História BLOODY IN THE WATER - Sim senhor Mrs Campbell

GRACE

Entrei na taverna escura e impregnada pelo cheiro de cerveja barata, homens caídos em seus bancos e a gritaria típica da vida noturna. Eu não estava ali para tomar cerveja, muito menos para aguentar os olhares maliciosos dos bebados que me lançavam por me confundir com as mil meretrizes que se sentavam na caverna. Eu estava brincando com fogo, aquele era o território do Peaky Blinders, mas o inspetor havia insistido para que o encontro fosse logo ali. Eles não custumavam frequentar este bar, entretanto, estava nos arredores do seu território de domínio e o Senhor Campbell apreciava como apreciava um bom cachimbo, um bom risco a se correr.  O próprio Pub era chamado de “ A taverna”, um nome estupido para um ambiente tão boemio e moderno.

  Sentei-me num banco a frente do barista à espera do Senhor Campbell, era minha primeira missão oficial. Infiltrar, coletar e colocar cada Shelby um contra o outro. Mrs Campbell entrou se sentando ao meu lado ordenando uma bebida e levantei em direção a uma das mesas afastadas, onde ninguém poderia nos ouvir ao som das múltiplas gargalhadas e a própria gritaria provinda do bar. Em um canto escuro, isolado e pouco iluminado.

  O inspetor Campbell tinha construido sua reputação em Belfast na Irlanda quando ficou encarregado de livrar a cidade do crime e da corrupção acabando com as atividades de guangues e havia servido meu pai por muito tempo na polícia. O inspetor tinha sido enviado por conta de um roubo a uma caixa que continha metralhadoras Lewis, munição, rifles semiautomaticos e pistolas com cartuchos. Com a função de limpr a cidade e encontrar as armas, o inspetor fora o meu superior encarregado de fiscalizae meu treinamento e ordenar minha tarefas. O famoso Major Chester Campbell agora estava atrás dos peaky Blinders e tomas as demais gangues da cidade.

   “ Senhorita Grace, uma cerveja para a senhorita?”

  “ Whiskey, Senhor. Porque escolheu um lugar tão próximo dos Peaky Blinders?”

   “ Pesquisa de campo, Grace. Estamos em trabalho de observação e se eu encontrar estes infelizes aqui terei um ótimo motivo para levá-los a interrogatório.”

  Senhor Campbell serviu a bebida enquanto ascendia o seu cachimbo:

  “ Vai estar num ambiente hostil, Grace. Aqueles porcos Peaky Blinders são animais violentos, selvagens, aniquiladores, asquerosos, são comunistas, assasinos, ciganos nojentos e ratos da cidade.  Está realmente pronta?”

  “ Me preparei por ano para isso, não duvide da minha capacidade. Vá direto aos negócios, inspetor.”

   Dei um gole no whiskey, mais um oficial de polícia  duvidando da minha capacidade somente porque sou uma mulher. Me servi de mais whiskey, aparentemente esta seria uma conversa carregada de preposições como esta e eu precisaria da garrafa inteira para suportar. 

 “  Meus homens encontraram este documento assinado com o nome de Ada Shelby na casa do comunista Freddie Torne, tem a assinatura da irmã de Thomas Shelby. “

   Senhor Campell despejou na mesa um documento com a assinatura da letra desleixada, porém, ainda legível de Ada Shelby. A única mulher dos irmãos e a única não involvida diretamente com os Peaky Blinders, era de uma família cigana cuja a mãe morrera cedo e o pai abandonou os cinco filhos, os deixando sobre a criação da Tia Polly. Porém, qual seria a relação da mesma com Freddie Thorne?

  “ Tem o registro de Freddie Thorne, Major?”

   Indaguei enquanto acendia um cigarro e analisava a foto do rapaz. Ele parecia um maltrapilho francês, barba aparada, entretanto, bem vestido e claro idolatrava as doutrinas comunistas que infestavam a Inglaterra com seus mantras contra a classe burguesa.

   “ Foi sarguento na guerra, tem forte ligação com a facção comunista, foi visto na Small Heath alimentando a revolta, vomitando palavras de encorajamento aos imundos operários. Nossos homens foram os prender, porém, a maioria escapou na varredura. Aredito que quer fazer uma greve no estabelecimento. A Small Heath vende....”

    Uma prostituta e dois homens suspeitos se aproximaram da mesa e eu os olhei de cima parq baixo. Somente um olhar gélici e destemido foi o suficiente para impedir eles de se aproximarem.

   “ Eu sei o que produzem, Senhor Campbell...Produzem armas de fogo, granadas, rifles, produtos nas mãos dos comunistas podem causar uma revolta ou revolução.”

