Planeta, o que você pensa quando lê ou escuta está palavra?
Certamente imagina o planeta terra, azul e verde do jeito que ele é.
E ele ainda está assim, visto lá de fora, mas aqui “dentro” tudo mudou.
Não tem mais aquele tanto de pessoas habitando este lugar, só sobraram algumas, e estas pessoas são chamadas de sobreviventes, Por que sobreviventes?
Simples, o que estava na profecia se concretizou, o fim do mundo chegou, de uma forma que uns acreditavam que seria impossível.
Um apocalipse Zumbi, meio clichê, não?
As pessoas que sobreviveram estão escondidas, tentando de alguma forma, passarem mais um dia vivos, sem virarem pedaços de carne podres.
Uns estão em lugares isolados, outros estão caçando um lugar pra ficar, e tem outros que...
—De jeito nenhum!—a mulher negou e a outra bufou impaciente.
—Larga de ser Egoísta Kim! Que que custa aceitar a proposta? —perguntou a outra não vendo o por que da mulher recusar.
—Eu? Egoista?! —perguntou furiosa apontando o dedo para a mulher na sua frente—quando a comunidade estava sendo invadida pela cidade vizinha eu pedi sua ajuda! Mas você disse que tinha coisas mais importantes pra fazer, e que aquilo não era problema seu! Quem é a egoísta Castle?
Mack apenas afastou o dedo de Mi-Chan da cara dela com um sorrisinho.
—Águas passadas querida, se eu fosse querer saber do passado eu iria no museu, mas eu quero saber do aqui e do agora—Diz se sentando na poltrona descontraidamente, o que só irritou Mi-Chan, a mesma ia responder mas Mack continuou—Já te disse Kim, pense, tudo que você e sua patrulha conseguirem, metade irá ser minha, isso será bom, pois iremos proteger a comunidade.
—E eu já te disse que não aceito isso! —respondeu Mi-Chan de braços cruzados mostrando que não iria ceder—não vejo o por quê de te dar a metade.
—Eu te falo o porque querid...
—pare de me chamar de querida e me respeite! Sou sua Unnie—Falou Mi-Chan que já estava farta com a falta de educação dela.
—Não me interrompa querida, já lhe falei que essa educação doida da Coreia não se aplica a mim? Sou descendente de coreanos, mas não nasci aqui, por tanto, pouco me importa essa forma de falar besta de vocês —Falou dando de ombros—já te falei, a comunidade ficará protegida. Vamos ao que interessa, vai ou não topar? se for um não, terá consequências.
—Não mudo minha decisão —Falou Mi-Chan convicta, Mack gargalhou e então a encarou desafiadora.
—Então, vamos nos ver brevemente Kim Mi-Chan esteja preparada—Falou a mulher já adorando o próximo desafio que teria que fazer.
Tomar a comunidade das mãos de Kim Mi-Chan a líder que já deu muita dor de cabeça pra ela seria ótimo.
Que Kim Mi-Chan esteja preparada, pois uma guerra está por vir, pensou a garota sorrindo e saindo da “Casa branca”.
**
—Pela sua cara, vejo que não conseguiu o que queria —diz Mark debochadamente, o olhei com as sobrancelhas arqueadas.
—Sua sorte, é que eu estou de bom humor—comentei encarando meu irmão, o mesmo me olhou confuso.
—Uai, desde quando fica de bom humor quando não ganha as coisas? Kenzie, eu me lembro muito bem, que quando eu ganhava algum presente, você pegava ele e jogava na minha cara zangada, porque não tinha ganhado um também—revirei os olhos pra tal comentário e decidi o ignorar caminhando pro refeitório.
—mas enfim, qual seu plano de vingança? Ah pera, tomar a comunidade da Kim? —perguntou animado, tanto eu, quanto ele queríamos isso mais que tudo, claro que meu plano inicial era apenas fazer um acordo.
Convenhamos aqui, sou líder de uma base, meus aliados são soldados, mas quem garante que não vai haver morte?
Ainda mais quando um por um dos meus soldados estão sumindo e sendo mortos, por que? Eu ainda não sei, estamos trabalhando nisso.
O que eu sei é que estão me atacando aos poucos, me fazendo perder um grupo de soldados aqui e lá, e uma hora, vão atacar sem dó.
Por isso que eu queria negociar com a cabeça dura da Kim, se ela servir a mim, automaticamente, toda a comunidade dela, irá também.
Ou seja, se uma guerra acontecer, todos os homens da comunidade lutarão ao meu lado.
