Pouco antes de Yashamaru retornar para casa, Gaara conseguiu se acalmar.
Agora ele estava sentado no chão de seu quarto, com a foto trincada de sua mãe nas mãos. Olhava para ela, tocava nela, conversava com ela.
— Eu sinto muito, mãezinha. Eu não quis fazer mal àquelas crianças... Mas acabei fazendo – Gaara enxugou os olhos com o antebraço. — Eu não entendo por que todos nessa vila me odeiam e sentem tanto medo de mim. Ninguém me quer por perto. Por que, okaa-san? O que eu fiz de errado? Onegai, me diz qual é o motivo!
Yashamaru apareceu de volta no quarto e Gaara abandonou o retrato da mãe no chão. Correu para os braços daquele que mais se parecia com ela na vida real. O abraçou com força.
— Que bom que você voltou, oji-san!
— Sim, nós estamos juntos, está vendo? Fique calmo, não precisa mais chorar, tudo vai ficar bem.
Durante aquela tarde, o tio e o sobrinho não se separaram. Ambos ficaram juntos em todas as atividades do dia. Os dois aproveitando a companhia um do outro, independente do caos que foi aquela manhã.
Só se desgrudaram quando Yashamaru recebeu a visita de Baki.
Os shinobi conversavam do lado de fora da casa:
— Já faz um tempo que o kazekage me mandou te buscar aqui... Mas eu imaginei que você estaria dando algum suporte ao garoto, então preferi vir só agora.
— É muito gentil da sua parte fazer isso... E arriscado também. Infelizmente, os últimos acontecimentos atrapalharam um pouco minha relação com o Gaara, então me dar um tempo com ele foi mesmo muito importante pra mim. Arigato, Baki-kun.
— Não por isso – Baki respondeu, acendendo um cigarro e o levando até a boca. Raramente ele fumava, só quando estava muito nervoso, daí tinha esse hábito que como médico, Yashamaru reprovava. — No entanto, acho bom você correr e ver o que nosso queridíssimo kazekage quer.
— Eu vou fazer isso, sim. Mas antes me diga: o que houve com os ele e o filho quando eu estive fora? Perguntei a Gaara, mas ele não quis me dizer. E hoje o kazekage disse na reunião que o que ele tentou fazer com Gaara acabou não dando certo.
— E não deu mesmo – Baki levantou o queixo, soprou a fumaça do cigarro para o alto. — Não vou medir palavras com você, Yashamaru. No fim daqueles dias, Kankuro ganhou mais algumas cicatrizes nas costas e Gaara foi arremessado porta à fora, jogado no meio da calçada da casa do kazekage.
— O que?
— É isso mesmo que você ouviu. O kazekage não o deixava fazer as refeições do dia corretamente e o manteve trancado a maior parte do tempo naquele quarto na parte térrea da mansão.
Yashamaru levou a mão à boca. A indignação crescia dentro de seu peito. Como alguém conseguia ser tão cruel a esse ponto? Gaara tinha apenas seis anos de idade e qualquer um podia ver que ele tinha sérios problemas emocionais. Era muito injusto fazer isso com uma criança tão frágil como ele.
— Foi mesmo uma cena difícil de presenciar, até mesmo para mim. Imagina para Kankuro e Temari. Ver o irmão caçula ser arrastado pelo chão da casa e jogado na rua daquele jeito... E aquelas palavras do Gaara implorando o carinho do pai? De partir o coração, nem eu posso negar.
Uma lágrima solitária escorreu dos olhos de Yashamaru, que tratou de secá-la logo.
— Bom, como disse, acho melhor você ir logo se apresentar ao kazekage, antes que ele mande um grupo ANBU aqui para arrancar sua cabeça fora.
Baki soltou um risinho nervoso no fim da frase.
Depois de um tempo em silêncio, tentando digerir as informações que recebera, Yashamaru avisou que ia informar a Gaara que precisaria se ausentar um pouco; não demorou muito e ele estava de volta.
