Uma bela voz. Não. Uma voz angelical!!
É assim que o público intitula a voz da cantora Uzumaki Karin. Famosa por sua bela voz e maestria ao piano, Karin canta e encanta a todos que a ouvem. Guerreira e batalhadora, Karin venceu na vida com muito trabalho e esforço. Vindo das ruas, após perder seus pais durante um ataque terrorista, a Uzumaki nunca baixou a cabeça para a dor e enfrentou seus medos! Se tornou andarilha, vagando de cidade em cidade, dormindo na rua, passando fome, explorada e tratada como lixo. Até que viu a luz no fim do túnel, literalmente!
Quando a jovem tinha 15 anos, estava correndo pela vala de um túnel fugindo de um estuprador. Naquele horário, o tráfego estava grande e em um ato de desespero, a Uzumaki atravessa as faixas para o outro lado no exato momento que um carro vinha e buzinou.
Freada de pneu. Uma batida forte e abafada. Escuro.
Quando a Uzumaki acordou estava num quarto branco em uma cama de hospital, tomando soro na veia. Naquele dia, aquele infortúnio dia, marcou o início de uma nova vida para a ruiva. No acidente, Karin havia quebrado duas costelas e fraturado o fêmur esquerdo e, devido aos dias que não comerá, a ruiva desmalha com o impacto. Mas graças ao policial, Uchiha Madara, que vinha logo atrás na fila de carros e fechou o carro que atropelou a ruiva, antes que ele pudesse fugir, a jovem foi atendida com rapidez.
Não se sabe se pode chamar tal momento de coincidência ou um ato do destino, mas o fato do moreno de 25 anos estar ali, naquele infortúnio momento, marcou a vida da garota para sempre!
Após alguns dias, a ruiva do rosto mais singelo que o homem já tinha visto, acorda e, após se acostumar com a iluminação do local, ela vê um pouco embaçado, mas perceptível, a presença do moreno sentado na poltrona com uma roupa que parecia ser da polícia. Isso liga o alerta da Uzumaki que, após ser presa algumas vezes por roubar comida, passou a evitar os policiais. Principalmente quando seu corpo começa a tomar formas mais arredondadas e crescerem onde antes não havia nada. Karin não sabia se ele estava com os olhos abertos ou não, pois não enxergava muito bem, algo bem complicado para quem mora na rua. Assim, a jovem treinou e desenvolveu os outros sentidos para não ser traída por seus olhos. Ela, então, fecha os olhos e se concentra no som da respiração do homem, estava calma, poderia estar dormindo. Karin se mexia na cama para ver se despertava alguma ação no homem, mas não teve resultado. Então concluiu que ele dormia.
-Minha chance -Falou para si mesma em tom baixo, mas não o suficiente para não ser ouvido pelo Uchiha que em resposta fala:
-Chance para que?
Karin se assusta e então para. Ela tentava se levantar, o que provocou leves dores no corpo, sendo percebidas por Madara quando ouviu ela dizer "ai". Ele se levanta e ajuda ela a sentar na cama. Naquele dia, Karin contou um pouco de sua vida, pois achava que ele a estava interrogando. Ao ouvir aquilo, Madara fechou as mãos em punhos e jurou a jovem que prederia aquele maldito desgraçado que tentou estrupa-la. Já que no dia do acidente, ele acabou fugindo.
Os dias passaram, o policial tentou procurar por algum membro da família da ruiva. Um tio ou tia, avós ou irmãos, enfim, tudo que achou foi um primo, órfão também, que já estava aos cuidados de um senhor, pois o garoto era menor de idade. Sem saída, o policial resolve cuidar da garota adotando. Então, quando a mesma teve alta, ele a levou para sua casa.
Madara era um homem solteiro, dedicado ao trabalho e que não tinha tempo para romances! Sua família morava perto, mas ele preferia se isolar desde que perdeu seu irmão caçula. Talvez por isso tenha se importado com o destino da garota, que provavelmente seria o reformatório. Seu irmão, se estivesse vivo, teria mais ou menos a idade dela. Além disso, Madara sabe o que é ficar sozinho depois de perder os pais, irmão. Enfim, perder tudo. E a princípio pode mesmo ter sido por isso.
Com o passar do tempo, ambos se adaptam a rotina um do outro, o policial procura um bom tutor para dar aulas a Uzumaki enquanto ele está trabalhando. E nisso descobre que ela não vê muito bem, então marca uma consulta com oftalmologista para ela e finalmente Karin conseguia ver com clareza após colocar o primeiro óculos em sua face. Assim ela pode ver o rosto do homem que a ajudava tanto e sentiu algo a mais que agradecimento.
Aos poucos, Karin começa a ter confiança no Uchiha e conta mais sobre sua história, sem que ele precise perguntar. E quanto mais ele sabia sobre ela, mais a admirava. Certa noite, ambos foram jantar fora, num restaurante karaokê. Madara já havia ouvido a ruiva cantar e naquela noite em especial, uma fonte falou para ele que um caça talentos estaria lá jantando a negócios. A oportunidade perfeita para mostrar o talento da ruiva. Após muita insistência do moreno, Karin subiu ao palco e ao som de The Village, a ruiva cantou e encantou a todos no restaurante, inclusive o caça talentos. A Partir daquele dia, a carreira musical da Uzumaki só aumentou.
