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História Born to Die - Keep making me laugh


Escrita por: auswanqueen

Capítulo 16 - Keep making me laugh


— Se as lágrimas forem de alegria, sempre. – Emma beijou Regina.

Estavam no meio do beijo quando sentiram Ivy e a filhote pular sobre elas. Entre pequenas mordidas caninas e cócegas, as três brincaram no gramado por mais algum tempo.

— Meu amor, o que você acha de a gente ir fazer uma coleira especial para a Tinker? – Emma perguntou pegando Ivy no colo.

— Hoje? – A indagação veio com um tom de estranheza.

— Hoje. – Emma sorriu. Ivy deu de ombros, não tinha ficado muito feliz com a notícia. Preferia ficar no jardim brincando com a cachorrinha, mas entrou correndo em casa para trocar de roupa, com a cachorra em seus calcanhares.

— O saco de pulga vai ficar pela casa? – Belle perguntou quando viu as duas passando correndo na frente dela.

— Aí, Belle, não começa a implicar. – Regina abraçou a amiga de lado. – Vem, me ajuda a arrumar a Ivy. — Fez a assistente acompanhá-la até o quarto.

— O que você quer? – Belle perguntou olhando desconfiada para Regina. A fotógrafa parou no meio do corredor, e se certificou que ninguém estivesse ouvindo-as.

— A Emma. Você reparou na felicidade dela?

— E isso não é bom? – A morena respondeu sem entender onde a chefe queria chegar.

— É e não é. Acho que está além dos limites, não sei. Tenho medo de que seja mais um sintoma, porque ela está esse tempo sem tratamento. – Regina falava rápido e com insegurança. — Enfim, o que eu preciso é que você consiga com a Zelena o telefone da psiquiatra que ela indicou para a Emma e marque uma consulta para ela, para amanhã.

— No sábado, Regina?

— Lógico, a Emma marcou essa consulta só pra próxima sexta e hoje é o dia da Ivy. E ela esperou tanto para passar esse dia com ela, que não vou estragar.

— Tá, tudo bem, eu dou um jeito de arrumar isso pra você. – Belle sorriu. – Mais alguma coisa?

— Sim, que história é essa de namorar a Zelena e não me contar? – Regina abriu um sorriso enorme e deu um tapa de leve no braço de Belle.

— Não estou namorando ninguém. – Belle ergueu os braços em defesa. – Estamos só nos conhecendo melhor. – Regina caiu na gargalhada junto com Belle. Nem teve tempo de responder Ivy apareceu na porta do quarto, chamando por ela.

— Meu Deus, Regina, você deixou a cachorra subir na cama. – Emma falou quando foi até o quarto ver por que as duas estavam demorando tanto, afinal Belle já tinha descido há um tempo e dito que elas estavam quase prontas. A morena pegou a cachorra e colocou no chão, que foi correndo até o closet, onde a fotógrafa e Ivy estavam.

— Eu não deixei, meu amor, ela deve ter subido sozinha. – Regina respondeu enquanto prendia os cabelos de Ivy.

— Um filhote desse tamanho já subir sozi... — Emma nem precisou terminar de falar. Ela e Regina olharam para Ivy que tinha ficado calada de repente. Emma cruzou os braços.

— Eu disse pra ela não fazer xixi ali. – Ivy olhou com uma carinha de culpa para as mães.

— Amor, ela não pode subir na cama. Agora ela é um lindo filhotinho, mas a Tinker vai ficar grandona. Não pode acostumar ela a ficar na cama, senão, quando ela for grande, não vamos dar conta dela. – Regina tinha ficado de joelhos na frente da filha. – A Tinker vai ter a cama dela, o cantinho dela para dormir. De dia vocês brincam e de noite ela fica lá.

— Mas ela vai sentir saudades.

— E se a gente pegar uma manta que é sua? – Emma falou. – Daí ela vai dormir com o seu cheiro e vai saber que você está sempre com ela.

Ivy olhou para a cachorrinha, que estava cheirando todo o local, e voltou a olhar para as mães.

— Tá bom. – Não respondeu muito convencida.

