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História Born to Die - Try to have fun in the meantime


Escrita por: auswanqueen

Capítulo 19 - Try to have fun in the meantime


A porta estava aberta, no meio da noite. Emma havia sumido. Regina não se incomodou com o fato de estar nua, abriu a porta por completo e antes que pudesse sair, Emma apareceu. Nos braços da morena, Ivy dormia tranquilamente.

Regina ficou calma. Emma e ela ficaram se olhando sem dizer nada por um longo período. A porta foi trancada e em silêncio elas voltaram para a cama.

— Desculpe. – Regina sussurrou quando sentiu os braços de Emma, abraçando ela e Ivy.

— Você pensou que eu tinha sumido. – Emma falou com a voz triste.

— Eu me assustei. Você disse aquilo tudo mais cedo e eu acordo sem você do meu lado. – A fotógrafa rebateu.

— Até quando nós vamos viver assim, Regina? – Emma olhou para a mulher. Passou a mão em seu rosto. Sentiu a fotógrafa beijar sua mão.

— Assim como? – Regina sabia o que Emma falava. Só não queria falar. Não queria dizer em voz alta, o que a razão gritava dentro dela.

— Com medo. – Emma também não queria dizer. Mas alguém precisava falar. As duas estavam com medo. Regina abraçou Emma. As duas quase esmagaram Ivy entre elas.

— Nós vamos vencer isso. Vencer sua doença, vencer os meus traumas. Juntas. – Uma lágrima desceu pelo rosto da fotógrafa. – Você está comigo nessa, Emma?

— Não tem nenhum outro lugar que eu possa querer estar. – Emma secou a lágrima de Regina, numa forma de segurar as suas. Entrelaçou seus dedos no da mulher. – Juntas, para sempre. – A loira beijou a mão de Regina.

Dessa vez elas sorriram. Se aproximaram mais e Ivy reclamou. Jogou os braços e pernas por cima das mães. Regina arrumou a filha sob seu corpo e Emma conseguiu chegar mais perto da fotógrafa. As duas adormeceram.

Com Ivy dormindo em seu colo, Emma acordou. A fotógrafa estava com o braço em volta das duas. Lentamente, a loira passou a filha para os braços de Regina. Levantou, tomou um banho e foi preparar o café. Ao acordar sozinha, a fotógrafa sentiu o cheiro do café invadindo o quarto. Levantou sem dificuldades. Tomou um banho rápido e vestiu uma das roupas de Emma, que haviam ficado no apartamento. Quando saiu do banheiro, a morena tentava acordar Ivy.

— Até sua mãe já levantou, tomou banho e está cheirosa. – Emma falou para Ivy que se escondia debaixo dos travesseiros. Regina se aproximou da cama sorrindo e deu um longo beijo de bom dia na mulher. – Bom dia, minha linda.

— Bom dia, meu amor. – Regina olhou para a filha. – E essa miniatura aqui não quer acordar hoje? – A fotógrafa puxou o travesseiro do rosto de Ivy, que manteve os olhos fechados.

— Não, meu super café da manhã improvisado está sendo rejeitado dolorosamente. – Emma sorriu.

— Só tem um jeito diante dessa situação, meu amor. – Regina sentou ao lado de Emma. Deu o mesmo sorriso sapeca que Ivy dava e sem falar mais nada, começou a fazer cócegas na menina.

Ivy logo acordou, tentou escapar de Regina mas não conseguiu. Mesmo querendo ficar brava, a menina não podia conter as gargalhadas. Esticou os braços para Emma.

— Mama... socorro. – Ivy finalmente estava desperta.

— Primeiro você rejeita meu café, agora pede socorro? – Emma olhou desconfiada para a filha.

— Não, eu como qualquer coisa, até pão com margarina. – A menina respondeu rindo. Regina parou as cócegas e a filha pulou nos braços de Emma.

— Pão com margarina. Tá aí o café da manhã dos deuses. – Regina sorriu, deu um leve tapa na bunda de Ivy. Emma levou a filha no colo até a cozinha. Para um café da manhã improvisado, a morena tinha conseguido bastante opções de comida. Pães, queijos, frutas, iogurtes, café e o chocolate de Ivy.

— Amor, não era um café improvisado? – Regina perguntou ao sentar. A mesa tinha praticamente o que elas comiam todos os dias. Exceto os bolos rápidos que Emma gostava de fazer.

— Tá bom, eu confesso. A Granny veio até aqui e arrumou a mesa. – Emma sorriu envergonhada.

Regina e Ivy sorriram, e pegaram no pé de Emma, por querer levar os créditos de Granny. Comeram entre conversas e risos. A loira tomou seus remédios e, enquanto ela e Regina arrumavam a louça para voltar para casa, Ivy abraçou sua cintura.

— Mama, não quero ter aula hoje. – Ivy disse, fazendo o seu melhor olhar para convencer Emma.

— Ah, deixa disso. Vamos ter uma aula bem legal e depois a gente vai lá ver sua aula de balé. – Emma deu um beijo em Ivy.

— Isso mesmo, nada de perder aula. – Regina falou olhando séria para Ivy. Não deixava a menina perder as aulas em casa, só quando a mesma estava realmente muito doente. – Vamos passar na sua mãe rapidinho e agradecer por ela ter ficado com a Ivy, né, amor?