Antes de fechar a porta atrás de si, os dois shinobi ouviram a voz de Gaara, chamando pelo tio do alto das escadas. A pergunta receosa do menino caiu de lá de cima, no meio dos ninja parados à porta:
— Você vai voltar, não vai, oji-san?
Yashamaru fitou o rosto sério de Baki, como se perguntasse a mesma coisa ao homem. Depois sorriu e olhou para Gaara, que esperava a resposta com um quê de ansiedade.
— É claro que sim, querido – disse ele, tentando ser o mais calmo e convincente possível. Usou seu melhor sorriso.
Ao ouvir isso, o ruivinho também sorriu e a expressão inocente que ele tinha na face conseguiu fazer tanto Yashamaru quanto Baki abaixarem a cabeça, quase que por constrangimento; e depois, eles saíram dali.
O ninja-médico trancou a porta e ambos rumaram para a Cúpula do kazekage.
***
O líder supremo da Areia estava sentado em sua mesa, de costas para à porta entreaberta. Quando ouviu Baki coçar a garganta para demonstrar que ele e Yashamaru estavam ali, Rasa girou sua cadeira para frente deles. Sorriu, encarando Yashamaru com olhar malicioso:
— Finalmente! – exclamou, mais bêbado que antes.
Yashamaru respirou fundo.
— Senhor kazekage, vim assim que pude. Precisei acalmar seu filho antes.
— Acalmar meu filho? – Rasa perguntou, com ar debochado na voz. Soltou um risinho maldoso antes de continuar. — Você deve saber fazer isso muito bem, não é rapaz?
— É o meu trabalho, senhor.
— Sei... E o que exatamente você faz para acalmar meu filhinho, ehm Yashamaru? Brincam de médico, os dois? – o kazekage riu, sarcástico, encarando os shinobi sérios a sua frente. — O que foi? Não gostaram da piada?
Aproveitando que a atenção de Rasa dirigia-se agora para um copo e uma garrafa ali perto, Baki puxou Yashamaru pelo braço. Levou um pouco o corpo para perto do mais jovem e sussurrou:
— Contenha-se e mude essa cara, seu idiota.
O líder de Suna serviu-se de mais um copo de saquê. Em cima de sua mesa, ele procurou por um papel ali no meio de todos aqueles documentos e pergaminhos. Aquilo fez tanto Baki quando Yashamaru franzirem a testa, curiosos.
— Onde está? Onde? ...Aqui. É esse aqui!
O kazekage começou a balançar uma folha de papel amarelada diante da visão dos dois shinobi de elite parados ali em sua frente.
— Estão vendo isso? Isso aqui é o maldito pedido oficial dos nossos estimados Anciãos. Eles pedem o assassinato do Gaara aqui nessa folha, ou como eles preferiram escrever... “O jinchuuriki da Areia”... Esses velhotes não perderam tempo mesmo! O que acha disso, Yashamaru?
O jovem ninja respirou fundo. Seus músculos estavam enrijecidos, seu coração acelerado. Ele olhou nos olhos de Rasa e respondeu:
— O senhor é o líder supremo, kazekage-sama. É sua a última palavra, não deles.
O homem bufou e depois abriu um sorriso cheio de dentes.
— Ótima resposta, como sempre, não é mesmo? Consegue permanecer diplomático e ao mesmo tempo, me coloca como culpado do que pode acontecer ao meu próprio filho. Perfeito! Você é esperto, igualzinho a sua irmã!
Yashamaru apertou os punhos fechados. Teve que se segurar para não dar uma resposta mais perfeita que aquela.
— O que exatamente o senhor quer de mim, Rasa-sama?
O Yondaime levou as mãos ao rosto, deu algumas batidinhas nele. Coçou os olhos.
— O que quero de você... É algo muito simples. Como o ninja que é, você tem potencial para tanto. Ou melhor, você é a pessoa mais indicada para esse teste.
— Teste?
O kazekage se levantou de sua cadeira. Ordenou que Baki esperasse lá fora, e este, sem ter outra escolha, teve que sair e deixar Yashamaru sozinho com o kazekage.
