Korra estava deitada em sua cama lendo um livro quando viu ele se aproximando. Ele vinha do banho e assim que abriu a porta uma grande quantidade de vapor invadiu o quarto, ela logo se queixou:
- Por que não toma um banho mais frio?
- Já está muito frio ultimamente. – Korra sabia que essa indireta era para ela, para eles.
Korra fechou a cara e voltou a sua leitura enquanto ele se vestia com um pijama comprido, sendo que naquela noite fazia 27ºC. Korra o observava por cima da capa do livro quando ele ficava de costas. Sempre amou o corpo dele, porque ele tinha que tornar tudo mais difícil cobrindo ele?
Ele foi até a sala e puxou o jornal daquele dia, tinha costume de sempre ler de noite, era um jeito positivo de ele encarar as coisas, gostava de se lembrar que tudo que está ali já passou e que amanhã é um novo dia. Korra admirava isso nele, sempre positivo e pronto para fazer os outros rirem, esse era o homem que ela amava. Mas por que então uma fenda se criou entre eles? Não tinha que ser assim, com seus pais não eram, estavam sempre juntos, fazia duas semanas que Korra não sentia nem um cafuné.
Korra se levantou da cama e foi até a cozinha para tomar um copo d’água. Claro que copo é só jeito de falar, para uma dominadora de água basta puxá-la e pronto. Ela escutou o pedido dele enquanto dava seu segundo gole:
- Pode me dar um pouco d’água por favor?
Korra puxou água e levou até a boca dele, ele tomou tudo e pediu por mais, não foi nenhum incômodo para o Avatar fazer aquilo, mas mesmo assim ela ficou parada esperando um obrigado. Esse obrigado não chegou aos seus ouvidos. Com uma dobra de ar feita com maestria ela se postou do lado dele, respirou fundo, puxou seu rosto para que pudessem conversar se olhando e disse:
- Bolin, o que está acontecendo?
- Hãn? Você pergunta para mim? Você que não está bem. – Ele não estava bravo, nem gritava, ela também não, eles se olhavam com um olhar de desespero, não queriam que aquilo acabasse.
- Amor, podemos resolver isso. Você me ajuda a consertar?
- Claro Korra. – Bolin disse isso tomando as mãos de Korra nas suas.
Korra soltou uma lágrima pelo olho direito e deu um sorriso.
-Se passaram quatro dias desde então, voltamos novamente para a residência do Avatar para ver o que acontece.-
- Você não presta pra nada. – Korra jogou uma panela em Bolin, que desviou por muito pouco de uma paulada na cabeça.
- Ei, nem tudo é culpa minha, você não consegue se controlar, não é porque você é o Avatar que precisa ser boa em tudo, não é porque eu me casei com você que preciso ser perfeito.
- Bolin, pare com isso, você sabe muito bem quem está errado, você tem medo de me beijar e já não é de hoje. Está me traindo?
- Eu? Claro que não. – Bolin falava com a voz carregada de fadiga, desviava de todo o tipo de objeto que Korra jogava com sua dobra de ar.
Para poder descansar ele se fechou em quatro paredes de terra.
- Péssima ideia amorzinho, esqueceu que domino quase tudo é? – Korra não estava de todo errada, mas Bolin não gostava quando ela queria parecer superior.
Korra desfez as paredes e decidiu congelar as pernas dele com gelo, se aproximou dele e o olhou nos olhos, com muita mágoa no coração completou sua fala:
- Ou será que só se apaixonou por eu ser o Avatar e agora que viu que também sou um ser humano perdeu o encanto? – Ela deu às costas para ele e derreteu o gelo.
Bolin a viu enquanto ela colocava sua mão direita no cotovelo esquerdo, quase como que cruzando os braços, Bolin podia jurar que se olhasse para a face de Korra agora iria partir seu coração com toda a angústia e tristeza que o rosto dela apresentaria.
Ele se aproximou dela e passou seus braços pelos ombros da amada falando:
- Nada disso amor, me apaixonei por você justamente porque é humana. Não seria capaz de disputar o amor do Avatar, de uma humana é bem menos complicado. – Ele riu, um riso franco e fraco. Ela fez quase o mesmo som.
Bolin a virou e agora encarava seus olhos. Sabia que por trás daquele enorme casaco estava o corpo pelo qual ele ansiou muito tempo e por dentro dele estava a alma que ele aprendeu a amar.
Korra o encarou e se perdeu em seus olhos verdes, como sempre fazia quando queria esquecer de tudo. Sabia que por debaixo daquele pijama comprido estava a barriguinha musculosa e as costas definidas e por dentro o coração enorme que ela tanto deseja possuir.
Como se lendo os pensamentos dela ele falou:
- Eu já te dei meu coração, acho que só falta mais uma coisa ser sua.
- E o que seria? – Ela ficou curiosa porque em seus lábios estava estampado uma expressão ao mesmo tempo jocosa e ousada.
- Meu sucessor. – Ele riu e beijou Korra do jeito que ele sabia que ela gostava, mordendo seu lábio inferior entre intervalos de sorrisos e selinhos.
Ela subiu suas mãos pelos braços musculosos dele e disse:
- Vamos te tirar desse pijama tão grande.
Com uma dobra de ar por dentro da gola ela praticamente desfez a roupa de Bolin, ele a levantou e disse:
- Sua vez. – Os dois riram e a partir dali sabiam que tudo poderia correr muito bem.
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