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História Brawl Stars - Poco e os Piratas - Memórias de Carl


Escrita por: Kelex e swadre

Notas do Autor


Eai beleza galera? Tô trazendo o tão esperado capítulo, espero que gostem.

Boa leitura pra vocês ^¬^

Capítulo 21 - Memórias de Carl


Fanfic / Fanfiction Brawl Stars - Poco e os Piratas - Memórias de Carl

~Jacky


[Dormitório do Navio, 23:40 da noite]


Era tarde, Carl havia me deixado esperando ali no Dormitório do Navio até que terminasse de ajeitar meu tão esperado banho. Estava sentada num caixote de madeira próximo a porta, na sala haviam três redes grandes e Tick estava deitado em uma delas, ele balançava em sua rede enquanto olhava sorridente para mim.

Ouvi o pirata fazer alguns sons indecifráveis para mim, provavelmente estava tentando puxar assunto mas por mais que repetisse milhares de vezes os mesmos sons eu simplesmente não os entendia.

De repente Carl abriu a porta me dando um pequeno susto, ele segurava algumas toalhas nas mãos juntamente com alguns cabides velhos de madeira.

– Já está pronto. Você já pode vir. – ele me olhou e logo em seguida olhou para Tick – Obrigado por ter cuidado dela por mim amigão, pode dormir agora.

Carl abriu um pouco mais a porta para que eu pudesse passar, antes de deixar a sala Tick repetiu mais um vez o que estava dizendo antes e dessa vez Carl ouviu.

– Tick disse que gosta do seu capacete. – Carl me olhou sorrindo.

– Oh, então era isso que ele estava tentando me dizer... Ah, bem... Obrigada. – apesar de não estar de bom humor tentei não parecer chata, Tick era o único pirata que não me dava motivos para odiá-lo então apenas sorri para ele.

Quando finalmente saímos do Dormitório Carl me guiou, passamos pela pequena cozinha e entramos numa outra sala fechada, logo quando cheguei pude ver uma grande banheira de madeira bem no meio do lugar, alguns banquinhos ao redor da banheira comportavam frascos e produtos que não fazia ideia do que eram.

– Onde posso deixar minhas roupas molhadas? – perguntei.

– Pendure elas nesses cabides, vou deixa-las secando. Quando terminar seu banho pode vestir uma de nossas roupas ou simplesmente ficar com o roupão que eu trouxe – Carl me entregou os cabides que segurava e foi até um dos banquinhos deixando o roupão dobrado.

Fui até a banheira, pude sentir o vapor quente se desprender da superfície da água, achei que teria de tomar banho frio mas pelo jeito me enganei. Tomei a liberdade de dar uma olhada nos produtos e vi que quase nenhum tinha rótulo.

– Essas coisas são da Penny então não faço ideia do que são. – Carl foi até um canto da sala e abriu um pequeno armário tirando de dentro dele uma barra laranja. – Uma das poucas coisas que sei é que esse daqui é o sabonete.

Ele me entregou a pequena barra e pegou uma cadeira para que eu pudesse pendurar os cabides, confesso que me senti até um pouco mimada com tudo aquilo, o que é bem estranho de se dizer nessas condições.

Comecei tirando minhas Luvas e botas deixando elas num canto, também tirei meu capacete e soltei minhas Maria chiquinhas. 

Achei que Carl sairia assim que percebesse que estava prestes a ficar nua mas não foi isso o que aconteceu, ele continuou ali parado encostado ao lado da porta.

– O que está fazendo? – perguntei me virando para ele. – Não vai sair?

– Ah, bem... O capitão deu algumas condições quando autorizou seu banho... – Pude ver seu rosto ficar levemente vermelho.

– Condições é? Quais? – cruzei os braços esperando pela resposta.

– Ele falou que não poderia deixar você sozinha...

– O-o que?! Eu não vou tomar banho com você aqui!

– Sei que pode ser difícil pra você fazer isso comigo aqui, mas saiba que não foi fácil convencer o capitão a te ceder um banho... Tive que me responsabilizar pelo próximo saque de água e prometi que não iria desperdiçar nenhuma gota sequer. – Carl fez questão de deixar a raridade daquele acontecimento bem explicada, o que não me deixava escolha, teria de tomar meu banho com um piratas bem ali do meu lado.

