História Anonymous - sunsun (enhypen) - Capítulo 7.

Sentado em sua cama, com o caderno em cima de suas pernas cruzadas, Sunghoon sorri vitorioso após finalmente conseguir terminar a tarefa de química. Ele suspira aliviado antes de guardar seu lápis e sua caneta dentro do seu estojo e, em seguida, fechar o caderno, o deixando de lado. 

Pegando seu celular, Sunghoon ansiosamente entra no Twitter para poder checar se o garoto da conta anônima lhe mandou mensagem, mas ele se frustra ao ver que não tinha nada. 

Sunghoon achava estranho a forma como o seu coração bizarramente acelerava quando ele recebia uma mensagem do garoto da conta anônima. Ultimamente, Sunghoon acordava todas as manhãs esperando uma mensagem de bom dia dele e era sempre uma decepção quando isso não acontecia. Sunghoon pode estar tendo um dia não tão bom, mas ele sabe que conversar com o Ddeonu podia melhorar as coisas. 

Após pensar por um longo tempo, ele decide enviar uma mensagem para o garoto. 

Sunghoon: oi, mano 

Sunghoon: boa tarde :) 

Ele envia as mensagens e torce para que elas sejam visualizadas e respondidas rapidamente, mas isso não acontece. Ele espera por longos minutos, até que finalmente recebe uma mensagem, mas não era de quem ele queria e sim de sua amiga, Dayeon. Ele suspira antes de abrir a mensagem e ver do que se trata. 

Dayeon: EAI BESTIE 

Dayeon: bem, eu tô aqui na biblioteca, aquela que tem perto da praça 

Dayeon: e você vai vir aqui 

Dayeon: isso não foi um convite e sim uma ordem 

Sunghoon: quem você pensa que é pra chegar do nada me dando ordens? 

Dayeon: DUH SUA MELHOR AMIGA??? 

Sunghoon: se for assim então vou trocar de melhor amiga 

Dayeon: você não faria isso 

Sunghoon: você tá certa, eu não faria 

Sunghoon: mas o que deu em você pra ir na biblioteca? você nem gosta de ler 

Dayeon: acontece que minha futura namoradinha gosta 

Dayeon: e ela me chamou, então eu obviamente não poderia negar 

Sunghoon: E POR QUE DIABOS VOCÊ QUER QUE EU VÁ AÍ? 

Sunghoon: não quero ficar de vela não 

Dayeon: você não vai ficar de vela, até porque eu e a chaehyun não temos nada ((ainda)) 

Dayeon: e vem aqui, juro que você não vai se arrepender 

Sunghoon: affs 

Sunghoon: eu vou apenas porque tô no maior tédio aqui 

Dayeon: EBA 

Dayeon: vem logo então 

Sunghoon: tô indo 

(...) 

Ao chegar na porta da biblioteca, Sunghoon avista o perfil de duas garotas sentadas de costas em uma mesa com quatro cadeiras. Ele não precisa de esforço para reconhecer que se tratava de Dayeon e Chaehyun. Aproximando-se das meninas, Sunghoon toma lugar em uma das cadeiras que estavam à frente delas. 

Sunghoon logo nota o olhar surpreso de Chaehyun sobre si, e ele se sente um pouco constrangido e xinga Dayeon mentalmente por, aparentemente, não ter avisado Chaehyun que ele iria.

—Sunghoon, você veio! — Dayeon comenta animadamente, porém quase sussurrando, já que eles estavam em uma biblioteca. 

—Pois é... Eu vim. — Sunghoon força um sorriso. 

—Bem, eu chamei o Sunghoon, espero que não tenha problema. — Dayeon diz, se virando para Chaehyun. 

—Sem problemas. — Chaehyun sorri gentilmente e volta sua atenção para seu livro. Dayeon olha para Sunghoon e aponta para uma das prateleiras, dizendo indiretamente que era para ele pegar um livro. 

