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História A Única - 28 - Algodão doce


Escrita por: Rswan

Notas do Autor


Obrigada por cada comentário e favorito, amo cada um deles.

Boa leitura.

Capítulo 28 - 28 - Algodão doce


Permanecemos mais alguns minutos bem naquele mesmo lugar abraçadas, mas antes de congelarmos com a gelada brisa que vinha do mar saímos de perto da praia.

Nesse exato momento estou deitada no colo do meu amor recebendo afagos no cabelo, isso bem no banco da praça.

A encaro passando meus olhos por cada rastro das linhas do seu rosto inclusive na cicatriz que ela tinha no lábio superior devido a uma briga que se meteu entre um gato e um cachorro na volta da escola.

- Tá me encarando assim porquê? - sorri ao me questionar.

- Não foi só sua personalidade que mudou - passo meus dedos em sua bochecha - está muito mais linda do que já esteve anos atrás.

Sorri mostrando os dentes, ponto pra mim.

Com alguns segundos de silêncio apenas com os carinhos em meu cabelo volta a se pronúnciar.

- Como foi para você depois de tudo? Sua ida para Vancouver até onde chegou agora?

Suspiro.

- Olha... de primeira foi algo bem estranho pois não acreditava no que tu havia feito sabe? - ergo as sobrancelhas - confesso que esperei uma rejeição mas não daquele porte, quando sai daquele lugar a única coisa que pensava era me atirar no poço que fica na floresta porém Robin foi atrás de mim e não deixou que isso acontecesse. Depois, na segunda, passei o dia trancada não querendo falar com ninguém e torcendo para que a hora da viagem chegasse logo entretanto o que eu queria mesmo era que você brotasse no meu quarto falando que aquilo não passava de nervosismo...

- Eu quase fiz isso - me interrompe - no entanto estava confusa demais para aparecer na sua casa, além de todos os nossos amigos terem ameaçado tacar fogo no meu corpo.

Começo rir.

- É sério - da um tapinha na minha perna - Ruby queria arrancar minha alma. Bem que eu merecia.

- Merecia sim. - concordo - Já em Vancouver tratei de me dedicar aos estudos. Comecei a tirar notas excelentes, fazer mais croquis, isso chamou atenção do senhor Leopold o professor de economia da universidade. A esposa dele, senhora Eva, era uma daquelas socialites que gostava de andar toda emperiquitada, um dia quando ela o foi visitar acabei esbarrando com ela e meus desenhos caíram no chão, ela pegou um deles e ficou louca, queria porque queria aquele vestido, e bem, eu me virei e dei o vestido a ela, fez tanto sucesso numa das festas que ela foi que sempre me pedia mais e mais vestidos até que um dia já no final do curso fui surpreendida por eles que me ofereceram patrocínio e uma sociedade para montar uma loja de roupas.

Falo tudo com brilho nos olhos fazia séculos que não me lembrava do meu início.

- Que incrível Emma, sou muito orgulhosa de você.

- Obrigada, parece até que as coisas caíram do céu mas, nossa, que trabalho que deu, que da né? - rimos - Estudos, abertura da primeira loja, sucesso, abertura de mais duas lojas, demandas e quando se vê diversas lojas, fábricas, coisas para se administrar e lá se foram dez anos longe dessa cidadezinha - torço a boca - mas e tu? Ainda não entendi o lance do restaurante apesar de achar sua comida nota mil - uso um tom brincalhão.

Noto seu olhar um pouco perdido.

- Após sua ida muita coisa mudou - suspira - minha mãe não deixou que eu seguisse com a companhia, tive que abandonar o teatro e largar meu sonho de uma vez. Tinha metido os pés pelas mãos com minha melhor amiga que estava do outro lado do país - me encara - aí pensei, o que vou fazer com a minha vida? Já tenho vinte anos hora de parar e colocar os pés no chão. Fiz uma prova na faculdade de Oz e passei para gastronomia, após formada chamei meu pai para montar uma sociedade comigo e assim nasceu a "Legítima Maçã" tá pensando que só a madame aí que tem um negócio que deu certo? - arqueia a sobrancelha.

