— No beijo. – Emma sussurrou.
Seus lábios se encontraram. Diferente da primeira vez, os lábios de Regina estavam receptivos. Moviam-se juntos, massageando os lábios uma da outra. A língua de Emma foi primeiro para a boca da fotógrafa, explorar, provocar. Regina retribuiu o carinho, e uma pequena guerra de línguas foi travada. As duas venceram. Emma mordeu e puxou suavemente o lábio inferior da fotógrafa. Deixou o ar voltar aos pulmões, e recomeçou o beijo. Menos carinho, mais urgência dessa vez.
As mãos de Emma envolveram o corpo de Regina junto ao seu. Enquanto sua boca acelerava o beijo e pedia por mais, sua mão desceu até a perna da fotógrafa. Regina levantou sua perna ao redor da cintura de Emma. A mão da mulher lhe acariciava a perna. A boca devorava a sua. As coisas estavam saindo do controle. Em um movimento, Regina virou seu corpo sob o de Emma, mantendo a mulher embaixo e deitada. As mãos de Emma desceram até as coxas de Regina, alisando, apertando. A fotógrafa foi parando o beijo, até que contra a vontade suas bocas se separaram. Regina sentou nas pernas de Emma, olhando para a mulher sorrindo.
— Vamos com calma, ok? – Regina pegou as mãos de Emma e entrelaçou seus dedos, deitou em cima de Emma, deixando as mãos unidas ao lado de suas cabeças.
— Regina Mills pedindo calma? Agora estou oficialmente chocada. – Emma sorriu e novamente voltou a beijar Regina. Tentou soltar suas mãos, mas não conseguiu, Regina segurava com força.
— Calma, tem tanta coisa para você ficar chocada ainda. – Regina sussurrou entre o beijo. Soltou um leve gemido quando Emma mordeu um pouco mais forte seu lábio.
— Vai me torturar agora? – Emma manteve os olhos fechados quando a boca da fotógrafa desceu beijando seu pescoço. Regina intercalava seus beijos entre curtos e longos, roçava seu nariz pelo pescoço da mulher, memorizava seu cheiro, a textura de sua pele.
— Só um pouquinho, não posso? – A fotógrafa respondeu falando ao pé do ouvido de Emma. O corpo da mulher se arrepiou por completo.
— Não, não pode. – Emma olhou para Regina, tentou roubar um beijo da mulher mas não conseguiu. Suas mãos estavam presas, e o corpo de Regina sobre o dela, não a deixavam com chances para se mover.
— Verdade, seis anos sozinha, né, Emm? – Regina falou num tom de deboche. Sorriu próxima aos lábios de Emma. – Você não respondeu minha pergunta hoje cedo.
— Que pergunta? – Emma franziu o cenho. Regina tinha o dom de escolher os momentos em que ela estava mais desarmada para lembrar das perguntas nunca respondidas por Emma.
— Não brincou sozinha? – Regina passava a língua pelos lábios de Emma, sem beijá-la. Sua voz estava rouca e sexy.
— Eu respondi, joguei você na água pela audácia de me fazer essa pergunta. – Emma usou toda a sua força, e conseguiu virar ficando por cima de Regina. As pernas da fotógrafa ficaram ao redor de sua cintura, e suas mãos permaneceram unidas da mesma forma.
— Eu vou tomar isso como um sim então. – Regina gargalhou junto com Emma. O rosto da mulher ficou um pouco vermelho. A fotógrafa mordeu seu lábio inferior. – Pensou em mim, Emm?
Era covardia. Morder o lábio daquele jeito, a cara que a fotógrafa fez, o olhar que ela lançou. Chamá-la de Emm. Todo o corpo de Emma reagiu às palavras de Regina. A mulher não respondeu. Voltou a beijar Regina com voracidade. Beijou até o ar faltar, e soltou quando os lábios da fotógrafa estavam vermelhos. Emma levou as mãos das duas acima da cabeça de Regina, e seus beijos vorazes desceram para o pescoço e colo da fotógrafa.
O corpo de Regina estava quente, vivo. Ele correspondia aos toques de Emma, ele queria mais. Mesmo tentando se controlar, Regina roçou seu quadril contra o corpo de Emma. Seus pulsos se juntaram e apenas uma das mãos de Emma ficou segurando os dois. A outra desceu percorrendo toda a lateral do corpo de Regina, subiu por sua coxa, e quando voltou, a mão entrou por baixo da blusa de pijama. Contato direto com a pele. Regina gemeu, Emma mordiscou seu pescoço. A mão de Emma subiu por seu corpo, até os seios.
— Emma... – Regina não conseguiu falar direito. A mão de Emma apertou seu seio. Sua boca deixou uma marca em seu pescoço. Ela podia sentir. – Calma, lembra?
— Você quer que eu pare agora? – Emma sussurrou, mordeu a pontinha da orelha de Regina. A fotógrafa gemeu novamente.
