— A casa é só nossa. – A fotógrafa sorriu maliciosamente.
Emma não precisou dar respostas. Entendia o que Regina queria e seu corpo respondia da mesma forma. A morena caminhou até a fotógrafa, seus braços envolveram Regina contra seu corpo. Suas bocas ficaram próximas. Regina deixou a boca entreaberta, esperando o beijo de Emma. Emma sorriu, passou a língua rapidamente nos lábios de Regina. Seus olhares se cruzaram.
— Eu amo você, minha Regina. – Emma parou de brincar e beijou a fotógrafa.
O beijo calmo logo se tornou quente. A língua de Emma invadiu a boca de Regina. As línguas exploravam as bocas, os gostos de cada uma. Regina sentiu seu corpo prensar contra a parede. As mãos firmes de Emma percorriam seu corpo. Seus dedos seguraram a calcinha da fotógrafa. A boca da morena se afastou dos lábios de Regina e foi distribuindo beijos pelo corpo da fotógrafa. Conforme a boca de Emma ia beijando o corpo da mulher, a loira ia se ajoelhando em frente a fotógrafa. Quando ficou na altura do sexo da Regina, Emma olhou lascivamente para a mulher. A respiração de Regina estava pesada. A fotógrafa mordeu o lábio inferior e sorriu para Emma. Lentamente a calcinha foi baixada. Emma se permitiu admirar o sexo de Regina, antes de tocá-lo. Absorveu o cheiro do desejo de Regina, e levou sua boca de encontro ao centro da mulher.
Regina jogou a cabeça para trás, soltou um leve gemido. A língua de Emma sabia exatamente o que fazer. As pernas da fotógrafa ficaram bambas. Regina segurou com uma mão na pia e a outra prendeu os cabelos de Emma. Lentamente seu quadril começou a seguir os ritmos da boca da morena. Seus gemidos ficaram mais altos.
— Ahh Emma... continua – Regina gemeu o nome da mulher. O tesão de Emma ficou maior e os movimentos da sua língua ficaram mais fortes contra o sexo da fotógrafa. Emma sentiu o corpo de Regina se contrair, e antes da mulher atingir o ápice, ela se afastou. – O.... que... – A fotógrafa mal conseguia falar.
Emma ergueu-se e beijou os lábios de Regina. A fotógrafa sentiu seu sabor na boca da loira. Foram aos beijos até a cama. Dessa vez, Regina ficou por cima. Aproveitou para beijar e distribuir leves mordidas pelo corpo da esposa. Dedicou um tempo maior aos seios da mulher. Os belos seios fartos que Regina tanto amava. Emma respondia aos carinhos da mulher com gemidos suaves. A boca da fotógrafa se aproximou do sexo de Emma. As duas trocaram um olhar e a fotógrafa beijou o centro de Emma. Os movimentos lentos da fotógrafa foram ficando mais rápidos conforme o corpo da loira correspondia. Emma gemeu alto, suas mãos seguravam no lençol com força. Seu corpo se contorcia de prazer, e seu orgasmo chegou contra a boca da fotógrafa.
Regina sugou o prazer de Emma com gosto, e depois se sentou com as pernas ao lado do corpo de Emma. Segurou a mão da mulher e chupou os dedos um por um, do jeito que sabia que a loira gostava. Seus olhos se encaravam, as respirações estavam pesadas. Regina levou os dedos de Emma até seu sexo. E gentilmente os sentiu invadir seu corpo. As duas gemeram juntas. O quadril da fotógrafa começou a rebolar contra os dedos da loira. Regina estimulava seu seio com uma mão e com a outra, entrelaçou os dedos com os de Emma.
Emma intensificava seus movimentos contra o sexo da fotógrafa. Não conseguia desviar o olhar de Regina. O corpo suado da fotógrafa rebolava sensualmente sob o seu. Os gemidos de Regina tomavam conta do quarto. Emma sentiu o sexo da esposa se contrair, e dessa vez seguiu com os movimentos. O gemido de prazer da fotógrafa, colocou um sorriso nos lábios de Emma.