— Ihh, amor, minha mãe já está na ginástica dela a essa hora. – Emma sorriu e gesticulou um deixa para lá na direção da mulher. – MM, vai buscar seu xero, que nós já vamos. – Ivy saiu correndo para o quarto da mãe.

— MM? – Regina começou a rir. – Que é isso?

— Um apelido que as meninas deram pra ela. – Emma abraçou a fotógrafa pela cintura. – Minha mãe falou que ela chorou enquanto dormia essa noite de novo. – Emma certificou que a filha não estava voltando, e sussurrou. – E se ela estiver lembrando da cena que viu de nós?

— Ela já tinha chorado antes disso, meu amor. Faz assim, dá a aula dela, depois vamos ver a aula de balé e depois a gente tenta falar com ela antes do jantar.

— Conversar até ter uma resposta satisfatória. – Emma olhou séria para Regina, que apenas concordou com a cabeça.

De acordo com o previsto, Emma deu a aula para Ivy durante a manhã. Porém, um problema com uma campanha que Regina fazia forçou a fotógrafa refazer as fotos, não conseguindo assim, acompanhar Emma e Ivy até a aula de balé.

— Oi, boa tarde. – Emma sorriu. – Eu queria ver se a minha filha pode fazer uma aula experimental. – A morena apontou para Ivy e olhou de volta para a moça que estava no balcão.

— Só um pouquinho que vou chamar a professora. – A moça saiu, e alguns minutos depois, voltou acompanhada de uma mulher caracterizada de bailarina.

— Oi, muito prazer, eu sou a Guinevere. – A professora estendeu a mão para Emma. A loira apertou a mão da professora.

— Eu sou a Emma e essa é a Ivy. – Ivy olhou tímida para a mulher e se aproximou mais da mãe.

— Então essa mocinha quer fazer uma aula? – A professora perguntou. O collant que a mulher usava marcava seu corpo. Não era tão magra para uma bailarina. Tinha os cabelos escuros presos em um coque. Emma não pode deixar de notar o quanto ela era linda e delicada. Logo tratou de tirar aquele pensamento da cabeça e se concentrar na filha.

— Isso. Nós vimos outro dia as meninas entrando aqui e agora a gente veio ver como é que é. – Emma sorriu para a filha. Apesar da vontade de fazer a aula, Ivy segurava forte a mão de Emma, com medo de soltar.

— Ótimo, estamos para começar uma aula agora mesmo. – A professora ficou de joelhos na frente de Ivy. – Pode me chamar de Gui, ok? Vamos lá conhecer as meninas?

— Eu não tenho sapatilha. – Ivy respondeu rapidamente.

— Eu empresto uma para você. – A professora sorriu. Ivy olhou para Emma e a loira sorriu de volta.

— Vai lá, meu amor. – Emma ficou na altura da filha. – A mamãe vai estar te esperando aqui.

Relutando um pouco, Ivy soltou a mão de Emma e foi com a professora. A mesma ajudou a menina a vestir a sapatilha e a apresentou para a turma. Não havia mais do que dez crianças, todas da faixa etária da menina. Emma estava escondida, vendo a aula de longe, quando seu celular começou a tocar.

— Oi. – Emma atendeu rápido e saiu de perto da sala para não chamar mais atenção.

— E aí, Emm, como foi? – Regina perguntou ansiosa do outro lado.

— Ela está fazendo a aula. – Emma não pode deixar de sorrir. – E está linda dançando.

— Ela já foi fazer a aula? Mas é a idade certa né?

— É, meu amor, as meninas são todas da idade dela. A professora é legal e já tem até uma menina ajudando ela. Tudo sob controle.

— Ok. – Regina respirou fundo. – Tira uma foto dela pra mim. – A fotógrafa sorriu. —  E não esquece de perguntar do que ela vai precisar certinho.

— Fica tranquila, eu vejo tudo aqui. Te amo. – Emma ouviu a despedida de Regina e desligou. Voltou a observar a aula pela janela de vidro e bateu algumas fotos de Ivy, como a fotógrafa pediu.

— Primeira aula? – Uma voz desconhecida falou para Emma. Envergonhada a morena guardou o celular.

— Sim.

— A minha é aquela loirinha com o collant pink. – A mulher apontou pela janela.

— A minha é justamente a menina que está fazendo dupla com ela. – Emma sorriu e estendeu a mão para a mulher. – Emma.

— Elizabete. – A mulher respondeu com o mesmo sorriso de Emma. As duas conversaram até o final da aula, quando as meninas saíram correndo e fazendo barulho.

Ivy correu para os braços de Emma e a professora vinha logo atrás.

— E então? – Emma perguntou para a filha. A alegria estava estampada no rosto suado da pequena.

— Eu quero voltar. – Ivy disse sorrindo.

— Isso é uma ótima notícia. – Guinevere falou sorrindo para as duas.

— Você nem imagina. – Emma comentou, colocando Ivy no chão. – Vamos fazer a matrícula, são quantas aulas por semana?