— Quero. – Regina sussurrou. Sua resposta não foi convincente, não abalou Emma. A mulher seguiu seus beijos pelo pescoço de Regina e foi até a outra orelha.
— Quer mesmo? – Emma sussurrou novamente. Seu corpo pressionou o da fotógrafa, sua mão voltou a apertar seu seio. Regina gemeu.
— Não. – Regina virou seu rosto para Emma. Quando seus olhares se cruzaram, o desejo era tudo o que transmitiam. Seus lábios voltaram a se beijar. Foi Regina quem os separou, olhou para Emma. – Não quero, mas nós duas sabemos que é o certo... por agora.
Emma encostou sua testa em Regina. Fechou os olhos. Sim, era o certo. Sua relação com Regina não estava definida. Passaram apenas alguns dias juntas. Ela sabia que precisava de mais para ter a fotógrafa de volta. Só desejo não era o suficiente. Emma soltou as mãos de Regina, e lentamente tirou sua mão de dentro do pijama da mulher. Mas permaneceu com seu corpo sob o dela, assim como Regina manteve suas pernas em volta da sua cintura. Voltou a olhar para a fotógrafa.
— Por agora. – Emma forçou um sorriso. Antes que se afastasse de Regina, os braços da fotógrafa envolveram seu corpo.
— Não precisa me soltar também. – Regina sorriu. – Posso pensar em algo para abaixar o fogo.
— Como o que, por exemplo? – Emma relaxou, abraçou Regina e deitou de lado, fazendo seus corpos ficarem frente a frente.
— Sua mãe fazendo sexo. – Regina riu alto, e Emma fechou os olhos fazendo que não com a cabeça.
— Dez mil vezes pior que banho de água fria isso. – Emma acompanhou o sorriso de Regina.
Entre beijos e carinhos, e conversa jogada fora, adormeceram nos braços uma da outra. Antes mesmo do sol nascer, Emma estava acordada. Observava Regina dormir. O quanto ela sentia falta daquilo. Daqueles pequenos momentos diários que nunca tinha aproveitado o suficiente. Não era belo ou novelesco o jeito que Regina dormia. Às vezes ela babava, quando muito cansada roncava, ou dormia como estava agora. Os cabelos uma bagunça, em um sono tão pesado, que se conseguia ouvir a respiração. Emma já havia perdido a conta de quantas manhãs acordou antes de Regina e a viu dormindo assim, mas ela nunca perdeu as contas de quantas manhãs acordou sozinha, desejando a mulher ao seu lado.
Emma aproximou seu rosto e cheirou os cabelos de Regina. Era novo. Um cheiro doce, mas não enjoativo. Emma afundou o rosto nos cabelos da fotógrafa. Seu olfato precisava memorizar aquela nova fragrância. Se ficasse longe de Regina novamente, era se lembraria de cada detalhe. Ainda dormindo, Regina segurou o braço da mulher e virou para o outro lado. Emma deu mais alguns beijos e cheiros antes de deixar Regina dormir tranquilamente. Ficou abraçada com ela, até que não conseguiu mais ficar parada.
Levantou, tomou banho, provou algumas roupas de Regina até que achou uma que ficasse boa e confortável. Foi até o quarto da filha. A menina lembrava Regina até na hora de dormir. Espalhada na cama, com os cabelos bagunçados, e o mesmo sono pesado. Emma cobriu a filha, e lhe deu um beijo. Ivy nem se mexeu. Ela apenas sorriu e foi fazer o café da manhã.
Eram quase oito quando a campainha tocou. Emma atendeu o interfone e abriu o portão.
— Oi, irmã. – Ruby cumprimentou Emma assim que a porta foi aberta para ela. – Como você está?
— Ótima, entra aí.
— E a Regina? Não quero te dar problemas. – Ruby entrou cautelosa pela casa, olhou pelas escadas e pela grande sala à frente.
— Ela está dormindo ainda, e as meninas também não chegaram. O povo por aqui começa o dia mais tarde. – Emma sorriu. – Trouxe o material?
— Sim. – Ruby pegou uma bolsa e entregou para Emma. – Peguei tudo porque não sabia o que você iria precisar. Procurei pelos seus remédios, não encontrei, estão com você?
— Sim, eu trouxe na bolsa. Já tomei. – Emma chamou a irmã para a cozinha. – Acabei de passar o café, quer?
— Aceito. – Ruby sentou à mesa, e ficou olhando para a irmã. Apesar de ainda não se encontrar totalmente na cozinha, Emma parecia a dona do lugar. – Desculpa por ontem, mas ou eu viria com a mãe ou ela viria sozinha. O que convenhamos seria pior.
— Imagino que ela foi resmungando até em casa. – Emma serviu uma xícara de café para Ruby e outra para si.
— Foi, mas ela mereceu o que ouviu.
— A Regina quer ir na Fiona. – Emma tomou um gole do café e falou. Olhou apreensiva para a irmã.