Regina deu um beijo na filha e terminou de prender os cabelos de Ivy. Olhou para Emma e sorriu. A morena teve vontade de socar a mulher. Ela explicou perfeitamente para a filha o porquê que a cachorra deveria dormir no canto dela, enquanto ela mesma brigava todas as noites para deixar a própria filha a uma porta de distância.

— Que foi? – Regina falou para Emma enquanto elas entravam no carro.

— Você devia ouvir mais o que você fala. – A morena sorriu para a fotógrafa, enquanto prendia Ivy no cinto. Regina revirou os olhos e foi dirigindo até o pet shop.

O local foi escolhido antecipadamente pelas duas mulheres. Justamente naquele dia, teria uma feirinha de adoção, onde Ivy poderia escolher o gato que ela quisesse. Assim que entraram na loja, a menina correu com a cachorra nos braços para perto das gaiolas onde os outros animais estavam. Emma foi atrás da filha enquanto a fotógrafa conversava com o atendente.

— Não coloca a Tinker perto deles, meu amor, eles podem se assustar com ela. – Emma falou, afastando um pouco a filha das gaiolas.

— Prontinho, só aguardar enquanto eles fazem a coleira especial. – Regina se aproximou das duas. Ela e Emma trocaram o olhar de cumplicidade e a morena falou:

— Meu amor, acho que a Tinker pode precisar de mais um amigo além de você.

— Quem? – Ivy olhou para as duas, apertando a cachorra em seus braços, exatamente como Regina fazia quando tinha medo de perder a filha.

— Por que você não escolhe? – A fotógrafa apontou sorrindo para as gaiolas. Ivy arregalou os olhos e se virou para Emma, para confirmar. O sorriso da morena não deixava dúvidas. Ela teria mais um bicho de estimação.

— Tintin, vamos escolher um irmão para você. – Ivy falou sorrindo para a cachorra e voltaram a se aproximar das gaiolas. Foi um gatinho cinza, no canto, que chamou a atenção da pequena. Já que ele nem se importou quando a cachorra enfiou o focinho pela grade para cheirar. – Aquele.

Regina chamou o atendente. Ele pegou o gatinho e entregou para Ivy. Aproveitaram a passagem pelo pet shop para comprar tudo o que faltava para os dois novos moradores da casa. Comida, brinquedos, camas e mais as coleiras com os nomes gravados. Peter e Tinker.

— Pronto, amor, salvei no seu celular o telefone do local para o adestramento. – Emma falou, no caminho de volta para casa.

— Certo, é quando fizer quatro meses para ligar, né? – Regina olhou no retrovisor a pequena confusão que Ivy tinha nos braços. Um gato que só dormia e uma cachorra que pulava e lambia tudo à sua volta.

— Isso mesmo.

— Mommy. – Ivy olhou para o chão e depois para frente. Regina olhava pelo retrovisor e Emma tinha se virado para trás.

— Que foi, meu amor? – Emma perguntou.

— A Tinker fez xixi no meu tênis e no tapete. – Ivy olhou para Emma. A morena começou a rir enquanto Regina balançava a cabeça e resmungava alguma coisa inaudível.

— Deixa ela ir ao chão agora, em casa a gente limpa. – Regina falou, quando olhou para Emma começou a rir também.

Ivy tentou correr quando chegou em casa, mas Emma a segurou e a levou no banheiro de fora, para lavar os pés. Depois a menina foi atrás de Zelena e Belle para apresentar o gato, e Emma voltou para ajudar Regina limpar o carro.

— Tomaram um banho, assim espero. – Belle falou quando as duas mulheres entraram na cozinha. Ivy já tinha detalhado todo o ocorrido, para deleite de Belle.

— Foi uma manchinha no tapete, Belle, nem sujou tanto assim. – Regina disse.

— Agora né, porque quando aquilo ali virar um bezerro eu quero ver.

— Mas ela é uma cachorra, tia Belle, como vai virar bezerro? – Ivy perguntou, estava sentada no chão com os animais.

— Você vai ver quando ela crescer. – Belle respondeu olhando para a menina.

