara, dando-lhe uma piscadela.
— Qual é o acordo, afinal, o que quer para me contar? — Sakura semicerrou os olhos e a loira tocou em seu colar, inclinando a cabeça para um lado.
— Quero que me deixe participar do que quer que esteja planejando. É meu único desejo. Temos um acordo, Srta. Haruno? — Ela estendeu a mão, parecendo extremamente confiante.
— Temos um acordo, Srta. Ait’una. — Ela apertou a mão, enquanto a mais velha se inclinava e sussurrava algo em seu ouvido.
As duas se entreolharam e começaram a formar um plano. Precisavam de pessoas dispostas a serem pagas e saíram em disparada atrás de novos criados. As duas riam como crianças. Pareciam pequenas moçoilas durante toda a execução do plano, não conseguiam se conter porque era a coisa mais estúpida que Sakura fizera em toda sua vida e a mais infantil também. Ela sabia que não estava certa. Sabia muito bem que a última coisa que tinha era razão, mas se não o fizesse, sentia que perderia sua honra, embora sempre tivesse ouvido que o segredo da elegância era levantar a cabeça e dar a outra face. Ela sabia que era vista como uma Lady cabeça oca por muitos, uma ingênua e perfeita noiva que caiu nas garras do malvado Uchiha. A vítima. Talvez boa parte disse fosse verdade, mas não queria que fosse.
Então, algumas horas depois, quando o sol estava alto o suficiente para esquentar demais a cútis das que não utilizavam sombrinhas, elas invadiam a Casa Uchiha fingindo se tratar de apenas mais uma visita. Sakura distraia o mordomo e a governanta, enquanto Nagendra entrava no escritório por uma das inúmeras passagens secretas da Casa e tornava o plano real. Ela se sentia viva. Não tinha outra palavra para descrever, Sakura se sentia viva! Bem, até Sasuke aparecer nas escadas com Hinata e Naruto a tiracolo. Nesse momento ela se sentiu praticamente morta.
— E então, depois da Guerra das Rosas, todos os farlesianos levam café muito a sério. É por isso que nosso é tão forte, acreditamos que o café é fonte de vitalidade e fertilidade, então não posso aceitar um tão fraco. Me perdoem! — Ela estava ludibriando e desconcentrando os criados com conversas sem pé ou cabeça, enquanto tocava na mão da governanta e do mordomo que a encaravam com uma expressão de confusão, por mais que o senhor tentasse manter sua faceta de sério e ilegível, mal conseguia se conter diante do choque da situação.
— Srta. Haruno, o que está fazendo aqui? — Naruto questionou com alegria, enquanto os irmãos a olhavam com confusão, embora Sasuke parecesse mais irritado que outra coisa.
— Estou explicando para eles sobre a importância do café para os farlesianos. — Ela respondeu, olhando para os três, sentindo o coração palpitar e tomando cuidado para parecer completamente normal.
— Ahn… Certo, isso é um pouco curioso, está aqui apenas para isso? — Ele perguntou, risonho.
— Não, claro que não, Sr. Uzumaki! Decidi fazer uma visita a todos vocês! Tive uma manhã muito interessante, conheci o centro de Vinnigah e decidi que gostaria de vê-los. — Ela afirmou e deu uma risadinha.
— Senhora, talvez tenha ficado muito tempo no sol, não gostaria de um pouco de água? — A governanta perguntou aparentando estar ligeiramente preocupada e Sakura assentiu com veemência.
— Água! Isso, água! Eu adoraria um pouco de água, mas antes, eu gostaria de contar um pouco da história dos elementos para vocês. O meu preferido é a água! — Sakura exclamou e todos os presentes a olhavam com certa consternação. Ela sabia parecer uma descompensada. No entanto, não podia fazer nada. — Há muito tempo, haviam quatro pedrinhas que eram guardadas por um deus muito especial, mas se separadas, poderiam causar a destruição do mundo e…
Hinata deu dois passos para trás, se escondendo atrás de Sasuke e sussurrou em seu ouvido “estou começando a pensar que sua noiva perdeu o juízo”, olhando-a com os olhos cinzentos arregalados.