Gargalho e ela me segue. No final das contas ambas paramos em lugares que não imaginávamos mas até que deu certo.

Pensando em algo que não poderia deixar de esclarecer solto de uma vez.

- Quanto ao que aconteceu depois que fui embora, em relação aos seus sentimentos por mim, quando que... Bem...

- Dois meses depois Swan - me encara seria - precisei de dois meses para ver como fui burra de ter medo, que o que poderíamos ter seria lindo. Eu tentei te contatar mas ninguém queria me da seu telefone, viajar para Vancouver não era uma opção e acho que [email protected] não era mais seu email. Com o tempo as coisas foram se normalizando, os amigos voltaram a se aproximar, os anos foram passando, tomei coragem e me assumi para minha família. Cora surtou e sumiu, seis meses depois eu tinha uma mãe hippie que me trouxe Zelena e montou uma floricultura.

- Meu Deus, Regina. Quem diria.

Me levanto ficando em sua frente e a puxando para um abraço.

- Sabe o que é engraçado? Bem lá no fundo eu não havia me conformado com esse mal entendido, com tudo o que aconteceu, mesmo com toda humilhação sempre achei que merecíamos nossa chance, eu merecia você, porque eu te amo - a encaro - e agora estamos aqui.

- Sim, estamos aqui.

Me beija.

Me beija de uma forma delicada como se estivesse beijando a petula de uma rosa. Agora estávamos curtindo uma etapa diferente dessa relação, uma etapa de entrega e dessa forma me entrego ainda mais aquele beijo suave e delicioso que só ela tem

...

Em frente ao portão de minha casa, tiramos nossos sapatos para não fazer barulho ao entrar em casa e não corrermos o risco de acordar ninguém.

Regina queria virar a noite naquela praça mas, sabendo que ela trabalharia logo mais não deixaria minha namorada cair de sono em cima do seu fogão depois.

Ao abrir a porta sou surpreendida por David que mais parecia um pai de uma adolescente que fugiu para encontrar o namorado na madrugada.

- Fica tranquilo pai não corro o risco de engravidar - falo debochada já no meio da sala.

Ele revira os olhos.

- Ninguém liga para o que você faz Emma, mas preciso de você - aponta para Regina.

- Eu? - franze o cenho - O que eu fiz?

- Fez nada, mas irá fazer - passa a mão em seu cabelo loiro - Ruby me ligou, disse que tá com uma vontade maluca de comer sua torta de maçã, já imaginava que você viria para cá então disse que eu dava um jeito. Me ajuda por favor? - pedi com as mãos cruzadas.

Resolvo intervir por minha morena.

- Dav, ela tá cansada daqui a pouco tem que trabalhar...

- Não Ems, por mim ok. Só preciso saber se tem os ingredientes aqui.

David acena dizendo que há sim os ingredientes.

- Rê, melhor tu ir descansar - digo preocupada.

- Amor, se a Ruby quis essa torta ela realmente precisa. Não quero ser culpada de ninguém tendo cara de torta de maçã - ri - e essa não seria a primeira vez que vou trabalhar virada.

Me da um beijo.

- Vai lá pra cima me esperar que término essa torta em segundos.

Vai para a cozinha enquanto vou em direção a escada mas antes de começar a subir os degraus ela reaparece de avental e me abraça.

- Eu te amo - sorri.

- Eu também te amo, minha masterchef - lhe dou um selinho e subo a escada.

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Mal o dia ficou claro a mesa de café da manhã já estava posta.

Minha cozinheirinha tinha preparado um verdadeiro banquete dos deuses, digno de aparecer num café da manhã de novela. Diversas variedades de sucos, frutas e pães e claro a bendita da torta.