– Não acredito que vou ter que me submeter a isso! Você pode pelo menos se virar?

– Claro, não precisa se preocupar comigo, não sou o tipo de homem que tira vantagem da situação. – ele finalmente se virou, pude ver ele fechar os olhos também o que me deixou menos desconfiada.

– Nem pense em espiar, pode ter certeza de que vou quebrar seu pescoço se fizer! – fiz questão de anunciar.

– Ok, ok...

Ainda demorei um pouco para tomar coragem de tirar o macacão e o restante da roupa, assim que terminei de me despir fui depressa para dentro da banheira. Sentada dentro da banheira a água ia até pouco abaixo do meu pescoço, a sensação de estar mergulhada naquela água morna estava tão boa que tive vontade de nunca mais sair, por um momento até esqueci Carl ali do lado.

– Tinha me esquecido de como é bom tomar banho. Não sei como vocês piratas conseguem viver sem.

– Algumas coisas valem mais a pena que outras. – Carl cruzou os braços.

Por mas que eu tentasse esquecer, os acontecimentos de hoje a tarde não saiam da minha cabeça, estava me coçando para perguntar sobre as cicatrizes que havia visto no corpo do pirata.

– Sua vida como pirata não parece ser tão fácil assim... – decidi não ir direto ao assunto, prepararia o campo primeiro.

– Não existe pirata com vida fácil, temos altos e baixos como todo mundo.

– Não seja ridículo, pessoas comuns não passam por tempestades em alto mar.

– É, eu sei. – Carl me parecia mais fechado do que das outras vezes que conversamos, não entendi ao certo o motivo.

Não sabia o que dizer para fazê-lo falar, acabei me lembrando do que o pirata já havia citado algumas vezes antes e decidi finamente perguntar.

– Logo quando cheguei aqui você disse que já foi prisioneiro... – fui direta.

– Ah, então acredita em mim? – ele levantou a cabeça, provavelmente estava de olhos abertos agora.

– Não disse que acredito, embora tudo me indique que esteja falando a verdade – fiz uma pausa, era hora de tocar no assunto esperado –, eu vi as marcas no seu corpo...

Carl se remexeu um pouco voltando a olhar para baixo, pude ouvir o som de um suspiro longo e profundo vindo dele.

– É... Já fui prisioneiro assim como você, porém não tive a mesma sorte, os piratas que me pegaram fizeram muitas coisas desagradáveis comigo, essas marcas são daquela época.

– Eles pegaram você? Como assim? Pensei que piratas não brigassem entre si.

Carl soltou uma risada curta deixando evidente que minha crença estava errada.

– Piratas são competitivos, acumulam riquezas para serem melhores que os outros. São poucos os piratas que vivem em harmonia entre si.

– Um bando de brutamontes. – afirmei.

– De Fato, piratas não são o melhor tipo de pessoa... – ele deu de ombros voltando a cruzar os braços.

Me calei por um tempo, tentei focar no meu tão precioso banho, peguei a pequena barra de sabonete e comecei a esfregar pelo corpo fazendo bastante espuma, não era a melhor fragrância do mundo mas pelo menos estava ficando limpa.

– Você fala dos piratas como se não fosse um. – soltei rispida. – Não se esqueça que faz parte de uma tripulação de assassinos!

Carl parou um pouco, minha alfinetada pareceu abalar sua linha de pensamento. Não havia me esquecido de como ele me segurou quando tentei sair do Navio, sua história triste poderia até ser verdadeira mas isso não muda o fato dele ser igual a seus agressores do passado. Estava curiosa para ouvir como ele responderia aquilo.

– Não somos assassinos...

– Não seja idiota! Os boatos correm por toda costa do continente Brawl! – acabei levantando a voz, mentiras me tiram do sério – "Darryl e sua tripulação impiedosa, assassinos dos mares", todos conhecem a história.

– Apenas boatos... – Carl não parecia estar brincando, sua voz era calma e firme, sabia bem o que estava dizendo – Darryl cuidou muito bem para que todos os que saíssem daqui espalhassem bem nossa "historinha".

– O que?