— Essa turma são duas vezes na semana, mesmo horário. – A professora respondeu, caminhando ao lado de Emma, que concordou com a cabeça. – Mônica, você faz a matrícula da Ivy para essa turma e já entrega a lista com as roupas. – Guinevere voltou a olhar para Emma. – Eu disse para a Ivy levar essa sapatilha, para comprar já no tamanho certinho. Essa é velha, então ela está mais confortável, uma sapatilha nova vai apertar um pouco mais. É bom proteger o pé com band-aid antes de usar.

— Certo. As cores do collant são livres, né? – Emma olhou para Ivy que conversava com uma menina da turma dela.

— Sim, a maioria usa rosa, mas é livre.

— Certo, até quarta então. – Emma estendeu a mão para a professora, se despedindo. Fez toda a matrícula de Ivy e depois já parou no shopping para comprar as roupas da menina.

Todas as meninas da turma de Ivy usavam algum tom de rosa. Mas claro que a filha da fotógrafa, a rainha da teimosia em pessoa, não podia usar. Ivy nem quis provar os collants rosas. Acabaram levando dois brancos e dois pretos, mais meias, saias e sapatilha.

Ivy entrou correndo no estúdio, trazendo a sacola com as roupas em uma mão e Peter na outra. Tinkerbell vinha correndo ao lado da menina.

— Mommy. – A menina chegou falando. Tropeçou em um dos cabos de luz e foram as mãos de Emma, que a seguia de perto, que a impediram de cair no chão.

— Ivy. – Regina chamou e olhou séria para a filha. Recém tinha acabado o ensaio e as meninas ainda estavam arrumando o estúdio. Emma pegou a filha no colo e a levou até a fotógrafa. – Só por Deus, né? Eu já não pedi para não correr assim? Você já não me prometeu que não ia mais correr?

— Desculpa, mommy. – Ivy falou quando Emma a colocou no chão.

— Desculpas não saram seus machucados, nem compram os seus remédios. – A fotógrafa pegou a sacola que a menina tinha nas mãos e o gato. – Senta lá no canto de castigo. E até você aprender a correr nas horas certas, vai ficar de castigo toda vez que eu ver essa cena. Agora vai. – A fotógrafa apontou para a cadeira no canto embaixo da escada. Ivy olhou para Emma, mas a loira não falou nada. Mesmo achando um exagero a atitude de Regina e não concordando no tom de voz que ela usou, não iria se meter. Diante da demora da filha para obedecer, a fotógrafa pegou a menina pelo braço e a levou até a cadeira.

— Então, meu dia foi bom, o seu não? – Emma perguntou com um tom de ironia para a mulher. Regina olhou para Emma. Diante do olhar da esposa, a fotógrafa respirou fundo. Já estava arrependida de sua ação.

— Peguei pesado? – Ela fez uma careta, olhou para trás, Ivy chorava quieta.

— Eu achei o castigo exagerado, assim como sua reação. Já que está nítido para mim que você está descarregando nela o que quer que tenha acontecido aqui. – Emma mantinha os braços cruzados. Por vezes, até ela se assustava quando tinha esses momentos mais sérios que Regina. A fotógrafa era a voz da razão, ver ela perdê-la e Emma se obrigar a entrar nesse lugar, era aterrorizante. – Mas você sabe que ela não vai entender assim né, amor? Ainda mais que ela estava radiante para te contar da aula.

— Eu sei. Que droga. – Regina passou as mãos na cabeça. – Também, já me basta esse cliente resolver refazer a campanha inteira, a Belle ainda me apronta.

— Hei. – Emma abraçou Regina. As duas falavam tão baixo que as meninas por perto não conseguiam ouvir. – O que ela fez agora?

— Confirmou minha presença em uma exposição internacional, mesmo depois de eu dizer que não faria. – As duas se olhavam sérias. Emma estava certa. Mesmo a fotógrafa não ter lhe dito nada antes, ela sabia que a mulher montava uma exposição.

— Internacional? Quanto tempo? – Emma perguntou nervosa. Regina pediria que ela a acompanhasse.

— Duas semanas. – Regina passou os braços em volta de Emma. – Eu já disse que não ia. Não tenho cabeça para isso agora. Vou cancelar. A Belle não tinha o direito de passar por cima de mim dessa forma.

— Mas, amor, e se manchar o seu nome?

— Pior é se eu fizer uma exposição abaixo da média. Eu só me irritei porque ela agiu sem o meu consentimento. – A fotógrafa olhou para a filha no canto. – E acabei descontando na nossa filha.

— Bom, em relação a exposição, você sabe que eu vou te apoiar não importa a sua decisão e em relação a Ivy, em sua defesa, você já tinha pedido para ela não correr dentro de casa. – Emma deu um beijo nos lábios de Regina. – Em sua condenação, o castigo foi demais.

— Eu vou falar com ela. – Regina sorriu. – Vamos jantar fora, não quero encontrar a Belle no jantar e acabar brigando com ela de novo e ainda na frente da Ivy.

Emma concordou dando mais um beijo em Regina. Enquanto a morena foi se arrumar, a fotógrafa foi conversar com a filha.

— Minha pequena. – A fotógrafa sentou na frente da menina e a pegou no colo. – Você sabe que dentro de casa não é lugar para correr. Tem muitos móveis que podem te machucar se você cair, como já aconteceu. E lembra que nós conversamos sobre isso?

