História A Verdade Atrás da Câmera- Jenna Ortega (Wednesday) - Engula o choro

                     Narrador

Ao amanhecer, Jenna acordou ansiando que a noite anterior fosse apenas um pesadelo, porém era real. Ao  levantar-se e olhar para o espelho de seu quarto, viu que vestia a mesma veste da noite passada, dessa vez, amassada e seu coque estava emaranhado. Sentou-se em sua cama, tomou coragem e ligou seu celular, o qual vibrava de tantas notificações.

Sentiu uma felicidade genuína ao ver que uma era de sua mãe Lisa, Jenna sempre a mandava mensagens, porém ela nunca a respondia. No entanto, sua faísca  de alegria apagou-se ao ver o conteúdo da mensagem:

Jenna Marie Ortega, certamente você é uma decepção pra nós!!! Agora, além de produto, você é lésbica? 

"Na segunda mensagem havia um  print de uma foto a qual mostrava Jenna e Joy se beijando"

Jenna perambulou seus dedos diante o teclado de seu iphone, buscando algo para dizer a sua mãe, mas nada vinha em sua mente. Sabia que todas as vezes que ela tentava se explicar por algo, apenas ocasionava em mais discussões. Então, apenas com seus olhos enxarcados saiu da conversa sem proferir nenhuma resposta.  Notou que havia várias mensagens de Charlotte, sua empresária e agente, certamente a repreendendo pelo sumiço. Porém Jenna ignorou e colocou sua atenção  apenas na última:

Bom dia, minha estrela!!! Tenho uma notícia ótima, nós fomos convidadas a mais uma publi dessa vez de roupas. Eu passo aí as 5 da tarde (vc respondendo ou não)

-Mais trabalho, pensava- Iria a responder, quando notou uma mensagem  de um número desconhecido, pensou que  seu número havia vazado e algum fã havia a mandando mensagem, mas não. Jenna reconheceu a foto de Perfil, a final, como ela poderia esquecer o rosto do homem a qual beijou a mulher por quem estava apaixonada:

Vi que você incomodou Emma. Ela chorou muito depois daquilo, nós não namoramos, mas estamos prestes. 

Então, por favor, a deixe em paz!

Jenna sentia tanta raiva ao ler aquelas mensagens, que sentia seu estômago revirar e seu coração pesar. Ela não proferiu nenhuma resposta, apenas bloqueou aquele homem.

                     Emma

Ainda havia resquícios da noite anterior na minha mansão: alguns vasos quebrados, cheiro de álcool e algumas latas de bebidas espalhadas pelo chão. Felizmente, todos haviam saído pela madrugada e estava somente Willian e eu na cozinha. Ele era extremamente bonito, cabelos negros e grandes, além de um sorriso perfeitamente brilhante e, ainda, o motivo da minha briga com Jenna. Não intendia o porquê ela ficou tão brava, se nem ao menos éramos próximas e nunca havia notado interesse nela por mim. 

William não era meu namorado, mas apenas alguém que eu saia para beber ou em noites de carência, não só por sua beleza, mas por sua personalidade: Era um homem extremamente educado e inteligente, além de ser dono dos restaurantes mais luxuosos de Hollywood.

 Ele cozinhava algo para comermos,  estava apenas de bermuda e um avental, sobressaindo ao meu olhar seus músculos definidos e sua pele bronzeada. Eu estava apoiada no balcão o admirando e pensando na discussão da noite anterior, porém, fui interrompida de meus pensamentos pelo cheiro maravilhoso de bacon com ovos a minha frente.

—Espero que esteja do seu agrado, senhorita—  Ele sorria com os olhos esperançosos. 

Peguei um garfo e tomei em minha boca um pouco da comida quente e deliciosa 

—Humm... Está perfeito, William!— ele sorriu orgulhoso . 

 —Eu tomei liberdade para falar com Jenna, eu espero que não lhe ofenda. — 

—O que você falou, William??— Perguntei, assustada.

— Presumi que ela lhe incomoda, entao disse que nós estamos quase namorando  e falei pra ela não lhe incomodar. - Willian  preferiu como se sua atitude fosse normal, apenas tomando um pouco de comida em seu garfo. 

—Como você conseguiu o número? Eu não preciso que ninguém me defenda, Willian. Você não tinha o direito de fazer isso. — Pronunciei pausadamente, tentando manter a calma. 

—Desculpe, Emma. eu só quis— Willian tentou se explicar, porém o interrompi:

—SAI DAQUI! — Gritei. O vi dando um passo para trás, assustado- Desculpa, mas eu preciso ficar sozinha. - falei mais calmamente enquanto deixava a cozinha e ia em direção ao meu quarto. 

