As três tiveram um jantar divertido. Sempre conversando e respondendo às milhares de perguntas de Ivy em relação ao Maine e a Storybrooke. A pequena soltava uma pergunta atrás da outra, parecendo que as respostas recebidas nunca eram suficientes para ela.
Já no táxi, no caminho de volta para casa, Ivy adormeceu nos braços de Regina.
– Ela está uma pilha de ansiedade. – Belle comentou ao perceber que a menina havia adormecido, sorrindo para Regina. – Está parecendo a mãe dela.
– Somos duas ansiosas, porém nossa ansiedade agora é por razões diferentes. – Regina respondeu.
– Você sabe minha opinião quanto a esse retorno. – Belle falou. Ela já tinha dito inúmeras vezes para a fotógrafa que não valeria a pena retornar a Storybrooke, ainda mais nessa fase ótima em que estava a carreira dela.
– Eu sei, Belle, já até cansei de ouvir. – Regina respondeu impaciente. – Mas o Maine é o único lugar onde não fui expor meu trabalho. E além do mais, é a nossa casa. Eu me criei lá, quero que a minha filha tenha esse contato com a cultura.
– A Ivy está muito bem onde está. Para mim você tá querendo...
– Não tou querendo nada, Belle, chega disso. – Regina falou um pouco alto, chamando não só a atenção do motorista, mas também de Ivy.
– Mommy? – A menina acordou chorosa.
– Tudo bem, meu amor, não é nada, já estamos chegando. - Regina deu um beijo na filha e voltou a fazer a pequena dormir.
Até chegarem ao apartamento, ninguém disse mais nada. A assistente pagou o taxista enquanto a fotógrafa já subia com a filha nos braços.
Regina foi direto para seu quarto e deitou a pequena em sua cama. Antes mesmo de terminar de arrumar a menina, Belle entrou em seu quarto.
– O pijama dela. – Entregou para Regina. – Desculpa, Regina, não queria brigar com você. Não hoje.
– Tudo bem, Belle, eu também ando nervosa demais essa semana.
A assistente se aproximou da fotógrafa e começou uma massagem em seus ombros, enquanto Regina trocava as roupas de Ivy.
– Eu sei, e por isso queria que você relaxasse um pouquinho hoje. – Belle sorriu. – Porque não vamos para a sala, bebemos um vinho... – Inclinou seu rosto e deu um beijo no pescoço da fotógrafa. Pôde sentir o corpo de Regina arrepiar.
– Não, Isabelle, hoje não. Amanhã temos que nos levantar cedo, terminar de juntar as coisas, viajamos à tarde, esqueceu? – Regina chegou a cogitar a hipótese de se entregar mais uma vez aos carinhos da amiga, mas sempre que isso acontecia, a assistente se enchia de esperanças. Esperanças que ela nunca conseguia atender.
– Não, eu não esqueci. – Belle respondeu decepcionada. – Mas posso dormir aqui? Minha cama já era, e o sofá não é confortável.
– Claro que pode, Belle. – Regina olhou para a assistente e sorriu.
Com um misto de ansiedade e exaustão, a fotógrafa deitou e abraçou a filha junto ao seu peito. Era assim que ela dormia com a pequena em sua cama. Próxima demais dela, a ponto de Regina poder ouvir seu coração bater. Afundou seu nariz nos cabelos de Ivy e deixou o sono chegar até ela. Não viu quando, minutos depois, Belle chegou e deitou no lado oposto da cama, cobrindo mãe e filha com um sereno beijo de boa noite.
(...)
Já não bastasse a terrível sessão que teve com Fiona, o dia de Emma seguiu caótico. Seu mais novo emprego, tinha virado velho. Não precisavam mais de uma professora de idiomas no cursinho. E, como um cachorro velho demais para brincar com as crianças, Emma perdeu o emprego.
Estava sozinha em seu apartamento, se perdendo em pensamentos, quando a campainha tocou. Demorou até se levantar e abrir a porta.
– Oi, Ruby, que bom que você pode vir. – Emma deu um forte abraço na irmã.
A irmã de Emma, Ruby, assim como a mãe e a tia, moravam todas no mesmo prédio, e era muito raro não se encontrarem diariamente, mas mesmo desse jeito, Emma sempre sentia a necessidade desse carinho a mais com a irmã. Sua confidente e principal apoiadora.