Enquanto mantinha os olhos em Suna, olhando pela janela aberta a noite de sua aldeia tão querida, o kage começou a escrever o destino de Yashamaru.
Os dois estavam de pé ali, sozinhos. O ar parecia estar pesado e houve um momento de silêncio incômodo entre eles. Foi a apresentação da ideologia do kazekage que o quebrou:
— Tudo tem seu valor nesse mundo, é assim que eu vejo as coisas. Tudo tem um valor, alguns mais baixos e outros mais altos... E igualmente, tudo tem seu preço... Então, creio que está na hora de eu testar o valor do meu filho Gaara – Yashamaru não conseguiu entender. — Vou tentar ser mais claro: quero que você coloque o garoto sob um teste psicológico. Você irá ataca-lo. Vai tentar feri-lo, ouviu bem?
A primeira reação de Yashamaru foi a descrença, o que o levou à resposta obvia.
— Mas senhor kazekage, isso é simplesmente impossível. O Gaara não pode ser ferido fisicamente, sabemos disso. Ele tem aquela defesa de areia pronta para defende-lo de tudo.
Rasa fez silêncio diante da resposta de Yashamaru. Depois voltou a falar outra vez, com mais seriedade na voz.
— É por isso que se não funcionar, você irá partir para outro tipo de estratégia – o kazekage fez uma breve pausa. Cruzou as mãos atrás das costas. Suspirou. — Você vai mentir para ele. Vai usar o nome de Karura para isso. Sei que Gaara ama e respeita a mãe, então você irá dizer ao Gaara que ela nunca o amou, pelo contrário, que ela o odiava... Vai dizer que, igual a Karura, você também o odeia e que ninguém nunca o amou de verdade. Você precisará ser bem enfático nesse ponto... Se ele conseguir se controlar diante de toda essa pressão psicológica, provará que é um bom jinchuuriki e eu lhe darei mais uma chance.
Rasa voltou-se para Yashamaru, que estava visivelmente chocado com a ordem de seu líder. Esperou uma resposta que veio embargada, combinando com o olhar e a expressão confusa na face empalidecida do jovem ninja:
— E-eu não... Não posso fazer isso... O Gaara é só uma criança.
— Eu não tenho outra escolha, Yashamaru. Juro para você que não tenho. O senhor feudal do país do Vento já está sabendo que na vila da Areia existe um jinchuuriki que não consegue se controlar... Você entende o quanto isso é ruim para todos nós? Ele pode começar a cortar auxílios importantes para o nosso povo se isso lhe parecer uma possível ameaça.
— Mas kazekage-sama... Precisa haver outro jeito! – Yashamaru começava a perder a compostura diante de seu líder, era a primeira vez que isso acontecia. Seu corpo estava tremendo, o suor já brotava de seu rosto. — Talvez... Se trouxéssemos Gaara até os Anciãos e eles mesmos observassem o quando o menino é dócil e não faz nada por mal...
Rasa sorriu ironicamente, encarando-o um pouco mais.
— Ah! Mas que bela ideia! – o kage bêbado começou a aplaudir Yashamaru, que se segurou para não demonstrar muita reação. — Vamos fazer isso então, vamos fazer exatamente isso! Chame Gaara aqui e o coloque na frente daqueles velhos nojentos. Talvez aqueles belos olhinhos claros ou aquela pele de porcelana toque o coração de cada um deles, o que você acha, hm?
O corpo de Yashamaru tremia diante do Rasa assustadoramente bizarro em sua frente. Mas o jovem não desistiu de argumentar. Dessa vez, sugeriu algo em que pensava frequentemente e que, na verdade, era um sonho que morava em seu coração:
— Senhor, eu ouvi dizer que... Em outras aldeias os jinchuuriki são protegidos pelo seu povo, e alguns são até amados por eles... Quem sabe se eu e Gaara passássemos um tempo em algum lugar como esses, ele poderia melhorar e até...