— Ela disse por que?
— Porque ela quer conhecer melhor sobre a doença, sei lá, acho que depois do que houve ontem ela não me acha estável. – Emma levantou e começou a andar pela cozinha com a xícara na mão.
— Se ela achasse isso, você acha que ela teria brigado com a mãe? Ou você estaria aqui, desse jeito?
— Que jeito? – Emma se virou para a irmã.
— Como se você morasse aqui. Emma, não fica procurando coisa onde não tem. – Ruby levantou e foi até onde a irmã estava, segurou o rosto de Emma. – A Regina não vai te deixar, afinal você é a mulher dela. – Ruby sorriu. – Dona Mary Margareth repetiu isso tantas vezes ontem, que não sei se ela estava com raiva ou tentando colocar isso na cabeça dela. — Emma começou a rir junto com a irmã. Jogaram mais um pouco de conversa fora.
Depois que Ruby saiu, Emma deixou a mesa do café pronta e foi acordar suas mulheres. Quando chegou no quarto de Ivy a cama estava vazia. Emma olhou no chão, no closet, no banheiro. Não tinha sinal da menina. Foi para o corredor e chamou, não teve resposta, correu até o quarto de Regina. Respirou aliviada quando viu que a menina estava na cama, dormindo em cima da mãe. Vendo Regina de bruços, com Ivy em suas costas, dormindo do mesmo jeito e na mesma posição, Emma não conteve o sorriso. Correu até o quarto da filha, e pegou a câmera da menina emprestada. Depois de alguns minutos, Emma cansou das fotos, e começou a acordar as duas brabezas.
— Céus, é muita braveza para duas pessoas só. – Emma ria. Tinha conseguido depois de muitos beijos e resmungos acordar as duas.
— Que horas são? – Regina sentava, procurando pelo celular. Enquanto Emma tinha Ivy reclamando em seus braços.
— Quase nove já. Alguém aqui precisa estudar. – Emma deu beijos no rosto de Ivy. Ouvir a palavra estudar, não tinha melhorado o humor da menina, mas a fotógrafa levantou, e levou a filha junto. – Rápido, que o café está pronto. – Emma falou para as duas. Ivy se virou para a mãe.
— Já? Mas, mama, você não dorme? – A menina não teve sua resposta. Regina a pegou no colo e a levou para o banho. Depois de mais de vinte minutos, e mesmo com Emma ajudando Ivy a se vestir, foi que as três desceram para o café.
— Toma um café bem reforçado, minha pequena, que hoje começa as suas aulas. – Regina disse ao beber seu café.
— Mas quem é a teacher? – Ivy perguntou para Regina.
— Professora.
— Quem é a professora? – A menina repetiu a pergunta. Emma e Regina trocaram um olhar, a fotógrafa sorriu.
— Eu. – Emma disse olhando sorrindo para a filha.
— Você? – Ivy arregalou os olhos. – Mas como?
— Eu sou professora e eu trabalho na escola que sua mãe escolheu, portanto, eu vou ministrar as suas aulas. – Emma sorriu. O espanto de Ivy estava claro em seu rosto.
— Por que essa cara? Não é melhor sua mama como professora?
—Não. – Ivy olhou para a Regina. – Não posso dizer que to doente e não ter aula, e ela vai ficar em cima de mim nas tarefas, como se eu já não tivesse você e a tia Belle. – Emma e Regina riam, enquanto a lista negativa de Ivy ia crescendo. Foi assim até o final do café da manhã.
Emma pegou o material que Ruby trouxe, e Ivy mostrou o lugar que Regina reservou no estúdio para que ela tivesse aulas. Apesar de falar fluentemente, Ivy tinha dificuldades em escrever na língua natal de suas mães. Fazendo com que Emma começasse justamente por esse caminho. Para dar um alívio, ela intercalava as lições com matemática, que Ivy sabia bem, e artes, sem dúvidas era a matéria preferida da menina.
— Bom dia, Regina. – Mulan disse ao chegar. Não era seu costume chegar atrasada, mas como estava com Belle em casa, acabou não conseguindo aparecer no horário. Regina na verdade, não tinha se importado, já imaginava que a culpada do atraso era a sócia e não Mulan. – Desculpa o atraso.
— Bom dia, Mulan, fica tranquila. – Regina sorriu. A assistente foi ao seu local de trabalho. Atrás dela, estava Belle. Realmente Emma tinha pegado pesado. O rosto estava inchado perto da boca e com um roxo enorme. Regina percebeu que o braço esquerdo também tinha roxos. Regina largou as fotos que observava antes delas chegarem, e foi até a assistente. Seu rosto era sério. – Belle.
— Gostou da cara? Cortesia da louca da sua ex-mulher. – Belle não tinha levantado o tom de voz. Sabia que Ivy estava no local. Já tinha visto a menina no andar de cima, tendo aulas.
