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História Apartamento 505 - Capítulo 1, vizinha problemática.


Escrita por: Lady_nya

Capítulo 2 - Capítulo 1, vizinha problemática.


Eu estava puta, e eu tinha vários motivos para eu estar realmente muito puta.

Queria que o motivo da minha raiva fosse apenas o meu novo vizinho canalha que veio na minha casa - ênfase "na minha"-, para falar mal de mim, ou por ele estar escutando nesse momento uma música péssima no último volume.

Mas não era só isso, claro que não era, a vida me odiava o suficiente para viver me fodendo.

E a culpa era dele, o canalha gostoso, desde que ele pisou os pés dentro do meu apartamento as coisas viraram uma bagunça.

O desgraçado não era só bonito como um anjo caído, ele era um anjo caído. Seu azar impregnou a casa inteira e a minha vida inteira. Meus futuros tataranetos ainda teriam azar.

Depois que o tal Sasuke seguiu sua vida depois de vir me ajudar, tudo começou a dar errado, eu tinha certeza que ele ficou com raiva de mim por escutar inocentemente a conversa, e rir da dr dele que ele achou que seria uma boa idéia jogar uma praga em mim.

Eu não vim de uma família religiosa, mas eu acreditava nessas coisas de mal olhado, e era claro que era minha situação.

Para começo de conversa, eu tropeçei e cai de cara no chão, resultando em um tornozelo doido e um corte no meio da testa, mas não era o bastante, claro que não,  a caixa que eu tropeçei eram as coisas novinhas de cozinha que eu tinha comprado.

Eu tinha gastado a maior grana naquilo, e agora tudo o que restava eram caquinhos, meus próximos dias seriam comendo em pratos descartáveis.

— Sasuke demoníaco, praguento-  era o que eu repetia enquanto quase chorava ao jogar as coisas fora.

Mas tudo bem, essas coisas acontecem, não adianta chorar pelo leite derramado, era só um pequeno acidente.

Iludida.

Segui minha vida, bati meu dedo mindinho em todas as quinas da casa e depois fui tomar um banho. Tava cansada, fedida, grudenta, queria um banho gostoso, quem sabe assim eu lavava aquele azar que só crescia.

Mas, Deus olhou para mim hoje e disse: hm, haha, hoje não.

O chuveiro estava quebrado, literalmente quebrado, não saia água, de jeito nenhum. E lá foi eu, ter todo o trabalho de vestir a roupa de novo e ir chamar o seu Zé, o porteiro.

Tudo bem, Sakura. Era só um chuveiro quebrado, era só trocar a resistência e pronto.

Não, não era. O problema era o chuveiro inteiro, eu ia precisar comprar outro chuveiro, mas era domingo, quase a noite, não tinha uma loja aberta.

O porteiro, que eu duvidava ter algum senso, disse que eu podia pedir para tomar banho na casa do vizinho, é claro que eu neguei com minha morte.

Fiz todo o percurso de sair da minha casa e ir até a portaria e voltar xingando o vizinho.

— O que eu fiz de mal para aquele desgraçado amaldiçoar a minha casa?? Sasuke nojento, Sasuke nojento...

Fiz o que achei mais sensato, tomei banho de canequinha, na água gelada, porque eu também ainda não tinha um gás de cozinha.

Meu cabelo tava sujo, fazia umas duas semanas que eu não lavava o cabelo. Eu ia para um barzinho com o cabelo sujo e um corte na testa.

Durante o banho inteiro eu relacionamento lindos adjetivos ao nome do Sasuke.

A culpa não era dele - era sim -,  mas eu precisava culpar alguém, e o escolhido foi ele. Até porque, eu não estava com esse azar antes de falar com ele.

Fui me arrumar, toda linda. Na maior calma, mesmo atrasada.

Me estressar para que? Para ter ruga? Não tinha motivo, tava tudo perfeito.

Até que, procurando alguma roupas nos sacos plásticos, onde eu tinha jogado elas de qualquer jeito e provavelmente não arrumaria elas no guarda roupa tão cedo, um pontinho preto passou correndo perto de umas caixas no canto do quarto.

Uma ratazana, enorme e nojenta.

Ai eu tive certeza que o corno - o que era verdade - do meu vizinho tinha me jogado uma praga. Eu tava de boa hoje de manhã, achei até 10 centavos na rua, foi só depois de cruzar com ele que tudo deu errado.

Não pensei duas vezes e sai correndo de toalha para fora. Minha sorte era incrível.

E lá estava, o suposto culpado de tudo aquilo, passando tranquilamente pelo corredor.