- É aqui que tem uma torta de maçã maravilhosa a minha espera? - minha cunhada sai entrando porta a dentro de minha casa e indo direto para a mesa - Nossa Senhora da mesa farta, café da manha por Regininha de graça, amém - bate palma.

Vai até a pia lavar as mãos e logo em seguida se senta a mesa e começa atacar tudo.

Regina, David e eu também nos juntamos a mesa.

Em pouco tempo tomando nosso café ouvimos um alvoroço no andar de cima. Franzo o cenho com as balbuciações.

- É o papai? - pergunto a David.

Agora escutamos com mais clareza.

- Querido, vocês são namorados oficiais agora, fique para o café da manhã - essa voz era de Ingrid com toda certeza.

Com alguns segundos meus pais, Tinker e Graham aparecem na cozinha.

- Bom dia - fala mamãe - que mesa farta - sorri - te disse James para se levantar rápido que a Regina estava fazendo o café da manhã.

- Realmente você estava certa querida - o senhor concorda com a mais velha.

Mamãe e papai tomam as pontas da mesa enquanto Graham e Tinker se sentam um ao lado do outro.

- Meus filhos, filhas, genro e noras aqui, só faltou os netinhos - mamãe fala.

David engasga.

- Dependendo da gente neto não vem tão cedo - Ruby fala com a boca cheia de torta - cocunhadinha sua torta é nota mil - lambe os dedos no final da frase.

- Tem certeza que vai querer continuar namorando comigo, olha bem pra minha família - Rose fala para seu namorado que estava virando um copo de suco de morango.

- Mesmo que sua família fosse os Adams eu nunca desistiria de você - fala completamente apaixonado.

É o cupido era um anjo estúpido que com toda certeza habitava aquele local.

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Como basicamente todos em minha casa iriam trabalhar naquele sábado e com minha namorada não seria diferente, eu é minha melhor amiga resolvemos por o papo em dia com um pote de sorvete de flocos.

Quando digo o papo em dia eu estava me referindo a detalhar a noite passada onde finalmente eu e Regina havíamos nos declarado e nos acertado de uma vez por todas.

- Parece que estou lendo um romance de Helen Bianchin - diz com a boca cheia de sorvete - amo meu casal.

Sorrio e me jogo na cama.

- Agora sinto que posso embarcar nessa sem medo Rubs - suspiro - finalmente podemos ficar juntas sem nada para interferir.

Ruby se joga ao meu lado.

- Bem... contando que falta uma semana para você voltar a Vancouver - volta a se sentar e pega mais uma colher de sorvete - tá vendo, se me deixasse tocar no nome dela sempre que eu fosse te visitar vocês já poderiam estar juntas há anos - diz estalando os dedos para da ênfase no tempo.

- As coisas tem sua hora para acontecer, esse era o momento - me estico como um felino - e quanto a minha volta, nem mesmo a distância vai interferir, bebê.

Sorri com a boca cheia. Ruby estava perdendo os modos.

- Rubs estava reparando - me sento - tu deu uma engordada né?

Gargalha feito uma hiena.

- Não bobinha eu tô é inchada - coloca mais duas colheres na boca - minha menstruação tá pra chegar. Mês passado ela nem veio aí já viu, vou só ficando inchada daí a ilusão de gorda.

- Odeio quando a minha atrasa - falo enchendo minha colher de sorvete - a cólica no mês seguinte é insuportável.

- Pois é, tô surpresa que não senti nada ainda.

Meu celular apita.

Ao olhar a tela sorrio. É o meu amor.

Regina, 10:22.

- Não vai acreditar no que estou vendo dentro do meu estabelecimento
.

Faço cara de surpresa pois não consigo pensar em nada.

- Que foi? - Ruby pergunta.

- Mensagens da Rê - dou de ombros.

Emma, 10:26

- Fala logo, tô curiosa
.

A mensagem que recebo em seguida me deixa de queixo caído.