– Vim assim que fiquei livre na loja. – Ruby correspondeu ao abraço da irmã e entrou em seu apartamento. – Agora me conta o que aconteceu que deixou você assim aflita.
– O que não aconteceu você quer dizer, né? – Emma pegou a revista que lia todo mês, sempre à procura de algum sinal de Regina, e mostrou a página marcada para Ruby. – Só para começar, olha isso.
Ruby pegou a revista e leu a matéria que Emma tinha assinalado.
– Emma, isso é sério?
– É sim, já andei investigando mais e tem uma exposição marcada com o nome da Regina aqui na cidade, daqui a duas semanas e, segundo a moça da empresa que está organizando, a presença da fotógrafa já está confirmada. – Emma era uma mistura de nervosismo e alegria. – E já consegui nossos ingressos.
– Nossos ingressos? – Ruby olhou assustada para a irmã.
– É né, Ruby, poxa, não posso ir sozinha. E se eu desmaiar quando ver a Regina?
– E se você desmaiar que diferença eu vou fazer?
– Vai me segurar para não cair no chão. – Emma olhou pidona para irmã mais velha.
– Tô brincando, boba, lógico que vou com você. Conseguiu ingresso para a Dorothy também?
– Consegui, e você já fala com a mãe para ficar com a Aurora, assim ela não inventa de ir junto.
– Claro, claro. – Ruby respirou fundo. – Você acha que ela vai vir com a menina também?
– Vai sim, ela sempre leva a Ivy nas viagens com ela, eu li isso naquela reportagem.
– Tá certo, Emma. Tudo bem, mas o que você pensa em fazer?
– Na verdade eu não sei. – Emma parou e pensou. – Mentira, eu sei. Eu a quero de volta, eu quero fazer parte da vida da minha filha. E só não sei como vou conseguir fazer isso. Tenho medo da Regina me expulsar.
– Minha irmã, essa deve ser a primeira reação dela. Vocês nunca mais se falaram, ela não sabe da sua doença, rejeitar você é a primeira ação que ela deve fazer, e você precisa estar preparada para isso.
– Eu sei que eu errei, Ruby, eu devia ter ido atrás dela e contado tudo, mas eu fui covarde. – Emma se levantou, começou a andar pela sala. – Eu não posso mais ser covarde.
– E eu vou estar aqui te apoiando justamente para que esses erros bobos não aconteçam novamente. Mas você também precisa se ajudar, Emma.
– Eu não vou voltar a tomar aqueles remédios. Não aguento mais isso, Ruby!
– Epa, pera aí. Não se pode parar um tratamento de tanto tempo assim do dia para a noite. Você não é criança, Emma, eu não preciso te explicar essas coisas.
– Eu sei, mas tou de saco cheio de ser tratada como uma doente o tempo inteiro, alguém que precisa de babá, pô, eu não sou mais criança.
– Então não aja como uma. Pense na sua filha, em todo esse caminho que você percorreu esses anos todos para se recuperar para ela. – Ruby tentava alertar a irmã, era importante, ainda mais agora que ela não largasse tudo e jogasse para o alto todo o progresso realizado. - Pela Regina, e no quanto você terá que ser forte para conseguir as duas de volta.
– Tudo bem. – Emma estava insatisfeita, mas era a simples menção daqueles nomes tão importantes, que ela se dispunha a fazer qualquer sacrifício. – Eu ligo pra Fiona e peço para ela a receita nova.
– Não teve consulta hoje?
– Teve, mas ela me irritou, veio com um papo que me aproximar da Regina e da Ivy era um terreno perigoso. Tá mais louca que eu aquela lá.
Ruby apenas sorriu, Emma vivia contrariada com os tratamentos de Fiona, mas sempre voltava na consulta seguinte.
– E para fechar o dia, depois da Fiona, fui lá na escola, dar a minha aula, e quando chego lá, sou demitida.
– Como assim?
– Diminuíram o número de aulas de idiomas, e como eu era a professora mais nova, era a mais dispensável.
– Eles disseram isso? – Ruby ficou chocada.
– Algumas coisas não precisam ser ditas, né, Ruby?