Gentilmente seus dedos saíram de Regina, e a fotógrafa deitou seu corpo sob o de Emma. Os braços da morena abraçaram a mulher, e suas mãos faziam carinho pelo seu corpo.
— Eu te amo tanto. – Regina sussurrou contra os lábios de Emma. Um sorriso seguiu ao beijo que veio depois das palavras.
— Eu também te amo, muito. – Emma passou a mão no rosto de Regina. – Mas posso dizer uma coisa?
— O que? – Regina olhou curiosa para Emma.
— Eu não esperei seis anos só para isso. – Emma falou sorrindo, abraçou a fotógrafa com força e virou seu corpo sobre o de Regina. Os beijos recomeçaram, os carinhos mais urgentes, os toques mais fortes. Logo as duas estavam gemendo de prazer novamente.
(...)
Mesmo contra a vontade, Zelena tinha levado Belle para a tarde de diversão com Ivy. O que chamava mesmo a atenção da modelo era o fato de a morena ficar mais sorridente e menos irônica na presença da menina. Até contar piada no caminho, ela tinha contado. Quando as três chegaram no shopping foram direto para o cinema. Ivy tomou a frente e correu para ver os cartazes dos filmes.
— Ivy, não corre. – Belle falou entre dentes correndo atrás da menina. Segurou seu ombro, e depois pegou o mais próximo da mão que podia. Os machucados ainda estavam lá, e toda vez que Belle olhava para eles, ela sentia-se culpada. – Ivy, você não solta mais a minha mão, senão vou colocar você dentro de um carrinho de bebê.
— Mas eu não sou mais bebê. – Ivy respondeu para Belle.
— Então não se comporte como um. – Belle foi dura. Ivy olhou para Zelena em busca de apoio, mas encontrou apenas a modelo concordando com a morena. A menina ficou ao lado de Belle e não correu mais.
— O que vamos ver? Não tem nenhuma animação em cartaz. – Zelena perguntou.
— Tem o do golfinho. – Ivy apontou para o cartaz. Belle deu de ombros diante das poucas opções que tinha, e Zelena sorriu concordando com a escolha de Ivy. Enquanto a modelo foi para a fila dos ingressos, Ivy e Belle foram comprar as pipocas. – Tia Belle, você não acha a Zelena bonita?
— Como? – Belle que estava distraída pegando a carteira, parou para prestar atenção em Ivy.
— A Zelena, você não a acha bonita? Eu a acho linda.
— É.... — Belle olhou de lado para Ivy, não entendendo direito onde a menina queria chegar. – Ela é bonita sim.
— E muito legal também. – Ivy continuou.
— Quanto a isso, nossas opiniões divergem.
— Di o que?
— Divergem, são diferentes. – Belle chegou ao balcão das pipocas e fez os pedidos.
— Bom, ela pode pensar o mesmo de você, mas eu acho... — Ivy pegou sua pipoca, e foi andando devagar na frente de Belle. Zelena foi ajudá-las e a menina continuou a falar. – Que vocês podem mudar de opinião se pararem de tentar namorar a minha mommy. – Ela olhou para as duas. Enquanto Zelena a encarava confusa, Belle tinha perdido as palavras. Ivy sorriu, e comeu uma pipoca, deu uma piscadinha para as duas.
— Do que ela tá falando? – Zelena perguntou a Belle. Mas quem deu a resposta foi Ivy, que estava novamente na frente das duas.
— Que vocês duas deviam namorar. – A menina falou um pouco alto, chamando a atenção de algumas mães que aguardavam na fila, pela liberação da sala.
— Agora eu sei por que ela me perguntou se eu estava saindo com alguém. – Belle resmungou e foi atrás da menina.
— E está? – Zelena indagou curiosa. Belle revirou os olhos e respirou fundo.
— Não, tia Zelena, ela está solteira.
— Sim, vai chamar essa aí de tia também? – Belle estava entre as duas, e segurava as bebidas.
— Vou, se ela namora a minha tia, ela é tia também. – Enquanto Ivy deu um de seus sorrisos sapecas, Zelena começou a rir. Belle balançou a cabeça algumas vezes, mas acabou sorrindo também.
O filme acabou sendo uma boa diversão, e assim que acabou Zelena, continuou com seu plano de não levar a menina para casa cedo.