— Lembro. – Ivy respondeu baixo. Olhava para a fotógrafa com os olhos marejados. Era muito raro Regina brigar com ela, deixa-la de castigo então, a própria fotógrafa não saberia dizer quando foi a última vez.

— Então, você me prometeu que não ia mais correr. Você se machuco e eu e sua mama quase morremos do coração. – Regina olhava séria, mais seu tom de voz era calmo. – Meu anjo, nós temos um jardim enorme para você correr, pular, virar cambalhota, o que quiser, mas aqui dentro de casa não. Muito menos aqui no estúdio, onde tem bem mais coisas espalhadas.

— Não corro mais em casa, mommy. – Ivy encostou a cabeça no peito de Regina, abraçando ela.

— É tudo o que eu quero. – A fotógrafa deu um beijo na cabeça da menina. – E agora deixa a mommy te pedir desculpas. – Ivy olhou assustada para Regina. – Eu não deveria ter falado com você naquele tom de voz. Eu fiquei brava com os problemas no estúdio e descontei em você. Eu agi errado e te peço desculpas.

— Tá desculpada. – Ivy esboçou um sorriso e abraçou Regina – Te amo.

— Também te amo, muito. – A fotógrafa levantou e depois pegou Ivy no colo. – Vamos nos arrumar, que nós vamos jantar fora e você vai me contar tudo sobre a sua aula de balé.

Regina levou a menina até o quarto dela. Ivy foi até o banheiro ao encontro de Emma, enquanto a fotógrafa separava as roupas da filha.

— Bu! – Ivy pulou perto do box onde Emma, distraída, tomava banho.

— Que susto, pequena. – Emma começou a rir. – Já conversou com sua mãe?

— Já sim. Eu não vou mais correr dentro de casa. – A menina respondeu para Emma e começou a tirar sua roupa. – Agora é pra tomar banho, pra depois a gente jantar.

— Vem aqui que eu te ajudo então. – Emma ajudou Ivy a terminar de tirar a roupa e a colocou no chuveiro com ela.

A loira estava passando trabalho para secar os cabelos de Ivy quando Regina entrou no chuveiro. A fotógrafa tinha se esquecido dos seus machucados, assim como Emma. Quando o silêncio cresceu dentro do banheiro e as reclamações de Ivy pararam, as duas mulheres perceberam que tinham deixado a filha ver demais. Regina olhou para Ivy, mais a menina já olhava quase em lágrimas para Emma.

— Por que? – A pergunta veio em um sussurro dos lábios da criança. Emma estava paralisada. Não conseguia nem ao menos olhar para Regina. A fotógrafa já estava ao lado da esposa, olhando para Ivy.

— Meu amor. – Regina começou. Só que não terminou sequer a primeira frase. Emma colocou a mão em sua perna, fazendo a fotógrafa calar.

— A mama ficou doente no dia da sua festa. – Emma sabia que tinha que tomar cuidado com as palavras, mas precisava falar a verdade para a menina. Era a melhor forma de não afastar a filha dela. – Eu tentei não ficar, mas não deu. Eu fiquei doente e acabei descontando na sua mãe. Eu não queria, só que eu perdi o meu controle.

Regina segurou a mão de Emma. Ela precisava mais que dizer, demonstrar para a filha que estava tudo bem. As duas olhavam para Ivy que permanecia calada. A menina olhava de uma para a outra, tentando entender como a doença da mãe se encaixava na cena que ela tinha visto. Não entenderia sozinha, teria que perguntar.

— Você ficou doente e foi brincar com a mommy? – Ivy perguntou confusa. Emma olhou para Regina. Não tinha assimilado o brincar que a filha se referia.

— Foi. Porque lembra que a mommy te explicou que foi uma brincadeira de adultos?

— E dá para brincar quando está doente? – Foi quase uma revolta o tom da menina. Ela não podia brincar quando estava doente.

— É... —  Regina olhou em socorro para Emma. A morena tentou pensar em alguma coisa, mas a verdade era que nunca tinha imaginado aquela situação na vida e não estava preparada. – Naquele dia deu, mas não é sempre que pode. – A fotógrafa se enrolou, mas respondeu.

Ivy olhou desconfiada para as duas. Apesar de sentir uma certa raiva de Emma, procurou tentar entender as palavras das mães. Deu de ombros e deixou as duas sozinhas no banheiro.

— O que aconteceu aqui? – Emma olhou assustada para Regina. – Deus, não tem uma máquina para apagar isso da memória dela?

— Eu queria uma. – Regina sorriu. – Você percebeu que somos duas mulheres que não sabem falar de sexo com a filha?

— Nós precisamos comprar um livro sobre isso ou vamos traumatizar a menina. – Emma começou a rir. Regina voltou para seu banho e a morena foi para o quarto.

Ivy estava na cama com Peter em seus braços e ela lia a matéria da revista que tinha ganhado do avô no aniversário. Era a milésima vez que a menina lia aquela matéria. Emma sabia, porque ela mesma já tinha ouvido algumas vezes. Sorriu com um certo receio para a filha. Ivy olhou para a mãe e sorriu de volta.