— Ora, já chega de tanta besteira, Yashamaru! O Gaara não vai à lugar nenhum! Eu já lhe expliquei o que você vai fazer e como meu subordinado, você vai me obedecer!
Yashamaru abaixou a cabeça, sentindo-se derrotado.
— Isso não vai dar certo.
— Bom, só saberemos depois que você o fizer... Agora você já pode sair.
Rasa sentou-se de novo frente a sua mesa, começando a revirar alguns documentos. Não entendeu porque Yashamaru continuou ali parado em sua frente, com aquela cara de ódio para cima dele.
— O que você está esperando? Vá começar a planejar o que eu disse!
O jovem apertou os olhos violetas, que particularmente naquele momento, ganharam um brilho diferente.
— Eu me recuso.
Rasa sorriu debochadamente, cruzando os braços contra o peito.
— Eu não me lembro de ter te pedido nada, Yashamaru.
— Não importa se é uma ordem, eu me recuso! Procure outra pessoa para fazer isso, é uma missão suicida!
Num acesso de raiva, o kazekage pegou o copo que estava usando e arremessou contra Yashamaru, que desviou do golpe no último minuto. O copo se despedaçou contra uma parede. Rasa colocou-se em pé, com o peso do corpo sobre as mãos apoiadas em sua mesa e encarando o jovem shinobi nos olhos.
Degustou cada sílaba que saiu de sua boca:
— Quem você pensa que é? Não pode desobedecer minha ordem. Eu sou o seu kazekage!
Yashamaru engoliu seco. Mesmo com medo daquele homem bem maior e mais forte que ele e sabendo que estava indo contra toda a hierarquia shinobi, ele decidiu que não ia ceder. Respirou fundo, os pulmões enchendo-se de ar; o coração cheio de coragem.
— Pela memória de minha irmã e pelo amor que eu sinto pelo meu sobrinho, eu não posso obedecer meu kazekage. Não dessa vez.
Rasa enfureceu-se um pouco mais:
— Isso só pode ser uma piada mesmo! Será que você perdeu o juízo, seu desgraçado de merda?
— Não fui eu quem perdeu o juízo, se me permite dizer. O senhor que está armando um plano tão baixo como esse contra uma criança como o Gaara, seu próprio filho!
Rasa deu um soco na mesa, enfurecido.
— Ele não é meu filho, é um monstro! – berrou as palavras cuspidas.
— O Gaara não é um monstro! – Yashamaru vociferou. E imediatamente, percebeu que aquela era a oportunidade de dizer tudo aquilo que morava em seu peito. — Gaara não é nada disso que vocês dizem. Ele é um ser humano! Foi amaldiçoado antes de nascer ao se tornar um jinchuuriki, mas ainda assim é um ser humano. Ele consegue ser gentil e amável, até mesmo com aqueles que o desprezam. Ele se esforça para ser aceito por todos e mesmo assim é desprezado feito lixo! Meu sobrinho ao menos tem aquele demônio dentro dele como justificativa. Mas e o senhor? Como justifica toda essa maldade dentro do coração? O senhor sim é o verdadeiro monstro!
— Você não pode estar lúcido, Yashamaru... Essa pancada na cabeça deve ter feito algum mal a você.
Enfim, Yashamaru virou-se, indo em direção a porta.
— Eu estou ótimo, senhor kazekage. Nunca estive tão certo de alguma coisa em toda minha vida.
Abriu a porta para sair, já podendo ver a expressão apavorada de Baki ali do outro lado, ele tinha ouvido tudo; mas a próxima frase de Rasa o fez voltar atrás e fechar a porta novamente.
Péssima decisão.
— Se você não fizer, então eu mesmo o faço – o kazekage sorriu ao perceber que Yashamaru caiu em seu blefe. — E você sabe que por mais poderoso que o Gaara possa ser, ele não tem total controle sobre aquela areia. Eu, por outro lado, sou o mestre da manipulação da areia, não existe ninguém em todo o país do Vento que se iguale a mim na manipulação desse elemento. Eu mato o Gaara, pode acreditar em mim.
