Jeon era o princípe herdeiro de Bangtanshi um grande e prospero reino, a beira das mais belas e nevadas cordilheiras do continente. Todas as manhãs levantava - se de sua grande refinada cama com lençois de seda cinza gelo, vestia seu felpudo kimono de pele e se deleitava daquela paisagem da varanda de seu quarto até se entediar.
J: Que dia bonito.
Ouviu toques na porta.
J: Entrem...
Eram seus criados, toda manhã preparavam lhe o banho.
J: Não quero a água muito quente para não estragar minha pele.
- Sim vossa alteza! - respondeu a criada.
Era um belo garoto realmente, sua pele branca como leite era adornada por musculos que sobressaiam levemente lhe mantendo uma aparência esbelta e sexy. Seu olhar puxado e penetrante era emoldurado por seus longos e lisos cabelos negros. O principe era o motivo de amores não correspondidos de muitas garotas do reino e da corte.
Banhou - se por um longo período, penteou os cabelos e colocou os adornos em suas orelhas que tanto gostava, seu pai o rei Izumo sempre criticaca sua forma de se vestir dizendo que lhe dava um ar afeminado e fraco mas ele achava o velho um rude ignorante.
Estava devidamente vestido, suspirou entediado antes de empurrar aquelas enormes portas douradas do salão principal, hoje era seu aniversário de 20 anos. Pela tradição de seu reino nessa idade o jovem recebia honrarias que o tornariam um homem ou melhor dizendo o prepararia para ser o próximo herdeiro.
Ao abrir as portas todos lá dentro o olharam, seus pais, conselheiros do reino e parte da corte. Havia um belo banquete sendo servido, regado a boa música e muito saquê, dirigiu - se ao seu lugar com suas longas vestes azul celeste e repousou sob a almofada ao lado de seu pai.
- Jeon já disse que se vestir desse jeito lhe faz parecer...
J: Fraco? - respondeu cinicamente.
- Você será meu herdeiro! Tem que demonstrar força! Poder! Se não passar confiança ao súditos logo será engolido por eles - susurrou.
O rei Izumo era um homem simples de visionomia agradavel e esbelta porém cansada, tinha um coração nobre, principalmente com o filho e por vezes se culpava por ele ser mimado. Havia lutado por muitos anos contra alguns lords rebeldes mas seu reino estava em paz a anos.
Jeon bebericava um copo de saquê enquanto comia uvas rosadas, mas parou ao ouvir o que seu pai lhe disse.
J: Pai sei que lutou a frente de seus exércitos e acha que tenho que ser como você mas...sou bonito e inteligente demais para me bandear com soldados na lama e trocar socos com esses brutamontes, tenho outras qualidades - falou ironizando.
O rei Izumo o olhou com descrença.
- Que bom que acha isso, hoje você completa 20 anos e precisa cumprir o dever de um príncipe com seu reino, se não quer ser um soldado então vai se casar para formar alianças.
Ele bateu duas palmas e a música cessou, as portas se abriram, todos no salão se levantaram imediatamente para recebe - la. Uma bonita garota com vestes purpuras e pedrarias douradas entrou acompanhada de um homem que provavelmente seria seu pai.
J: O que é isso!? - perguntou assustado ao seu pai.
- Sua noiva - o rei sorriu satisfeito.
Jeon engoliu em seco, sabia que aquele dia lhe reservaria algo inesperado mas aquilo estava muito além das suas expectativas. Olhou para sua mãe euforico na esperança que ela não concordasse com aquilo mas ela sorria para os convidados.
A garota e o pai pararam na mesa a frente deles e se anunciaram.
- Honorável principe Jeon essa é minha filha Ichigo princesa do reino Shiro.
A garota sorriu para ele timidamente. Seus cabelos eram longos cor de mel e estava longe de ser feia mas definitivamente não lhe despertou interesse algum.
J: É um prazer princesa Ichigo...
- Ha! Convide - a para dançar um canção!
J: O que? - olhou admirado.
Mal teve tempo de raciocinar e seu pai o empurrou para cima da garota e ordenou que a música voltasse.
Lançou um olhar desesperado para sua mãe que fingiu não entender.
J: Droga... - sussurrou com os lábios quase imóveis.
Ele a puxou pela mão e foi para o centro do salão, aquelas dezenas de pessoas os olhavam sorrindo. Como se fossem a atração principal daquele teatro.
J: Bando de idiotas - falou baixo.
- O que disse príncipe Jeon?- perguntou Ichigo.
J: Nada...
Ele mantinha seu corpo a uma certa distância do dela mas de repente a garota se encostou nele.
- Sabe você é tão lindo!
J: Sim meu anjo eu sei... - respondeu desatento.
- Anjo? Owwn que fofo, nunca achei que gostasse de mim!
J: Do que está falando? - rodopiou a moça enquanto a plateia os observava.
- Eu confesso que sempre fui apaixonada por você! Assim como muitas garotas desse reino e de outros. Chegamos a nos conhecer quando crianças lembra? - perguntou otimista.
