História Bia - Capítulo 2

Manuel

Estou me sentindo um pouco estranho, estava deitado na minha cama enquanto olho para o teto. Eu simplesmente queria ver a Bia neste exato momento mas ela estava ocupada. Será que eu deveria ir na casa dela? Acho que não... Os Urquiza provavelmente estranhariam a presença de um Gutierrez na casa deles, mas não custa tentar.

No momento em que eu me levantei e estava prestes a sair do quarto, me deparei com Paula e Antonio Gutierrez, meus tios.

- Manuel, nós precisamos conversar - Antonio disse sério

- Agora? - perguntei querendo evitar uma discussão entre mim e os meus tios no exato momento em que eu iria sair

- Exatamente agora - Paula disse com seu tom irritado de sempre comigo, sinceramente não entendo esse ódio dela por mim, eu nunca fiz nada de mal para ela e ela sempre atira pedras em mim.

Nesse momento Alex chegou e entrou na frente de Antonio, olhando para mim como se eu fosse um pecador. Meu Deus, qual o santo problema da Bia ser uma Urquiza?

- Se eles querem conversar com você Manuel, é melhor escutar - Alex disse

- Tá bom. - eu respondi não muito animado

Eu logo dei espaço para eles entrarem e me sentei em uma cadeira, logo olhando para Paula, Antonio e Alex que estavam juntos.

- Sou todos ouvidos. - apesar de não querer ser

- Manuel... - Antonio começou a falar mas foi cortado por Paula

- Você está proibido de ver aquela Urquiza. - Paula disse rápido e cruzando os braços

Eu simplesmente respirei fundo e no momento que abri a boca para falar, Victor entrou no quarto, se anjos protetores existem, Victor é o meu nessa casa.

- O Alex não contou para vocês que ele também gostava da Bia? - Victor

- Victor eu sou seu irmão, não o Manuel, por qual santo motivo você defende ele? - Alex disse automaticamente tentando ignorar o olhar de seus pais.

- O Manuel é como um irmão para mim, ele é o único nessa casa que me compreende e não me força a tentar melhorar, diferente de vocês que só fazem o mal para mim. - Victor disse já do meu lado enquanto encarava seus pais e seu irmão - Se ele gosta da Bia, deixem ele ficar com ela, qual argumento vocês vão usar para proibir ele de ver e ficar com ela?

Eu simplesmente adoro um Victor, eu não preciso dizer uma palavra para me defender, ele faz isso sozinho não importa quantos forem, e eu quero ver como eles vão conseguir discutir com o Victor que além de crítico sempre têm argumentos.

- Nós temos medo da história se repetir. - Paula confessou

- Não queremos que o mesmo acidente que aconteceu com você, seu irmão e aquela garota... - Antonio falava mas Victor cortou ele

- O nome dela é Helena. Além do mais, histórias não se repetem, qual foi a última vez que vocês viram isso acontecer?

Foi um silêncio por parte dos meus tios e Alex, eu disse que Victor era meu anjo protetor.

- Viu? Vocês não sabem o que falar. Agora deixem o Manuel ficar com a Bia, vai fazer bem para ele, afinal, ele está apaixonado por ela a muito tempo. - Victor disse - E vocês não podem acabar com o amor dos dois.

- Mas Victor... - Paula disse mas foi interrompida

- Ela é uma Urquiza? Quando vocês vão entender que a culpa não é deles e foi um acidente? Acidentes acontecem, cerca de 1,35 milhão de pessoas morrem em acidentes de carro por ano, imaginem quantos acontecem então. - Victor falou com toda a calma e certeza do mundo - Além do mais, a culpa não foi da Helena porque ela era uma ótima motorista, sabia que as mortes no trânsito, na maioria das vezes, são por causa de homens?

- Victor, ela dormiu no volante. - Antonio disse

- Eu ou o Lucas teríamos dormido muito antes dela, quando o acidente aconteceu nos já tínhamos dormido a muito tempo, e olha que queríamos ficar acordados. E por que os Urquiza? Por que não botam a culpa, não sei, nos Barbosa ou em nós mesmos?