— Almoço pronto, galera. Um almoço muito especial, feito todinho por mim. – Zelena falou toda orgulhosa, colocando na travessa o capeletti. – Receita da minha mãe, então ninguém fala mal.

— Mas com essa cara ótima, ninguém vai falar mal. – Emma respondeu. Regina tinha levado Ivy ao banheiro para lavar as mãos e retornava.

— Viu? – Zelena cutucou Belle. – Eu disse que elas iam gostar.

— E desde quando o que a Emma fala conta pra alguma coisa? – Belle olhou para Regina. – Essas duas vivem de segredinho agora.

— Mas já tá com ciúmes, tia Belle? Pensei que vocês estivessem só se conhecendo. – Ivy falou olhando para Belle, fazendo o resto da mesa cair em gargalhada.

— Mereço. – Belle respondeu para Ivy. Terminaram o almoço sorrindo e brincando uma com a outra. Logo após o almoço, Ivy saiu correndo para brincar com os animais e Regina levou Emma até a espreguiçadeira maior, onde se deitaram juntas.

— Eu queria te falar antes da festa, mas o meu pai vai fazer uma surpresa para a Ivy. – Regina falou enquanto fazia carinho no rosto de Emma.

— Ele tá sabendo da gente? – Emma ficou preocupada. Não tinha conhecido o sogro no tempo que ficou com Regina em Nova York. Era um homem de negócios, sempre muito ocupado. E a própria fotógrafa falava muito pouco do pai. Henry Mills, era um completo desconhecido para a morena, um desconhecido que sabia muito sobre ela. Emma sentiu seu coração apertar.

— Tá. – Regina conseguia sentir o receio de Emma. Abraçou a morena para mais perto do seu corpo. – Não se preocupe, eu prometo que ele não vai morder.

— O que ele disse quando você contou pra ele? – A morena não conseguiu sorrir diante das palavras de Regina.

— Amor, eu disse para ele que nós havíamos nos reencontrado, conversado e que eu te amava, que a Ivy te amava, e nós estávamos juntas novamente. Ele não precisa saber sobre sua doença.

— Mas eu machuquei você, a Ivy... o que ele deve pensar de mim...

— Eu não me importo com o que ele pensa ou deixa de pensar de você Emma. Ele foi um avô tão presente na vida da Ivy, quanto você foi mãe dela. – Regina segurou o rosto de Emma. – Não fique preocupada com isso, meu amor, só estou te avisando porque não queria que você fosse pega de surpresa. Meu pai vai ser educado com você, ou eu afogo ele na piscina de bolinhas.

— Que piscina de bolinhas? – Emma perguntou já sorrindo para a fotógrafa.

— Não vai ter piscina de bolinhas? Ai, Emma, o aniversário é da Ivy, poxa, eu podia saber das coisas, né? Você só contou para a Zelena. – Regina fez um beicinho.

— Meu Deus, se não é a filha, é a mãe. – Emma mordeu o beicinho de Regina, e depois beijou a esposa. – Não é melhor a Ivy dormir um pouco?

— Que horas você marcou a festa? – Regina sentou esperando a resposta de Emma.

— A partir das 17 horas.

— Melhor ela dormir um pouco sim. – A fotógrafa concordou e chamou a filha. Claro que a teoria era muito mais simples. Colocar uma criança, cheia de energia, para dormir num horário em que ela não estava acostumada, não era nada fácil.

— Mama, me conta mais da mommy cuidando de mim. – Ivy pediu, depois de convencer as duas a deixarem os animais dormirem com ela. Fazia carinho na cabeça de Tinker, enquanto Peter estava deitado em suas pernas. A mão livre segurava a de Regina.

— Deixa eu ver uma bem legal. – Emma sorriu. – Teve o dia em que eu voltei do salão, tinha acabado de fazer as unhas, daí você chorou de fome. Eu te amamentei e depois sua mãe te pegou no colo para fazer arrotar. – Regina se deitou do lado de Ivy, já rindo. Ela jamais esqueceria do dia que Emma em vez de correr para ajudá-la, ficou rindo incontrolavelmente. – E como todo bebê, seu arroto foi mais forte e você acabou vomitando na blusa linda e limpa da sua mãe.