— Estou começando a pensar o mesmo. — Sussurrou de volta e negou com a cabeça, olhando para todos os presentes que a encaravam como se ela fosse um animal exótico. — Isso parece muito interessante, mas estarei indo para o meu escritório, então, com licença, senhoritas. Naruto. — Sasuke disse com uma expressão pouco ilegível e começou a andar, mas Sakura o seguiu em um ímpeto.
— Não! — Ela gritou e ele parou, arqueando uma sobrancelha. Ela sorriu envergonhada e se aproximou dele com certa rapidez. — Quero dizer, eu gostaria de falar com o senhor por alguns minutos. — A mais nova olhou para os lados. — A sós.
O moreno a encarou por alguns segundos em silêncio e assentiu, começando a andar, no entanto ela engoliu em seco.
— Vamos para um lugar mais aberto, assim estaremos a vista de todos. — Ela sugeriu e ele assentiu, guiando-a para uma varanda aberta, onde ventava levemente e era de frente para o jardim, então fez com que Sakura respirasse fundo ao sentir o delicado cheiro das rosas que haviam no jardim. Sasuke lhe observava, esperando ela falar e parecia incomodado por estar ali. — Eu gostaria de saber o motivo que o fez a tomar aquela atitude terrível. Pensei termos entrado em uma espécie de trégua.
— Srta. Haruno, me responda com sinceridade, acordar rodeada de flores fora algo tão insensível de minha parte a ponto de fazê-la vir até aqui e arremessar um vaso em mim? — Ele perguntou com rispidez na voz e um quê de sarcasmo, apoiando o peso em uma perna, enquanto colocava as mãos em seu quadril.
— Pois saiba, senhor, que não disparei um vaso no senhor, mas em sua parede. — Ela respondeu, observando-o com a mesma impaciência que ele demonstrava. — E não acordei rodeada de flores, mas de insetos asquerosos em minha cama e até mesmo um grilo maior que minha mão em meu cabelo. Se o seu desejo era me oferecer flores, haviam maneiras menos absurdas. — Sakura arquejou, olhando para o lado e empinando o nariz levemente, enquanto o moreno revirou os olhos, passando a mão no cabelo e murmurando um “pelos deuses”.
— Tentei apenas ser original, tivemos uma noite agradável e pensei… Não importa o que pensei! Isso não lhe dava o direito de invadir meu escritório como uma desvairada. — Ele censurou, olhando-a seriamente e usando um tom levemente irritadiço. — Por que tudo que tento fazer para lhe agradar sempre dá terrivelmente errado? — Ele questionou, embora parecesse uma pergunta retórica.
— Não me desculparei por me defender do que julguei ser mais um de seus ataques. — Ela declarou com a mesma seriedade que ele. — E de qualquer maneira, essa foi a primeira que tentou me agradar verdadeiramente, isso se o que diz for verdade. — Sakura chacoteou, olhando-o pelo canto do olho e o viu abrir a boca em choque, negando a cabeça.
— Está me acusando de mentir, Srta. Haruno? — O Uchiha lhe encarava desacreditado.
— Não estou acusando-lhe de nada, apenas expondo uma possibilidade, afinal pode estar com receio do que farei para lhe dar o troco. — Ela disse, olhando-o diretamente e Sasuke riu ruidosamente como se aquilo fosse um absurdo, uma risada maldosa e ela se sentiu imediatamente ofendida.
— Não sabia que tinha tanto senso de humor, Srta. Haruno… Se eu sentisse medo de algo, certamente não seria de quaisquer planinhos que a senhorita pudesse ter. — Ele completou, provocando-a, enquanto ria e a fitava com certa indulgência. Sakura abriu a boca, mas antes de falar algo, viu Nagendra passar pela varanda fazendo um sinal de afirmativo com o polegar, indicando estar tudo preparado.
Ela sorriu largamente para o moreno, aproximando-se alguns passos e murmurou com a delicadeza de uma flor.
— Da próxima vez que um vaso tocar minhas mãos, terei a certeza de que irá atingi-lo. Se o vaso não encostou em sua cútis pálida, tenha a convicção de que fora porque eu não quis assim. Aproveite o dia, Sr. Uchiha. — Ela disse seriamente, ainda com o sorriso largo e passou por ele, olhando-o com a mesma indulgência que ele lhe oferecia.
