Dizem que ele gosta de curtir (ai, meu Deus)
Ele ganha vida à meia-noite (toda noite)
Minha mãe não confia nele (ai, meu Deus)
Ele só está aqui por uma coisa, mas (eu também).
Sim, um pouco mais velho, uma jaqueta de couro preta.
Uma má reputação, hábitos insaciáveis.
Ele estava dando em cima de mim, bastou um olhar pra eu perder o ar, sim.
Eu disse que, se ele me beijasse, eu talvez deixasse isso rolar (oh)
Camila Cabello Feat. DaBaby — My on My.
Boyfriend — Capítulo Um.
A jovem garota de cabelo comprido se encontrava usando um chapéu preto e uma capa da mesma cor. Passou os dedos no acessório que estava em sua cabeça e o abaixou levemente cobrindo seus olhos para garantir que conseguiria passar um ar mais ameaçador.
── Ei, seu bunda mole! — brandou com os olhos entreabertos como uma assassina.
── Falou comigo? — a mulher de cabelo curto que estava no cômodo indagou, arqueando uma das sobrancelhas com tamanha ousadia de um ser tão insignificante.
── Não gracinha, falei com a puta que te pariu. — a jovem Yamazaki posicionou as mãos no coldre imaginário de ambas as pernas, como se estivesse se preparando para puxar duas pistolas simultaneamente.
── Ainda bem, até um outro dia. — acenou com a cabeça positivamente como se estivesse se despedindo e se virou preparando para se retirar do local.
── Ei, amigo. — chamou dessa vez com um timbre grosso, como se tentasse imitar uma voz masculina.
── Fala logo o que você quer de uma vez, caralho! — gritou se virando bruscamente enquanto de forma disfarçada puxava o revólver imaginário de sua cintura.
── O que carregas aí nesse caixão?
"Fururururuuuu (assobio), nhau nhau nhauuuuuu (acordes de violão)" A música de faroeste tocava, indicando a tensão que existia ali. Ambas mulheres seguravam suas armas garantindo que estiram prontas para iniciar um conflito sanguinário caso fosse preciso — mesmo que fosse só no imaginário.
── Um monte de bosta... — um silêncio ensidercedor ocupou o lugar, somente as respirações eram ouvidas ── ... Rum tché tché tché.
Kaori inflou as bochechas e rapidamente seu rosto tomou um tom vermelho, e não demorou muito para se desmanchar em uma risada.
── Yuki-chan, o "rum tché tché tché" não estava no roteiro! — sua voz transbordava uma falsa indignação e sua amiga riu.
Elas faziam uma paródia de "Um pistoleiro chamado Papaco" ou como as duas chamavam agora "Uma pistoleira chamada Yukine". Ou ao menos tentavam, visto que Yuki acabava estragando o cenário sério com uma de suas típicas frases de efeito mal feitas.
── Eu sei, Kaorizinha. — piscou o olho direito e levantou a mão juntando o indicador e dedo médio fazendo um sinal de arminha ── É que eu sou muito boa nisso e quis acrescenta. — atirou no ar e em seguida e deu um sorrisinho convencido.
Yamazaki arqueou as sobrancelhas ── Você tá muito abusada, amada. — cruzou os braços ── O que acha ir comprar os petiscos agora? Daqui a pouco vai ficar muito tarde, e não senhora, não adianta tentar me enrolar de novo: você vai ir comprar sim! Não pense que eu esqueci da nossa aposta.
Yuki bufou e seus ombros caírem de forma relaxada juntamente com sua postura. Hoje era um "Domingo das Garotas" como as duas gostavam de chamar: um dia regado de filmes de romance clichês ou dramáticos para acalentar os corações abatidos pela cruel e dura realidade das jovens, e a aposta era que quem chorasse primeiro assistindo "Your Name" deveria ir comprar doces ou qualquer outra porcaria para comer e Yuki perdeu a aposta, mas como boa procrastinadora que ela é; a jovem estava enrolando até agora — talvez na esperança de sua amiga se esquecer do acordo e ela não precisar sair de casa sem necessidade.
Nota: Elas começaram a assistir os filmes às 13h e agora já se passava das 20h — e até conseguiram fazer uma encenação meia boca de um dos filmes.
── Ainda não sei porquê aposto com você. — fez um biquinho ── Você tem o coração de pedra. — resmungou e levantou os braços em rendição exalando o ar de seus pulmões ── Quer algo em específico? — perguntou enquanto caminhava para seu quarto e recebeu um "qualquer coisa serve" em resposta.
