História Amor Doce UL - Armin - Prólogo - Reencontros

Achei que nunca mais voltaria para esta cidade, principalmente depois de 4 anos. Fui obrigada a me mudar por causa do trabalho dos meus pais e pensei que tinha ido embora para sempre, mas o último ano da faculdade só tinha disponível aqui, às vezes me surpreendo com as coincidências.

Meu celular toca me tirando dos meus devaneios, é a Rosalya! Atendi prontamente.

            “Lynn! Você já chegou na cidade?”

“Sim, Rosa, estou a caminho da faculdade, já nos veremos”

E desliguei.

Caminhei até a faculdade e de longe vi um vulto platinado correndo em minha direção.

– Eu senti tanto a sua falta. – O vulto platinado me abraça mais forte e derrama algumas lágrimas, retribuo o abraço, deixando minhas coisas caírem.

– Rosa, você está me sufocando! – Reclamei, mas ainda sem a soltar.

– Alexy vai ficar tão feliz em te ver. – Se afasta secando as lágrimas para não borrar a maquiagem.

– Eu espero. – Ri. – Me diz, o que mudou desde de que fui embora?

– Bem, Iris e Violette saíram da cidade, Melody, Kim, Priya, Castiel e Nathaniel ainda aparecem por aí, Lysandre foi cuidar da fazenda dos pais depois que eles faleceram, Kentin trabalha como treinador de cães na cidade vizinha... Acho que é isso.

–  E o Armin...?

–  Querendo saber do ex, interessante. –  Faz uma cara maliciosa. –  Para a sua felicidade, Lynnzinha, o Armin continua aqui na cidade, mas é difícil encontrá-lo, depois de ele hackear em tudo qualquer lugar, ele ao invés de ser preso, foi contratado por uma empresa para proteger os sistemas de lá, as habilidades dele o levaram longe.

–  Oh, acho que irei vê-lo então. –  Sorri meio triste lembrando da reação do garoto quando deixei a cidade.

Eu e Armin éramos o casal perfeito, infelizmente a distância nos afastou foi bem difícil para nós dois. Não tínhamos dinheiro e nem tempo o suficiente para nós nos vermos. Como não nos falávamos há tempos, o término aconteceu, não foi fácil e doeu muito, mas não poderíamos continuar daquele jeito.

–Ei, eu preciso te mostrar o campus. Você já se inscreveu? – Rosalya fala depois de uns minutos em silêncio.

– Ainda não. Eu preciso confirmar a minha matrícula.

– Então vamos lá, vou te acompanhar.

Adentramos o prédio e uma multidão de pessoas estava ali.

– É, licença, com licença... – Tento passar entre as pessoas para chegar ao responsável administrativo, quando escuto um grito.

– NÃO É POSSÍVEL! Meu Deus, era só o que me faltava, tem sempre algum esquisitão!

– ...

–  Você não acha que está no lugar errado, não?! Aqui é uma faculdade de Artes, e não um desses ateliers alternativos que você provavelmente frequenta.

Por que ninguém fala nada? Alguns estão até rindo...

– Pessoas como você tiram o luxo do estabelecimento. Ainda bem que normalmente não ficam por muito tempo...

A garota que estava sendo atacada finalmente responde.

– Fica esperta! Eu conheço alguns rituais de vodu que poderiam te afogar em seu próprio veneno!

– Então a "Mortícia" sabe falar. – A encara com desdém.

Eu não posso deixar isso acontecer...

– Você não é grandinha de mais para falar esse tipo de coisa?

– Ah, lá vem! Mas pelo menos alguém que sabe responder...

– Vamos parar por aqui, né? Ninguém precisa ficar escutando esse seu preconceito de merda.

– Por quê? Ela não sabe se defender?

– A questão não é se defender, e sim o seu prazer em atacar outras pessoas. Vai lavar uma louça ou procurar algo pra fazer, você não tem mais 13 anos.

A garota bufa e sai do corredor.

– Olha só a Lynn, você mudou bastante! – Rosalya fala com orgulho.

Sorri em resposta, não sou mais de tolerar esse tipo de coisa.

– Obrigada! Eu ia mandá-la se fuder, mas você fez melhor. – A garota me agradece.