– Pode parecer absurdo ouvir isso de um pirata com fama de assassino mas nunca derramei nenhuma gota de sangue inocente na vida.

Encarei as costas de Carl incrédula, aquela história toda não fazia sentido, ele só podia estar me achando idiota. Antes que pudesse dizer algo, Carl notou que não havia me convencido então voltou a falar.

– Conhece a Mina de Gemas?

– Hum? De quê isso importa? – perguntei confusa.

– É uma lugar adorável não é? Eu amava trabalhar lá, sempre adorei geologia... – a voz de Carl assumiu um tom de angústia – Me lembro como se fosse ontem, era um dia comum como todos os outros quando fomos atacados pelos piratas... Levaram tudo, todas as gemas, mas eles não estavam satisfeitos...

Não podia ser verdade, aquela história...

– Na época havia uma lenda idiota de que um grande tesouro estava escondido em algum lugar do oceano e só os habitantes das Minas sabiam a localização, foi justamente isso que fez eles invadirem a cidade...

– Não pode ser... – minha cabeça girava, não era a primeira vez que ouvia uma história como aquela... – A grande invasão as Minas de Gemas...

– Então você conhece a história?

– Saiu em todos os jornais, Os piratas fizeram vários trabalhadores como prisioneiros.

– Exato, eu era um deles... – Carl continuou sua história – A lenda do tesouro de Gemas era falsa é claro, mas eles não acreditaram... Vi meus colegas de trabalho serem torturados até a morte.

As palavras de Carl me deixaram chocada, simplesmente não podia acreditar, sua história era bem mais horrível do que poderia imaginar.

– Meia dúzia de trabalhadores, só sobrou um! – sua voz era um misto de raiva e revolta, pude ver seu punhos fechados com toda força.

– Você... Como escapou? – não pude deixar de perguntar.

– Darryl, ele apareceu lá, de alguma forma já sabia que estava ali – Carl suspirou antes de continuar –, lembro de ver ele furioso quando soube que só havia sobrado eu. Depois de destruir aqueles malditos piratas ele me trouxe para seu navio e me permitiu fazer parte de sua tripulação.

Não sabia o que dizer, achei que piratas não aceitassem pessoas comuns como tripulantes, achei que piratas fossem um mais horrível que o outro, achei que ninguém naquele navio tinha coração, nunca passou pela minha cabeça que Carl teria um passado tão difícil.

Me levantei saindo de dentro da banheira, caminhei calmamente até a cadeira onde estavam as toalhas e me enrolei numa delas.

Carl se manteve calado, imóvel, quando me aproximei dele pude ver seu olhar melancólico voltado para o chão.

– Lamento pelos seus amigos... – toquei um de seus ombros na tentativa de demonstrar ao menos um pouco de solidariedade com seu passado traumático, mesmo assim precisei dizer o que realmente achava de tudo aquilo... – Mas se foram os piratas que destruíram sua vida então por que se juntou a eles? – perguntei.

– Não me juntei a meros piratas, me juntei a tripulação de Darryl, devo minha vida ao Capitão!

– Piratas são todos iguais, sempre se achando os melhores do mundo e...

– NÃO! – me interrompeu segurando meus dois ombros com firmeza, estava finalmente me encarando e seu olhar era sério – Você não sabe de nada! NADA!

Me assustei com a atitude repentina e a voz exaltada do pirata, nunca tinha visto ele desse jeito, cheguei até a segurar a toalha com mais força.

Demorou um pouco mas Carl acabou percebendo que estava me assustando, ele suspirou finalmente soltando meus ombros, seus olhos desviaram dos meus assumindo novamente a postura melancólica.

– Desculpe... – falou baixo.

Era estranho mas pela primeira vez comecei a achar que Carl estava sendo sincero, estava tentando me dizer a verdade sobre ele, sobre os piratas e sobre as coisas que aconteciam naquele navio.

– Não, você tem razão, não sei de nada... – encarei seu rosto triste – Então... Me conte...


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Notas Finais


O passado de Carl finalmente é revelado! Esse capítulo ficou maior que os outros né pessoal? Mas eai, gostaram? Deixem ai nos comentários.
Comete também, você apoia o Tio Gus na loja? Use o código tiogus

Obrigado por ler S2


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