— Não, Belle, eu não gostei da sua cara. Mas tem tantas coisas que eu não gostei que você fez, que não sei o quanto realmente a minha opinião importa. – Regina cruzou os braços. Belle ia responder, mas viu Ivy virar para elas. O olhar de mágoa que a menina tinha, acertou a morena em cheio. Alguém chamou a atenção de Ivy, e ela parou de olhar para as duas.
— Eu trouxe... eu trouxe aquelas cartas. – Belle disse, e olhou séria para Regina. – Eu não vou pedir desculpas por não ter entregado. Porque eu sei que eu fiz o certo. – Belle olhou novamente para Ivy e depois para a fotógrafa. – Mas não devia ter batido em você. Eu sabia que você estava me usando e eu deixei. Deixei porque qualquer migalha de amor que você me dá, é o suficiente para mim. – A morena abriu a bolsa e entregou as cartas para Regina. – Os presentes a Ivy já recebeu, eu disse que eu comprei para ela.
Regina respirou fundo, ela ia responder mas acabou ficando quieta. Pegou as cartas e deixou Belle sozinha. Belle foi andando e olhando para cima, queria saber quem era a professora, e quando viu a mulher, acabou tropeçando.
— Regina... — Belle chamou, olhava da fotógrafa para Emma no andar de cima. – Que palhaçada é essa, Regina?
— A Emma é a professora da Ivy. – Regina deu de ombros, e voltou para suas fotos.
— Céus, você perdeu o juízo, só pode. Só isso explica. O que aconteceu com a Regina racional? Com a Regina que odiava essa mulher? Que disse milhões de vezes que ela estava morta para você. Cadê essa Regina, gente? – Belle gritava revoltada. Tinha chamado não só a atenção de Regina. Emma estava apoiada na barra de ferro, olhava séria para Belle.
— Dá para parar de gritar? Estou tentando dar uma aula aqui. – Emma falou séria. – Porque você não pega o caminho da Broadway e vai dar os seus showzinhos por lá? – Emma voltou para a mesa ao lado de Ivy. Não só bloqueou a visão da menina para o andar de baixo, como ficou de costas para Belle. Regina olhou para Belle e fez sinal de silêncio. Todas continuaram seu trabalho, e até mesmo Belle, acabou indo trabalhar.
Espernear e reclamar não adiantava. Regina tinha colocado uma coisa na cabeça. Como na vez em que ela quis fazer um ensaio de mulheres nuas no meio do Central Park, nada fazia com que ela mudasse de ideia. Na metade da semana, Belle já tinha desistido de falar sobre Emma ser a professora de Ivy. Até porque, seu problema maior era outro. Nem depois que ela pagou pelos palavrões ditos, ou fez brigadeiro, ou pediu desculpas de novo para Regina, Ivy tinha falado com ela. Era só a morena chegar, que a menina emudecia, e como suas semelhanças com Regina nunca paravam no físico, a menina era tão teimosa quanto a mãe.
— Meu amor. – Regina se ajoelhou na frente de Ivy. – A mommy vai levar a mama na médica dela. Você fica com as meninas, ok?
— Você tem que ir na médica toda semana mesmo? – Ivy perguntou para Emma.
— Tenho, meu amor, assim ela cuida para que eu não volte a ficar muito doente de novo.
— Eu não acho que você está doente agora então, mommy, não deixa a mama levar injeção.
— Não vou deixar. – Regina deu um beijo na filha, assim como Emma. As duas saíram juntas.
— Que médico é esse que ela tem que voltar? Psiquiatra? – Belle se aproximou de Zelena, e perguntou. Ivy estava ao lado da mulher, abaixou a cabeça e voltou a fazer os deveres.
— Não sei, Belle. A Regina não me disse. – Zelena deu de ombros e voltou a ajudar Ivy a escrever as respostas.
(...)
O clima tranquilo que Regina e Emma tiveram durante a semana parecia ter sumido naquele dia. Emma estava tensa. Desde a noite passada não tinha trocado mais que palavras necessárias com Regina. Ela tinha medo do que Fiona pudesse dizer para a fotógrafa. Medo que a fotógrafa decidisse que ela não estava boa para ficar perto de Ivy. Medo de perder as duas novamente.
Regina tinha achado melhor não pressionar Emma a conversar muito nas últimas horas. Ela não precisava conhecer tão bem a mulher para saber que ela estava uma pilha de nervos. No fim, Regina já não sabia se tinha tomado a decisão certa de pedir para Emma, para que ela conversasse com a sua psiquiatra.
Quando chegaram, Regina pegou na mão de Emma e olhou para a mulher.
— Eu sei que você está nervosa, mas saiba que eu vou precisar mais que umas palavras de uma psiquiatra para desistir de você, ok?
Emma apenas sorriu. Apertou forte a mão de Regina, e juntas entraram no consultório. Regina aguardou sentada, Emma andava pela recepção.
