História Amor de Cicuta - Prólogo - Flor de Alecrim

As ondas do mar Mediterrâneo atingiam a costa, fazendo com que aqueles padrões agradáveis ​​e imutáveis ​​ao longo dos séculos enchessem as orelhas de uma mulher com um vestido preto.

A brisa suave acariciava seus cabelos escuros, fazendo-os fluir em torno de seu rosto pálido enquanto ela segurava a ponta do chapéu.

Seus olhos escuros que tinham a cor de grãos de café estavam olhando para o pôr do sol hipnotizante que beijava o oceano, tornando esse evento simples algo memorável.

Como o som das ondas continuava sendo persistente para bater na areia, esse som era a cabeça cheia de memórias agradáveis ​​que a assombravam como os sons do oceano: uma lista de reprodução eterna em loop.

Aquelas memórias a deixaram triste, mesmo que fossem queridas por ela ... e talvez, também por ele. Esse pensamento a fez dar um sorriso triste.

Quem a observava podia ver sua beleza: não era incomum, mas podia ser descrita com uma única palavra: natural.

Ela tinha olhos brilhantes como um corvo, entre estatura média e baixa, algo nela lembrava Branca de Neve mesmo que seus lábios fossem rosa claro, a única cor em todo o seu ser.

De repente, um vento forte a sacudiu de seus flashbacks e seu chapéu voou de sua cabeça mais rápido do que ela poderia reagir.

Alguém agarrou para ela, o simples olhar que se transformou em transe denunciou que não era uma pessoa aleatória.

Era o homem responsável por essas memórias: congelado em choque quando a donzela recuperou a compostura, dando a ele o mesmo sorriso que nunca mudaria, mesmo com séculos.

_ Faz um tempo, Dakota.

Dakota, o homem de suas memórias não era notável, bonito ou atraente, com características comuns em todo o corpo, exceto por sua alta estatura. Seus olhos castanhos estavam geralmente frios, mas de alguma forma, naquele momento, pareciam quentes, seus cabelos castanhos lisos e macios estavam bagunçados.

Sua pele estava bronzeada e aquelas mãos fortes mostravam a todos como ele trabalhava duro. Ele estava vestido com seu uniforme de marinheiro branco puro.

Ele piscou e ficou um pouco envergonhado, evitando o contato visual enquanto segurava o chapéu dela de volta.

_ Mesmo depois de todos esses anos, você nunca muda ... Monalisa?


Aquelas memórias surgiam dentro de suas mentes quando os dois adultos se entreolharam, sentindo a tensão estranha se acumulando entre eles. Eles decidiram quebrar o contato visual, com medo de denunciar seu relacionamento anterior com os olhares trocados. Monalisa riu quando desviou o olhar, Dakota não pôde deixar de olhar para sua figura de vez em quando. Estar com ela trouxe aquele sentimento agridoce e quente para dentro é o peito, o tumulto da reminiscência do tempo fatídico que eles passaram juntos.

_ Nunca pensei que você fosse me ver.

_Hm? _ Ela olhou para ele, inclinando a cabeça.

_ Não finja que estava distraído.

_ Não sei do que você está falando._ ela sorriu novamente.

'' Pare de me dar esse sorriso. Eu sei que você está machucada, não minta Mona. ”Ele queria dizer isso, mas suas palavras não saíram quando ele suspirou, olhando em volta enquanto procurava algo em que se concentrar, para que ele não surtasse.

Mona olhou para Dakota, rindo mais uma vez. _ Você ainda tem essas reações fofas._ ela sussurrou em um momento de descuido enquanto sua mão colocava uma madeixa de cabelo atrás da orelha.

O marinheiro notou algo brilhando na mão esquerda: um familiar anel de ouro rosa, ele sentiu uma leve dor no peito. “Por que você ainda tem esse anel?” Ela só responderia se ele a pressionasse, mas isso não parecia o certo a se fazer naquele momento.

_ Por que ... por que você veio me ver?

_ Prometi isso a você, lembra?

_ Como eu poderia esquecer? _ Ele disse, com uma adoração tão nostálgica misturada com tristeza. Dakota tinha aquela expressão ilegível, exceto por seus olhos que traíam os fortes sentimentos que ele estava tentando esconder. Ele viu os lábios dela tremendo por um momento antes de se curvar em seu sorriso característico.

“Não sorria assim ...” Dakota sentiu as cordas do coração dele vibrarem ao ver aquele sorriso falso que sempre falhava em esconder a escuridão em seus olhos.

_ Fiz uma promessa a você.

_ Fizemos uma promessa. _ ele corrigiu a frase dela. Afinal, o homem ainda se sentia responsável por ela de uma maneira inexplicável.

_ Bem, muitas promessas, certo? E este é apenas o primeiro realizado. - ela murmurou, olhando para o horizonte com um sorriso que contrastava com o tom confiante e desbotado em sua conversa.

Monalisa sabia que isso não era algo de sua natureza para cumprir promessas, mas, por algum motivo, ela não conseguiu encontrar paz até que a última promessa fosse cumprida. "Mesmo que eu saiba ... existem algumas promessas que estão fora do alcance e da razão."

Dessa forma, ela poderia terminar tudo, com todas essas promessas longe, nada poderia manter o vínculo entre os dois.

“Mas ... resta realmente alguma coisa entre nós?”, A jovem mudou de rosto para uma atitude contida por um tempo enquanto olhava para o homem que roubou seu coração.

Ele era seu pecado, seu maior segredo que ela não podia confiar a ninguém e, estranhamente, não se arrependia de conhecê-lo.

Ele não conseguiu encontrar uma palavra para respondê-la, interrompendo a conversa enquanto seus ouvidos estavam se afogando no som das ondas persistentes e, ao mesmo tempo, eles olhavam o oceano. Essa era a única maneira de não se perder olhando um para o outro e não cair em tentação.

“Quieto como sempre, que pena.” Ela nunca admitiria que amava a voz dele, mesmo que isso trouxesse a mesma sensação de coçar uma crosta repetidamente até que sangre.

Sua história compartilhada mantinha seus corações unidos, costurados com segredos, vícios e uma paixão ardente comparável a uma queima de fogos.

Cada música, cada sabor, cada foto,poema tudo remetia a ele na cabeça dela e o mesmo acontecia com ele. Eles sabiam que aquele amor não levaria eles a nenhum lugar a não ser a uma morte eterna e a um ciclo repetitivo tóxico e eles estavam dando os passos para que pudessem se libertar daquelas memórias arrebatadoras, o Detox estava apenas começando, mas para isso teriam que lutar contra os sintomas de abstinência e contra seus sentimentos irracionais.