— Desculpa, mommy. – Ivy olhou sorrindo para Regina. Recebeu um beijo e Emma voltou a falar.

— Mas o problema não era a blusa suja e sim o desespero que ela ficou porque você tinha vomitado. Depois que eu consegui fazê-la entender que não tinha nada demais, ela foi lá, deu banho, trocou você, tomou banho e ficou limpinha. E o que você fez? – Ivy escondeu o rosto. – Isso mesmo, você encheu a fralda de cocô. E lá foi a Regina trocar você, e lá no meio da limpeza, você fez xixi na mão dela. – Emma ria só de lembrar da cara de indignação que a fotógrafa fez no dia.

— Você me judiou muito, mocinha. – A fotógrafa fez cócegas na filha que soltava aquela risada gostosa de criança feliz. – Vamos dormir um pouquinho agora?

— É, porque a Tinker e o Peter já dormiram. – Emma falou olhando para os bichos dormindo sob Ivy.

— Tá bem. E depois nós vamos para a festa, né?

Regina e Emma concordaram, e alguns carinhos depois, conseguiram finalmente com que Ivy dormisse. Emma abraçou as duas e seus carinhos em Regina fizeram a fotógrafa sentir sono também.

— Você chamou toda a sua família? – Regina perguntou meio dormindo, meio acordada.

— Chamei. Vem o prédio inteiro, e mais a tia louca.

— Que tia louca? – Regina chegou a abrir os olhos.

— A irmã da minha mãe, que ainda não recebeu o atestado de loucura, mas que todo mundo sabe que é mais pirada que eu.

— Você não é pirada. – A fotógrafa voltou a fechar os olhos. – Quem mais?

— O Killian e a Milah, a Aurora vai trazer uma amiguinha que vai dormir lá na casa dela essa noite, as meninas aqui do estúdio... não deu muita gente na verdade.

— Vai ter muita coisa?

— Mas olha que eu sei de onde a Ivy puxou esse lado curiosa dela. – Emma sorriu.

— Também, o aniversário é da Ivy e eu estou por fora. – Regina olhou revoltada para Emma.

— Confia em mim. – Emma pediu beijando a mão de Regina. Confiar a fotógrafa confiava. Mas a curiosidade a consumia internamente. Ela sempre tinha cuidado de tudo que envolvesse a filha, e agora pela primeira vez na vida, estava completamente por fora. Pior que isso, foi segurar a filha quando chegou a hora de se arrumarem. Como foi a primeira a ficar pronta, Ivy não parava quieta e sempre atrás das mães, perguntando quanto mais tempo elas levariam até ficarem prontas.

Por fim, as três saíram para o local da festa. Emma vestia um vestido longo e branco com detalhes no decote em dourado, um cinto da mesma cor, os cabelos estavam presos em um coque e mal dava para notar a maquiagem. Regina também usava um vestido longo, mas ao contrário da mulher, era preto e com brilho. Seus cabelos estavam em um rabo de cavalo e seus lábios com o característico batom vermelho chamando a atenção. Já para Ivy, tinham comprado um vestido de alças estampado com desenhos e, a pedido da menina, nos cabelos ganhou uma trança parecida com a personagem do desenho que havia visto na tv.

Emma ajeitou a filha antes de entrar no salão. A única decoração do lado de fora eram os balões coloridos.

— Pronta? – A morena sorriu para a filha. Não conseguia esconder seu sorriso e seu nervosismo. A família conheceria Ivy e Regina. Seu sogro apareceria no lugar também. Sem contar que era a primeira festa oficial ao lado de Regina. Todas as emoções se misturavam descontroladamente dentro de Emma e ela precisou apertar forte a mão de Regina para se sentir mais calma e segura.

Quando entraram no salão, nem Ivy nem Regina conseguiram prestar atenção nos convidados. A decoração que Emma tinha preparado era de encher os olhos. Entre os balões que estavam pendurados por todo o salão, fotos delas estavam expostas. Em vários tamanhos, em várias cores. Rindo, correndo, fazendo besteiras. O chão coberto de papel picado ajudava a iluminar as fotos escolhidas por Emma. No centro do salão, a mesa do bolo tinha atrás uma foto enorme de Regina abraçando uma Ivy bebê e o olhar sorridente de Emma para as duas.