— O senhor só diz isso porque está bêbado... – o ninja-médico quis acreditar nas próprias palavras sussurradas. — Não seria capaz de fazer algo assim, tão baixo.
O kazekage rangeu os dentes de tanta raiva.
— Eu seria! – ele berrou como um animal, cuspindo saliva pelos ares. — Pela segurança da minha aldeia, eu seria capaz disso, sim! Acredite em mim, Yashamaru, eu mato aquele garoto. E juro que procuro o jeito mais doloroso de fazer isso!
O ninja de expressão desesperada não aguentou as palavras que ouviu, todas elas lhe acertando como socos no estômago. As pernas de Yashamaru falharam e ele caiu no chão, com o rosto inundado em lágrimas. Seu corpo tombou no chão, caiu ajoelhado aos pés do kazekage, com uma postura de derrota.
Ficou assim durante um tempo, chorando baixinho, com as mãos escondendo o rosto e uma estranha sensação na garganta, como se ela estivesse fechando aos poucos.
Um tempo depois, a voz arrastada do kazekage alcoolizado reapareceu:
— E então, o que você me diz, Yashamaru? Eu faço com crueldade ou você faz com amor? Estou esperando.
Duas palavras gigantescas:
— Eu faço.
— Por favor, Yashamaru, não fique miando igual um gatinho, fale mais alto!
— Eu faço... kazekage-sama – repetiu ele, entre soluços.
— Muito bem, meu menino. Com você, Gaara pode ter alguma chance de sobreviver. Talvez você mesmo não tenha essa chance, mas acho que será uma perda que vamos ter que suprir depois.
Yashamaru continuava chorando no chão, com as mãos no rosto, corpo encolhido e trêmulo e com seu líder tirano observando-o do alto.
Por que ele simplesmente não se levantou logo dali e saiu? Por que teve que ficar?
Acontece que Rasa começou a observar Yashamaru mais detalhadamente: a cor de seus cabelos, tão loiros e visivelmente sedosos; o contorno delicado de seu corpo. Aquele pedaço de pele clara exposta fora de seu quimono, quando ele caiu e deixou um dos ombros à mostra. Até o perfume natural de Yashamaru estava mexendo com a mente e o corpo de Rasa. E aos poucos, os olhos bêbados e raivosos do kazekage foram se transformando em olhos de luxúria.
O kazekage estava completamente entorpecido pelo álcool, é verdade. Estava com as emoções à mil. Deve ter sido por isso que ele começou a agir como um completo boçal.
Rasa começou a desabotoar as alças devagar, enquanto olhava o corpo pequeno de Yashamaru ali embaixo dele; ele umedecia os lábios, sem tirar a atenção da figura ajoelhada no chão, numa posição que lhe parecia favorável. Por um momento, Rasa imaginou que aquela pessoa ali fosse Karura. Que aqueles cabelos loiros e viçosos fossem os dela, que aquelas mãos pálidas fossem de sua esposa. Que aqueles olhos violetas fossem de Karura. Até o cheiro que exalava de Yashamaru fazia Rasa pensar que se tratava do antigo perfume que Karura usava e que o deixava tão excitado.
De fato, os irmãos eram muito parecidos, para não dizer idênticos. E juntando a saudade com o álcool e o entendimento de que tudo lhe era permitido por ser o kazekage, Rasa atacou Yashamaru.
— O-o que o senhor está fazendo?
— Eu quero você, Karura. Eu senti tanto a sua falta!
Yashamaru se colocou em pé, com Rasa já o segurando pelos braços, com toda a força.
— Não, eu não sou a Karura! Sou eu, Yashamaru. Me solte!
O jovem ninja olhou dentro dos olhos luxuriosos de Rasa. Estava escrito em seu olhar que aquele homem não estava brincando. Ele ia cometer uma loucura. E se em algum momento de toda a sua vida Yashamaru sentiu medo, raiva ou qualquer outro sentimento negativo em relação ao Quarto kazekage, nada se comparava ao que ele sentia naquele instante.
A palavra mais adequada era essa: desespero.
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