Ela saiu da varanda com Sasuke em seu encalço e encontraram Nagendra conversando na sala com os criados, distraindo-os e contando como fora sua manhã, dizendo como estava procurando Naruto e que finalmente tinha lhe achado. Sakura percebeu, a loira era muito melhor naquilo do que ela. Todos estavam pendurados em suas palavras e ela sabia do fato, se aproveitando disso descaradamente.
— Eu gostaria apenas de avisá-lo que irei para a festa de sua família em Yunah. — Nagendra dissera para o loiro e quando olhou para Sakura, o fez como se fosse surpreendente vê-la. — Oh! Srta. Haruno não esperava sua presença aqui. Olá, Sasuke.
— É um prazer vê-la, mas infelizmente estou de saída, Srta. Ait’una. Gostaria de me acompanhar? — Sakura perguntou e a morena assentiu.
— Mas vocês acabaram de chegar. — Dissera Naruto e ambas se viraram em sua direção.
— Sim, mas cumpri meu objetivo aqui e acredito que a Srta. Haruno fez o mesmo, certo? — Nagendra perguntou com seu sorriso enigmático e a rosada quase rira diante da ambiguidade de suas palavras. Ela assentiu e murmurou um “certaente”. — Bem, não tenho mais nada para fazer aqui. Se nos dão licença…
E ambas saíram pela porta da frente. Aproximadamente quando ainda estavam cruzando o átrio, ouviram os gritos escandalosos de Sasuke e as duas se encararam e começaram a correr para fora da mansão de mãos dadas como se nada importasse, rindo como tolas. A rua estava vazia, então correram um pouco mais, até estarem quase na frente do Solar. Onde, dobravam-se de tanto rir da loucura que fizeram.
— Pelos Deuses, duas senhoritas em idade de casar agindo como moçoilas. — Uma senhora resmungou ao passar pelas duas e elas riram ainda mais alto.
Quando se recuperaram, Sakura não pôde evitar olhar para a loira e se questionar o motivo de ter sido ajudada pela mais velha.
— Por que decidiu fazer isso? Ele é seu amigo, afinal. — Sakura dissera e a loira lhe fitou.
— Temos brincadeiras entre nós desde que éramos crianças. Vivíamos aprontando uns com os outros. Embora, eu não tenha tido muitas oportunidades de fazê-lo desde que atingi a maioridade, senti falta disso. — Ela explicou, dando-lhe um sorriso triste e depois deu um empurrão amigável na rosada. — E gostei de você. Julgo que será uma adição e tanto ao nosso pequeno grupo. Tenho apenas um pedido: não o machuque, Sasuke é o irmão mais velho que nunca tive e desejo que ele seja o mais feliz possível.
— Entendo. Fico feliz por ter lhe agradado, Srta. Ait’una, mas não penso que posso realmente machucá-lo. — Sakura respondeu, demonstrando sinceridade.
— Por agora talvez não, mas daqui há algum tempo, algo me diz que terá e quando esse dia chegar, espero que seja gentil. — Nagendra dissera, dando um sorriso de quem sabia mais. — Tenho de ir, creio que lhe verei na festa de Naruto, mas caso queira algo, peça para suas criadas me mandarem um bilhete e irei recepcioná-la, não vivo tão longe. Tenha um bom dia, Srta. Haruno. — A Ait’una se despedira, fazendo uma simples reverência e a rosada correspondeu, antes de entrar no átrio do Solar.
Sakura foi recepcionada por uma Ino preocupada e ligeiramente impaciente, mas assim que a Haruno explicara que estar com Nagendra, a loira pareceu ficar mais tranquila, exceto quando a mais nova dissera que fora uma manhã muitíssimo divertida.
— Seu sorriso me anima, porém me deixa imensamente inquieta, devo acrescentar. Os criados disseram-me que se trancou com o Sr. Uchiha em seu escritório, pelo Hades, senhorita… — Ino repreendeu, fitando Sakura com uma careta de consternação em um tom pouco amigável. — Espero que o assunto esteja finalizado, afinal, a Duquesa me conferiu sua agenda para a semana e amanhã terá a prova do bolo, logo depois a escolha dos modelos para o vestido de noiva e devemos organizar a preparação de seu enxoval ao estilo wriniano, não é incrivelmente animador? — A Yamanaka informara e depois perguntara com um sorriso de pura felicidade, ela parecia realmente excitada para a preparação do casamento.