— Vamos para o salão agora? – A modelo falou, já direcionando as duas para o salão de beleza.
— Salão? – Belle perguntou, estranhando.
— Isso mesmo, vamos ter um tempinho de mulherzinha. – Zelena sorriu para Ivy, que prestava atenção nas suas palavras. – Fazer as unhas, lavar os cabelos, uma massagem relaxante.
— Você vai pagar uma massagem relaxante para uma criança? – Belle não conteve o tom inconformado.
— Não, Isabellinha, a massagem é presente para você. Quem sabe assim você fica menos ranzinza. – Zelena piscou para Belle, que revirou os olhos, para deleite de Ivy que caiu na gargalhada.
Na verdade, Zelena tinha mesmo horário marcado para ela naquele dia. Como iria trabalhar com Regina nos próximos dias, queria cuidar dos cabelos e da pele antes das fotos. Seu ritual tradicional, antes de qualquer trabalho.
Antes de entrar na sala de massagem, Belle novamente ameaçou Zelena de acabar com sua escova caso ela cortasse os cabelos de Ivy. Se o cinema foi uma boa distração para a menina, o salão não conseguiu prender tanto a atenção de Ivy. Depois que seu cabelo foi lavado e feito escova, não tinha nada mais de interessante para a criança no lugar, tornando-a inquieta e impaciente.
Passadas duas horas, para compensar toda a demora do salão, Zelena presenteou Ivy com uma hora nos brinquedos do shopping. Passe livre. Enquanto a menina se divertia, e vez ou outra brincava com alguma criança da sua idade, Zelena e Belle se sentaram à uma certa distância para observar.
— Bem que a Regina fez em colocar o remédio na minha bolsa. Certeza que ela vai reclamar de dor depois. – Belle falava, sem tirar os olhos de Ivy. – Olha lá, pendurada pelas mãos.
— Relaxa, gatinha. – Zelena sorriu. – Ela está se divertindo. A Regina e você são muito preocupadas com ela.
— Você não entende, Zelena, essa menina é mais que tudo para Regina, sem ela, eu não sei o que teria sido da Regina quando a Emma a deixou.
— Sabe, quando eu estava com a Regina, eu sentia que ela tinha medo de ir mais longe. De me deixar conhecer ela. Nossa, foi uma vitória quando ela me apresentou como namorada para a Ivy. Mas ela nunca me contou o que aconteceu depois que a Emma foi embora. – Zelena encostou no banco, abriu um pacote de balas que tinha sobrado do cinema, e ofereceu para Belle.
— Aconteceu tudo. Primeiro ela ficou desesperada, aquela loucura, chamar a polícia, contar um milhão de vezes a mesma história. Depois chegou a mãe da Emma, e a louca foi dizer que a Regina tinha matado a filha dela, porque a Emma nunca tinha falado de filho nenhum, nem de casamento. Foram os seis meses mais infernais das nossas vidas. – Belle pegou uma bala. Sentia-se mal por lembrar de toda a situação. – Depois desse tempo sem notícia, a Regina começou acreditar que a Emma estava morta. Foi a maneira mais fácil que ela encontrou para lidar com aquela ausência e aquela falta de respostas. – Belle olhou para Zelena, e respirou fundo. – Até que ela soube que a Emma estava viva, e em Storybrooke. Foi então que a Regina quebrou. Ela chorava toda noite com a Ivy nos braços. Quase não dormia mais. Não queria trabalhar, só ficava com a filha no colo. Deus me livre se a gente pegasse a menina dela. Ela ficava perto, rondando, vigiando. – A morena encostou no banco, próxima de Zelena. – Foi só quando a Ivy começou a ficar mais independente que a Regina voltou a fotografar. E ela não parou mais. Trabalho e Ivy. Ivy e trabalho. Aonde ela ia, Ivy estava junto. Ela não deixava a menina, e a menina não a deixava.
— E foi aí que nasceu as manias da Ivy. – Zelena sorriu, ao olhar a menina de longe.
— Foi. Dormir agarrada com a Regina, com o xero. Só tomar banho se for dado pela Regina, essas coisas.