Ivy foi andando lentamente olhando as fotos, entre as dela sozinha ou com Regina, achou as que tinha com Emma. Aquelas fotos eram as que a menina nunca tinha visto, e logo se tornaram a atração principal para ela, que saiu correndo pelo salão, vasculhando as paredes em busca das fotos.

— Gostou? – Emma sussurrou no ouvido de uma Regina ainda atônita. A fotógrafa olhou para a mulher e sorriu. O sorriso da mais pura felicidade. Regina não se importou que os convidados, a maioria a família de Emma, observavam as três e beijou Emma ali mesmo.

— Amei. – Regina falou após o beijo. A mão da morena enxugou uma lágrima que descia em seu rosto. – E a nossa pequena também.

As duas se viraram para olhar Ivy, que já não corria mais. A menina estava olhando para a foto que tinha atrás do bolo. Belle estava ao lado dela e depois de algumas palavras pegou a menina no colo, e a levou até onde Emma e Regina estavam. Só quando a assistente chegou mais perto, que elas perceberam que a filha chorava. Ivy pulou nos braços de Emma e a abraçou com força.

— Que foi, meu amor? – Regina perguntou preocupada.

— É que só hoje eu vi a mama me amando em fotos. – A própria menina tentava secar as lágrimas que tinha, sem sucesso. Regina nem olhou para Emma, sabia que a morena já seguia o caminho da filha. Foi forte pelas duas, e segurou suas lágrimas.

— Mas hoje não é dia de chorar não. – A fotógrafa voltou a falar. – Vamos ver quem veio te ver?

A menina concordou e olhou para Emma, e sorriu.

— Melhor aniversário da vida todinha. – Ivy falou bem alto, e logo as lágrimas deram lugar aos sorrisos.

Como a maioria presente eram parentes de Emma, Regina e Ivy iam acompanhando a mulher e as apresentações. Para o alívio da fotógrafa, a família da loira foi bem receptiva, tanto com ela, quanto com Ivy, e logo a menina estava menos tímida.

— Mas olha só, se não é a moça que sequestrou a minha amiga. – Killian falou ao pegar Ivy no colo.

— Ela é a minha mama, eu preciso dela, porque eu a conheci só agora. – Ivy respondeu.

— E se eu pagar resgate? – Killian insistiu.

— Não, não largo a minha mama por nada.

— Então eu vou deixá-la sob os seus cuidados. – O homem sorriu, e entregou o presente para Ivy. – Fiquei sabendo que você ia ganhar uns amigos novos.

— A Tinker e o Peter. O Peter é o gato, e ele dorme muito e é calmo, parece eu a mommy. – Ivy começou a falar desenfreadamente. – E a Tintin é a cachorrinha, ela pula e ri muito, como eu e a mama.

— Eu queria saber como é que o calmo foi parar na Regina, mas tudo bem. – Emma disse sorrindo.

— Emma. – A fotógrafa tentou fazer uma cara de brava, mas não conseguiu. Não tinha espaço para brabeza naquele momento. Ivy estava feliz, Emma estava feliz, logo Regina estava feliz.

Levaram os presentes da menina para uma mesa, e um a um ela foi abrindo e agradecendo novamente a pessoa que tinha dado. Livros, lego e até uma princesa ela tinha recebido. Escolheu o lego para brincar com Aurora e a amiga dela. Como sempre, Ivy não tinha problemas em ficar perto de crianças maiores, e tudo correu bem até a hora dos parabéns.

Todos se aproximaram da mesa cheia de guloseimas. Ivy subiu em uma cadeira e antes de Emma começar a falar, ela interrompeu:

— Mama, eu queria falar.

— Você? – Emma pareceu surpresa. Regina sorriu estranhando a atitude de Ivy. – Tudo bem.

— Tá, vão lá na frente, vocês duas – A menina praticamente empurrou as duas para a frente da mesa, ficando só ela ali. Pegou das mãos de Belle um papel bem dobrado, abriu cuidadosamente e começou a ler.