— Certamente. É incrivelmente animador. — Sakura respirou fundo, respondendo a loira com um sorriso fraco.
…
Às nove da manhã, Sakura estava na Casa Uchiha, sentada no enorme sofá bege com uma quantidade exorbitante de todas as variedades de bolos possíveis em sua frente. A duquesa conversava com o confeiteiro, enquanto Sasuke ainda não havia dado o ar da graça e Itachi e Izumi estavam a caminho. Ino conversava com Hinata em seu quarto e ela estava mortalmente entediada.
Sakura alinhou, pelo que parecia ser a milésima vez, seu vestido vespertino na cor de um branco creme, ainda que este não exibisse uma ruga sequer. A peça exibia um decote quadrado, o que ela não odiava. O tecido era mais pesado do que os que ela costumava usar desde que chegara em Wrin, então não estava realmente incomodada, o que a incomodava era seu penteado que deixava seu cabelo totalmente preso em uma trança em forma de coroa e começava a ficar cansada de permanecer ali parada. Enquanto pensava se deveria se levantar para fazer algo, ouviu passos na escada e em alguns segundos, Sasuke Uchiha estava sentado do seu lado com uma expressão de poucos amigos.
— Bom dia, Sr. Uchiha, como foi seu dia ontem? — A rosada perguntou em um tom inocente, olhando-o com um sorriso coquete. O moreno semicerrou os olhos enegrecidos em sua direção.
— Bom dia, Srta. Haruno, meu dia fora perfeitamente agradável, exceto pela visita de alguns ratos em meu escritório tanto pela manhã como pela tarde. — Ele replicou em um tom baixo, demonstrando certa raiva contida, o que fez com que a Haruno lhe lançasse um olhar repleto de humor maldoso.
— Não esqueça de me contar sobre as lesmas, bichinhos interessantes, não? Rastejantes e levemente sujos, consigo apenas imaginar o que elas fariam em papéis. — Ela disse inocentemente, suspirando em uma preocupação fingida e olhando para o Uchiha, que cada vez mais a encarava com raiva. — Ora, não faça essa expressão, Sr. Uchiha… Ontem o senhor parecia tão altivo, tão sorridente. Sim, até mesmo lembro-me de vê-lo gargalhar.
— Você faz alguma ideia do que sua vingancinha ridícula me custou? — Ele se inclinou na direção dela, falando quase entredentes e a rosada fingiu pensar sobre.
— Brincaremos de adivinhações? Devo lhe informar que sou excepcional neste jogo… Então, digamos, talvez uma boa noite de sono? — Ela provocou, nitidamente se divertindo, mas entortou a boca para um lado e o encarou. — Hmm, não, resposta errada, certo? Talvez alguns papéis importantes? Ah, claro! Como não pensei nisso antes? Fora sua dignidade? — Sakura perguntou em um tom animado e ele bufou, passando as mãos pelo cabelo, enquanto a encarava mortalmente.
— A senhorita está passando dos limites. — Ele ameaçou.
— Não seja tão sério, querido noivo, o senhor já se veste de preto diariamente, anda a cavalo e o que resta é perder a cabeça para aparentar como o irmão mais novo do Dullahan⁵. — A Haruno dissera com uma aflição fingida.
Antes do moreno responder algo, o mordomo adentrou a sala anunciando o herdeiro dos Uchiha e sua esposa.
— Bom dia, com licença e nos perdoe pelo atraso, devemos começar? — Itachi falou com a bela Izumi do seu lado, a qual exibiu um sorriso pequeno para a rosada. — Como é bom vê-los! Sasuke, Srta. Haruno, mãe, Sr. Moy… — Ele cumprimentou cada um, beijando a mão de Sakura e da duquesa, fazendo uma breve referência ao confeiteiro, assim como Izumi que cumprimentou a todos. — Em breve teremos de viajar para Landiraah e não participarei da festa de Naruto em Yunah, peça perdão em nosso nome a ele e seu pai, assim que o ver.