— Mas eu já dei banho nela. – Zelena franziu o cenho.
— Sinal de que ela gosta de você. Além da Regina, só eu conseguia dar banho nela. – Belle olhou Zelena de cima a baixo.
— Não me olha assim não. – Zelena bateu com o braço de leve em Belle. – É tão bom dar banho nela, uma festa.
— Mas a hora de secar... — Belle olhou sorrindo para Zelena
— É hora de chamar a Regina. — Zelena e Belle falaram ao mesmo tempo e caíram na gargalhada. Acabaram mantendo uma conversa divertida até o momento que Ivy apareceu correndo e suada até elas.
— Tia Belle, minha mão tá doendo. – Ivy mostrou as mãos vermelhas para a morena, e fez uma carinha de dor.
— Não faz essa carinha que eu mordo você todinha. – Zelena puxou a menina para seu colo, e começou a dar mordidinhas em Ivy, que ria.
— Tô com fome. – Ivy disse depois que Zelena parou de fazê-la rir.
— Vamos comer e você toma o remédio para dor que a sua mommy mandou.
— Isso, vou levar vocês em um restaurante maravilhoso que fui outro dia. – Zelena falou sorrindo, olhando de Ivy para Belle.
— Não vamos comer aqui? – Belle perguntou para Zelena.
— Claro que não né, tia Belle, isso é tipo o pré encontro de vocês, tem que ir jantar num lugar legal.
— Que pré encontro, garota? – Belle pegou Ivy no colo, e saiu ao lado de Zelena que apenas ria. – Não sei de onde você tira essas ideias, dona Ivy.
(...)
Emma sentia-se tão bem, que chegava a ter medo. Não era só o fato de ter feito sexo depois de tanto tempo, era bem mais que isso. Era Regina entregue em seus braços. Era a vida ao lado da fotógrafa que voltava a ter. Era Ivy, e todos os seus carinhos e amor que vinha distribuindo para Emma. A felicidade estava à sua volta. Não tinha como não sorrir. Mas Emma ainda tinha medo. Seu tratamento até então seguido à risca, era um erro. Um erro que poderia mudar todo esse presente alegre que vivia. Emma respirou fundo, e tentou tirar esses pensamentos da cabeça. Não era o momento para se preocupar com isso. O silêncio que havia dominado o quarto agora, era sereno e bem-vindo. Seus corpos haviam dito mais nas últimas horas, que quaisquer palavras. O corpo nu da fotógrafa estava deitado sob o de Emma. Regina relaxava a cabeça no peito da loira, enquanto sentia os carinhos em seus cabelos e costas.
— Posso ficar aqui para sempre? – Regina resolveu quebrar o silêncio. Levantou a cabeça e olhou sorrindo para Emma.
— Não só pode, como deve. – Emma não conteve o sorriso ao ver o rosto sereno de Regina tão próximo ao seu. – Jura pra mim que isso não é um sonho ou uma alucinação?
— Não posso. – Regina mordeu o queixo de Emma.
— Por quê? – Emma arregalou os olhos. Por um momento seu coração parou de bater, e o ar faltava.
— Quem garante que a nossa vida não é um sonho? Que não estamos deitados em uma cama, apenas imaginando tudo isso?
— Porra, Regina, eu já disse para você parar de ver filme de ficção. – Emma deu um tapa de leve no ombro da fotógrafa e começou a rir. – Você fez meu coração parar agora, sua louca. – A fotógrafa começou a rir.
— Eu não resisti, amor. – Ainda sorrindo, Regina beijou os lábios de Emma. – Bobinha, eu juro que isso não é sonho, não é alucinação, isso é a nossa realidade, que vai se repetir todos os dias. – Regina ia falando, e entre cada sentença um beijo ia sendo depositado nos lábios de Emma.
— Bem melhor assim. – Emma sorriu para Regina. – E a nossa pequena, faz parte da nossa realidade também né?
— A nossa pequena encrenca? – Regina sorriu. – Ela é a parte essencial dessa realidade.
— Às vezes eu a aperto só para ter certeza que ela é real. – Emma riu, lembrando dos abraços que roubava de Ivy, e da gostosa risada que recebia em troca. – Ela é tão carinhosa Regina, tão esperta. Como você conseguiu?