— Boa noite, meu nome é Ivy e hoje eu faço seis anos. Eu morava em Nova York com a minha mommy Regina, a minha tia Belle, a Mulan e, de vez em quando, com a Jasmine também. A minha mommy sempre me disse que eu tinha uma outra mãe, que eu chamo de mama. Mas que por conta do destino, ela não podia estar com a gente. Isso é complicado, porque eu via que a minha mommy queria estar com a minha mama e não entendia por que o tal destino não deixava. Mas acho que ele cansou de ser babaca e trouxe a gente aqui para Storybrooke. No começo eu fiquei triste e depois feliz por saber que ia morar onde minha mommy nasceu. Também descobri que era onde a minha mama morava, e aqui dentro de mim nasceu a esperança de finalmente conhecer a minha mama. Minha mommy também ficou triste no começo. Ela achou que a mama deixou a gente porque não amava mais, só que na verdade foi outra coisa. Ela tem uma doença chata, que faz ela achar que pode machucar a gente, e como ela é cabeça dura, temos que ficar dizendo que isso não vai acontecer. E depois que a mama disse que amava a gente, e a mommy viu que valia a pena ficar teimando com a mama, elas voltaram a ficar juntas. E elas se amam muito, porque eu vejo como elas se olham e cuidam uma da outra o tempo inteiro. Até quando elas se implicam, é porque se amam. Então, eu vou ler um poema que a tia Zelena me ajudou a encontrar, porque eu ainda não sei escrever poemas. – Zelena entregou o outro papel para a menina, que abriu, olhou para as duas mães e pediu que elas ficassem na frente da mesa do bolo. Após posicionar as duas como queria, Ivy recitou o pequeno poema, como havia ensaiado antes.

 

"Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo."

 

Ivy terminou de ler e olhou para Emma e Regina. Sorriu e pegou uma caixa pequena das mãos de Belle, abriu e virou para as duas.

— E pelo poder concedido a mim, por ser filha, eu vos declaro casadas de novo. – Na palma da mão da menina, encontravam-se as alianças que ela tinha ajudado Emma escolher. A loira tinha tentado enganar Ivy para fazer a entrega outro dia, e acabou sendo surpreendida pela filha junto com Regina. Entre lágrimas e sorrisos, as duas se olharam.

Emma segurou a mão de Regina, que não escondia a emoção. Deu um beijo nos lábios da fotógrafa e depois pegou a caixinha da mão da filha. A menina olhava sorrindo para as duas mães. O mesmo olhar de alegria que os outros presentes tinham.

— Emm, é na mão esquerda, tá? – Zelena falou em meio ao silêncio que tinha ficado depois das palavras de Ivy.

— Eu sei. – Emma olhou sobre o ombro de Regina para Zelena. A fotógrafa segurava a caixinha enquanto a morena pegava a aliança de seria da mulher.

— Eu tinha pensado em algumas palavras para dizer hoje e depois para dizer quando eu te entregasse as alianças... – Emma olhou sorrindo para a fotógrafa. – Mas a nossa filha roubou todas as minhas palavras. Ela deve ter aprendido com a mãe dela. – Emma colocou a aliança no dedo da fotógrafa. – Dizer que eu te amo muito é o suficiente?

Regina pegou a outra aliança, sentiu as mãos de Ivy pegando a caixa de suas mãos. A menina ficou ao lado da fotógrafa e continuou esperando a ação da mãe. Regina pegou a mão esquerda de Emma, e novamente, colocou a aliança naquele dedo.

— Ficar comigo para sempre é o suficiente. – A fotógrafa sorriu e as duas entrelaçaram as mãos.

— Beijo! – Ivy deu um leve empurrão em Regina, que foi com um sorriso nos lábios ao encontro da boca de Emma. O longo beijo que deram, serviu para os aplausos ecoarem pelo salão.