— To lendo pro Peter, porque ele não sabe ler e não ouviu ainda. – Ivy disse fazendo carinho no gato.

— Isso é bom, meu amor. – Emma sentou na cama e tirou a revista das mãos da menina. – Você está bem? Você entendeu o que aconteceu entre eu e sua mãe?

— Você ficou doente e brincou pesado com ela, daí ela se machucou. – Ivy respondeu tranquila. Não sentia mais raiva de Emma. – Mas tem que tomar cuidado quando brinca com a mommy, ela se machuca fácil que nem eu.

— Tem mesmo. Eu vou tomar o dobro de cuidado da próxima vez, ok? – Emma sorriu e abriu os braços para a filha. Ivy pulou e abraçou a morena com força.

Emma tinha tirado a sorte grande. Poderia viver em uma montanha russa de emoções, mas tinha a melhor filha e mulher ao seu lado. Na alegria e na tristeza, elas estavam lá. Até mesmo Ivy, tão pequena, demonstrava um amor e uma compreensão absurda. Emma faria dar certo. Com os remédios, com o tratamento, com Regina. Ela tinha uma vida de volta e iria lutar para mantê-la.

Quando a fotógrafa saiu do banheiro, Emma estava pronta e terminava de arrumar os cabelos de Ivy. Logo, a fotógrafa vestiu-se e as três saíram para jantar. Regina foi vencida pelas duas e acabaram indo até uma pizzaria. Do carro, até metade do jantar, Ivy detalhou a aula para Regina. Para a alegria de Emma, ela já tinha feito até uma amiguinha.

— Que coisa boa, minha pequena. – Regina sorriu para Ivy. – Vai ser uma bailarina agora.

— Humm, deixa eu te mostrar as fotos. – Emma lembrou das fotos que tirou e mostrou para a fotógrafa. Regina pegou o celular da esposa e foi passando as fotos. Seu sorriso ia aumentando conforme ia notando a animação da menina nas imagens. Até que ela ficou séria. – Que foi, amor? – Emma notou a mudança brusca no rosto de Regina.

— Essa é a professora da Ivy? – Regina mostrou a foto, onde Emm ajudava Ivy com um movimento.

— Ela sim, a Gui. – Emma olhava sem entender o porquê da reação de Regina.

— Guinevere. – Ivy corrigiu Emma. – Você conhece, mommy?

— Eu acho que sim. – Regina olhava para a foto incrédula. Não podia ser. Ela deveria estar se confundindo. Talvez fosse apenas parecida com a Guinevere que ela conhecera uma vez. – Não sei, faz tanto tempo que não lembro bem. – A fotógrafa terminou as fotos e entregou o celular para Emma.

Ela não tinha enganado a mulher. Conhecia o olhar que Emma tinha agora. Ciúmes. Regina segurou na mão da morena, sorrindo. Quando seus olhares se cruzaram, a fotógrafa sussurrou "eu te amo", enquanto Ivy ainda falava da aula.

— Ela gostou bastante. – Regina falou ao ver Emma voltar para o quarto delas. Essa noite foi a vez da assistente colocar Ivy na cama. A morena tinha tentando argumentar para a filha deixar os animais dormirem no cercado da garagem, mas foi tempo perdido. Emma cedeu a manha da filha e agora as mascotes dormiam no quarto da menina.

— Você conhece a professora da Ivy então. – Emma falou ao sentar do lado da fotógrafa.

— Eu acho que sim. – Regina respondeu. Deitou no colo de Emma, que mesmo morrendo de ciúmes, fez carinho na mulher.

— E você vai me fazer implorar para você contar? – Emma respirou fundo. Regina virou-se e ficou olhando para a esposa. Não sabia se seria uma boa ideia contar para Emma. Os ciúmes da morena sempre foram um dos motivos que elas mais brigaram no passado. Tudo bem que agora, até mesmo a fotógrafa estava mais ciumenta, mas Emma... era Emma.

— Não. – Regina sorriu. – Ela foi minha primeira. Quer dizer, a Guinevere foi a minha primeira. Não sei se é exatamente a professora da Ivy.

— Primeira mulher? – Emma perguntou. Realmente nunca tinha tido essa conversa com Regina. No fundo sentiu-se um pouco aliviada por não ter sido alguém que Regina conheceu quando elas estavam separadas. Era mais fácil lidar com as conquistas do passado da fotógrafa.

— É. Minha primeira vez foi com ela. Ela foi minha primeira namorada e a primeira que posou nua para mim.

— Nossa. E pensar que eu gostava do nome Guinevere. – Emma fez uma careta para Regina, que riu.

— Para, amor, faz muito tempo isso. – Regina ria. Fazia tempo mesmo. Ela tinha dezesseis anos quando conheceu a professora e descobriu os prazeres de se amar uma mulher.

— Foi bom? – Emma e suas perguntas. A morena não conseguia se controlar. Sabia que iria morrer de ciúmes da resposta da fotógrafa, mas ainda assim ela queria saber.

— O que? A primeira vez? – Regina ficou sem jeito. Porque bom era pouco. – Foi normal, como toda primeira vez.

— A maioria das primeiras vezes é um desastre, porque geralmente envolve um homem. E depois, a minha primeira vez com você, foi como alcançar o céu, então não teve nada de normal.