— Eu não sei. – Regina fez um carinho no rosto de Emma. Falar de Ivy, a lembrava que Emma não estava lá com ela. Não tinha com quem dividir seus anseios, suas dúvidas, seus medos, seus erros e acertos. Regina fez tudo sozinha, mesmo com o apoio de Belle, ela criou Ivy sozinha. Emma reparou no semblante triste que Regina passou a ter. Seu olhar estava vago, e a dor era visível. Regina não precisava dizer o que estava pensando, Emma sabia.
— Desculpa. – A loira sussurrou, trazendo Regina de volta dos seus pensamentos.
— Oi? Desculpa pelo que? – Regina perguntou sem entender de onde vinham aquelas desculpas.
— Por te fazer lembrar de algo triste. – Emma fez carinho no rosto de Regina. – Eu não queria fazer isso, mas...
— Emma. – Regina colocou os dedos nos lábios da mulher. – Nós não vamos esquecer o passado do dia pra noite, mas não vamos viver pisando em ovos por causa dele. Nós estamos recomeçando, e dessa vez, nós vamos errar e acertar juntas. – Regina tirou seus dedos dos lábios de Emma, para colocar sua boca. O beijo apaixonado perdurou por longos minutos. As mãos de Emma passeavam pelo corpo de Regina. O ar faltou, e precisaram afastar seus lábios, mantendo seus corpos unidos, como um só.
— Vamos pro banho? Daqui a pouco a nossa pequena chega, e aquele trinco não vai segurar ela por muito tempo. – Regina sorriu.
— Humm, banho? Acho que deixei algo inacabado no banho outro dia. – Emma mordeu o lábio inferior de Regina, e virou-se na cama sob ela.
— Vamos terminar o banho então? – O olhar malicioso da fotógrafa foi acompanhado pelo seu sorriso sexy. Emma levantou e puxou Regina com ela. Entre beijos e carícias, as duas ligaram a água sobre elas.
Dessa vez não teve interrupções. Os beijos ficaram mais urgentes, os lábios percorriam pescoços, colos, seios. As mãos buscavam o outro corpo, os carinhos eram intensos, firmes. Regina levou seus dedos ao sexo de Emma. Os gemidos da morena ecoaram pelo banheiro. Os corpos molhados ficaram mais unidos quando atingiram o prazer. Juntas, dividiram mais amor, e não sentiram o tempo passar.
— Vou descer e preparar o nosso jantar. – Emma disse enquanto Regina ainda se secava.
— Tudo bem. – Regina olhou Emma ainda nua saindo do banheiro. – Não esqueça de vestir algo, daqui a pouco as meninas estão de volta.
— Pode deixar. – Emma vestiu uma calcinha e voltou para a porta do banheiro. – Tá bom assim?
— Tá perfeito, já pega o embalo e vai pro estúdio que eu faço as suas fotos. – Regina respondeu se aproximando de Emma.
— Eu sabia. – Emma fez uma cara de magoada. – Você só me queria na sua cama para depois bater fotos minhas nua. – Ela abraçou Regina, sorrindo.
— Negócios e prazer podem muito bem andar juntos, meu amor, é só saber conduzir. – Regina piscou para Emma.
— Sua bandida. – A mulher fez cócegas em Regina, e as duas caíram rindo na cama. Emma beijou Regina e sorriu. – Vou fazer nosso jantar.
As duas se levantaram, a morena vestiu a camiseta de pijama igual ao xero de Ivy e desceu, enquanto a fotógrafa ficou colocando a roupa no quarto. Emma mal tinha separado os ingredientes para começar a preparar o jantar, quando ouviu os passos leves e apressados pela casa. Umas risadas encheram a casa que estava em silêncio. Agora ela entendia por que Regina deixava as meninas morando com ela. O barulho era um tranquilizante naquele mar de quietude.
— Mama. – Ivy surgiu na cozinha, sorrindo como sempre. Correu até Emma.
— Minha pequena. – Emma secou as mãos e pegou Ivy no colo. – Correndo de novo? Você sabe que se a sua mãe te pega, ela vai brigar com você.