Sunghoon faz uma careta para a amiga, mas se levanta no mesmo instante e caminha até uma das prateleiras, pegando um livro aleatório e se sentando em seu lugar novamente. Ele segura o livro com as duas mãos e lê o título, que não lhe chama atenção, mas ele não queria se levantar para pegar outro. 

Sunghoon tediosamente começa a folhear o livro, mas quando ele sente alguém se acomodando na cadeira ao seu lado, seus olhos rapidamente caem sobre a pessoa e, no mesmo instante, ele sente um repentino frio na barriga. 

—Ah, me desculpa se atrapalhei sua leitura... — ele percebe quando Sunoo murmura baixinho e desvia o olhar na mesma hora, engolindo em seco. 

—Tudo bem... Não atrapalhou. — Sunghoon assegura. 

—Menos mal. — Sunoo responde. Sunghoon observa quando ele abre o livro em uma página específica e começa a lê-lo. 

Sunghoon desvia seu olhar de Sunoo quando percebe que já estava o encarando demais. Olhando para Dayeon, ele vê quando a garota o olha de volta e sorri sugestivamente. 

Agora tudo fazia sentido. 

Sunghoon vê quando sua amiga comprime os lábios, provavelmente tentando conter a risada, e deita a cabeça no ombro de Chaehyun, olhando para o livro que a garota tinha em mãos. Naquele momento, Sunghoon percebe que Dayeon não estava com nenhum livro, e apenas lia com Chaehyun, ou fingia que estava lendo. Sunghoon acredita mais na segunda opção. 

Ele para de olhar para as meninas em sua frente e volta a prestar atenção no livro que tinha em mãos, mas era uma tarefa impossível. Sunghoon então olha para Sunoo pelo canto do olho e sua mente começa a criar uma cena que faz seu coração acelerar. Sunghoon imagina como seria se ele casualmente apoiasse a cabeça no ombro de Sunoo para poder ler com ele o livro que o garoto tinha em mãos. 

Sunghoon se amaldiçoa por estar pensando em tais coisas, mas era literalmente impossível controlar seus pensamentos. Na verdade, desde aquele dia em que Sunghoon encontrou Sunoo atrás da escola, tem sido difícil controlar seus pensamentos quando se trata dele. O garoto vagava em sua mente como ele nunca imaginou que alguém poderia. 

Sunghoon achava muito curioso a forma como ele inevitavelmente reagia quando encontrava Sunoo nos corredores da escola, o que não acontecia muito, e ele secretamente se sentia frustrado por isso. Sunghoon já se pegou observando os cantos da escola na hora do intervalo na esperança de encontrar Sunoo em algum lugar e poder admirá-lo de longe, e era sempre decepcionante quando não o encontrava. 

(...) 

—Sun, você ficou desconfortável? — Chaehyun pergunta, caminhando ao lado de Sunoo. Eles estavam indo embora para casa, e Chaehyun quis acompanhar Sunoo até a dele antes de ir para sua. —Desculpa... Eu não sabia que a Dayeon ia chamar o Sunghoon... 

—Não, Chae. Tá tudo bem. — Sunoo balança a cabeça negativamente, dispensando as desculpas. —Foi de boa, sério. Eu estava tão concentrado no meu livro que até esqueci que o Sunghoon estava do meu lado. — aquilo era uma pequena mentira, e Chaehyun sabia muito bem, mas ela decide não se prolongar no assunto. 

—Ainda bem. — ela sorri. —Sabe, a minha mãe disse que sente falta dos dias em que você dormia lá em casa, então por que você não dorme lá hoje? É sábado mesmo. 

—Hm... Eu acho melhor não. — Sunoo gentilmente nega. 

—Por quê? 

—É que... Eu meio que quero ficar de olho no meu pai. — ele responde e percebe quando o rosto de Chaehyun se contorce em confusão. —Tipo, meu pai anda meio que afastado de casa, sabe? 

—Não, não sei. — Chaehyun franze a testa, negando com a cabeça. —Como assim? 

—Bem, ele anda chegando muito tarde do trabalho e às vezes ele nem chega. — Sunoo suspira, encarando seus próprios pés. —E eu tô preocupado, sabe? Eu não sei o que tá acontecendo. 