— Amor. – Regina se levantou e sentou no colo de Emma. Suas pernas, uma de cada lado da cintura da loira, seus braços em volta de seu pescoço. – Pensa assim, todas as mulheres que eu conheci antes de você serviram apenas para que eu ficasse melhor na arte de te levar ao céu. E agora, que eu já sei, só preciso de você e mais ninguém. – A fotógrafa dava beijos rápidos pelo rosto de Emma.

— Onde foi que eu fui amarrar meu bode. A filha me convence a deixar os bichos dormir no quarto com um olhar, a mãe me deixa louca da mesma forma. – Emma sorriu para Regina. – Assim eu não resisto.

— E quem foi que disse que você deve resistir a mim? – Regina sussurrou lascivamente. O beijo foi tórrido. Emma desceu os beijos pelo pescoço de Regina e suas mãos foram tirando a blusa do pijama da fotógrafa. A boca de Emma percorreu com beijos e chupões até os seios da amada. Bastou o simples contato dos seus lábios, e Regina gemeu. As mãos da fotógrafa se perdiam nos cabelos da Emma. Os gemidos dela ficaram mais altos quando Emma tocou seu sexo. Os movimentos se intensificaram, Regina rebolava contra a mão de Emma. Segurava seu rosto contra seus seios, que eram devorados pela boca da esposa. Regina gemeu de prazer quando o orgasmo chegou. Nem deu tempo para Emma tirar seus dedos de dentro da fotógrafa, a mesma invadiu seu sexo. Foi a vez da loira gemer, até atingir o prazer nos braços de Regina.

Na manhã seguinte, foi um susto acordar e não ver Ivy na cama. Emma levantou tão rápido e rudemente, que acordou Regina.

— Que foi... —  Regina estava tentando se situar e nem conseguiu terminar de falar quando Emma saiu correndo da cama. Ainda sem entender direito a ação da mulher, Regina foi atrás da mesma.

Emma parou na porta do quarto da filha, recuperando a respiração do susto que tinha sentido. A menina dormia abraçada a cachorra e o gato em cima da sua cabeça. Regina chegou atrás da esposa e não pode conter o sorriso para a cena.

— Acho que vamos ter que comprar aquela cama de casal. – Emma falou ao sentir os braços de Regina em sua volta.

— Ai meu coração, fui trocada por uma cachorra. – Regina deu um beijo na nuca de Emma e as duas sorriram.

Era a primeira manhã que acordavam sem Ivy, Emma quis comemorar. Olhou maliciosamente para Regina e a levou novamente para o quarto, aos beijos. Perderam completamente a hora enquanto se amavam novamente. Foi Belle quem bateu na porta, chamando pela fotógrafa.

— Belle. – Regina abriu a porta rudemente. Já estava vestida. Emma, que, assim como a esposa, estava de roupa, passou pelas duas e foi até o quarto de Ivy.

— Só vim ver se estava tudo bem. – Belle falou, olhou com estranheza para Emma que passou por ela sem nenhum comentário. – Problemas no paraíso? – A morena sorriu com deboche.

— Liga para Milão e me passa com o responsável pela exposição. – Regina começou a andar, parou ao lado de Belle e sussurrou no ouvido dela. – Me atrasei porque estava gemendo nos braços da minha mulher. Você devia tentar, a Zelena é boa nisso. – Regina saiu sem dizer mais nada. Parou na porta do quarto de Ivy, vendo que Emma já tinha conseguido tirar a menina da cama.

Belle passou de cabeça baixa pelo quarto da menina. Conseguiu ouvir as gargalhadas da pequena. Regina seguiu logo atrás, mas não falou nada. Foi para a cozinha e preparou o café da manhã.

— Bom dia. – Zelena sorriu ao ver Regina. Ela estava chegando da sua malhação.

— Oi, Zel, malhando de novo? Você não se cansa nunca? – Regina sorriu. Diariamente Zelena fazia diversas atividades físicas, além da musculação.

— Preciso manter meu corpo com tudo em cima e as energias também, baby, ou você acha que sua assistente é fácil? – Zelena sorriu de volta. Aproveitou o prato extra que Regina colocou e não esperou por Ivy e Emma.

— Fácil? Isso é tudo que a Belle não é. E não só na cama. – Regina respondeu sorrindo, bem quando Emma chegou. Só pela cara dela, a fotógrafa soube que tinha falado demais. Tentando ajudar a amiga, Zelena emendou as palavras da fotógrafa.

— É, mais eu sempre dou um jeito no último quesito. – Zelena piscou. – Nos outros, eu ajudo você a matar ela.

— Peguei no pé da Zelena, por estar sempre malhando. – Regina deu a Emma a justificava do assunto.

— Tá sempre malhando porque come feito uma loba. – Emma sorriu e piscou para Regina. O ciúme tinha passado. Foi apenas um reflexo de ouvir as palavras Belle e cama, saindo da boca da fotógrafa. Emma tinha todas as provas de amor possíveis de Regina. Se esforçaria para controlar os seus ciúmes.

— Credo, Emm. – Zelena respondeu propositalmente com a boca cheia. Como toda vez que a morena e modelo estavam juntas, as brincadeiras seguiram até que todas terminaram de comer.