  O policial olhou brevemente espantado para minha face ,ainda incrédulo de sua subordinada ter feito sua própria pesquisa , logo quando tudo em minha vida antes tinha sido dado pela minha nascença e família. Aparentemente, as pessoas não acreditam que por eu ser uma moça originalmente de família, que eu poderia ser proativa a serviço da coroa inglesa.

    Como se pela minha aparência de fragilidade eu não pudesse dar ordem de prissão, matar ou torturar pelas ordens do Rei.

   “  Não a substimarei novamente, Grace. Ada Shelby também se deita com o comunista, além de que o lider da gangue Thomas Shelby foi companheiro de guerra na França do mesmo e estão na lista dos possíveis suspeitos de roubarem a remessa de armamentos da fábrica. “

   Minha barriga estava roncando eu precisava de um belo café da manhã inglês ou não aguentaria horas e horas de escuta num ponto estratégico para a coroa inglesa. Não conseguiria escutar mais nenhum palavra se eu não colocasse algo para dentro do estômago.

    “  Inspetor, está com fome? Vou pedir algo, aceita?”

    “ Não, somente um café preto.”

  Pedi no balção uma porção de ovos e toradas francesas com geleia. E o garson riu de mim dizendo que eu não estava no palácio da rainha e que se eu quissese ovos teria e somente isto. Eu teria que me acustumar a vida de baixa classe dos trabalhadores da região. Sem as mordomias e travisseiros de pluma de ganso.

     Retornei a mesa e meu superior estava concentrado vasculhando seus arquivos, Ele monstrou-me outro fichamento desta vez de Arthur Shelby. Alto, mal encarado, cabelo desordenado e aparência rebelde, como se tivesse uma fúria escondida dentro de seus olhos e raiva reprimida em seu peito. Como se ele tivesse uma fera a ser liberada que beirava ao descontrole total numa briga ou discurssão.

   “ Este é Arthur Shelby, o irmão mais velho dos Shelby, foi sapateiro na guerra. Cavava túneis para colocar explosivos nas posições inimigas da França. Serviu em Galllipoli e por isso tomou ódio pelos malditos turcos.”

   Arthur parecia um homem atormentado, assombrado pelos fantasmas da guerra e que não tinha tanta sabedoria para comandar uma guangue de grande porte sem cometer grandes deslizes por sua grande impulsividade e agressividade.

    “ Algo me diz que ele não é o chefe dos negócios da família. Certo?”

    Senhor Campbell abriu um sorriso entre uma tragada em seu caximbo e outra, como se eu tivesse acertado na mosca e estivesse orgulhoso. Orgulhoso como se fosse do progresso que ele mesmo tinha feito.

  “ Ohhh não, ele não tem a autoridade necessária para isso e outro irmão assumiu o papel. Ele tem falta de astúcia, a senhorita conseguirá tirar muitas informações proveitosas dele, Grace.  Arthur é um homem explosivo, desquilibrado, seus fantasmas da guerra os assombram, viciado em drogas. É um animal grotesco a ponto de enfiar a rifle na garganta de alguém, a fazer implorar por sua vida e atirar na frente de seus filhos.”

   Arthur era o tipo de homem que à primeira impressão era viciado em jogos de azar, prostitutas e abusar dos privilégios de poder da área como boquetes no cinema e poder quebra copos e copos de rum em bares sem ter que ouvir preocupações. A estirpe de rato de esgoto que entra em brigas de quebrar garrafas  o rosto de inocentes e bater em um bebado moribundo pela diversão.

   “ É um Peaky Blinders a final, Major”   

   O garson veio a nossa mesa oferecendo mais um copo de bebida e disse lamentando:

  “ Lamento, senhores, mas estamos fechado. Desejam algo mais?”

    O Major virou em direção ao pobre homem, o puxou pela camiseta de linho com agressividade que quase a rasgou severamente e monstro seu distintivo:

    “ Major, capitão da polícia de Birmingham, mande os homens embora continuaremos mais um pouco.”

   “ Senhor, eu tenho que limpar a taberna, não se incomodem.”

   Eu o dei um sorriso em retribuição, o modo severo e grotesco que meu superior o tratara com desdém e atitudes grotesca era de dar vergonha a minha boa educação e porte. 

    Folhiei mais as páginas e encontrei a foto de um rapaz mais novo e com um olhar de moleque delinquente e ainda brincalhão.”Diga-me sobre esses John Shelby, o mais carismático e menos perigoso dos irmão Shelby.”

