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História Apoquentar - Unique - inocência tangivelmente apoquentadora


Escrita por: nastyona

Notas do Autor


Yo! Acabou que eu resolvi escrever uma Jonadio um dia antes do aniversário da minha xará, Clara, então espero que ela veja como um presentinho heheheheh E espero que a @Gelato_ não se decepcione também uashduahs
Para comemorar a volta de inspiração, e espero que esteja bom >< Recomendo que leiam ouvindo a música que deixarei nas notas finais, por favor <33
Um beijão e boa leitura!

Capítulo 1 - Unique - inocência tangivelmente apoquentadora


Diário de Dio Brando

Inglaterra, 11/03/1885

Sabe, ultimamente eu estava dando uma olhada em um daqueles seus livros horríveis de arqueologia, apenas para zombar deles depois, quando percebi que seu gosto literário andava em um curioso estágio de mudança. Desde quando você aprecia literatura latina, Jonathan?

Talvez me aconteceu de puxar demasiadamente forte os livros horrorosamente pesados, que conveio a desventura de cair-me aos pés um exemplar de um autor... brasileiro? Não sei, apenas o nome me sugeriu tal possibilidade tamanha estranheza da graça.

Folheei o livro presunçosamente – ah, então é poesia latina? Interessante. Em uma das folhas do meio, o livreto (ridiculamente leve e até confortável, se comparado à sua coleção) me ofereceu um poema intitulado “O beijo do czar”. Curioso, me deixei ler as primeiras estrofes.

Nada mau, eu pensei, até me deparar com a palavra “apoquentar”. Tentei procurar a palavra no profundo dicionário da minha mente, encontrando o mais absoluto vazio. Constrangido, meu rosto ruborizara por conta de uma maldita palavra. Nunca diria a alguém, mas eu odiava quando lia algum exemplar qualquer da sua coleção e simplesmente não sabia  o significado de uma ou duas palavras.

Vergonhoso, muito vergonhoso. Como poderia zombar de você se nem eu sabia o que significavam tais palavras?

Então, embebi-me de orgulho e procurei em outros dicionários o significado de um verbo tão miseravelmente constrangedor. Culpa sua, Jonathan, eu estar passando por tamanho constrangimento. Como poderia ter em seus milhares de livros, um verbo em suas dezenas de flexões, que me fez simplesmente perder a compostura?

Eu o odeio.

Ambos – o verbo e você.

Então, por pura curiosidade, descobri que o significado de apoquentar não é mais nada do que você se irritar por tão pouco, tanta insignificância. Senti-me desapontado ao ler tamanho significado, afinal de contas, um verbo como esse me passou uma ideia de alento, algo agradável e ameno, para então expressar um significado amargo como esses.

Inútil, inútil, inútil.

Afinal de contas, quem, no mundo, fala apoquentar em uma conversa civilizada? Por que você tem um livro que possui a palavra “apoquentar”? Por que você lê poesias, Jonathan? Para quem iria escrevê-las, se não tem mais quem leia seus garranchos sentimentais? E por que eu estou tão irritado com isso?

Estou perdendo a compostura novamente, e tudo por conta de um maldito verbo – o famigerado apoquentar. Sim, talvez eu esteja me apoquentando, e tudo por causa de você, Jonathan Joestar.

* * *

Jonathan fechou o diário, com um sorriso inocente e bobo nos lábios. A vontade de rir o metralhava, mas ele queria se conter e aguardar até que Dio retornasse. Sabia de cor a rotina do rapaz, então não deveria demorar para voltar do passeio a cavalos.

Dito e feito, não demorou nem cinco minutos para que ele retornasse à mansão, vestindo seus polidos trajes de equitação. Assim que adentrou o salão, seus olhos claros foram se deparando com o irmão adotivo muito bem sentado em um divã, com seu diário entre as pernas, sugestivamente semiaberto. Dio demorou para associar o sorriso de Jonathan com seu diário, mas assim que conseguiu o feito, seu rosto avermelhou-se até as orelhas. Não sabia dizer se era raiva ou vergonha – possivelmente uma mistura caótica de ambos.

– Seu cretino! – Brando tentou correr para pegar o que era seu por direito, mas Jonathan foi mais rápido e escondeu-se atrás do estofado. – Não é algo muito cavalheiro pegar as coisas dos outros e ler sem permissão!

– Você não tem moral para reclamar de mim. – Apesar de estar com a vida por um fio, Jonathan sorriu, tentando pensar numa maneira de fugir para a cozinha sem ser trucidado.

Aconteceu que Dio acabou por cair sobre Jonathan, ao tentar pular o divã. Ao tentar se contorcer, Jonathan acabou soltando o livro preferido de Brando. O diário foi parar a metros de distância dos dois jovens, que estavam em uma posição deveras comprometedora. O rubor não abandonou o rosto do loiro.

– Isso é constrangedor, seu acéfalo. – Brando tentou se levantar, mas para a sua surpresa, Jonathan o impediu, ao colocar um braço sobre suas costas. Se eles já estavam com os rostos bem próximos, agora tinha piorado. – Me solte.

– Vai se apoquentar por causa disso? – Jonathan sorriu com inocência. Dio sentiu seu coração falhar uma batida, tamanho constrangimento e ódio que sentia escoar em suas veias.

– Você é um idiota, Joestar.

– Por você. Aliás, sabia que você fica lindo quando irritado?

A surpresa foi bem vinda, mas não tão percebida, tendo em vista que Jonathan simplesmente não deu tempo para que Dio processasse suas palavras, deixando que a já pouca distância de seus lábios fosse extenuada. Não foi um beijo tão dramático quanto aquele que Dio havia roubado de Erina; na verdade, havia uma inocência quase eclesiástica naquele humilde unir de lábios.

Alguns segundos se passaram, até que Dio erguesse seu corpo com violência sobre os braços, e consequentemente parasse o dito beijo. Jonathan ficara levemente confuso.

– No que você está pensando?! – Dio perguntou, estarrecido, como se eles houvessem acabado de cometer um crime.

 – Em como apoquentar você. – Jonathan sorriu, com a mesma inocência tangível de sempre. Tão rapidamente, inverteu suas posições, deixando que Dio ficasse deitado sob ele. O loiro o empurrou pelos ombros, fazendo que o corpo do outro tombasse para o lado. Aquilo arrancou uma boa risada de Jonathan. – Pelo visto, estou conseguindo.

Dio revirou os olhos e se levantou. Queria tirar aquelas roupas de couro e tomar um merecido banho relaxante. Portanto, elegantemente, pegou seu diário abandonado pelo chão e se retirou do salão, ignorando aquele que tinha que chamar de irmão adotivo, o qual sorria feito um bocó ainda deitado no chão.

Aquilo era uma desonra, Dio nunca perdoaria Jonathan por saber daquelas coisas. Não perdoaria por saber como provoca-lo. Por saber como deixa-lo vermelho até as orelhas. Por saber como mexer com sua cabeça daquela forma tão simplista e odienta.

Não o perdoaria por saber daquele verbo. Afinal de contas, apenas a existência de tal já era suficientemente apoquentadora.


Notas Finais


https://www.youtube.com/watch?v=LGKWEZMmMN8
Estou em uma vibe de Lo-Fi e K-Indie e K-Chill que não cabe em mim, sério ><
Espero que vocês tenham gostado, e que eu não tenha decepcionado ninguém :3


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