— Vamos lá... Emma. – Fiona abriu a porta sorrindo como de costume, chamando por Emma. A paciente estava acompanhada e fazia muito tempo que Emma não precisava ser levada para o seu consultório.
— Fiona, essa é a Regina. – Emma apresentou as duas mulheres. – Ela queria conversar com você, sobre a minha doença.
— Certo. Entendo, nós podemos marcar uma hora...
— Não. – Emma interrompeu a médica. – Fala com ela agora, eu não preciso te contar nada hoje. – Emma adentrou o consultório, não dando outra escolha para a psiquiatra.
Regina sentou em uma poltrona confortável, Fiona na sua cadeira de sempre e Emma voltou a andar. Regina e Fiona olhavam para Emma, e como a psiquiatra não falou nada, Regina começou.
— Bom, Fiona, eu queria saber mais sobre a doença e a Emma. Tem muita coisa na internet que no fundo acaba confundindo mais do que ajudando.
— Certo. – Fiona olhou para Emma. – Tudo bem eu conversar sobre você com a Regina? Posso responder tudo o que ela me perguntar?
— Não, não. – Emma se virou para Fiona. – Eu trouxe ela aqui para você ler a história da Cinderela para ela. – Emma abriu os braços e respirou fundo. – Cada coisa que eu tenho que ouvir. – Regina não conteve um sorriso, olhou para Fiona.
— A Emma não fica muito feliz com o tratamento quando ela está estável. – Fiona respondeu. – Podemos começar com o tipo de transtorno que a Emma tem. Nós temos alguns tipos de transtorno bipolar classificados, são o tipo I, o tipo II e uma leve variação do transtorno que chamamos de ciclotimia. A forma mais branda do transtorno bipolar. O que não é o caso da Emma. Dizemos que a Emma tem o tipo II, onde os episódios maníacos não são completos. A Emma apresenta um comportamento com muita energia, impulsividade não tão intensos, e esses episódios se alternam com os da depressão.
As lembranças de Regina vieram à tona. Não só a mais recente, do dia anterior, como algumas situações que passaram juntas. Quantas vezes Emma não tinha agido com impulsividade quando estava ao seu lado? E a tristeza que seguia? Como foram difíceis as inseminações e o quanto os abortos abalaram Emma. Regina era quem se sentia culpada agora. Os sintomas estavam berrando na sua cara, e ela não viu.
— Mais e os surtos? O que aconteceu em Nova York, e aquele aqui em Storybrooke?
— São mais difíceis de acontecer com o tipo que a Emma apresenta, mas não podemos descartar. Diversas causas podem desencadear esses surtos. Eu acredito que os da Emma foram causados por dois fatores. O primeiro, o nascimento do bebê. Foi uma grande mudança na vida, talvez realizada até por um impulso...
— Eu já disse que não. – Emma interrompeu, seu tom de voz era agressivo. – Eu sabia o que estava fazendo quando tive minha filha e já cansei de mandar você parar de dizer que ela foi um impulso.
— Ok. Me desculpe. – Fiona respondeu com calma, e voltou a falar com Regina. – O segundo, foi uma continuação do primeiro, todo o afastamento, a depressão que se abateu, acabou surgindo essa necessidade de extravasar exageradamente.
— Eu não vivo exatamente em uma rotina. Sim, tenho uma criança, mas meu trabalho não me prende e sempre consegui encaixar ele com a vida da Ivy. Nós... — A garganta secou. Regina sentiu o olhar de Emma nela. A fotógrafa não olhou, focou em Fiona e seguiu sua pergunta. – Nós podemos causar uma nova situação dessa? Pelo fato de a Emma voltar a conviver com a gente?
— Pode. Mesmo com o tratamento, isso pode voltar a acontecer. – Fiona respondeu séria para Regina. – Esse convívio é uma grande mudança na vida que a Emma vinha tendo, não há garantias de que não possa acontecer novamente.
— CALA A BOCA. – Emma gritou. Regina acabou se assustando. Além do baque que as palavras da psiquiatra causavam nela, o grito inesperado de Emma foi outro choque. – Para, você parece minha mãe, essa força negativa que só quer me manter longe da minha família. – Emma andava rapidamente, foi até Regina e se ajoelhou na frente dela. – Não escuta ela. Não escuta o que ela fala. É mentira, Regina, é mentira. – As lágrimas atingiam o rosto de Emma. – Vocês duas são minha lucidez, a minha força, a única razão por eu ter continuado todos esses anos foi vocês. Regina, vocês não são mudança na minha vida. Vocês são a minha vida. – Emma segurava as mãos da mulher com força, deixou suas lágrimas escaparem de seu rosto. – Não escuta o que eles dizem, eles não entendem o quanto eu amo vocês e o quanto vocês fazem bem para mim.