— E posso saber por que você mesma não briga com ela? – Regina tinha chegado e cruzou os braços. Atrás dela, Belle e Zelena tentavam conter o sorriso.
Ivy olhou para Regina e depois para Emma, que se encolheu no colo da morena, enquanto a fotógrafa encarava as duas.
— Por... porque... porque foi só uma corridinha até aqui na cozinha, não é nada demais. – Emma gaguejou e falou. Deu um beijo em Ivy e a colocou no chão. – Me conta como foi sua tarde? – Emma já foi perguntando, não dando tempo para Regina continuar falando.
— A tia Belle e a tia Zelena me levaram no cinema, a gente viu um filme de golfinhos, e depois eu fui ao salão cuidar dos cabelos. – Ivy começou a narrar o dia, ficou perto de Emma, e mais perto ainda quando Regina se aproximou.
— Depois a gente conversa. – Regina sussurrou no ouvido de Emma, e se abaixou para abraçar Ivy. O medo da bronca passou quando a fotógrafa abraçou Ivy, e logo a pequena era só beijos e sorrisos para as mães.
— Bom, os cabelos estão molhados, a Ivy está entregue, meu trabalho está feito. – Zelena falou sorrindo olhando para Regina. – Agora vou descansar, porque amanhã é nós, galera. – Zelena jogou um beijo para todas na cozinha, e quando estava saindo, foi parada pela voz de Ivy.
— E o jantar de vocês ficou pra quando? – Ivy perguntou do colo de Regina.
— Que jantar? – Belle que tinha sentado com uma taça de vinho nas mãos, levantou a cabeça olhando assustada para Ivy.
— O de vocês duas, esse foi o pré encontro, agora tem o encontro. – Ivy falou. Emma e Regina trocaram um olhar e começaram a rir. Belle, balançou a cabeça em sinal negativo e voltou a beber.
— Não sabia que você gostava de morenas, Zel. – Emma provocou a colega.
— Mas olha só... — Zelena começou a responder, mas foi obrigada a rir quando Ivy apontou para as bochechas vermelhas de Belle.
A morena tentou argumentar que era do vinho, mas era impossível. Zelena acabou desistindo de ir pro quarto e ficou na cozinha, rindo e brincando com as outras. Emma e Regina foram as únicas que comeram, pelo menos a comida, porque a sobremesa todas dividiram.
Foram dormir tarde, e Ivy dessa vez pegou no sono nos braços de Emma. A morena colocou a filha na cama dela, sob o olhar vigilante de Regina.
— Vamos? – Emma perguntou ao chegar na porta.
— Deixa a porta entreaberta, ela pode acordar e chamar. – Emma concordou e levou Regina para o quarto. Não sabia se era mais difícil Ivy dormir sozinha, ou a fotógrafa deixar isso acontecer.
Regina tentou puxar conversa, mas naquela noite Emma não deixou. Entre sussurros e gemidos baixos, os orgasmos vieram novamente. Na manhã seguinte, a morena teve a surpresa de encontrar Ivy agarrada com uma Regina nua. Emma passou a mão na cabeça e se levantou, a porta do quarto estava aberta. Não dava para saber se a fotógrafa tinha buscado a menina, ou se a mesma tinha vindo sozinha. Fechou a porta, colocou uma roupa e tratou de acordar as suas dorminhocas.
— Vamos acordar que hoje temos uma aula superdivertida no jardim. – Emma falava entre os beijos que dava em Regina e Ivy.
— Na cama não pode ser? – Ivy resmungou e voltou a abraçar Regina.
— Isso, vamos ficar na cama. – Regina falou em seguida.
— Regina. – Emma falou alto e indignada. – A senhora tem trabalho. – Emma levantou e puxou a coberta. – Vou contar até cinco, se as duas não levantarem eu vou jogar água fria.
Ivy se encolheu mais em Regina quando a coberta saiu, a fotógrafa apenas sorriu, e nenhuma das duas fez qualquer movimento para se levantar. Cumprindo sua promessa, Emma pegou um copo de água fria e começou a respingar nas duas.