Alguns anos se passaram e a ruiva de olhos da cor do rubi mais raro, viajava pelo mundo em turnê. Agora Karin estava com 20 anos e Madara com seus 30. O policial que a ajudou, morava no mesmo lugar acompanhando a vida da garota pela tv, internet e, principalmente, quando ela ligava. A conexão entre os dois ia além de ligações e mensagens. Ambos sentiam a falta um do outro, tanto que Karin decidiu, ao fim de um show, que iria voltar para casa, voltar para o homem que a salvou! Chocando os produtores e agentes, a ruiva arrumou sua mala e se despediu com um grande sorriso no rosto. Embarcou no avião, sem nada avisar ao Uchiha, queria fazer uma surpresa! Após 3hs de viagem, seu avião pousou em solo quente e pouco a pouco cada um dos passageiros saíam. A ruiva estava tão ansiosa que nem comprar nada para o Uchiha antes de entrar no avião, então, pediu ao taxista para parar numa loja masculina de grande nome importante, para que ela pudesse comprar um modesto relógio de couro legítimo!! Agora com o presente em mãos, ela entra no táxi e vai para a casa que aprendeu a chamar de lar.
Usando um vestido longo cinza com um decote em V, fechando atrás do pescoço e deixando a costas nua. A saia do vestido era aberta até a metade da coxa, salto alto preto e o cabelo vermelho carmesim solto. Usando a mesma armação de óculos que Madara lhe deu no passado e um sorriso na face. Ela se sentia pronta e bela para vê-lo. Com seu coração a mil, sentindo algo mais que saudades, mais que gratidão, mais que amizade, sentindo amor. Ela estava pronta para chegar e dizer o quanto o amava.
Os minutos de carro que mais pareciam horas, finalmente haviam acabado. O carro parou em frente a casa do Uchiha, o motorista tirou a mala da ruiva do porta malas e, após pagar a viagem, ela segurou firme na alça da mala numa mão o presente na outra e caminhou até a porta, onde tocou a campainha e aguardou. Logo a porta se abriu, mas para o desapontamento da ruiva, uma mulher de longos cabelos negros como a noite, vestida na camisa favorita de Madara e um short muito curto. O sorriso sumiu da face dela e sua voz estava embargada na decepção.
-É...o Madara? Ele está?
-Ah, sim! Querido!
Ela chama num tom alto, mas Karin fecha a cara. "'Querido'? Como ela se atreve? E que intimidade é essa????". Karin pensa com certa raiva da cena que acabou de presenciar. Finalmente, ele chega a porta e surpreso por ver ela, acaba sorrindo e a abraça, mas Karin está zangada e apenas entra sem falar nada. Ali ainda era a casa dela, não? Ela entra em seu quarto e bate a porta com raiva, deixando o Uchiha confuso. Nunca a vira neste estado.
No quarto, ela troca de roupa e veste um short preto e uma blusa de manga longa lilás e em seguida sai, sem falar com ninguém, ela apenas sai antes que as lágrimas rolassem por seu rosto. Ele se irrita com a atitude infantil e vai atrás dela para que desse uma boa explicação. Após chamar várias vezes por seu nome, alcança Karin numa pracinha vazia que tinha ali perto e a segura pelo braço e fala:
-O que deu em você? Pensei que estava em turnê, aí você chega sem avisar e age dessa forma! O que está havendo? -a voz dele era firme e brava, mas parou quando notou os olhos marejados dela- O que está acontecendo, minha pequena?
Madara a abraça firme e afoga o rosto choroso em seu peito para que ela botasse para fora tudo que queria. Era a primeira vez em anos que Karin chorava. E ela chorou, chorou por…
Sua mãe…
Sua infância…
Sua adolescência até achar Madara…
E agora…
Por seu coração partido.
Quando terminou, Madara secou o rosto dela, meio sem jeito, mas com carinho. Então, ambos sentaram num banco e ele cortou o silêncio falando:
-Vai, me conta o que houve?
-Porque não me disse nada?
-Sobre?
-Aquela mulher!
Madara então percebe que a ruiva estava com ciúmes e não controla a risada. Karin se irrita e bate nele até que ele a segura e fala:
-"Aquela mulher", como você chama, é namorada do meu primo! Ela e ele, jantaram ontem na nossa casa e ficaram para dormir.
-Mas a sua camisa…
-Qual? Essa que estou vestido e meu primo tem uma igual que é a namorada que está usando?
-Mas ela te chamou de querido e…
-Ela chama todo mundo assim!
Madara explica novamente o que aconteceu e Karin se sente como uma boba ciumenta. Ela então toma coragem e fala o porquê voltou da turnê.
-Eu estava com saudades de casa, de você… resolvi voltar e…
Madara não deixa ela terminar, dominado por um forte impulso de beijá-la, toma os lábios da ruiva para si e ela o corresponde com a mesma vontade. Com tudo resolvido, o casal volta para casa e Karin dá o presente que comprara para seu amado e ele, por sua vez, leva a ruiva para jantar fora e lhe proporciona uma noite cheia de mimos no seu dia especial.
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