Regina passou a mão no rosto de Emma. Era um daqueles momentos que elas tinham que não importava o mundo ao redor. Só existiam as duas. A fotógrafa se inclinou e deixou que seu beijo desse a resposta e a segurança que Emma precisava. O beijo era lento, romântico, salgado pelas lágrimas de Emma e comportado. Nem mesmo os pigarros da psiquiatra conseguiram separar as duas antes que o beijo estivesse completo. Regina sorriu para Emma e sussurrou.
— Eu sempre acreditei em você. Já disse que eu te amo?
— Hoje ainda não. – Emma sorria em meio às lágrimas.
— Eu te amo, Emma Swan Mills. – Regina disse lentamente, palavra por palavra.
— Você quer me perguntar mais alguma coisa? – Fiona não conseguiu manter mais a postura.
— Não. – Regina olhou para a psiquiatra e sorriu. Um sorriso triunfante demais para Fiona.
— Eu preciso de receita. – Emma disse, estava de pé novamente, mas em vez de andar pelo consultório, sua mão estava segurando a de Regina, mantendo ela ali. Fiona pegou o receituário e fez a prescrição de Emma.
— Mesma dose, todo dia. – Entregou a receita para Emma, que nem olhou e guardou na bolsa. – Você me passa seu telefone, Regina? Para colocar nos contatos de emergência da Emma.
Regina passou o número e logo depois as duas saíram do consultório.
— Você nem olhou a receita, amor. – Regina comentou. Andava de mãos dadas com Emma, em direção ao carro.
— Mesma coisa de sempre, não preciso olhar. – Emma estranhou a pergunta. Entrou no carro. – Por que?
— Sei lá, vai que ela escreveu alguma coisa errada ou esqueceu de alguma informação. É bom conferir. – Regina olhou para Emma. Não ligou o carro. Esperou até que Emma pegasse a receita e mostrasse para ela. – Li sobre esses remédios, antidepressivo e antipsicótico. Só esses?
— Primeiro, quando você virou farmacêutica, e segundo, dois está bom demais. – Emma sorriu para Regina.
— Eu pesquisei pelo nome, o que era e o que fazia. Você sabe, na dúvida consulte o Google. – Regina deu de ombros. – Você tem remédios para até o final da semana que vem não é? Se importa se eu conversar com a médica da Ivy? Eu sei que seu caso não é a área dela, mas ela sabe muito de remédios, queria tirar umas dúvidas com ela.
— Você pode me dizer que dúvidas são essas? – Emma estava desconfiada.
— Posso primeiro ter certeza e depois contar? – Regina fez uma carinha pidona, que Emma não conseguiu dizer não. Finalmente a fotógrafa ligou o carro, e continuou a conversa. – Então, me fala, você conta tudo para a Fiona?
— Conto, às vezes, depende muito do assunto. Não consigo conversar sobre vocês por exemplo, ela começa com aquele papo de surto, que é perigoso, acabo omitindo muita coisa agora.
— Agora. Quer dizer que você contou muita coisa antes?
— Contei, quando começamos o tratamento, eu conversava muito com ela. Me abria de verdade, mas conforme fui melhorando, nossas ideias começaram a divergir e passei a ocultar certas coisas. – Emma olhava curiosa para Regina. Era a primeira vez que recebia um interrogatório tão curioso da fotógrafa.
— Certo. E o botão daquela camisa, tá sempre aberto assim? – Regina perguntou rindo.
— Que botão? – Emma fez uma cara indignada. – Você olhou pro decote da minha psiquiatra? Regina! – Emma deu um leve tapa no braço de Regina.
— Ah, Emma, vai dizer que você nunca viu aquele botão aberto além da conta? Por favor, ela tá pedindo para olhar.
— Claro que não, eu vou ali para me tratar e não paquerar a minha psiquiatra.
— Bom, alguma coisa me diz que ela iria adorar se você paquerasse ela.
— Ai, Regina, que ideia. Você e a Milah que ficam pensando nisso. Ela é minha médica, só isso. E além do mais, eu sempre preferi morenas. – Emma olhou para Regina rindo. Sua mão foi até a nuca da fotógrafa e fez um carinho.
— As morenas? – Regina olhou de relance para a mulher e sorriu. Voltou a prestar atenção na estrada. – Me explica isso.
— No momento, eu tenho duas morenas que fazem a minha cabeça, de diferentes formas. – Emma riu. Sentiu a bolsa vibrar. – E elas são incrivelmente parecidas, minhas duas branquinhas. Acho que é o seu. – Emma abriu a bolsa de Regina e tirou o celular. – Nossa, tem sete chamadas perdidas, da Belle. Será que... – Emma não teve tempo de completar a frase, o celular tocou novamente. Ela colocou no viva voz para Regina falar.
— Que foi...
— Regina, ainda bem que você atendeu, vem correndo para o hospital aqui do bairro, a Ivy sofreu um acidente, estamos com ela aqui na emergência e ela não para de chamar por você.
— O que? Mas o que aconteceu? – A voz era de Emma. Regina já tinha acelerado o carro. Direção perigosa era o que ela fazia enquanto Belle contava para Emma sobre o incidente.