Ele deu um pulo quando me viu correndo - só de toalha - e gritando. Me escondi atrás dele. Eu conheci o cara hoje e ele já estava me vendo semi-nua. Que dia legal.

Me importei? Não. Eu tenho medo de animais, principalmente ratos, e na minha cabeça, ele era o culpado, então ele ia me ajudar sim.

— Garota você ficou louca? - ele tentou se soltar do meu aperto, mas eu cravei minhas unhas nele — ai, caralh..

— Tem um rato gigante lá dentro - gritei, talvez eu estivesse a um passo da loucura, mas eu realmente não me importava.

— E o que eu tenho haver com isso? Cada um com seus problemas.

Ele tava certo? Tava.

 Eu ligava? Não.

— Como você é sem coração, você vai deixar sua pobre e coitada vizinha descer lá embaixo só de toalha?

Ele bufou e puxou a minha mão do seu braço e se virou para mim. Se disser sim eu faço escândalo.

Eu estava assustada, semi nua e com um machucado no meio da testa, ainda fiz um olhinho de cachorro abandonado. O que custava ele me ajudar.

Revirou os olhos e mexeu nos cabelos, antes de bufar de novo.

— Por que será que essas coisas só acontecem comigo, hein..- e entrou para dentro do meu apartamento.

Eu sabia que por trás daquela máscara de bravo tinha uma pessoa boa.

Lindo, nunca critiquei.

— Você ainda não arrumou essa zona? - a ousadia meu deus.

— Não deu tempo, tudo começou a dar errado hoje.

Por que será né..

— Hmm(...) Onde ta o rato?

— No quarto, perto de umas caixas... ele é grande, vai ser fácil de achar...

Ele não respondeu, só se agachou no chão e começou a tirar as coisas de dentro de uma caixa.

— Você é problemática, sabia? Eu já sabia disso quando você deu aquela risada de quem acaba de sair de um hospital psiquiátrico, mas agora eu tive a confirmação. E se eu fosse um louco que se aproveitasse da situação?

Ele tava certo, mas escolhi me fazer de doida.

— A que isso, você não é louco né, haha, que besteira. - é sim.

Ele não respondeu e foi para o quarto.

— Err..(...) você pode pegar uma roupa para mim? Tem um vestido em cima da cama.

Fiquei encolhida na porta, imagina o rato vem e me ataca.

Ele jogou a roupa para mim de dentro do quarto eu corri para o banheiro.

Que vergonha, que vergonha, que vergonha, que vergonha. Era para ser um dia legal.

Sasuke Uchiha<<<<

Eu odiava ratos, não tinha medo, mas odiava. E odiava ainda mais a situação que estava acontecendo agora.  Era o tipo de coisa que eu daria risada se acontecesse com algum amigo meu, mas não imaginária que eu seria o felizardo.

A porta do banheiro fechou com força e eu agradeci mentalmente que ela estivesse se trocando. Não era por mal, mas ela era bonita, tinha um cabelo legal e estava só de toalha, foi inevitável não reparar. Não era como se eu fosse um tarado ou algo do tipo.

Era legal ter uma vizinha bonita, e eu até podeira tentar alguma coisa, mas provavelmente ela me achava um corno e um insensível, o que não era mentira, para ser sincero.

E também, ela era louca. Pirada. Doida. Eu escutei ela me xingando hoje, nossos apartamentos eram lado a lado, ela esperava o que? E agora, depois de ter passado o dia murmurando sozinha que eu era um demônio ela veio me pedir ajuda. Ela não era normal. Eu definitivamente nunca tentaria algo com ela.

E, eu nem sei o que eu fiz para ela, qual era o motivo dela ficar me xingando o dia todo? Doida, doida.

Falando na diaba, ela apareceu na porta, toda amoadinha e encolhida enquanto apertava o vestido no meio das pernas.

Corei quando me toquei que eu havia jogado para ela apenas um vestido, e nada para vestir por baixo. Virei o rosto. Que situação constrangedora.

Ela era psicopata e esquisita, mas era bonitinha.

Foco, Sasuke.

— Você pegou o monstro? - segurei uma risada, era só um ratinho pequeno e ela estava morrendo de medo. Doidinha.

— Sim, vou levar ele para a portaria, lá o Zé da um jeito - mostrei a caixa.

— Ele não vai matar o ratinho, vai? - ela olhou para mim com aqueles olhos grandes. Concentração, Sasuke.

— Você estava morrendo de medo dele e agora não quer que ele morra? - franzi a sombrancelha e ela pareceu constrangida.

To dizendo, ela é piradinha.

— É só que.. É maldade matar o ratinho, agora que ele ta ai dentro, ele é inofensivo...

Respirei fundo.

— Tudo bem, vou levar ele para algum terreno vazio..