— Certamente. — Sasuke dissera, demonstrando sua irritabilidade.
— Sasuke, eu soube sobre a infestação de ratos e lesmas em seu escritório, sinto muitíssimo, como algo assim aconteceu? — Izumi perguntou, parecendo realmente assustada.
— É um grande mistério, parece até que alguém planejou isso. — Ele respondeu, piscando repetidamente e balançando a cabeça como se estivesse contemplando a ideia e Sakura tossiu levemente, fazendo com que todos se virassem para ela, que sorriu educadamente.
— Me perdoem, ainda não me acostumei ao clima frio. — Ela justificou.
— Não seja paranoico, irmão! Quem faria algo assim, algo tão horrível e não teriam como saber que você sente… Nojo desses bichos. — Itachi respondeu, negando com a cabeça. — Ainda sim, uma situação lastimável.
— Me pergunto quem faria algo assim. — Sasuke falou, olhando de soslaio para a rosada, que tossiu novamente para disfarçar a risada que gostaria de dar e a mais nova deu um sorriso de desculpas, enquanto todos voltavam a falar sobre o incidente.
Começaram a criar diversas teorias sobre a infestação, por onde os bichos poderiam ter surgido e Sasuke comentava apenas algumas coisas, alfinetando Sakura sempre que podia. Coisas como “muito suspeito, não?”, “algo assim nunca aconteceu antes” e “que confusão”. Ela, no que lhe concerne, estava inquieta e profundamente incomodada com o assunto e não via a hora de se livrar daquela conversa. Mesmo a duquesa participava do tópico. A rosada havia tossido tantas vezes que Izumi lhe receitara ir ao boticário atrás de um unguento para tosse.
Teorizavam sobre a janela, sobre comidas estragadas, sobre plantas que haviam dentro da residência, a verdade terrível era que Sakura e Nagendra haviam contratado alguns criados em troca de moedas de ouro para procurar ratos e lesmas, colocá-los em sacos de palha e amarrá-los bem amarrados para que se confundissem com sacos que os criados utilizavam no celeiro dos Uchiha. Enquanto a Ait’una desamarrava os sacos no escritório do Uchiha, entrando por uma passagem secreta dos criados que havia na Casa e descartando as embalagens por ali, ela os distraía. Ela não se arrependeu nem por um minuto, verdade seja dita.
— Bem, por que não começamos a prova dos bolos? — Sakura perguntou em uma voz nervosa quando recomeçaram a teorizar e Sasuke se recostou no sofá, visivelmente feliz em vê-la se contorcendo daquela forma.
— Certo, Sr. Moy, nos apresente os sabores, por favor. — Mikoto pedira ao confeiteiro
Ele começou uma breve apresentação sobre os sabores que havia e os modelos. Todos deram uma mordida no primeiro. Era simplesmente delicioso, mas doce demais e todos concordaram, então experimentaram outros e mais outros, até um de morango e canela que fez com que Sakura se apaixonasse e Sasuke também o adorou, embora tenha tentado disfarçar ao dizer que “era bom o suficiente”. O casal mais velho aprovou e, por fim, a duquesa. Então, partiram para experimentar as outras iguarias tradicionais que haveriam, Sakura pediu apenas para as tortas provincianas aparecem e apesar de ter parecido rápido, demoraram três horas em meio a discussões pacíficas e alfinetadas que os noivos em questão se davam. Todos perceberam que ambos estavam com algum problema. A duquesa incitava a rivalidade, enquanto Izumi tentava pôr panos quentes e Itachi tentava acalmar o irmão.
Depois da prova acabar, Itachi e Izumi se despediram e a duquesa resolveu acompanhá-los, assim como o Sr. Moy, que já estava de saída. Ambos estavam sozinhos, exceto pelo mordomo ali, parado e imóvel como uma das pilastras da casa.
— Como pôde me alfinetar durante todo esse tempo? Se fiz algo, foi para me defender! — Sakura defendeu-se, olhando para o Uchiha com os lumes verdes flamejantes e ele riu sem humor algum.