A jovem Ono revirou os olhos, se qualquer coisa servia porque elas não comiam o que ja tinham em casa? Mas bom, aposta é aposta e Yuki também sabia perder. A mulher buscou sua carteira em seu quarto, vestiu um agasalho e em seguida foi em direção da saída do apartamento que dividia com sua amiga resmungando alto e falando o quanto não queria sair de casa.
── Você está sendo muito dramática, Yu-chan. — Kaori riu ao ver a cara de indignação de sua companheira.
── Que droga! Por favor, Ka-chan, colabore com minha vida de sedentária. Me deixe ficar em casa e nós pedimos um delivery por minha conta. — seu beicinho chegava a ser engraçado.
── Eu estou te fazendo um favor, abençoada! São só três quarteirões até a venda, então mexe essa bunda até lá. — a empurrou até o lado de fora do apartamento com muita dificuldade ── Pegou o celular e o dinheiro? — ela assentiu lentamente com a cabeça mostrando o quão desanimada estava com a situação ── Ótimo! Qualquer coisa me liga e vai com cuidado. — e sem mais demorar a jovem Yamazaki bateu a porta na cara de sua amiga que se perguntava se caso ela começasse a chorar Kaori a deixaria entrar de novo, mas descartou essa ideia ao ver que estava sozinha do lado de fora.
Caminhou pelo corredor do prédio em que moravam com passos mais lentos do que a de uma tartaruga, seus ombros baixos indicavam sua derrota e respirou profundamente na tentativa de se conformar com aquela situação. Foi até o elevador e apertou o botão do primeiro andar para poder enfrentar as ruas movimentadas de Tokyo. Andava com tranquilidade pela calçada bem pavimentada, por conta do horário e por ser final de semana as ruas começavam a esvaziar gradativamente.
O coração do Japão era um lugar lindo, bem iluminado, com outdoors gigantes de animes, filmes, comerciais e produtos de beleza. Yuki amava a cidade em que morava, tinha um bom trabalho e faltava um ano para se formar na faculdade; a jovem era do tipo que via beleza nas pequenas coisas e que mesmo não dizendo em voz alta se sentia extremamente feliz por ter conquistado tudo o que possuía. Andou os três quarteirões com o sorriso leve no rosto até chegar a loja de conveniência mais próxima de sua casa, você precisava entrar por um beco para conseguir chegar, e Tokyo era tão incrível que até um beco que deveria ser considerado feio era extremamente charmoso com a rua feita de ladrilhos e decorada no estilo oriental.
A 7 Eleven possuía a faixada bem iluminada e limpa. Ono entrou pela porta automática e logo de início pegou uma cestinha para ir atrás dos doces e petiscos que Kaori havia pedido. Andou pelos corredores lotados de mercadorias em busca do que comprar; chocolates, salgadinhos, bebidas e alguns macarrões instantâneos para comer no decorrer da semana caso estivesse com preguiça de cozinhar — o que diga-se de passagem acontecia com mais frequência do que poderíamos imaginar.
── Snacks de farinha de milho assado com sabor de queijo... — a jovem lia o que estava escrito na embalagem do petisco, ela precisava aproximar bem o pacote dos olhos para conseguir ler as letrinhas miúdas já que havia esquecido de pegar o óculos de grau; a miopia era uma praga e ela se sentia como se estivesse com oitenta anos ── Kaori gosta de Cheetos? — se indagou ao terminar de ler e por fim decidiu levar o aperitivo o deixando dentro da cestinha que carregava.
Após minutos colocando e tirando produtos dentro da cestinha Yuki se encontrava no caixa pagando o que iria levar. Caminhou para a saída da loja de conveniência com duas escolas em cada mão e logo se deu conta que talvez ela não deveria ter comprado tanta coisa assim, mas se conformou no ditado "Melhor sobrar do que faltar". Quando passou pela porta automática do 7 Eleven, Ono pôde notar um grupo de rapazes vestidos de forma intimidadora e uma pequena ansiedade começou a brotar em seu estômago: em especial ela não gostava de ficar sozinha perto de homens que não conhecia, não se sentia bem com a situação e sempre pensava o pior.
Com a ideia de que eles estavam ali só por estar ou talvez esperando algum colega dentro da loja, Yuki respirou fundo e começou a andar de vagar pelo beco na intenção de chegar em uma das principais de Tokyo onde teria mais gente. Tentou agir normalmente até concluir o próprio objetivo.