Eu estava com muita raiva, William não tinha o direito de fazer isso, sim, a gente tinha um caso, mas eu nem gostava dele de verdade, nós apenas tinhamos algumas noite juntos e nunca passava além de beijos. 

Deitei em minha cama e observei que,ao meu lado, estava um saquinho dourado, o qual Jenna me deu,  não sabia o que havia dentro, mas lembrava que há vi deixando em uma cadeira perto da minha piscina. Meus olhos brilharam ao ver do que se tratava: era um lindo colar de diamante, aquilo certamente foi caro e não parecia ser novo, o que o considerava mais valioso, pois  era algo que ela abriu mão por mim. 

Nunca fomos tão próximas, mas eu sempre a achei linda. Nunca admiti, mas o que eu sentia por ela não era apenas amizade, apesar de nunca ter tido experiências amorosas com outras mulheres,achava Jenna  extremamente simpática e, ao olhar em seus olhos, me causava extrema timidez.  Me sentia uma menina de 14 anos novamente ao seu lado e quando a vi beijando Percy, me causou um incômodo  tão grande, que não consegui permanecer entre eles. 

Peguei meu celular e resolvi mandar uma mensagem para ela, afim de não ficarmos brigadas.

Oi, eu sei que brigamos ontem. Mas quero te dizer que  sempre  senti algo por você e não consegui ver você beijando o Percy. Mas  vou passar na sua casa em pouco tempo e vamos conversar, está certo?

Ao encarar aquela mensagem, vi que não era o certo a se fazer, eu não sabia exatamente o que era o melhor, então apaguei e reescrevi: 

Oi, eu sei que brigamos e não quero ter conflitos no trabalho. Eu posso passar na sua casa, em poucas horas, pra conversarmos, por favor?

Em alguns minutos ela respondeu.

Não quero problemas com o cara que vc está.  Mas venha se quiser 

                      Jenna

Certamente  Emma iria vir a minha casa para explicar sobre o novo relacionamento com aquele homem. Apesar de tudo, ela não tinha culpa de não sentir o mesmo que eu e não queria agir igual Joy: uma louca obscecada, que não deixa ninguém ser feliz. Então, fui ao espelho do meu banheiro e me olhei, repeti para mim mesma que não precisava de sentimentos, porque  era uma estrela, a atriz mais famosa do momento, eu tinha tudo.

 Preparei a banheira para banhar-me, a deixando mais cheia possível. Ao adentra-la, senti a água fria e mergulhei meu corpo, entrando completamente naquela água, meus olhos ardiam e minha respiração falhava. Mas meus pensamentos não faziam-me pensar na dor "engula o choro,você não precisa de Emma, pois ela não precisa de você"  Senti minha visão escurecer e, como impulso, sai da água.

          ******

 Em alguns minutos, já pronta, esperava por Emma.  Escutei a campainha tocar, presumi que ela era, mas, ao abrir, tive a infeliz surpresa de ser Joy:

—Oi, amorzinho— Joy disse com seu sorriso sarcástico nos lábios. Ela estava com um vestido colado roxo,que ressaltava suas curvas, mas nem tudo que é belo vale a pena.

—O que quer?— Vociferei, expressando incômodo com sua visita. 

—Não vai me convidar pra entrar? Seja simpática, meu amor— Joy cruzou os braços, esboçando uma expressão falsa de tristeza. Certamente enojavel. 

—Não está satisfeita com a foto que colocaram nossa na redes?—  Ia fechando a porta em sua cara, a qual ela pegou e impediu. 

—Claro que vi. Eu que mandei— Meus olhos fixaram em seu rosto irônico, ela tinha passado dos limites, tudo para me prejudicar e me atrapalhar com Emma, realmente ela era detestavel.

—Você não tinha o direito de fazer isso —Falei pausadamente, segurando minha vontade de esgana-la. 

—Claro que tinha. E é obvio que eu tenho. Vc é minha, Jenna.- no lugar de seu semblante sarcástico, havia seus olhos duros e vazios, causando-me arrepios.- E Eu não vou sair 

—Ah, Vai sim!— Não me controlei e, por impulso, a empureei, fazendo-a cair na grama. 

Fechei a porta e só pude escutar seus gritos socando a porta, mas apenas fingi que nada acontecia até o som parar. 

Em alguns minutos, ouvi a campainha tocar e ainda receiosa em ser Joy, abri a porta e pela minha felicidade era Emma. Ela estava com um sorriso tímido em seus lábios, suas bochechas coradas realçava seu cabelo de mel.

— Posso entrar?—