  “ Tem um 1/3 das empresas Shelby, foi soldado da Warwickshine Yeomanry serviu na cavalaria e na metralhadora. John administra os livros e a contabilidade dos livros da empresa e de seu negócios sujos e cheios de sangue. “

   A comida chegou e não pude evitar de sentir um pouco de repulsa. As condições de higiene e qualidade não eram as melhores e muito menos numa nível aceitável de adequação. Mesmo assim de forcei a tentar comer e me naturalizar com o que uma garsonete normalmente comeria numa taberna qualquer. Mas oq eu não conseguia era tirar o olhar do garfo de 30 centímetros enorme do lado do meu prato. Um talher do tamanho do meu braço, com dentes no meio do garfo maiores do que os meus dedos. Era quase um absurdo para a regra de proporções e etiqueta um talher deste tamanho.

   Senhor Campbell me acordou de meu espanto gritando:

   “ Senhorita Grace, não vai comer? Vai ficar olhando para a comida? Acustume-se, está é a sua vida agora?”

   “ Prossiga. Próximo membro.”

  Eu uma garfada no ovo, porém, incrívelmente não estava tão ruim quanto a aparência. 

  “Vamos ao alfa da família Thomas Shelby.”

   “ É o patriarca da gangue, foi sargento-mor e condecorado por bravura em seu serviço. Sua função dos negócios da família é atrair apostas. Não conseguimos mais informações dele, o mesmo fez a limpa em informações própria para ee tornar inrastreavel. Entretanto, não pensou que rastrear sua família é o mesmo de chegar até ele.”

   Eu ri novamente. Senão se pode encontrar alguém, o faça vim até você. Ou melhor o obrigue a ir despreparado até você. Foi quando olhei novamente para o enorme garfo digno de um gigante e ri ainda mais. Porém, mantive a postura:

   “ Bom, senhor, não se pode ser totalmente irrastreável. Alguém sempre acaba cedendo ou usando um membro da família para que Thomas Shelby venha até nós....”

    Ele deu um sorriso torto e metálico resmungou em baixo tom com malícia nos olhos e nas palavras:

   “ Você realmente de fato é filha do seu pai, ele pensava o mesmo, excelente em serviço e fora dele. Ele faria o mesmo, usaria os seus artifícios a seu favor.”

Vamos para a matriarca da família Polly Gray, por mais que seja uma asquerosa Shelby é atraente de um tanto.”

   Eu dei um sorriso era engraçado ve ro comentário irônico e ainda suspeito do homem que mais odiava e desprezava os Peaky Blinders.

   “ Polly criou todos os irmão Shelby. Nossos espiões foram a fundo de seu sintuoso e turbulento passado.  Aos desseseis anos esta vagabunda nojenta engravidou. O bastardo do pai não voltou e sumiu, nossos homens foram atrás da parteira que fez o nascimento de seus filhos e descobriram que ela foi atrás de uma cigana que abortou a criança. Desses quadris sintuosos não nasceram uma criança,. “ 

     Ele dizia as tragédias da vida da mulher com tanta frieza e satisfação que aparentava que lhe agradava ver a classe baixa sofrer e que tinha prazer em saber o quão miserável era a vida dos bandidos da cidade.

      “ E o que mais há de tão curioso para esta mulher despertar seu interrese para cavar tão a fundo de seu passsado?” Eu indaguei visívelmente curiosa, ele tinha uma fascinação surpreendente por favor essa mulher, quase que uma atração e não conseguia tirar os olhos da rara e antiga fotografia da Polly Gray.” Impressiona-me.”

   O rapaz já havia limpado todas as mesas, passado pano por completo no chão. Todos os talheres e foi esvaziar os baldes e mais baldes do banheiro com escrementos fedidos do dia inteiro. Deixando espalhados baldes e mais baldes da mais pura e fedida bosta. Não havia outras palavras para responder além desta. Não tinha vocabulário em francês, inglês, alemão, russo e nem em latim para descrever tal odor. Só o cheiro juntamente com a combinação dos ovos me fizera ter náuseas. Ou talvez eram aqueles ovos duvidosos mesmo..

   “ Esta vagabunda se casou com um cigano no rio Gray, um moribundo bebado da pior estirpe, um viciado em ópio que a engravidou.  O verme não conseguiu nem se deitar com ela apropriadamente e já tiveram dois filhos, Michael e Anna Gray. Mas o marido vagundo e moribundo morreu bêbado, esprimido entre um barco e uma eclusa, estava tão cheio de rum que não conseguia se levantar sozinho e morreu ali mesmo. “

    “ Uma vida triste e trágica, não em surpreenda que parou numa vida de crime.”