– Bom, você sabe que pode me ajudar na loja, mas... - Antes que Emma pudesse argumentar, Ruby levantou a mão interrompendo a irmã, e seguiu falando. – Acho que pode ser uma boa oportunidade para você seguir na área de professora particular.
– Estudar em casa? Ninguém mais faz isso, Ruby.
– Claro que faz, se não fizesse, não tinha vaga de emprego. – Respondeu, dando seu incentivo. – Vai na loja amanhã, eu te passo o contato da diretora da escola da Aurora, marca uma hora com ela e conversa sobre isso.
– Tá, eu vejo isso amanhã. – Emma parou e olhou séria e preocupada para irmã. – Você acha que eu tou gorda?
– Gorda? De onde veio isso Emma? – Ruby foi obrigada a sorrir.
– Eu podia fazer uma dieta, dessas rápidas, tirar uns três quilos.
– Você está ótima, Emma, para com isso.
As duas ficaram nessa conversa por mais algumas horas. Era visível que Emma se encontrava em um estado clínico bem mais estável agora do que anos atrás. Mas ainda assim, a família tinha receio de uma nova recaída. Ela estava longe de casa quando aconteceu a primeira vez, casada e com uma filha, um choque para toda a família, que ainda imaginava que ela apenas trabalhava em Nova York. Trazer Emma de volta, iniciar o tratamento, e ajudar por todo o percurso foi um processo longo e exaustivo para todos que participaram de perto. E claro, que mesmo dizendo que apoiava a irmã, Ruby tinha medo. Trazer à tona aquele assunto nunca finalizado, nunca trabalhado, não assustava somente a Emma, como a ela também. No fim das contas, Regina e Ivy eram sim um terreno delicado, por mais que Emma negasse.
(...)
Era para Regina ter levantado cedo. Era. Como sempre ela não conseguiu, e acordou atrasada e mal-humorada. Pior que tirar Regina da cama, foi tirar Ivy. Toda a ansiedade da pequena não vencia o sono, e se o mau humor da mãe reinava, o dela imperava. Foi preciso algumas horas, e muito café para que os sorrisos começassem a aparecer. E logo o apartamento se tornou um amontoado de malas e risos saudosos.
– Céus, Regina, eu jurava que nós já tínhamos mandado quase tudo com a Mulan.
– Vamos precisar de uns dois carros para levar essas malas para o aeroporto. – Regina respondeu, passando a mão na cabeça.
– Tudo bem, eu já vou ligar e providenciar isso, e você pega as malas de mão. – Belle disse já tirando o celular do bolso.
– Ivy? – Regina chamou, os segundos que se seguiram até a menina responder, sempre fazia o coração da fotógrafa parar de bater um pouquinho.
– Aqui, mommy. – Ivy colocou a cabeça para dentro da sala e sorriu para a mãe, que foi ao seu encontro.
– Já disse que não gosto que você venha aqui fora sozinha. – Regina se sentou no chão da sacada e puxou a filha para seu colo.
– Eu sei, mas queria bater uma última foto aqui, mas não acho a luz certa. – Ivy disse com um tom de tristeza. A câmera que tinha na mão foi um presente do avô. Uma polaroid modelo antigo, que a pequena amava pelo simples fato de as fotos saírem na hora.
– Você não achou a luz certa nesse dia lindo que temos aqui? – Regina sorria enquanto apontava para o céu azul.
– Agora eu achei, não se mexe. – Ivy olhou e sorriu para mãe, e do colo de Regina tirou a foto da fotógrafa.
Depois que a foto saiu, as duas olharam para o pedaço de papel em que Regina aparecia sorrindo e apontando para o céu.
– Aprovada, essa vou levar sempre comigo. – Ivy sorria, enquanto guardava a foto dentro da capa onde a câmera ficava.
– Aqui. – Regina tirou a câmera das mãos de Ivy, e virou para as duas. – Uma nossa. – Fez a foto, mas escondeu a imagem. – Vamos ver só quando a gente chegar em Storybrooke.
– Tudo bem. – Ivy sorriu para mãe, não aguentando de curiosidade. – Guarda aqui. – Apontou para o mesmo lugar que tinha deixado a foto minutos antes.
– Nada de espiar, hein? – Regina fez um tom mais sério.
– Prometo. – A foto foi guardada e a câmera também.