── Ei, gracinha. — um dos rapazes chamou mas a jovem ignorou continuando seu percurso ── Ei! — chamou mais uma vez e Ono continuou se fazendo de desentendida.
Passos masculinos começaram a marchar em sua direção e ela ficou estática no local com medo do que poderia seguir.
── Estou falando com você, não está me ouvido? — seu pulso foi agarrado e Yuki foi forçada a se virar para trás.
── O quê é? — indagou com a voz mais firme que conseguia, ela prendia a respiração e seu olhar estava grudado mas sacolas que carregava, não ousaria olhar para frente e ver o rosto de quem estava tentando a agarrar.
Infelizmente ela já havia passado por diversas situações de assédio e isso resultou em um trauma forte. De fato os homens asiáticos tendem a ser em sua maioria mais reservados e respeitosos, mas para a tristeza das mulheres ainda existiam os energúmenos que acham que em vez de assédio estavam fazendo pequenos elogios ou simplesmente faziam o que faziam por se acharem no direito e ver mulheres como um objeto.
── O que acha de ir se divertir com uns amigos meu? — perguntou e sorriu, a típica pergunta que se caso recusasse poderia levar a uma situação péssima.
── Não.
── Não?
── Não. — repetiu e puxou o braço que o homem segurava ── Não estou afim.
── E por que não quer? Vamos, prometo que vai ser divertido. — insistiu e pegou o outro pulso da jovem.
O coração de Yuki começou a bater mais forte, seus olhos que ainda encaravam o chão se arregalaram no momento em que diversas coisas horríveis passaram pela sua mente em um flash de opções ruins que poderiam acontecer com ela. E era por isso que ela evitava ter contato com homens, sabia que nem todos eram idiotas como esse que agarrava seu pulso mas infelizmente caras legais não se apresentavam com uma estrela na testa: então ela achava melhor previnir e não ter que remediar.
── Por favor, me deixe. Já disse que não quero. — murmurou e puxou novamente o braço. O rapaz apertou o pulso fino com mais força dizendo silenciosamente que não a deixaria ir embora dali.
── Vamos lá, por quê não deixa a garota em paz e volta ao seu grupinho? — outra voz masculina perguntou, seu tom era mais grave e maduro, muito provavelmente era alguém mais velho. Então Yuki se perguntou se agora era o momento certo para gritar por ajuda ou chorar desesperadamente diante da péssima situação.
O rapaz que segurava os pulsos de Yuki se virou para trás lentamente dando de cara com um tronco masculino que mais parecia uma parede ── Ou você quer que eu me divirta com você? — o mesmo homem indagou ── Seria formidável arrastar sua cara no chão, o que me diz, hm?
── Não precisa se meter, cara. Nós só estamos nos divertindo, eu a conheço. — respondeu e puxou novamente o pulso da jovem Ono ── Não é, querida? — arqueou as sobrancelhas e olhou para a moça na tentativa de a persuadir.
── Não é isso que eu estou vendo. Diga, esse cara está te incomodando? — ela assentiu vagarosamente ainda com o olhar para baixo ── Acho que você já tem sua resposta, vá embora. Se eu tiver que pedir mais uma vez não serei tão educado.
Com relutância o cara mais baixo saiu xingando baixinho e caminhou até o grupo de amigos de onde havia saído para incomodar Yuki, ele não estava nenhum pouco satisfeito com a situação.
── Você está bem?
Ono ainda se sentia intimidade, ela se sentia uma merda com aquela atitude mas infelizmente não era como se ela conseguisse controlar aquela reação. Subiu o olhar dos sapatos do rapaz que havia a ajudado lentamente até seu rosto. O corpo masculino era alto e forte, seu rosto era bem desenhado e os olhos pequenos asiáticos. Um sorrisinho gentil brincava em seus lábios sutilmente trazendo um charme a mais ao rapaz que ainda possuía o cabelo grande pregado despretensiosamente em um coque rebelde.
Ah sim, ele era lindo, com certeza muito lindo. E como se fosse apenas uma cereja no topo de um belíssimo bolo o rapaz ainda era repleto de tatuagem nos lugares que Ono conseguua ver, visto que ele usava uma camisa de manga curta e era possível ver parte da pele desnuda do mesmo.
