História Amor em uma noite - Cuidando de Joey Tribbiani

–Phoebe, pode me passar o ketchup?

–Mas você vai comer sushi com ketchup? –Pergunta ela enquanto passa o frasco vermelho.

–O que tem? Vai tudo pro mesmo lugar. –Diz Joey dando uma mordida no salmão junto com o ketchup que havia adicionado.

–Oh, ok então.

Era uma sexta-feira á noite e seus amigos haviam viajado á trabalho, para geralmente um congresso anual de empresas, mas já que Phoebe não trabalhava em empresas e Joey era ator, eles ficaram na casa da Monica, que era em frente ao apartamento que Chandler dividia agora com Joey. Joey era novo em Nova York e estava ali apenas uns dois meses, sem ainda saber se virar sozinho. Phoebe ficaria ali com ele no final de semana para que ele não ficasse sozinho e também pudessem molhar as plantas da Monica, que havia dado 31 instruções para isso. Eles tinham assistido ao jogo dos Yankees na TV e depois decidiram pedir comida chinesa.

–Ah droga! Esses palitinhos são horríveis! Não pegam nada! Deveria haver um jeito de poder pegar mais comida ao mesmo tempo, isso está me deixando louco! –Ele então se levanta e vai á procura de um talher nas gavetas da cozinha. Na terceira gaveta, ele encontra uma colher enorme –Assim está melhor –Diz ele usando a colher para pegar cinco sushis ao mesmo tempo.

Phoebe termina seu arroz e dá ao Joey um biscoito da sorte, que tenta comê-lo antes que ela o lembrasse do papel que tinha dentro. Joey angustiado, tira o biscoito da frente de sua boca e o quebra ao meio, pegando o papel e dando para Phoebe, enquanto ele pega o biscoito e o come. –Pronto. Eu tirei o papel, aliás, por que eles colocam um papel bem no meio do biscoito?

–Joey, chama-se biscoito da sorte.

–Pois não me parece muita sorte encontrar um papel dentro do meu biscoito! –Fala ele, bravo.

Phoebe começa a respirar fundo.

–Se o biscoito se chama biscoito da sorte e é de comida chinesa é óbvio que vai ter a nossa sorte escrita no desgraçado do papel! –Ela esbraveja com ele.

Ele fica um pouco pensativo, mas volta logo a comer. Quando eles limpam a mesa, Joey sugere um jogo de striptease, quem fosse perdendo, teria que tirar uma peça de roupa. Phoebe já conhecia o jeito atrevido de Joey e por isso nem se importou com a sugestão.

–Uh-uh, tive uma ideia melhor!! Que tal jogarmos pôquer? Eu sou perseguida em alguns países pelas minhas apostas.. –Sugere ela com um olhar misterioso, enfatizando suas últimas palavras.­­­

–Legal! –Joey aprova. –Que tal tornarmos mais interessante?

–Quem perder não vai tirar a roupa, Joey, desiste dessa ideia.

–Droga.

–Mas também não podemos apostar dinheiro, eles não podem me achar. Se me pegarem fazendo apostas, estou frita. –Fala ela, referindo-se aos que estariam atrás dela por crimes que não existiram.

–Podemos pelo menos apostar as moedas do jogo né? Chandler tem elas no apartamento. Vou lá buscar. –Joey então se manda para o apartamento da frente.

Phoebe vai embaralhando as cartas e as prepara. Decide deixar a TV ligada para eles poderem ouvir algo de fundo. Estava passando Days of Your Lives. Ótimo. Joey gostaria de rever seu rosto na novela onde estreara como Dr. Drake Ramoray.

Ele retorna com um saco transparente enorme cheio de moedas de pôquer. Phoebe fica um pouco surpresa.

–Nossa! Por que o Chandler teria tudo isso de pôquer?

–Não faço ideia. –Responde Joey, coçando a nuca enquanto disfarçava.

Eles começaram o jogo e toda a sorte virava-se para Phoebe. Ela olha para Joey com os braços abertos e com um leve sorriso.

–Eu disse!

Ele fica meio espantado e bate palmas para Phoebe que só diz: Obrigado, obrigado!

Um tempo depois, Joey joga as cartas na mesa.

–Não tem mais graça! Eu só perco! –Ele diz, com os braços cruzados e um tanto emburrado.

Phoebe levanta-se de sua cadeira e vai até o lado da mesa onde ele se encontrava.

–Pois é, agora você já sabe que vai ser assim toda vez que jogar algo comigo. Ninguém pode me vencer.

Joey se levantou, e a encarou com um olhar desafiador e meio desconfiado.

–Eu acho que consigo sim.

–Experimente pra você ver o que eu sou capaz, Tribbiani. –Diz ela, perdida em seus olhos.

Ele continua a encará-la até que a TV fez um ruído alto antes de todas as luzes se apagarem.

–O que é isso? –Pergunta ele bastante assustado e preocupado.

Ela tenta andar até a janela mas não enxerga nada, porque os postes da rua e as luzes de todos os prédios  próximos mostram-se apagadas. Ao chegar á janela, Phoebe bate a cabeça nela e cai no chão.