- Os Barbosa? - Alex questionou

Eu também fiquei curioso, então olhei para Victor esperando ele falar.

- Alguém da família Barbosa estava naquele carro? - Antonio perguntou

- Isabel Barbosa, a irmã mais velha entre as três, ela era quem tinhamos certeza que ia ficar acordada até o último minuto com a Helena, e infelizmente ela também dormiu. - Victor respondeu ao questionamento de todos só com essa frase 

John Caballero

Eu estava andando pelo FUNDOM quando avistei Daisy, sinceramente, eu não sei o que sinto por ela, meu coração simplesmente bate diferente... Mas também tem a Celeste, ela é muito perfeita, mas a Daisy é quase tão perfeita quanto. Respirei fundo e fui até ela sorrindo.

- Eae Daisy, tudo em cima?

Perguntei apontando para o lado com meu braço direito.

- Tudo em cima, não tudo na direita. - Ela disse sorrindo e com um tom brincalhão

- Dessa vez eu errei. - eu dei uma rápida risada - Quer andar de patinete?

- Claro! - Ela disse animada, como sempre, então fomos andar de patinete no parque

Thiago

Sinceramente, me sinto cada dia mais apaixonado pela Ana mas não sei se falo ou fico calado, afinal de contas, parece que ela ainda está apaixonada pelo Victor e isso pode acabar com nossa amizade, e eu não quero isso. Estou com ela na residência Kunst, ela está sentada na frente do piano e eu em pé do outro lado a olhando.

- Eu, o Victor e o Lucas éramos muito unidos, principalmente eu e o Victor, sinto que ele me completava - Ela disse

- Vocês eram muito apaixonados não é mesmo? - eu perguntei com um leve sorriso no rosto, mesmo sem querer saber realmente.

- Muito, tanto que temos um cadeado na ponte dos cadeados.

Se o que dizem daquela ponte for verdade, e eu acho e espero que não seja, eles estão grudados para sempre.

Ana soltou um suspiro e olhou pela janela, provavelmente pensando no Victor.

- Ana, tudo bem? - Perguntei, realmente me preocupo com ela.

- Tudo - ela voltou a me olhar - só estava pensando como o Victor deve estar.

Eu sabia responder aquela pergunta, ele estava em uma cadeira de rodas, escrevendo críticas online para uma revista e, o que provavelmente ela queria realmente saber, ele ainda gosta dela.

Bia

Eu estava em casa, no meu quarto junto com a Estefany, e nós estávamos conversando enquanto ela olhava meus desenhos.

- Você realmente tem um talento para desenho e para a música... Você ainda canta? Tenho saudade de quando eu, você, a Isabel e a Helena cantávamos juntas, era simplesmente incrível. - Estefany disse olhando para os desenhos

- Eu não canto mais em público, agora cantar é algo só para mim. - Eu disse pensando naqueles momentos

- Canta sozinha para de sentir perto da Helena não é? - agora ela olhava para mim

- Sim... Você faz o mesmo? - Perguntei meio curiosa

- Sozinha eu canto as músicas que nos cantávamos juntas, agora outras músicas, eu ainda canto. Me faz bem cantar, eu lembro da Moondust, da Isabel e dos bons momentos. - Agora Estefany se sentou na cama, do meu lado - Você devia voltar a cantar, pelo menos com seus amigos, não precisa espalhar sua voz pelos quatro cantos.

- Eu sinto que se eu voltar a cantar em público, vou perder a Helena. - Eu disse meio triste

- Não vai, ela sempre vai estar com você, não importa onde esteja ou o que esteja fazendo. A música dela mesma diz "Contigo até o fim do mundo eu iria"

Eu dei um leve sorriso

- Obrigada.

Estefany me deu um abraço e eu retribui. Mencionei que estávamos falando em português? Bom, nós estávamos, somos brasileiras e é mais fácil falar em português.

- Não precisa agradecer.

Eu separei o abraço então olhei para Estefany sorrindo, nós seguravamos a mão uma da outra e acho que ela teve a mesma ideia que eu porque nós cantamos juntas.

Sei que cruzaríamos os sete mares

Você me dá força e amor

Com nossa luz, eu brilharei

Um novo mundo criarei