Ivy tinha caído com o prato na mão. Se cortou. Estava aos berros chamando por ela e Regina não estava lá. Emma desligou a ligação de Belle e deu um berro com Regina. Passaram muito perto de bater feio com o carro. O espelho do lado direito, ficou para trás. Nem assim Regina tirou o pé. Quando finalmente tinham chegado no hospital, o carro ficou parado na entrada da emergência. As duas correram. Regina viu Belle primeiro.
— ERA PARA VOCÊ TOMAR CONTA DELA. – Regina segurou firme nos dois braços de Belle, ela apertava e gritava com a assistente. – SÓ UMA CRIANÇA, ERA SÓ OLHAR ELA, COMO DEIXOU ISSO ACONTECER?
— Calma, Regina. – Emma separou a fotógrafa da assistente. Zelena se interpôs entre as duas.
— Regina, entra com a Emma, vocês podem entrar, vão lá ver ela. – Zelena olhou para Emma, que era quem estava mais sã das duas no momento.
Com a ajuda de Zelena, Emma conseguiu entrar para as salas de atendimento com Regina. Foram direto onde estava Ivy. A menina dormia serena, tinha um médico e uma enfermeira. A enfermeira que tinha acompanhado as duas, fez o anúncio.
— Doutor, elas são as mães.
O médico levantou a cabeça e sorriu. Terminou de dar os pontos nas pequenas mãos da menina e depois tirou as luvas e a máscara. Regina já tinha invadido a sala e estava ao lado de Ivy. Emma entrou cautelosa, olhando os procedimentos que estavam sendo feitos com a filha.
— Senhoras. Foi um pequeno acidente, sem danos maiores. Não se preocupem, como vocês podem ver, ela teve alguns cortes superficiais, vamos fazer curativos também – O médico mostrou os pequenos cortes pelos dedos e palmas das mãos de Ivy. – Esses três aqui, — Ele apontou para os pontos. Três cortes entre os pulsos e mão. – Precisaram de pontos, porque o vidro ficou mais fundo. Nada grave, três, quatro pontos em cada corte. Vai sarar logo e dentro de uma semana podemos retirá-los, ok? – Ele olhou para as duas que concordaram. – Agora, nós tivemos que colocar um remédio que induz o sono no cheirinho. Ela estava chorando muito, e chamando por vocês, não conseguimos acalmá-la e tivemos que fazer a medicação, para conseguir realizar o tratamento. O efeito é curto, mas ela deve ficar sonolenta por um período mais longo. Quando ela acordar, vamos fazer um raio-x da mandíbula. – O médico andou até a lateral da maca onde Ivy estava. – As pessoas que trouxeram ela, disseram que ela bateu com o queixo, e como vocês podem ver, está vermelho aqui embaixo, deve ficar roxo em seguida. Verifiquei os dentes e ela não perdeu nenhum, deve ter sido apenas o choque da queda, mas vamos fazer o exame por precaução. Alguma dúvida?
— Quando posso levar ela para casa? – Regina perguntou. Estava chorando. O susto havia passado, era as horas das lágrimas.
— Depois do raio-x, eu passo aqui para liberar ela e deixar a receita e os cuidados com os machucados para vocês.
— Tudo bem. – Emma respondeu. Seu braço estava em volta de Regina. A fotógrafa apoiou a cabeça em seu ombro e chorou. O médico saiu, deu as instruções para a enfermeira terminar com os curativos. Quando a mulher saiu, Emma sentou Regina ao lado de Ivy.
— Eu vou lá fora avisar as meninas, você fica aqui com ela, e não deixa ela entrar naquele exame sem eu estar aqui, ok?
— Não demora. – Regina secava as lágrimas. Deu um selinho em Emma, antes da mulher sair, e encostou Ivy em seu peito. Fazia carinhos nos cabelos da filha, quando ela começou a se mexer. A menina não precisou chamar por ela dessa vez. – Meu bebê, a mommy está aqui. – Regina disse suavemente.
Emma foi até a recepção, encontrou as meninas agitadas esperando.
— O que eles disseram? – Belle foi a primeira a perguntar. Não era o momento para ter ciúmes ou raiva. Primeiro Ivy, depois as desavenças.
— Ela está bem. Foi só alguns cortes na mão, e perto do pulso. Precisou de pontos em uns três cortes, mas pouca coisa e que logo vai sarar. Eles tiveram que dar um remédio para ela dormir e poderem fazer os curativos, então temos que esperar ela acordar, fazer um raio-x e daí podemos levar ela para casa.
— Por que um raio-x? – Zelena fez a pergunta, enquanto todas ouviam atentas as palavras de Emma.
— Porque ela bateu com o queixo, ele viu que não houve perda de nenhum dente, nem corte na boca, mas como o queixo está vermelho, ele quer um raio-x para ter certeza que está tudo certo.