- Que foi? - minha melhor amiga questiona ao me ver com cara abobalhada.

Lhe entrego o celular.

- Mas gente... - ri.

- Nem em mil anos imaginaria algo assim.

- Muito menos eu. Ela continua gata né?

- Sim menina.

Nos referimos a Fiona, a tal que pegava no meu pé.

Na foto que minha morena mandou na mensagem era Fiona trocando mimos com ninguém mais e ninguém menos que Branca.

- Sabe o que é isso Rubs? - balança a cabeça em negativo - o destino deixando bem claro que não tem mais nada que possa impedir de Regina e eu ficarmos juntas - volto a me jogar em seu colchão me sentindo a mais bela das donzelas apaixonadas.

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Admito com todas as letras que sou uma vagabunda e passei a tarde toda dormindo. Mas a cidadã canadense quando está de férias merece não é mesmo?

Era seis horas da tarde e tudo que eu mais gostaria era estar numa cama quentinha de conchinha com minha morena, porém cá estou eu no festival de algodão doce.

Culpa de Tinker, minha caçula. O festival era na praça da floresta aonde tinha aqueles brinquedos daora de escalar, confesso que tinha vontade de experimentar cada um dos brinquedos, quem sabe quando todos forem embora.

Nesse momento eu era a palhaça "Loirinha" a que entregava oalgodão doce cor de rosa.

- Tá explicado porque não tem fila na sua máquina, da um sorriso meu neném - minha mãe fala chegando próxima a mim.

Forço um sorriso.

- Você sabe que não curto palhaços, ficar vestida de um então... - reviro os olhos.

- Ruby não gosta de crianças e todavia olha lá - aponta para minha amiga que brincava de pique esconde com um bando de pirralhos de cinco anos.

Bufo.

- Mamãe fica aqui no algodão por favoooor - faço uma pequena birra.

- Não, Emma Swan, honra teus compromissos - sai batendo pé.

Dou um grunhido.

Que castigo mais chato.

...

Mais de uma hora e meia de pé naquele saco de lugar, começo xingar todas as gerações futuras de Tinker, mesmo que eles venham a ser meus sobrinhos e sobrinhos netos. Essa vaca me paga.

- Advinha quem é? - mãos cegam meus olhos.

Sorrio com aquela voz.

- É uma pessoinha morena?

- Sim, o que mais? - sua entonação é alegre.

- É a pessoinha mais linda do mundo.

- Mais o que?

- É o meu Rolland - retiro suas mãos minúsculas de meus olhos e o tomo dos braços de Robin - que saudade moleque - o esmago em um abraço apertado.

- Também tia Ems, quero um algodão doce seu.

- Ok guri - o coloco no chão e preparo meu primeiro algodão doce em horas.

Ao lhe entregar, o garoto sai correndo me deixando a sós com seu pai porém em segundos volta nos braços de outra pessoa.

- Te falei que ela tava de palhaça, tia Regina - o garoto ri.

Regina me olha espantada.

- Achei que fosse dormir quando saísse do trabalho, amor - lhe falo.

- E vou, só vim aqui te da um beijo - se aproxima mas antes para e cumprimenta Robin - e aí Robson da farmácia?

- Pra me chamar assim tem que me beijar primeiro...

- Heyyyy - protesto - respeita minha namorada, cara de macaco - todos riem.

Ao se aproximar mais, minha namorada estende um lírio para mim.

- Para o meu amorzinho - me beija.

No meio do beijo podemos escutar um som de palmas, mas não palmas que algum colega ou um de nossos amigos nos dá pelo casal que somos e sim de protestos.

- Da para as madames pararem com essa nojeira na frente das crianças ou terei que chamar a polícia?...


Notas Finais


Um capítulo mais de transição e explicação mesmo. Emoções estão para vir meninxs. Férias da Emma acabando. Teorias do que vem por aí?

Até breve...


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