Regina concluiu a campanha que precisava refazer. Belle lhe passou a ligação de Milão e a fotógrafa cancelou a sua participação na exposição. Emma levou Ivy para uma aula ao ar livre e quando voltaram já era a hora do almoço.

— Você não esqueceu, não é? – Emma perguntou baixo para Regina, enquanto todas as meninas almoçavam.

— Esqueci o que? – Regina perguntou assustada. Seja lá o que fosse, era certo que ela tinha esquecido.

— Das nossas sessões. Marcamos para hoje. – Emma falou ainda baixo.

— Não... não, amor... —  Regina tentou, mais Emma já olhava para ela desacreditada. – Tá bom, eu esqueci total.

— Eu sabia que você ia esquecer. – Emma olhava com cara brava para Regina.

— Pois é, eu tenho que ver a minha agenda...

— Não precisa, eu sabia que você ia esquecer, então já pedi para não marcarem nada para você hoje à tarde. – Emma piscou para a fotógrafa.

— Que vocês estão aprontando? – Ivy perguntou curiosa para as mães.

— Nada, meu amor. Nós não aprontamos não. – Emma respondeu. – Quer dizer, eu, porque a sua mãe...

— Hei. – Regina deu um leve tapa em Emma, sorrindo. – Nós vamos na médica da mama essa tarde. Você vai ficar com as suas tias.

— Escolhe uma e enche muito a paciência dela. – Emma falou rindo para Ivy, e recebeu reprovações de todas na mesa.

Se era para encher alguém, ninguém mais divertido que Belle. Como uma sombra, Ivy ficou atrás da morena desde o momento em que as mães saíram de casa.

Dessa vez, era Regina quem estava nervosa. Nunca tinha feito terapia e não julgava necessário para ela. Sabia que Emma precisava dessa ajuda. E era só pela esposa que tinha aceitado. Chegaram e ficaram um tempo em silêncio esperando.

— Melhora na segunda sessão, sabia? – Emma sussurrou para Regina. A fotógrafa olhou e sorriu para ela.

Quando Rose terminou a sessão atual e chamou por Emma, Regina ficou na recepção sozinha. A agonia da espera era tanta, que nem as revistas conseguiram distraí-la. Regina pegou seu celular, e começou a bater fotos da rua através da janela.

— Então, Emma, já está tomando os remédios? – Rose sentou-se na mesma poltrona da sessão anterior. Mantinha seu caderno em seu colo.

— Sim, comecei no sábado mesmo. – Emma tinha sentando, mas assim que a médica começou a falar, ela ficou em pé andando pelo consultório.

— Teve algum problema, alguma reação? – Rose anotava enquanto perguntava.

— Não. – Emma respirou fundo. Mexia as mãos direto, enquanto andava um pouco mais rápido pelo consultório.

— Por que você prefere ficar em pé para conversar?

— Porque toda vez que eu paro, eu lembro que não fiz nada quando fiquei doente. Que perdi minha mulher e minha filha. Eu preciso andar para falar disso. Preciso tirar isso de mim.

— E funciona? Você se sente mais leve, menos culpada? – Rose cutucou a ferida. Já tinha percebido isso na primeira sessão, só não era o momento de falar. Emma olhou apreensiva para a médica. Segurou as lágrimas.

— Às vezes. – A resposta saiu embargada.

— Quando?

— Quando eu vejo elas sorrindo. Quando eu sinto elas felizes. – Emma olhava para longe. – Mas então, vem como uma forte tempestade a culpa. Eu fiz elas sofrerem, eu machuquei elas. Eu criei traumas. É tudo minha culpa.

— Você não voltou. – Rose falou séria. – Isso foi a sua escolha. Você teve medo, você sentiu culpa, você estava frágil e você escolheu não voltar. Ponto final. Essa é a única coisa que você pode sentir culpa. Você não escolheu ficar doente. Sofrer, magoar, isso você poderia ter feito mesmo estando ao lado delas. São situações que nascem no decorrer de um relacionamento, que todos estão sujeitos a passar. Agora, traumas? Você traumatizou a Regina? A Ivy?

— Sim. A Regina é protetora demais. Mimou a Ivy, encheu a menina de manhas. – Emma olhava para a porta. Como se pudesse ver a mulher esperando agoniada do lado de fora. – Eu sinto que comigo não, mas com as outras pessoas, ela tem medo de deixar a Ivy. Medo, que ela vá ser como eu.

— Bom, a Regina foi a doadora do óvulo, então, por herança genética a Ivy não tem como herdar a doença de você. – A médica respondeu. – Agora, esse medo, essa proteção em demasia, não seria a forma que ela encontrou de lidar com a dor dela? Por que é sua culpa?

— Dor que eu causei. – Emma esbravejou.

— Essa culpa remoída é porque você acha que se não a tiver, Regina não fica com você? Você precisa disso para poder pedir perdão e assim fazer Regina se lembrar do que você fez, e poder perdoar, e vocês ficarem juntas? Um ciclo vicioso.

— Do que você está falando? – Emma estava alterada. Pensou e, por um minuto, chegou a acreditar que Rose era diferente. Mas ela conseguiu irritar a morena muito mais cedo que a antiga médica.