E eu acho que é por isso que ela não cedeu, mas se ela está achando que eu vou aceitar essa negação dela e correr o risco da minha base ser destruída, ela está muito enganada.
Sou Mackenzie Castle Alighieri meu bem, e sou daquelas que não desiste fácil.
—Ei! Alighieri! —Chamou Andressa, a mesma vinha com o prato de comida nas suas mãos, me virei pra ela curiosa.
—Você não deveria estar com o Dong Wook, Min Soo e Yoon Ji, pegando suprimentos ou coisas assim? —perguntei e ela sorriu engolindo a comida que estava mastigando, Mark deu uns tapinhas leves no meu ombro murmurando um “Tchau” e se retirou.
—pois é, é sobre isso que eu queria falar—diz e eu fiz um gesto para que ela continuasse—Os meninos pensaram que dessa vez você poderia vir conosco, sabe, estamos indo pro mesmo lugar onde Felix e o grupo dele foram sequestrados, achamos que se você investigasse junto com nós, poderia ter uma ideia do que aconteceu lá analisando o local.
Ela explicou e eu assenti pensativa.
—Primeiro irei ver se as coisas aqui estão saindo como planejado, depois retorno a vocês dizendo quando iremos—a informei e a mesma assentiu.
—Alighieri, sei que não costuma acreditar nessa hipótese, mas...Acha que eles estão vivos? —perguntou hesitante e eu a encarei.
Vi em seus olhos que ela temia por alguém, repassei todas as pessoas que foram com Felix, na minha mente e me lembrei de alguém em especial.
Cameron, o garoto quem Andressa resgatou, e que eu suspeito que estejam de rolo.
Essa é a parte ruim de se pedir conselhos para pessoas que não têm esperança, não sabemos como lidar com essa situação.
—Andressa eu vou ser direta, não tenha esperanças, você vai se machucar mais ainda, esteja preparada, assim a morte dele não irá causar tanta dor em você—Aconselhei e seus olhos brilharam cheios d’água, engoli em seco desconfortável e ela piscou rapidamente expulsando as lágrimas e assentindo com a cabeça.
Afinal, nenhum soldado meu chorava na minha frente, ela não era uma soldada, mas era uma médica que estava comigo a tempos, e acabou adquirindo os hábitos dos soldados.
—Dispensada—falei ao perceber que ela não tinha mais nada a falar, ela prestou continência e então saiu.
Andressa entrou na base logo no começo, ela era filha do médico que servia no exército, ele e o Sr.Castle conseguiram proteger a base e trazer os soldados e suas famílias pra cá em segurança.
Ela assim como eu era estrangeira, foi por isso que eu a conheci, enfim, meu irmão falava coreano na época, mas eu não, e eu fui trazida logo quando eu me separei dele, ela foi uma tradutora pra mim, e ela e o Sr.Castle me ensinaram coreano.
Ela foi a primeira que chegou aqui com sua família, e era direito dela ser líder quando o Sr.Castle bateu as botas, mas por motivos que eu ainda não sei quais, ela passou a liderança pra mim.
E foi uma decisão muito sábia, devo dizer, afinal, consegui manter as rédeas aqui na base, e estamos vivos até hoje.
Saí do refeitório logo após de pegar uma maçã e me dirigi para o meu escritório.
**
—Mandou me chamar capitã? —Perguntou Yoo Jong Soo entrando meu escritório.
—Sim—respondi e ele prestou continência e ficou em pé de frente a minha mesa.
Esse negócio de ficar prestando continência era realmente um uó pra mim, mas como eles já estavam acostumados com o Sr.Castle, eu não reclamo muito com esse fato, mas também não cobro essas saudações.
—Irei deixar você de olho na base hoje, pois sairei com o grupo B hoje—o informei e ele me encarou confuso.
—Mas isso não é trabalho do Mark o seu braço direito? —perguntou e eu o olhei—Desculpe minha curiosidade capitã.
—Me chame pelo sobrenome soldado Yoo—o repreendi.
—Estou trabalhando nisso Alighieri—respondeu e eu apenas assenti.
—Respondendo sua pergunta anterior soldado, Mark estará ocupado nas últimas horas, e não irá poder ficar de olho na base—o respondi e ele assentiu.
—Alguma restrição soldado? —perguntei.
—Não Senhor... —o mesmo se interrompeu de falar senhora ao ver meu olhar—Quer dizer...Não Alighieri.
—Dispensado—digo e ele se retira logo após prestar continência.