── Oe! Geto-kun. Pare de perseguir colegiais, você já é adulto e esse não é um fetiche bom pra sua idade. — avisou outro rapaz que observava a cena de longe, ele era muito bem caracterizado pelo cabelo branco que possuía; de fato era um caso raro de albinismo.
── Tsc, não enche oh platinado. — virou o rosto apenas para responder e depois voltar a atenção para a garota que permanecia estática no local ── Ei, está ouvindo? — tocou o ombro da jovem na intenção de chamar sua atenção.
Ela piscou diversas vezes e seu rosto começou a esquentar, Ono estava encarando Geto por tempo demais, talvez estivesse fascinada pela gentileza e beleza do mesmo — mas essa última parte jamais seria dita em voz alta.
── Sim, senhor! Estou bem! — brandou com um choque e indireitou a coluna como se estivesse no exército ── Irei ir embora, muito obrigada por ter me ajudado. — curvou levemente o corpo em agradecimento e segurou as sacolas mais forte entre as mãos.
── Vá rápido, eu vou assegurar que ninguém tentará a seguir. — Ono assentiu com a cabeça ── E eu gostei muito do seu pijama. — fez um sinal de joinha com a feição seria, demonstrando a sinceridade nas suas palavras.
A jovem sussurrou novamente um "obrigada" e se virou correndo para fora daquela rua o mais rápido que podia. Seu coração parecia querer pular por sua boca e a garganta estava seca. Ela caminhou todos o três quarteirões até chegar em casa sendo grata internamente por alguém ter chegado para a ajudar, não gostava nem um pouco de imaginar o que poderia acontecer caso ninguém parecesse para ir ao seu socorro.
Depois de bater desesperadamente na porta do próprio apartamento por ter esquecido as chaves de casa, Kaori apareceu e abriu a porta para a amiga que estava levemente trêmula.
── Ué, sua glicose abaixou? — indagou ao dar espaço para Yuki entrar.
── Sedentarismo. — mentiu levantando uma das mãos ao entrar dentro da sala colocando as sacolas de compra em um canto, Yamazaki fechou a porta e sua amiga se jogou no sofá.
De fato ela não iria falar a verdade sobre quase ter sido agarrada por um estranho, sua amiga parecia muitas vezes como uma mãe e sem sombra de dúvidas ela se sentiria culpada por esse situação, visto que Ono só saiu de casa a pedido de mesma e contra a própria vontade.
── Você está vermelha, foi só pela corrida ou você está passando mal? — perguntou novamente se aproximando da jovem ── Ah não, não vai me dizer que... — levou as mãos ao rosto para cobrir a boca ── Que você estava flertando com alguém enquanto eu a esperava? — a outra menina a encarou incrédula pelo raciocínio da mesma ── EEEEEEHHH YUKINE ONO, SUA SAFADA! — berrou e pulou encima da amiga.
── SAIA DE CIMA DE MIM, VOCÊ ESTÁ ME ESMAGANDO! — reclamou tentando empurrar a jovem.
── Oh, minha menininha está crescendo! Isso mesmo, me dê orgulho e passe o rodo! Oh céus, eu vivi pra ver você fazer isso! Ao menos conseguiu o número dele? — perguntou freneticamente enquanto puxava as bochechas da companheira que ficavam cada vez mais vermelhas.
── Não tive tempo pra isso... EH, KAORI! PARE COM ISSO, ESTÁ DOENDO! — brandou e finalmente conseguiu empurra a amiga para o lado e sair de seu aperto.
── Então realmente tinha um rapaz? Eu estava certa o tempo todo! — concluiu com os olhos brilhantes ── Yuki, que orgulho! Qual o nome dele? VAMOS STALKEAR!
Yamazaki se sentou no chão e puxou a amiga para fazer o mesmo. Kaori estava tão animada querendo bancar a agente de FBI que Yuki conseguiu esquecer temporariamente o episódio recente para dar atenção as loucuras de sua amiga. De fato a companheira de Ono não era assim com todo mundo, mas o laço de amizade que as unia era tão forte e antigo que a mesma virava outra pessoa. Kaori tinha a faxiada levemente fria e entendida para estranhos, mas perto de Yuki era extremamente espontânea e carinhosa, assim como Yuki era com ela.
── Sabe o nome dele?
── Eu acho que era... — pareceu pensar ── Geto ou Gojo? — arqueou as sobrancelhas, sua mente fez um nó ── Geto, era Geto.
── Sobrenome?
── Isso eu não perguntei. — murmurou.