— Você sabe do que estou falando, Emma. Da relação reatada de vocês, com base na culpa e no medo.

— MENTIRA. – A morena gritou. Regina conseguiu ouvir. Olhou para a recepcionista, que seguia com seu trabalho normalmente. Chegou perto da porta e como não recebeu nenhuma interrupção, bateu.

As batidas ecoaram dentro da sala. Rose olhava em silêncio para Emma. A morena olhou para a porta.

— Deve ser a sua mulher. Quer que ela entre? – Rose perguntou tranquila. Emma não era a primeira paciente que gritava com ela e com certeza não seria a última. A loira apenas concordou com a cabeça. Envergonhada, Emma tentou se acalmar.

Rose abriu a porta para a fotógrafa e pediu com um gesto que ela entrasse.

— Eu ouvi um grito e fiquei preocupada. – Regina falava para a médica, mas olhava para Emma.

— Pode sentar, Regina. Talvez você possa nos ajudar. – Rose voltou ao seu lugar e a Regina foi caminhando até Emma. Pegou a mão da mulher, e olhou para Emma. As duas sentaram juntas.

—  Então, Regina, estou tentando ajudar a Emma com essa parte da culpa que ela sente. Creio que você já tenha notado. Como você se sente em relação a isso?

— Eu não quero que ela se sinta assim. Não tem mais razão. – Regina respondeu confusa. Tinha medo de dar a resposta errada.

— Por que antes tinha? – Rose perguntou curiosa.

— Quando estávamos separadas e eu não sabia onde ela estava, e pelo que ela estava passando, sim.

— Quando você soube que a Emma tinha voltado a Storybrooke, porque você não veio atrás dela?

Droga. Regina teria que responder na frente de Emma? E se ela ficasse mal com isso? A fotógrafa olhava com receio para a esposa. Seus olhares se cruzaram.

— Porque eu fiquei com raiva e eu estava magoada, e com o orgulho ferido. – Regina respondeu olhando para a médica. Não podia dizer isso direto para Emma.

— Medo, culpa e mágoa. – Rose olhou séria para Emma – Essa não foi a base da reconciliação de vocês? – A médica perguntou para Regina.

— Não. – Regina respondeu rápido. Agora entendeu a fúria de Emma. Ela mesma quase gritou com a médica agora. – Nós nos amamos, essa é a nossa base.

— Tudo bem, vocês se amam, mas tem certeza que essa é a base de vocês nesse momento? – Rose insistiu. O silêncio tomou conta da sala. Emma e Regina apertavam cada vez mais forte suas mãos.

— Talvez não. – Emma falou. Além de Rose ficar surpresa com as palavras da loira, Regina também se surpreendeu. Principalmente porque Emma estava concordando com a médica. – Mas nós nos amamos o suficiente para superar isso.

— Juntas. – Regina sorriu em meio as lágrimas que escaparam de seu rosto. Respondeu mais para Emma que para a médica. A morena beijou a testa da mulher, e soltou as mãos para abraça-la. Emma lembrava desse sentimento. A coragem que ela tinha lutado para conseguir e que, no meio do caminho, havia perdido, voltou. Ela lutaria por seu casamento, por seu amor, para colocar a culpa, o medo e a mágoa no lugar onde eles pertenciam, o passado.

— Ótimo. – Rose sorriu. – E com base nisso, vou passar a tarefa de vocês.

— Tarefa? – Regina perguntou. Não podia acreditar no que ouvia.

— Isso mesmo. – Rose olhava sorrindo para as duas. – Eu quero que vocês passem um tempo sozinhas. O final de semana, um dia inteiro. Sozinhas. Longe de casa, sem a filha, só vocês. Mas tem que ser antes da próxima consulta.

— A Ivy não é acostumada a ficar longe por tanto tempo. – Regina falou incerta.

— Um dia, Regina. Você não confia em ninguém para ficar um dia com a sua filha? – Rose perguntou curiosa.

— Eu confio na Emma. – Regina pensou um pouco antes de responder. A médica sorriu.

— E em mais ninguém? – Rose insistiu.

— Eu não vou deixar a minha filha. – A fotógrafa encarava a médica.

— É só um dia, Regina. – A médica olhava séria para a fotógrafa.

— Ela pode ficar com a minha mãe, amor. A gente sai de manhã cedinho e deixa ela lá, ela brinca com a Aurora, e tenho certeza que minha mãe vai mimar ela mais que nós duas juntas. – Emma sorriu, segurava a mão de Regina que tremia. A morena não sabia dizer se era de raiva ou de medo de deixar a filha.

— Tá bem. Podemos ver com sua mãe. – Regina falou, não muito convencida.

— Ótimo. – Rose sorriu. – E nesse dia vocês estão proibidas de falar qualquer coisa que remeta ao passado.

— Ok. – Emma respondeu pelas duas. Regina ainda estava segurando forte sua mão.

— Certo, Emma, sua hora terminou. Mesmo horário semana que vem. – Rose sorriu para a morena e levantou-se. Quando a fotógrafa levantou para acompanhar a mulher, a médica a olhou. – Você não, Regina. Nossa sessão via começar agora.



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