Sai do escritório e fui em direção ao grupo B que já estavam preparados só me esperando.
—Preparados? —Perguntei e eles assentiram—Como vai ser a nossa rota?
—Primeiro pegaremos os suprimentos, depois iremos pro local onde o grupo A esteve a última vez—Explicou Dong Wook e eu assenti.
—Yoon Ji, vem comigo—Avisei e ele assentiu vindo pro meu lado—como já sabem, o fluxo de zumbis na cidade é maior, então tomem cuidado, e avisem o grupo C para ficarem atentos também.
—Sim Alighieri—os quatros falaram em uníssono.
**
—Qual é o plano, Alighieri? —Perguntou Andressa pelo walk talk.
Decidimos que era melhor nos separarmos quando vimos automóveis no velho supermercado onde o grupo A foi sequestrado.
—Eu e o soldado Dong Wook vamos entrar primeiro, acho que eles estão aí pra fazer a segunda parte do sequestro—digo e não ouço retorno.
Havia duas etapas, ou seja duas partes que o inimigo fazia quando sequestrava um dos nossos grupos.
Primeiro: sequestrava e tentava adquirir informações da nossa base (isso é óbvio) e então matava quando viam que eles não iriam falar nada.
Segundo: Deixava os cadáveres dos nossos soldados no mesmo local em que os sequestraram, porque sabiam que iríamos os procurar.
—Andressa, quero que esteja preparada okay? —perguntei suspirando cansada, esse era o lado ruim de criar um laço com uma pessoa.
Você fica fraco quando ela está em perigo, e também vulnerável, age na emoção e não na razão, e isso é o erro bastante comum o que resulta a morte em várias pessoas.
—Estou preparada Alighieri—respondeu.
—Ótimo, iremos dar um sinal para o ataque surpresa de vocês, fiquem atentos, vamos entrar agora—digo e guardo o walk talk no bolso da minha calça, Dong Wook abre a porta e então entramos pelo fundo.
Por causa da luz do sol, o super mercado não está escuro, o que é bom para nós, Pego minha arma e caminho em alerta, olho Dong Wook e sinalizo pra ele virar a direita, e aviso que irei pra esquerda.
Ele entendeu e virou, eu também, tudo estava silencioso, continuei caminhando lentamente atenta a tudo ao meu redor.
Virei de novo e percebi que estava na sessão dos produtos de limpeza e de higiene, mordi o lábio inferior quando vi os absorventes.
Tá aí uma coisa difícil de se achar numa época dessas.
Vi que tinha uns 10, olhei ao redor me certificando que nada estava vindo e tirei minha mochila das costas a abrindo e socando os absorventes dentro.
Quando me virei algo me jogou no chão, olhei pra cima e por pouco minha cara é toda deformada por dentes.
Rapaz, em zumbi tudo apodrece né? Mas por que é que eles ainda tem dentes?!
Empurrei a cabeça da coisa que um dia já foi um ser humano e rolei pra longe dela.
Me levantei e me preparei pra atirar, mas, mais um zumbi apareceu me agarrando e fazendo a arma cair.
Notícia boa? O tiro pegou na cabeça do zumbi que tentou me comer antes, notícia má? O tiro foi alto, e eu tenho certeza que chamou atenção.
Com toda a minha força, empurrei o zumbi contra a prateleira, e ele caiu com ela, rapidamente peguei um desentupidor de vazo e o taquei com tudo na cabeça do zumbi, ele se partiu ao meio e eu aproveitei a ponta afiada que havia ficado no cabo e afundei na cabeça do Zumbi.
Me levantei rapidamente e peguei minha bolsa e minha arma, peguei o walk talk e recuperei o fôlego.
—Dong Wook, Há Zumbis no supermercado—avisei e depois ouvi tiros—Você está bem?
Sem retorno, corri na direção em que ele estava, no primeiro corredor: nada, no segundo: também não, no terceiro: achei!
Três pessoas estavam de costas pra mim em pé de frente a Dong Wook, e haviam outras no chão, haviam dois homens e uma mulher.
—Eu perguntei quem é você! —o homem perguntou irritado, Dong Wook continuava calado, o analisei e vi que ele foi baleado na barriga.
Caminhei até as pessoas que estavam no chão e peguei uma aleatória.
—Shiu...se não eu atiro—sussurrei pra garota, colocando minha arma na cabeça dela.
—Nenhum movimento a mais! Se não eu atiro! —falei alto e eles se viraram.
—Você? —Eu e Kim perguntamos em uníssono.
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