— Emma. – Regina gritou, tentou se esconder, mas não conseguiu. – Emma, essa porcaria tá gelada. – A morena apenas ria, e continuou até que Regina e Ivy levantaram correndo.
— Pô, Regina, desse jeito vou dar as aulas pra Ivy só de tarde. Quase uma hora para tirar vocês da cama. – Emma brigou com as duas, quando elas finalmente chegaram para o café da manhã. – Assim não dá, galera, vamos dormir até tarde no final de semana, mas dia de semana é dia de aula, de trabalho, tem que levantar cedo.
A fotógrafa e a filha olhavam para a Emma com cara de sono. As duas estavam de mau humor, e depois daquele esporro matinal, tão cedo não ficariam melhor. Tomaram café em silêncio e seguiram para os seus dias.
Emma pode sentir na pele o que era Ivy de mal humor, mil vezes pior que Regina. Precisou de todo o seu jogo de cintura e paciência para conseguir, depois de muito tempo, um sorriso da menina. Depois do primeiro sorriso, os outros vieram mais facilmente. Assim como Regina, que só melhorou o humor com as piadas de Zelena, durante a sessão de fotos em que trabalhavam.
Já era noite quando Emma disse para Regina que precisava passar em seu apartamento. Tinha esquecido alguns livros que queria usar nas aulas de Ivy.
— Vai demorar? – Regina perguntou, mostrava para Ivy as fotos que tinha feito de Zelena.
— Não, eu vou em um pé e volto no outro. – Emma deu um beijo em Regina.
— Vamos junto? – Ivy perguntou animada. Emma e Regina trocaram um olhar, e as três acabaram saindo juntas para a casa da morena.
Emma aproveitou a oportunidade em que Regina estava contente e a animação de Ivy, que não parava de falar para conversar sobre a escola com a presença da menina.
— Eu não sei, gosto de ter aula assim. – Ivy respondia receosa, olhava para Regina em busca de ajuda.
A fotógrafa apenas ouvia, e resolveu não responder. Não gostava daquele assunto, tanto quanto Ivy demonstrava não gostar.
— E se você tivesse aulas com outras crianças, será que não seria mais legal? – Emma perguntou, e olhou pelo retrovisor.
— Eu não sei. As outras meninas não gostam de mim. – Ivy falou e olhou pela janela. Emma olhou para Regina, que deu de ombros e fez um pequeno sinal que depois contava a história.
— Por que não? E você não pode achar que as só porque as meninas de NY não gostavam de você, que aqui em Storybrooke vai ser a mesma coisa.
— Mama, a vó vai estar em casa? – Ivy perguntou cortando o assunto. Emma não teria trabalho em convencer só Regina com essa história da escola, a filha também não seria fácil.
— Não sei, meu amor, a gente vê quando chegar lá. – Emma sorriu. Chegaram no prédio mais foram direto para o apartamento da loira. Ivy se sentou no sofá, enquanto Emma e Regina procuravam pelo livro que a morena queria, em sua estante. Depois foram até o quarto da mulher e voltaram para a sala. – Ah, já sei, eu emprestei para Ruby. Eu vou rapidinho na casa dela buscar, vocês me esperam aqui?
— Tudo bem. – Ivy se sentou no sofá e ligou a televisão.
Regina deu um beijo em Emma antes da mulher sair.
— Não demora.
— Não vou. Eu vou deixar a chave em casa e quando voltar eu toco a campainha. Ok? – Emma falou, e só subiu depois que ouviu Regina trancar a porta.
— Mommy vai no banheiro rapidinho e já volta, se a mama chegar, abre a porta pra ela, tá? – Regina deu um beijo em Ivy e saiu da sala.
Mal deu tempo de Regina sair da sala e a campainha tocou. Ivy pulou do sofá e correu para abrir a porta achando que era a Emma de volta. Mas para a surpresa da menina, um rosto desconhecido estava na porta. Ivy tentou fechar a porta, mas foi impedida pela mulher.
— Oi? Você deve ser a Ivy. – A mulher entrou no apartamento de Emma sorrindo. A menina andava de ré. A porta foi fechada. – Eu sou uma amiga da sua mãe, a Emma. Ela não está?