Muito diferente da primeira cerimônia, essa troca de alianças foi muito mais especial. Se antes tiveram apenas uma Belle emburrada e Mulan como espectadoras, hoje tinham toda a família de Emma presente e apoiando. Regina nem pode acreditar quando os braços de Mary Margareth a abraçaram e o desejo de felicidades sussurrado em seu ouvido pela mulher. Os abraços e desejos de felicidades foram seguidos por todos os presentes, até mesmo Belle abraçou Emma. O abraço mais demorado e mais esperado, ficou para o final.

Ivy tinha voltado para a sua cadeira, atrás da mesa do bolo, e ficou o tempo todo observando as mães. Quando as duas mulheres foram até a filha e a abraçaram, lágrimas de alegria se misturavam aos sorrisos que elas traziam.

— Agora podemos cantar os parabéns ou a senhorita vai continuar tentando me matar do coração? – Emma perguntou colocando Ivy de volta na cadeira.

— Não, vamos comer, que eu quero brigadeiro. – Ivy respondeu prontamente. Passou os braços ao redor do pescoço de Emma e Regina. A vela foi acesa, e a canção dos parabéns a você cantada.

— Faz um desejo antes de soprar a vela. – Aurora gritou antes que Ivy assoprasse a vela. A menina parou, pensou e assoprou.

— Gente, quem fez a comida foi o Killian, se não estiver bom, é só brigar com o cara alto ali. – Emma apontou sorrindo para o ex-marido.

O bolo foi cortado, todos os convidados foram servidos. A festa seguia no mesmo clima animado e descontraído de antes. Ivy já estava cansada e no colo da fotógrafa, quando olhou para a porta, a menina saiu correndo.

— Vô! – A menina foi correndo de braços abertos até o pai de Regina. Abraçou com toda força, e o olhou séria. – Pensei que tinha esquecido do meu aniversário, nem tinha me ligado ainda.

— Mas eu jamais me esqueceria do seu aniversário, minha princesa. – Henry respondeu. Ao seu lado um homem com roupa de piloto sorria para a cena.

— Oi, primo George. – Ivy sorriu para o conhecido. Logo foi para o colo do homem e pegou seu quepe para usar. Regina se aproximou sozinha, enquanto os dois se divertiam com Ivy.

— Pensei que nem vinha mais, pai. – A fotógrafa falou baixo ao abraçar o pai.

— Tive um contratempo em Londres e por sorte acabei pegando o voo pilotado por George.

— Tudo bem eu aparecer, Regina? Vim porque você sabe como seu pai é.

— Que isso, eu só não chamei você porque você estava fora do país.

— Verdade, pai. – Jasmine chegou e abraçou o pai. – Regina estava desesperada atrás de parentes porque a família da Emma veio em peso.

— Que coisa boa. – Henry respondeu olhando para Regina, sem convencer muito a fotógrafa de sua opinião.

— Sabe o que é bom mesmo, vô? – Ivy falou – É o senhor parar de me enrolar e me entregar o meu presente.

— Ivy. – Regina repreendeu a filha.

— Mas tem um embrulho ali na mala dele e eu sou a única aniversariante aqui hoje.

— Essa menina está cada vez mais esperta. – Henry tirou o pacote de dentro da mala e entregou para Ivy. – É um presente muito especial. Vamos abrir juntos?

— Vamos. – Ivy pegou o avô pela mão e o levou até a mesa onde estava antes com Regina. Quando Emma percebeu a aproximação do pai da fotógrafa, levantou-se e sorriu.

— Pai, essa é a Emma, minha mulher. Emma, meu pai, Henry. – Regina se posicionou ao lado de Emma, e segurou sua mão. Podia sentir o nervosismo da loira só de olhar para ela. E para ajudar, sem dizer nenhuma palavra, Henry apenas apertou a mão de Emma e se sentou pegando Ivy em seu colo.

— Vamos abrir esse presente? – Ele perguntou para Ivy.

— Não vai dizer oi pra minha mama não? – Ivy perguntou meio brava. – A mommy sempre me ensinou a dizer oi para as pessoas.

— Olá, Emma. – Henry olhou para a mulher e secamente falou.

Ivy tinha a mesma expressão brava de Regina, mas sua curiosidade era maior. Abriu o pacote. Uma caixa de madeira, pintada a mão estava ali. Ivy foi abrir a caixa, mas a mão de Henry a impediu. Ela olhou para o avô.