— Como pôde colocar lesmas e ratos em meu escritório? — Ele replicou no mesmo tom que ela e a rosada se levantou em um ímpeto, assim como ele e os dois ficaram se encarando, matando um ao outro por meio do olhar. — Você é um perigo para a sociedade, Srta. Haruno!
— Não diga mais uma palavra, Sr. Uchiha ou juro que irei… — Ela começou, mas foi interrompida.
— Ou irá o quê? Diga-me! Irá me jogar um vaso novamente? — Ele pegou uma das porcelanas com bolo, dispostas na mesa e ofereceu-lhe, que não a pegou. — Sabia que não teria coragem. — O Uchiha desafiou e Sakura pegou o bolo da porcelana e jogou na roupa perfeitamente escura do moreno.
— Talvez assim suas roupas exibam alguma cor. — Ela replicou com um sorriso malicioso ele olhou para baixo, tentando limpar. Abriu a boca em choque e negou com a cabeça, antes de pegar um pedaço maior de bolo, ela recuou alguns passos. — Não se atreva, Sr. Uchiha… Não ouse… Ah! — Ela gritou quando o bolo pegou em seu colo nu e voltou a pegar um pedaço generoso de bolo, arremessando no rosto do mais velho. — Tome isso!
Sasuke limpou o glacê dos olhos, antes de pegar um pedaço realmente grande e atirar na rosada, pegando em seu cabelo. Ela conseguiu desviar do próximo bolo, antes de jogar mais nele e sair correndo pela sala, até que tropeçou e Sasuke tropeçou em sua perna e caiu do seu lado. Os dois começaram a rir. Olharam o rosto um do outro e caíram na risada, observando em volta o caos em que transformaram a sala em apenas alguns segundos. A Haruno tinha bolo por todos os lugares, menos nos olhos e o Uchiha também.
O mordomo olhava horrorizado para a cena. Havia bolo pelo chão e pela parede, o sofá bege estava manchado e a mesa possuía agora apenas um pouco do doce. Ambos pararam de rir gradualmente e começaram a se fitar, observando a confusão que fizeram, sem se dar conta da proximidade inapropriada em que os dois estavam.
— Agora estamos iguais e nossa dívida paga, certo? — Sasuke perguntou, olhando nos olhos da Haruno.
— Depende, me pedirá desculpas pelo que fez? — Ela questionou, olhando nos olhos do Uchiha.
— Me desculpe, Sakura. — Ele disse sinceramente em um tom plácido e baixo. — Agora é sua vez.
— Me desculpe, Sasuke. — Sakura pedira, engolindo em seco, abaixando os olhos, antes de dar um sorriso tímido. — Agora estamos iguais.
E ficaram ali por um tempo se olhando, Sakura percebeu que ele tinha uma pintinha próximo à orelha e que os seus brincos de ouro ficavam mais bonitos em pequenas argolinhas. Sasuke percebeu que ela tinha pequenas sardas na testa e que era ligeiramente grande, embora o formato do seu rosto fosse mais redondo do que anguloso. Ocorreu-lhe que deveria falar algo.
— Ainda penso que parece com uma fada e irei chamá-la fadinha. — Ele retrucou, sorrindo de canto e Sakura deu uma risadinha baixa, negando com a cabeça.
— Ainda penso que parece com um troll e irei chamá-lo como tal. — Ela replicou, mordendo o lábio inferior e desviando o olhar.
Sasuke percebeu como seus corpos estavam próximos e seu olhar percorreu para a região do colo da rosada que estava suja de bolo, pensando que ela parecia mais confortável naquele vestido do que no resto dos que ela usava, visto que costumava se mexer demais nos outros.
— Esse era um belo vestido, desculpe-me por tê-lo arruinado. — Ele elogiara.
— Você pagará pelo resto de qualquer forma, então não se culpe tanto. — Ela brincou e ele riu, riu de forma divertida e não era dela, mas de algo que ela dissera.
— O que, em nome dos Deuses aconteceu nessa sala? — A voz da duquesa se fez ouvir e os dois pularam para longe um do outro devido ao susto e se levantaram numa rapidez quase absurda. — O que, em nome dos Deuses, aconteceu com vocês?
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