— Minha mommy tá no banheiro. – Ivy respondeu rapidamente. Olhou para o corredor esperando que Regina aparecesse naquele instante. A mulher se sentou no sofá, sorriu para a menina.
— Vou esperar ela, pode ser?
— Ela não vai gostar de ver você aqui. – Ivy andou um pouco mais para trás.
— Não precisa ter medo de mim. Eu sou, além de amiga, médica da sua mãe. Eu que cuido dela, para ela poder ficar com você. – Ivy olhou para a mulher. Sabia que Emma se tratava com um médico, e como a sua médica em Nova York era uma amiga de Regina, começou a relaxar. Sentou-se na poltrona.
— Como é seu nome? – A menina perguntou.
— Fiona. – A morena se aproximou de Ivy e estendeu a mão para ela, a pequena apertou de volta. – E você vai morar aqui?
— Não, a gente veio só buscar um livro que a mama esqueceu. Depois a gente vai pra casa.
— Vocês estão morando na casa da Regina? – Fiona perguntou curiosa.
— Isso, na casa da minha mommy. – Ivy respondeu prontamente.
— Com quem você está falando, Ivy? – Regina voltou para sala e parou. Não podia acreditar no que via. Aquela mulher tinha tido coragem de ir até a casa de Emma, e pior de tudo, estava falando com Ivy. – O que você está fazendo aqui? – Regina se aproximou ferozmente até Fiona.
A psiquiatra se levantou e se afastou, diante da atitude agressiva da fotógrafa.
— Calma, eu só vim tentar falar com a Emma.
— Ivy, vai pro quarto da sua mama e fecha a porta. – Regina tirou a filha do sofá e fez o pedido. Assim que ouviu a porta do quarto fechar, a fotógrafa continuou. – O que você quer falar com a Emma?
— Regina, a Emma ainda é minha paciente e ela faltou na consulta de hoje. E como a Emma é uma paciente de risco, eu me preocupo quando ela falta em uma sessão.
— Nossa, mas você é muito hipócrita mesmo. Acha mesmo que a Emma vai voltar a se consultar com você depois do tratamento errado que você passou para ela?
Emma nem tocou a campainha. Ouviu vozes no seu apartamento e logo reconheceu a voz de Fiona, e o tom alterado de Regina. Entrou rapidamente em casa.
— Fiona? – Emma falou ao entrar. Olhou para a psiquiatra e depois para a mulher. Regina estava a um fio de perder a paciência. A morena se posicionou entre as duas mulheres.
— Emma, como eu estava tentando explicar para Regina, você não foi... – Fiona começou a falar.
— Eu não sou mais sua paciente, Fiona. – Emma falou com a voz dura. – Você mentiu para mim, me deu o tratamento errado.
— EU DEI O TRATAMENTO QUE VOCÊ PRECISAVA. – Fiona gritou. – Você tinha alucinações, você vivia em um estado de tristeza profundo. Você precisava daqueles remédios, porque senão você enlouquecia.
— E nem assim eu fiquei melhor, fiquei?
— Não, Emma, você não ficou melhor. Você teimou em viver no passado, teimou em viver sonhando com a sua Regina, em se lembrar dessa menina.
— Olha só, eu ainda não denunciei você ao conselho médico, mas se você não sair daqui agora é exatamente isso que eu vou fazer. – Regina tentou se aproximar de Fiona, mas Emma segurou a esposa.
— Vai me denunciar com o que? Com o seu sonho de achar que o tratamento estava errado ou que a Emma não dormiu comigo?
— Fiona, sai daqui, por favor. Eu não sou sua paciente mais, e eu não quero saber das suas desculpas.
A morena olhou para as duas, principalmente para Emma. Respirou fundo e virou as costas. Quando abriu a porta se virou para trás.
— Quando você surtar de novo, Emma, não venha atrás da minha cama, porque dessa vez, a minha porta está fechada para você. – Fiona bateu à porta.
Regina olhou para Emma. Seu coração apertou. Quando os olhos da morena se encontraram com os da fotógrafa, Emma gelou.
— Você mentiu para mim. – Regina não podia acreditar.
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