— Melhor eles fazerem isso mesmo. – Belle disse. – Pega aqui os documentos dela, o plano de saúde não está ativo ainda, então vamos ter que pagar tudo.
Emma pegou os documentos de Ivy.
— Minha bolsa tá no carro, preciso do cartão.
— Eu vou pedir para Mulan trazer, deixa eu ligar para ela. – Jasmine disse, já ligando.
— Como assim ela trazer? – Emma perguntou meio perdida. Belle já a empurrava para o balcão de atendimento.
— A Mulan foi tirar o carro que a Regina deixou na entrada de emergência, né? O guarda já estava atrás de vocês.
— Ela ficou muito nervosa, Belle, não foi sua culpa, acidentes acontecem.
— Não preciso que você me diga isso. Eu sei que ela está nervosa. Nada é mais importante nesse mundo para Regina que aquela menina. – Belle deixou Emma sozinha no balcão. Ela entregou os documentos de Ivy, Mulan chegou com sua bolsa. Emma pagava quando a enfermeira veio chamá-la. Terminou de assinar os papéis e pagar. Entrou correndo, encontrou Regina acompanhando Ivy até a sala de exame.
— Mama. – Ivy estendeu a mão para Emma. Com carinho a professora segurou a mão da menina.
— Estou aqui, meu amor, fica calma que logo nós vamos te levar para casa tá?
— Por favor, mama, não quero ver agulha.
— Não vai ver meu amor, é só uma foto que vão bater dos seus ossos. Não vai doer e não vai ter agulhas. – Emma tentou tranquilizar a menina. Como Ivy estava no colo de Regina, apenas a fotógrafa entrou na sala para ajudar a posicionar a menina na máquina. Depois ela saiu, e ficou esperando na porta, ao lado de Emma.
— Pronto. – Ivy saiu acompanhada com o técnico de raio-x – Moça linda, ficou paradinha, deu tudo certo já de primeira. Só aguardar que o médico já vai falar com vocês.
Esperaram o médico na mesma sala que tinham tratado de Ivy. Levou mais uma hora até que ele voltasse e finalmente deixasse a menina ir para casa. O raio-x estava perfeito. Apenas uma medicação para dor, e os remédios para limpar e trocar os curativos.
Quem levou o carro dessa vez foi Emma. Jasmine foi com elas, e Regina sentou com Ivy no banco de trás. Quando chegaram em casa, a fotógrafa levou a filha para o quarto. Emma foi para a cozinha, preparar algo para a menina comer, antes que ela voltasse a dormir.
— Cuida, Emma, nem deu tempo de limpar o chão aqui. – Zelena estava acompanhando a mulher. Entraram as duas na cozinha com cuidado pelos cacos de vidro, e começaram a limpar.
— Que susto, meu Deus. Acho que só agora meu coração voltou a bater. – Emma falou. Agora que não tinha que estar forte ao lado de Regina, ela se permitiu chorar, e para sua surpresa Zelena parecia entendê-la. Ficou ao seu lado enquanto ela chorava, e lhe deu seu apoio.
No quarto Regina tentava manter Ivy acordada até Emma trazer a comida. Quem apareceu antes foi Belle. A morena sentou na cama. O silêncio de Ivy voltou.
— Tudo bem, tá? Você não quer falar comigo, eu entendo. – Belle encostou na perna de Ivy e olhou séria para ela. – Mas nunca mais me prega um susto desses, eu prefiro você inteira e quieta do meu lado, do que num hospital chorando. Não faz isso comigo não, meu coração é fraco, não aguenta.
Regina sorriu. Belle podia ser a pessoa mais controladora que ela conhecia. As duas podiam ter todas as diferenças. Belle podia odiar Emma. Mas ela amava Ivy. Era perceptível que não era só Emma que ficava melhor ao lado da menina. Belle também ficava. Com seu jeito turrona e irônico. Ela sorria quando estava com Ivy. E nada estava matando mais ela, que o silêncio da menina.
— Não vai mais acontecer, né? Você não vai mais correr com nada na mão, porque não é só o coração da tia Belle que não vai aguentar não. – Regina falou olhando para a filha.
— Não vou mais correr assim, mommy, eu prometo. – Ivy disse, olhou para Belle.
— Ai, como é bom ouvir essa vozinha de novo. Esse tom suave de Regina. – Belle riu. Ivy sorriu também.
— Você acaba comigo, Isabelle. – Ivy imitou Regina. As três riram, e Belle se aproximou, deu vários beijos na menina. O celular de Regina tocou.
— Pega ali pra mim, Belle. – Regina pediu e Belle estendeu a mão pegando o celular e o entregou para Regina. Era uma mensagem. O número era desconhecido, mas a mensagem estava bem Emma.
"Se você não se afastar, ela vai surtar de novo. Você sabe."
Não precisava de identificação. Regina sabia quem tinha enviado a mensagem.
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