Não tinha mais como voltar atrás agora. Metade de sua vida material já estava em Storybrooke, e a outra metade estava a caminho. Regina tinha assumido compromissos no lugar e precisava cumpri-los, tinha uma carreira a zelar.
Foi um voo longo, mas tranquilo. Por ter sido acostumada desde pequena a viajar, Ivy era uma criança calma dentro de aviões. Tinha um pouco de medo apenas na decolagem. A forma com que ela segurava apertado sua mão, fazia Regina se lembrar que Emma também morria de medo de avião. Tinham ido uma vez a Los Angeles e a mulher na época quase quebrou seus dedos de tão forte que segurou. Essas imagens, essas lembranças que Regina mantinha guardada e escondida em sua mente e em seu coração, teimavam em escapar com mais frequência agora que ela voltava para o Maine.
Será que iria ver Emma? Isso se ela realmente tivesse voltado a cidade, como a polícia informou anos atrás. E o principal, será que ela queria ver Emma?
– Mommy. – Ivy segurava a mão da mãe e puxava. – Mommy. – Ela chamou mais alto, conseguindo a atenção de Regina.
– Que foi? – Regina respondeu no susto, e não conseguiu processar tudo que se passava à sua volta naquele momento.
– Nossa vez. – Ivy respondeu puxando a mãe para o balcão de entrada, onde o funcionário já aguardava impaciente.
– Tiveram problema para entrar? – Belle perguntou minutos mais tarde enquanto chamava o táxi.
– Não, eu que não ouvi quando chamaram, e então o rapaz lá resolveu demorar mais que o necessário. E as outras malas?
– Já aluguei um carro para levá-las para casa.
Mulan e Jasmine aguardavam pelas três no estúdio, e quando chegaram foi uma festa. Beijos, abraços, conversas, ver o estúdio, ver a casa. Com o fuso horário bagunçado, Ivy nem sentiu o sono, e corria por todo canto, explorando cada detalhe da enorme casa que passaria a viver.
Também fazia anos que Regina não ia naquela casa, e até mesmo a fotógrafa desfrutou da curiosidade da filha, para se lembrar de todos os lugares.
– Mommy, vamos tomar banho de piscina?
– Vamos, muitos banhos, mas não agora, meu amor, já está tarde.
Ivy ficou decepcionada, não importava que era de noite, e que água provavelmente estivesse gelada. Ela adorava nadar, horário era apenas um problema a ser resolvido.
– Pode molhar os pés? – Ela perguntou tentando achar um meio de convencer a mãe a deixá-la entrar na água. – Daí podemos ver a nossa foto, tou curiosa, você não?
– Filha de peixe, peixinho é. – Belle brincou quando percebeu que a fotógrafa estava louca para fazer a mesma coisa que a filha.
– Pega pra gente a câmera, Belle? – Regina fez o pedido sorrindo, e depois foi correndo com a filha para a piscina.
Sentaram-se na borda da escada e tiraram os sapatos, com os pés na água, viram a última foto tirada em Nova York. Regina sorria, mas tinha os olhos fechados, tinha fechado para sentir o beijo que a filha lhe dava naquele momento. A foto era perfeita.
– A primeira noite em Storybrooke, vamos bater? – Ivy perguntou animada. Já tinha saído da borda, e estava com água na cintura. Regina não brigou, nem relutou mais, pulou na água com a pequena, de roupa mesmo, e deixou que Belle fizesse o primeiro registro das duas na cidade natal.
(...)
A semana que seguiu, passou a passos lentos para Emma. Apenas tinha conseguido um emprego novo. Começaria a dar aulas em casa, e aulas de reforço para as crianças que precisassem. Até o momento, ninguém parecia precisar. Sem contar que não conseguiu diminuir a dose do seu remédio. Apenas a quantidade de vezes que tomava por dia. E ainda teria que esperar mais uma semana para ter a chance de encontrar Regina novamente.
Já com Regina, foi uma correria total. Tinha que organizar a exposição, dar entrevistas para os jornais locais, arrumar seu local de trabalho. Correr atrás de uma escola para Ivy e acertar o fuso horário da criança, que estava acabando com ela.
– Regina, consegui. – Belle se aproximou sorrindo da fotógrafa. – Consegui uma escola que trabalha com professores particulares, eles vão mandar a professora hoje mesmo com os planos de aula para apresentar para você. Nem precisa se preocupar em ir até lá.