—E você já tentou perguntar para ele? 

A pergunta de Chaehyun faz com que a garganta de Sunoo queime no mesmo instante, porque as memórias do dia em que ele tentou falar com seu pai vieram à tona. Ele respira fundo e olha para o céu, que estava quase escurecendo. 

—Sim. Eu já tentei. — Sunoo responde. —Mas... É... Acho que você já deve imaginar... 

—Ele... Foi grosso com você? — ela pergunta, e comprime os lábios quando Sunoo assente. 

—É... Foi... — Sunoo ri bem levemente, porque ele não achava aquilo nem um pouco engraçado. Ele olha para Chaehyun quando sente que a vontade de chorar passou. —Bem, eu quero estar em casa para saber que horas ele chega. 

—Entendi... — Chaehyun assente, sem saber ao certo o que dizer. 

Eles seguem andando em silêncio, e Chaehyun estava super pensativa. Ela imagina que provavelmente tem coisas acontecendo com Sunoo que ele não estava contando, e isso a deixava aflita. Chaehyun sabe que ela é a pessoa na qual Sunoo mais confia para desabafar, e ela tem consciência de que ele só faz isso quando normalmente não está mais aguentando guardar as coisas apenas para si. 

(...) 

Já era um pouco mais de dez da noite, e Sunoo estava se preparando para dormir. Se acomodando embaixo das cobertas, Sunoo deita sua cabeça no travesseiro e fecha os olhos, mas ele simplesmente não consegue dormir, e o motivo era o mesmo que sempre causava suas noites mal dormidas. 

Decidindo se distrair um pouco, Sunoo resolve mexer em seu celular. Ele o desbloqueia, e a primeira coisa que ele nota são as mensagens que Sunghoon enviou horas atrás. "oi, mano", "boa tarde". Sunoo sorri minimamente antes de responder. 

Anônimo: oi, Sunghoon! 

Anônimo: boa noite...... 

Anônimo: desculpa estar te respondendo tão tarde 

Anônimo: mas eu só peguei o celular agora :( 

Sunoo envia as mensagens, acreditando que elas só seriam respondidas no outro dia, mas ele é surpreendido. 

Sunghoon: DDEONU 

Sunghoon: não precisa pedir desculpa por nada 

Sunghoon: mas me conta aí, mano, como foi seu dia 

Anônimo: ah..... bem 

Anônimo: eu basicamente passei o dia inteiro com minha bestie e você? 

Sunghoon: nada demais 

Sunghoon: eu fiz tarefa de química e passei o resto da tarde na biblioteca 

Sunghoon: mas não quero falar disso porque tive uma ideia 

Anônimo: que ideia??? 

Sunghoon: espera 

Sunghoon: primeiro quero que me responda uma coisa 

Sunghoon: você tá com sono? 

Anônimo: definitivamente não 

Sunghoon: PERFEITO 

Sunghoon: você quer assistir alguma coisa no rave comigo? 

Anônimo: AH SÉRIO?????? 

Sunghoon: clarooooo 

Sunghoon: você escolhe 

Anônimo: MIRACULOUS 

Sunghoon: como é? 

Anônimo: MIRACULOUS AS AVENTURAS DE LADYBUG 

Anônimo: MEU DESENHO FAVORITO, VOCÊ NÃO CONHECE? 

Sunghoon: bem, não 

Anônimo: MELHOR AINDA, A GENTE PODE COMEÇAR A VER DESDE A PRIMEIRA TEMPORADA 

Anônimo: VOCÊ VAI GOSTAR, EU TE JURO 

Sunghoon: hm, não sou muito chegado a desenhos, mas vou confiar em você 

Sunghoon: vou criar a sala e já te mando o link 

Anônimo: TÁ BOM 

Era incrível como conversar com Sunghoon fazia Sunoo esquecer de todas as suas preocupações, mesmo que momentaneamente. Ele se sentia tão leve, uma paz inexplicável se instalava em seu coração, e ele desejava que essa sensação nunca fosse embora.