── Tudo bem, temos o suficiente. Aparência física? — Kaori estava concentrada no celular.
── Ele faz o tipo my on my... — riu baixinho com o próprio pensamento ao o comparar com uma letra de música ── Cabelo grande, provavelmente um pouco abaixo dos ombros. Era alto e tatuado, moreno inclusive. — pontuou as características enquanto se lembrava do rapaz que havia a ajudado.
Yamazaki confirmou com a cabeça e ficou mais alguns minutos em silêncio; digitou e rolou diversas vezes o Pesquisar de seu Instagram estalando a língua no céu da boca ao atingir seu objetivo.
── Amiga, acho que achei. — Yuki se aproximou da mesma para olhar a tela do aparelho celular ── Uau, ele é um gato. É esse aqui?
── Caralho amiga, que gostoso. — Ono disse sem pensar e sua amiga riu alto ── O que foi? Eu posso não ter uma vida amorosa ativa mas eu sei quando alguém é atraente. — deu língua.
── Não sabia que você gostava de tatuados.
── Eu também não. — as duas riram juntas ── É a primeira vez que eu vejo ele, você o conhece?
── Não. — fez um beicinho ── Você pode mandar uma DM pra ele, o que acha?
── Com certeza, Ka-chan. — falou dando corda ao pensamento de sua amiga ── Vamos tomar um vinho em um restaurante com uma vista incrível, depois ele vai me trazer em casa, vai perguntar se pode entrar e é claro que eu vou deixar... — sorriu maliciosa para sua amiga.
── E eu vou aparecer pra estragar o clima, porque você não mora sozinha. — empurrou o ombro da amiga que sorria divertido ── Então se isso acontecer: vá para a casa dele e use camisin... — ela foi interrompida.
── Ok amiga, fanficou demais, eu provavelmente não vou o ver mais. — cruzou as sobrancelhas.
── Não seja pessimista. — tombou a cabeça ── Duvido muito que ele vá se esquecer de você, ainda mais com você usando esse pijama de flanela! Não é muito comum. — deu um peteleco na cabeça da amiga distraída e se levantou do chão ── Imagine só o que ele vai dizer aos meus sobrinhos: eu conheci sua mãe em uma loja de conveniência, ela usava um pijama quadriculado da cor vermelha e um moletom preto. Filhos, foi amor a primeira vista! — dramatizou engrossando a voz.
Yuki gargalhou alto com o teatrinho de sua amiga e se lembrou do elogio que Geto havia feito a roupa que usava, mas estava com o sangue tão quente pela situação que não prestou atenção no que ele se referia realmente.
── Agora você vai tomar um banho e eu vou arrumar as compras no armário. — falou Kaori como se fosse uma mãe.
── Podemos abrir um vinho depois do banho? — perguntou fazendo beicinho.
── Não. — foi ríspida.
── Aaahhh mas por que?
── Amanhã é segunda, Yukine, s-e-g-u-n-d-a. — soletrou ── Trabalho e faculdade, fora que você não sabe beber, toma uma taça e já quer ficar bêbada. — e pela terceira vez naquele dia a jovem Ono deixou os ombros caírem em derrota.
── Tá, tá, tá... — resmungou e se levantou do chão, indo em direção do banheiro que ficava no próprio quarto para tomar banho.
Yuki tomou um banho rápido, já estava tarde e se banho nas pressas para conseguir ter tempo de assistir mais um episódio de uma série que foi interrompido para as duas amigas encenaram "Um Pistoleiro Chamado Papaco". Quando saiu do banheiro e foi ao quarto enrolada em uma toalha branquinha e felpuda, a jovem foi direto para pegar seu celular no qual o led de notificações estava piscando.
Desloqueou o aparelho e riu baixinho com a mensagem que havia recebido: um print do feed de Geto Suguru, e embaixo uma mensagem de Kaori.
Eu realmenteacho que você deveria mandar uma DM para ele
(☞゚ヮ゚)☞ ☜(゚ヮ゚☜)
imagem �� — 22:10 p.m
Yuki analisou bem a foto antes de responder e suspirou alto; Geto era realmente uma tentação com seu cabelo grande e tatuagens pelo corpo, literalmente um sonho de consumo feminino.
Pode deixar, irei mandar quando tiver coragem ᕙ(`▽´)ᕗ — 22:23 p.m
Respondeu a amiga bloqueando o celular e se pôs a procurar outro pijama limpo para poder finalmente se trocar.
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