— Sua avó pintou essa caixa. – Ele passou a mão sobre o presente. – Ela adorava pintar, foi dela que a sua mãe herdou essa paixão pela arte. Essa aqui foi uma das últimas coisas que ela pintou. Então eu guardei e aqui dentro tem uma outra coisa especial.

— Posso abrir? – Ivy perguntou, sua curiosidade era enorme. Henry fez que sim com a cabeça. Dentro da caixa tinha uma revista de fotografia. Ivy sabia que era uma conceituada revista, porque já tinha ouvido Belle falar isso e porque Regina já tinha estado em algumas capas. Com a ajuda de Henry, ela achou a página marcada. Uma foto de Regina estava lá, mas era uma foto antiga.

— Essa foi a primeira vez que sua mãe apareceu em uma revista. – Henry falou, olhou de relance para Regina, que já tinha mudado a feição, e depois para Ivy. – Eles estão dizendo que sua mãe era a promessa daquele ano.

— Minha mommy arrasa mesmo. – Ivy sorriu e olhou para Regina.

— Não acredito que você guardou isso. – Regina falou sorrindo para o pai.

— Não só guardei como comprei outra revista igual, só para mandar emoldurar. Se você fosse ao meu escritório, teria visto.

— Viu só, mama? – Ivy saiu do colo de Henry e foi até Emma.

— Eu lembro disso, foi logo que eu e sua mãe começamos a sair. – Emma sorriu. – Tá vendo esse cabelo lambido dela? Foi assim que a conheci.

— Sério? – Ivy pegou a revista e foi até Mary Margareth. – Olha, vó, foi assim que a minha mama conheceu a mommy.

E a cena se repetiu com todos os convidados. Ruby, Neal, Killian, Milah, Dorothy, Mulan, Belle, Zelena, todos ouviram a mesma história. Enquanto Ivy corria pelo salão com a revista na mão. Regina foi apresentar o primo George para a família de Emma.

Para a surpresa da fotógrafa, ele já conhecia a mãe de Emma, o que permitiu uma socialização muito melhor. Aliás, George foi muito melhor que Henry nesse quesito. O pai da fotógrafa evitou conversas e permaneceu sério praticamente todo o tempo. O que ele esperava era um momento a sós com Emma, e quando Regina levou Ivy no banheiro, ele pegou a oportunidade.

— Com licença, posso roubar a Emma só um pouco? – Educadamente Henry perguntou e tirou Emma do meio da conversa.

— Seu Henry...

— Emma. – Ele nem deixou a mulher falar. – Vamos ser honestos. Isso aqui é muito lindo, a minha neta chamando você de mãe, tudo muito maravilhoso. Mas nós dois sabemos que não vai durar muito tempo. Afinal, era assim tudo lindo o que você tinha com a minha filha anos atrás, e quando a coisa apertou você correu.

— Você não tem ideia do que está falando. – Emma já tinha perdido o nervosismo. A raiva já começava aparecer de dentro do seu peito. Não importa que ela estivesse errada, que realmente tivesse deixado Regina. Ela não admitia que falassem sem saber, como se fugir tivesse sido a coisa mais fácil do mundo de fazer. – Eu amo a Regina, assim como amo a Ivy. Amo e sempre amei. Foram motivos maiores, mais fortes que eu, que me afastaram dela.

— Sim, o destino e a doença. Eu ouvi o discurso da Ivy. Só não consegui ficar e ver você iludir a minha filha novamente. – Henry falava sério, sem emoção na voz, nem mesmo quando mencionava a neta. – E como uma autêntica filha de Regina, a Ivy também caiu na sua conversa. Vamos fazer assim, Emma, para terminar agora e sem prolongar mais. Quanto você quer?

— O que? – Faltaram as palavras para a morena. Ela ainda não tinha acreditado no que tinha ouvido.

— Quanto você quer para desaparecer de uma vez por todas da vida da Regina e da Ivy? Faça o seu preço.


Notas Finais


Eu espero, de verdade, que estejam gostando.♥


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