— Você promete? - foi quase impossível não levantar a sobrancelha, agora ela parecia uma garotinha de 5 anos de idade. Uma hora ela é doida, outra hora ela é fofa, outra hora ela ta rindo de mim e me xingando. Vou recomendar um terapeuta.

— Sim, sim, eu não vou matar ele - eu realmente não ia matar, porque eu também estava com dó. - eu vou indo agora, compre tampinhas para os ralos da sua casa e arrume essa bagunça, ou vai aparecer outro. - desviei do campo minado que era sua casa até a porta.

Eu queria ir embora logo, ela passou o dia com raiva de mim, vai que me ataca. Eu não duvidaria.

Ela me seguiu e parecia com vergonha.

— Obrigada por me ajudar, e desculpa por ter rido da coisa toda hoje mais cedo...

Segurei o sorriso e só assenti. Ela deixou de ser uns 10% desagradável agora.

— Tudo bem, eu não julgo você por ter dado risada, não se preocupe - ela sorriu de orelha a orelha - e coloque um curativo nessa testa, está horrível.

Não dei tempo para ela falar e sorri quando escutei ela grunhir e bater a porta.

(...)

Sakura Haruno<<<<

— Levou um tiro na testa, rosinha? - Chouji, pergunto enquanto enfiava um pedaço de salame na boca.

Revirei os olhos, e sentei na mesa junto com o resto dos meus amigos.

— Eu cai e bati a cara no chão, seu idiota. — olhei para meus outros amigos, que olhavam curiosamente para algo — tão fazendo o que? - roubei um salame da porção em cima da mesa.

— Aquela garota ali - Ino aprontou para uma loira sentada no balcão - A gente perguntou para o barman, e ela tá aqui  desde que o bar abriu, já bebeu um monte.

— Vamos fazer um bolão para saber o que aconteceu.

— Expulsa de casa por ser da comunidade LGBT - Karin falou enquanto bebia.

— Grávida - Ino disse.

— Alguém morreu. - Shikamaru era sem coração.

— Tava entediada e quis beber, acho - Chouji disse enquanto oferecia um cigarro para Shika.

— Vocês são muito fofoqueiros - apertei os olhos para ver a garota melhor — término de namoro.

— Como você é sem graça, chata.

— Qual é, Chouji foi pior - protestei — Afinal, como a gente vai saber se ganhou?

— Vamo tirar no 2 ou 1.

— As vezes me pergunto se vocês estão na faculdade ou no ensino médio, até você Shika??

Não teve jeito, tive que participar. Eu era péssima nesse jogo.

Ino colocou 1. Karin 1, Chouji 1, e eu e Shikamaru 2.

Não acredito que empatei com o cara mais inteligente da mesa.

— Rincha de gênios.

Eu odeio meus amigos.

Era uma partida decisiva de pedra, papel ou tesoura, concentração.

— jo..

— ken

— pô!

Joguei a cabeça na mesa, devia ter jogado tesoura.

— Vai lá, testinha.- por que eu ainda era amiga da Ino?

— Quem ganhar bebe a noite inteira de graça.

Revirei os olhos, que dia horrível.

(...)

Eu estava bêbada para caramba, eu tinha ganhado a brincadeira idiota e bebido até passar mal, e agora eu estava aqui, dentro do elevador e cambaleando.

Queria dormir, queria minha casa.

Bocejei encostada na parede do elevador, minha visão estava toda em embaçada e rodando.

Dei risada sozinha quando tropecei ao sair do elevador.

— Casa, casa, casaaaa - cantei, tentei rodar a chave na fechadura, mas não deu certo, então só abri a porta — ué, deixei a porta aberta?

Esbarrei em tudo, equilíbrio zero. Derrubei um copo em cima da minha mesinha.

— Desculpa, copinho, hehe - me joguei no sofá - meu sofá é tão gostoso, minha casa é tão bonita, aquele loirinho parado é tão gostoso.... Han.

Me levantei em um pulo, olhando ao redor. Aquele não era o meu apartamento.

Eu não acredito que entrei na casa errada.

Levantei correndo e bati o dedo na mesa de centro.

— Aiai ai, escuta loirinho, eu entrei na casa errada e... - paralisei ao olhar no corredor, Sasuke, o canalha-agora-não-tão-canalha de toalha.

Senti como se todo álcool do meu corpo evaporasse.

— h-han, eai, Sasuke, você não vai acreditar no que aconteceu, história engraçada, haha - fui andando de fininho até a porta - mas você ta ocupado ai, com teu rolo, amanhã te conto, falou.

— Para.

Parei, oh fiquei quietinha.

Tô fodida.



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