–Phoebe? Foi você? O que ouve?

Ela não respondeu.

–Me responde!! –Fala ele, assustado. –Eu vou aí, fica parada.

Ele vai se segurando nos móveis até chegar na janela e se abaixa tateando o chão ali perto até que encosta na cintura dela. Ele iria carregá-la até o sofá, mas precisava enxergar primeiro. Embaixo do sofá, saía um brilho prateado, que o atraiu. Ele esticou sua mão e encontrou uma lanterna que ligou imediatamente, colocando-a na mesa para iluminar a área da sala. Pega Phoebe no colo e a coloca cuidadosamente no sofá próximo. Joey passa uma mão no rosto dela, um pouco preocupado, pois tinha escutado uma batida forte na janela que deveria ter sido ela que bateu.

Passou alguns tempos e ele andava de um lado para outro, esperando ela acordar, mas ela não acordava, apenas respirava profundamente em seu sono. Ele então vai até o freezer e pega uma bolsa de gelo que coloca na cabeça de Phoebe para sarar mais rápido e também a coloca encostada ao seu peito, enquanto se ajeitava no sofá ao seu lado.

–Phoebe, acorde, por favor. –Ele disse baixinho no ouvido dela.

Depois de algumas horas, a luz voltou e ele pôde ligar para um médico ir ali ver sua amiga.

–Ela está bem?? Vai ter que levar pontos? –Pergunta ao médico após ele ter chegado e examinado Phoebe.

Ele levanta a mão para Joey parar de falar um pouco e procura em sua maleta algo. Ele então entrega uma caixa de remédios e diz para Joey dá-lo a ela a cada 12 horas. Então ele vai embora.

Joey coloca Phoebe no quarto de hóspedes de Monica e vai buscar água para ela tomar junto com o remédio. Quando ele retorna, não encontra mais ela deitada na cama.

–Phoebe???

–Sim? –Diz ela aparecendo atrás da porta, com algumas meias na cabeça. Ela as retira de lá. –Só queria encontrar meu casaco que esqueci aqui, mas Monica deve ter se livrado dele, ela sempre teve inveja das minhas roupas.

Joey correu para abraçá-la. –Você me deixou tão preocupado! Nunca mais faça isso de novo!

–Quer dizer, bater com a cabeça em uma janela durante um apagão?

–Exatamente. –Fala ele cruzando os braços.

–Oh, ok então. –Ela sorri para ele e o abraça. –Obrigada por tomar conta de mim.

–Ei, é pra isso que servem os amigos, agora vamos voltar com nossa partida de pôquer?

–Pensei que não quisesse mais jogar já que é um péssimo perdedor, nem perder com estilo sabe. –Ela o esnoba de brincadeira.

–Ei, Joey Tribbiani sabe perder! Vou te mostrar que sou o melhor perdedor do pôquer! –Diz ele furioso se dirigindo á mesa.

Phoebe vai atrás.

–Ok então. Joey Tribbiani está pronto pra perder? –Pergunta com um olhar questionador antes de se sentar.

–É claro que ele está. Os Tribbiani são ótimos perdedores.

–Então me mostre, seu perdedor.

Eles retomaram o jogo e Phoebe voltava á liderança, algumas vezes enganando Joey para que achasse que ele é que erraria o passe, então no próximo, ela sabia o que fazer. Ainda bem que os moradores de rua a ensinaram a jogar pôquer como uma vadia rica em um cassino.

De repente, durante o jogo, Phoebe olha Joey diferente. Aqueles olhos penetrantes e sinceros a sugavam mais fundo e ela estava meio hipnotizada, pensando em como Joey era também muito lindo e carismático ao mesmo tempo e ela nunca notara. Ele a percebe olhando e começa a olhar na mesma intensidade, só demonstrando mais desejo. Eles ficam assim por um bom tempo, apenas pensando um no outro. Até que então Joey joga todas as cartas que estavam em cima da mesa para o chão e ele vai até Phoebe e a coloca sentada ali enquanto a beijava ferozmente.

Quando o conheceu, Phoebe o achou muito lindo, mas aí foram todos se aproximando e eles passaram a ser amigos antes de qualquer coisa, mas quando tinha colocado os olhos nele pelo primeira vez percebia que devia tê-lo beijado naquela hora, pois nada era melhor do que o beijo que estava acontecendo, ela não deveria ter perdido tempo mostrando para ele a cidade e sim devia ter mostrado a ele sua cama. Apesar de o beijo estar muito bom, Joey para um pouco.

–Estou me sentindo como se isso não fosse certo. Quero dizer, nós somos amigos! –Ele explicou.

Ela entendeu perfeitamente mas não queria se despedir dos lábios dele por isso apenas voltou a beijá-lo para que ele calasse a boca.

–Está bem, mas eu avisei.

–Agora está avisado, Tribbiani. O que custa uma só noite? Nós nos gostamos e também somos ótimos amigos, não precisamos contar a ninguém.

–Mas não vai estragar nossa amizade? –Ele pergunta, um tanto preocupado. –Não quero que nada estrague isso.

–Não se preocupe, não irá.

–Promete? –Ele acaricia seu rosto.

–Prometo.