– Jura, Belle? Que ótimo! – Regina respirou aliviada. – Uma coisa a menos.
– Vai querer que a Ivy fique aqui, ou quer que eu a leve para dar uma volta?
– Não precisa, Belle, leva ela na piscina enquanto eu faço a reunião, depois já aproveito e apresento ela para a moça na mesma hora. – Explicou. – Preciso acertar os horários da Ivy, senão não vou conseguir acertar os meus nunca!
Belle concordou com um aceno e voltou sua atenção à exposição que Regina organizava.
O dia seguiu naquele ritmo até que Mulan anunciou:
– Regina, a moça chegou.
– Ótimo, pede para ela entrar. – A fotógrafa respondeu e dirigiu sua atenção para Belle. – Belle, a moça chegou, você leva a Ivy na piscina?
– Vamos nessa, pequena. – Belle pegou Ivy no colo e quando ia saindo do estúdio, a menina falou:
– Mommy, certifique-se que ela seja muito legal. – Ivy repetiu com todo cuidado a frase que havia treinado com Belle o dia inteiro.
Enquanto a assistente levava a pequena para fora, Regina ficou sorrindo sozinha no estúdio. Ao se virar, o sorriso de Regina desapareceu. O choque tomou conta de sua expressão. Ela sentiu que seu coração parou de bater. O ar se perdeu e até agora ela não sabe como teve forças nas pernas para não desabar naquele instante.
– Emma? – O nome saiu em um sussurro dos seus lábios. Tinha um som estranho, nunca esqueceu do nome, mas nunca mais o tinha pronunciado em voz alta.
Se Regina estava em choque, Emma não acreditava. Ela não tinha planejado aquele encontro. Não estava preparada. Não sabia o que fazer, suas mãos começaram a tremer, a respiração parou, e seu corpo ficou pesado demais para seguir em pé. Emma caiu.
– Emma! – Dessa vez foi um pouco mais alto, um pouco mais forte. Quando Regina saiu do estado atônito que estava e percebeu o que estava acontecendo, correu até o corpo inerte de Emma. – Mulan! – Regina gritou, não queria chamar Belle, chamando Belle, traria Ivy. Não, de jeito nenhum a filha veria aquela mulher ali.
– O que foi, Regina? – A amiga apareceu correndo, e levou um susto ao ver a moça desmaiada. – O que aconteceu?
– Ela, ela é...caiu aqui. – Regina segurava a cabeça de Emma. – Me ajuda a deitar ela no sofá e depois traz um álcool para que eu possa acordar ela.
Mulan e Regina carregaram Emma até o sofá, enquanto a fotógrafa arrumava o corpo da mulher, a amiga voltou correndo com um pano e álcool.
– Quer que eu chame...
– Não. – Regina respondeu rápido demais, nervosa demais. – Não avisa a Belle, não deixa ela entrar aqui, por favor, Mulan, mantém a minha filha longe daqui. – Implorou. O desespero tomava conta da sua voz.
– Tudo bem, calma, fica calma.
A fotógrafa virou um pouco do álcool em um pano e deu para Emma cheirar, foi preciso insistir três vezes até a mulher esboçar alguma reação.
– Eu vou lá fora então, ficar com elas, qualquer coisa você grita comigo, ok? – Mulan disse, no fundo tinha medo de deixar Regina sozinha, e mais medo ainda de não conseguir esconder de Belle o que estava acontecendo. Mesmo que nem ela entendesse o que acontecia.
Assim que a Emma começou a acordar, Regina se afastou, ficou olhando de longe para a mulher, que lentamente recobrava a consciência. Emma estava tonta, demorou a se localizar e entender o que havia passado. Regina. Era ela, era a fotógrafa que estava ali na sua frente, ela viu, ela tinha certeza, não era mais uma ilusão. Emma tentou sentar-se, e parou ao perceber que Regina ainda estava presente naquele lugar.
– Devagar, você levou um tombo feio. – A voz estava carregada de emoção. Apesar da expressão corporal de Regina estar tensa, a fotógrafa não conseguiu conter os sentimentos ao falar.
– Regina. – Emma falou pela primeira vez. O som de sua voz encheu o local, antes do silêncio voltar a reinar.
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