– Ha ha, tenho certeza que ia deixá-la sem resposta do mesmo jeito. E me desculpa por entrar no meio, essas atitudes me tiram a paciência.

– Que isso! Me chamo Chani, prazer em te conhecer.

– Eu sou a Lynn e essa é a Rosalya.

– Muito prazer! Eu amei a suas roupas. Eu faço psicologia e a Lynn acabou de voltar a cidade para cursar História da Arte Moderna.

– Oh. – Chani me olha. – Nós vamos nos ver mais então, escolhi o mesmo curso. Aliás, acabei de terminar a minha inscrição, mas bem... Preciso ir, até algum dia!

– Até, e boa sorte. – Chani se distanciou fazendo um sinal com a mão.

– Gostei dela. – Rosa fala encarando a garota ir embora.

– Eu também, acho que vamos nos dar bem.

Entramos no auditório principal.

– GALERA, CALMA. Todo mundo vai receber as chaves dos quartos, parem de gritar! E pensar que eu larguei a Itália para isso... puta que me pariu. – O responsável administrativo grita para todos abaixarem a voz.

– Você também vai ficar nos dormitórios? – abaixo meu tom para falar com a Rosa.

– Não, eu estou morando com o Leigh agora.

– Aí sim, hein. Mas bom... Como você não tem um quarto eu vou ter de ficar com uma estranha.

– Sim, mas é uma oportunidade de conhecer pessoas novas, então não se preocupe muito.

Depois de mais algum tempo na fila, finalmente chegamos no responsável administrativo. Ele me disse que preciso ir até o professor do curso para me inscrever e também deu a chave do meu quarto.

– Quarto 719, e não me peça pra trocar de colega de quarto, tenha um péssimo dia. PRÓ-XI-MO!

Rosalya e eu voltamos ao corredor.

– Eu preciso ir... Prometi ao Leigh que ia ajudar ele de noite.

– Mas você disse que não ia mais me largar! – fiz drama.

– Agora é você quem está me fazendo sentir culpada, e olha que você foi embora por 4 anos.

– Mas eu voltei!

– É verdade... Hm, que tal a gente se encontrar no bar essa noite como forma de festejar a sua volta?

– Antes do primeiro dia de aula...?

– Hm... Eu vou ter uma surpresa para você!

– Agora você me deixou curiosa. Ok, eu irei.

Ela comemora, se despede e em segundos já não consigo a ver mais. Acabou que ela não me mostrou o campus, vou ter de me virar ou ir me inscrever no curso.

Andei até o segundo auditório. Mais um aglomerado de gente e dessa vez estão todos babando por alguém...

– Para quem quer se inscrever no curso de arte moderna e contemporânea, é por aqui. Peço desculpas para quem teve dificuldade de me encontrar, acabei de conseguir uma sala livre.

Então ele é o professor, entendi o por que da multidão em volta dele... Ele se apresentou e deu uma prévia de como seriam as aulas dele.
Esperei algumas pessoas formarem a fila e me enfiei no meio.

– Bom dia, senhorita! Gostaria de se inscrever?

– Hm, acho que sim.

– Você parece estar em dúvida...

– Não, não. Eu tenho certeza!

– Não tem problema nenhum: “O charme está na incerteza, tudo se torna mais interessante nas sombras.”

– Oscar Wilde?

– Sim, vejo que conhece os clássicos.

– É um escritor que gosto muito...

– Bem, senhorita. Gostaria de participar das minhas aulas?

– Sim, e “cair no charme” como você disse.

Ele pareceu surpreso com a minha resposta, terminei de me inscrever e fui para fora do prédio, tenho de achar os dormitórios.

Avistei a Melody e conversamos um pouco, a chamei para a festa de boas vindas e pedi que ela me indicasse onde ficavam os quartos.
Tem uma parte para garotos e outra para garotas, que pena.
Subi o elevador a procura do quarto 719 e escutei uma voz feminina por trás da porta, minha colega de quarto já havia chegado.

Abri a porta e vi a garota que estava gritando nos corredores mais cedo.

– Sério que é você? Nós somos mais de 3000 e eu fui ficar logo com você... – Ela faz uma cara de desprezo.