  O inspetor concordou gesticulando com o tronco exibindo uma expressão de nenhum pesar e sim pura e completa felicidade: 

  “ Seus dois filhos foram tirados da mesma por conta de uma intervenção da paróquia por conta dos abusos vividos pelo marido bebado e levado para orfanatos diferentes. Fora a intervenção de uma vizinha que não suportava mais ver as crianças naquela situação e Polly Grey teve seus filhos arrancados dela... Não os culpo uma cretina de vida fácil mereceu ter seus filhos carregados para longe desses busto e quadril, Grace. Eu também não mediria esforçor para mexer na saia dessa ciganazinha de vida fácil.”

    Foi quando perdi a calma e a concendencia. O modo como ele tratava as mulheres eram de enojar, simplesmente nojento. Muuuito nojento. A situação do cheiro das fezes espalhadas em baldes no ar não ajudavam em nada.

  “ Senhor, suponho que a polícia está de parabéns ao rastraearam informações de cada integrante maravilhosamente bem. Até mesmo da beleza de Polly Gray, diga-me Senhor Campbell, o que o deixou mais interresado? A sensação de perigoso ou a fantasia de dormir com uma peaky blinders?”

   Senhor Campbell me fuzilou com os olhos. Uma fúria não existente invadiu todo seu corpo. Parecia que ele me detestava com cada partícula. Ele avansou em cima de mim e a comida caiu no chão enquanto ele me prendia na contra a parede, seus dedos me esmagando, esmagando, até fecharem em volta de minha garganta. Os olhos pretrificamente violentos dele se arrastavam sobre meu pescoço com fúria e eu rebati entre soluços com dificuldade de manter uma voz sem tom ofegante e regular:

   “ O que está com vergonha de querer se deitar com o inimigo? Imagino o que o inspetor Churchiill iria pensar? “ Gritei enquanto o dei uma cabeçada que o fez perder um pouco o equilíbrio. Porém , não o fez largar as mãos do meu pescoço e muito menos parar de me sufocar.“ Um oficial renomado da polícia com uma estória de uma Peaky Blinders, é um escandalo digno dos jornais de Londres. Jamais trabalharia para a Coroa novamente.”

   Foi quando ele me agarrou e me pus de costas contra a parede, me puxando pelo cabelo e imobilizando completamente. Todos na taberna comecaram a correr de lá assustados  enquanto eu até conseguia sentir o gosto da sujeira da parede da taberna, do tacabaco novo nos tijolos e  cheiro podrido do sour de homens pós jornada nas fábricas.Ele me forçou pelos pé e me arrastou ao balção batendo minha cabeça sobre a bancada. O sangue escorreu nariz a baixo. Uma batida na madeira maciça. Duas batidas na madeira maciça. Quatro batidas. Impactos enormes. Longos rastros de sangue na bancada da taverna. 

    A dor da batida a cada investida, a dor ficava mais agonizante, atormetante e minha visão bloqueada pelo mar de sangue. A ardência estremece meu corpo e o lapso de choque se quebra. Tem um copo a minha direção, e o jogo em sua cabeça. O inspetor deslizou sem equilíbrio enquanto os destroços do copo ainda permaneceia em seu terno. Deu um soco em sua clavícula, outro no meio do seu peito, e outro no nariz. Ele berra:

   “  Você não pode me vencer, Grace. Você é uma mulher e eu sou muito maior em porte do que você. Nenhuma garota rica e mimada conseguiria derrubar um inspetor da polícia.”

     Quebrei uma garrafa enorme de rum e avancei em sua direção e ele somente abriu seu sorriso arrogante e pouco exibido e disse:

   “ Mulheres são fracas, só está trabalhando pra coroa por sua aparência inocente.”

    “ Fracas? Você é mais fraco que qualquer mulher e ser humano, é nojento ve mulheres como a Polly como objetos e vagabundas que tem que se curvar ao seus pés nojentos de major.”

    Ele mesmo balbuciou para traz sem reação e ainda tonto. Não perco tempo e não me dou ao luxo de ao menos respirar. Lhe dou um soco cruzado no nariz, outro no maxilae e ele reage. Ele pega uma enorme cadeira de madeira de uma das mesas e tenta me acertar. Me afasto e corro para dentro do mesanino do bar protegida pelas mangueiras de cerveja barata e ruim. Os destroços caem em minha cabeça, vidroa destroçados, pedaços de madeira da cadeirapedaços de metal da magueira que estoura e começa a jorrar a bebida por todo lado. E ele fica cego pela quantidade de cerveja em seus olhos. Aproveito e começo a arremessar todas as garrafas de Rum e Borbuon. Até que de de repente cinco homens entram no bar, com cigarros na bocq, bem engravatados, um dele dá um passo na direção do inspetor e pergunta tirando o cigarro da boca:

   “ Que porra está acontecendo no meu maldito Pub? Estão querendo morrer ou algo parecido?”

  O silêncio domina o espaço. Os Shelby em carne e osso e muitos maços de cigarro....