J: Não.
Ela o agarrou apertado.
- Sim e desde aquela época eu te amo! Mal posso acreditar que vamos nos casar em breve e ter vários filhos.
Jeon imediatamente parou e a afastou com os braços.
Todos no salão ficaram confusos.
J: O que está dizendo garota? - perguntou com raiva.
- Bem foi seu pai quem...
A pobre moça nem terminou de falar, o principe Jeon olhou para o pai que já o encarava com raiva.
Sempre um foi garoto arredio e egocêntrico, de gênio forte e decidido, fazia o que bem entendia sem se preocupar com as consequências.
Deu uma sorriso irônico, virou as costas e saiu do salão abandonando todos perplexos.
Seus pais se entreolharam envergonhados.
Já era tarde da noite estava lendo despreucupado em seu quarto quando ela entrou.
- Filho porque nos envergonhou daquela forma?
J: Por que estão loucos se acham que vou me casar com aquela garota...
Ela se aproximou e sentou ao lado dele.
- Bem se não gostou dessa podemos ver outra conversarei com seu pai...
Isso o deixou irritado.
J: Por que? Por que sou obrigado a isso? Não quero me casar nem com ela nem ninguém!
- Você não tem escolha sinto muito.
Ela se virou de costas e deixou o quarto.
Ele atirou longe o livro com raiva e pensou no quanto sua vida era horrível e injusta. Mas sua mãe estava errada ele tinha uma escolha.
Nenhuma outra manhã de sua vida acordou tão cedo como naquela, escolheu hoje o traje que combinaria com sua decisão um belo Kimono preto, adornou suas orelhas com um longo enfeite dourado, passou o pó rosado em suas bochechas e delineou seus olhos puxados. Ficou um bom tempo se admirando no espelho.
J: Imagine, desperdiçar tamanha beleza com uma garota futil e sem graça...
Saiu de seu quarto de rosto empinado e foi diretamente a ele.
Abriu a porta sem cerimônia interrompendo a reunião dele e de seus conselheiros.
O rei Izumo o fuzilava com olhos mas ele pouco se importou.
- O que quer? - perguntou seu pai.
J: Vim apenas avisar que pode cancelar o casamento com a princesa Ichigo e não precisa se dar ao trabalho de tentar com outras.
O rei o encarava sem mexer um músculo, mas todos naquela sala pareciam constrangidos.
- Deixem nos a sós...
Todos sairam sem dar um pio.
- Näo tem vergonha do que fez?
J: Sinceramente não...
- Como pode falar assim? Seu mimado! O que farei com você!? Anda por aí enfeitado, é preguiçoso e antipático! Nem mesmos seus criados o suportam!
J: Sou um príncipe por que me importaria com essa gente?
O rosto do rei estava vermelho e quase soltava fogo pelas ventas andou de um lado para o outro sem saber o que fazer com seu filho mas de repente parou pensativo, esboçou um sorriso sarcástico e se virou para ele.
- Muito bem se não quer se casar, não se case mas vai ser um soldado.
Jeon soltou uma gargalhada ingênua.
J: Pai...você tem cada idéia - olhou para o rei que estava sério.
- Se não fizer isso, vou deserdar você.
J: É algum tipo de brincadeira? Você não faria isso sou seu único herdeiro.
- De que me serve um herdeiro que não quer se casar ou ser um soldado que protejera seu reino? De nada...
Ele engoliu em seco, pela primeira vez na vida não encontrou uma resposta esperta para dar. Sentia medo de verdade.
- Então? Você escolhe a pobreza e a vergonha ou ser o principe herdeiro que um dia se tornará o general de todos os meus exercitos.
Sentia calafrios por seu corpo só de imaginar uma vida pobre sem os luxos aos quais estava acostumado.
Fechou os olhos.
J: Sabe que não tenho jeito para isso, nunca peguei uma espada.
- Não seja por isso você poderá escolher alguém para treinar.
J: Hum não consigo esconder minha empolgação. - respondeu desdenhando.
- Apronte sua bagagem vamos sair amanhã cedo.
Entrou no quarto batendo a porta e chutando tudo que via pela frente, uma criada que estava arrumando sua cama se assustou.
J: Suma daqui! - gritou.
A moça correu. Estava agora deitado no que sobrou de se colchão, destruiu tudo que havia la dentro mas nem isso foi capaz de curar sua frustração. Só lhe restava agora dormir e se preparar para seu triste destino no dia seguinte.
J: Andem logo! - disse sem paciência aos criados que carregavam seus intermináveis pertences.
Era uma manhã fria e cinzenta, achou que isso combinava irônicamente com seu destino.
- Ande logo suba no cavalo - disse seu pai ao se aproximar.
J: Cavalo? Onde está a carruagem?
- Hahaha garoto! Você não entendeu nada não é mesmo! Seu treinamento já começou ande!
Fez uma cara de poucos amigos e subiu no lombo daquele cavalo.
Uma semana se passou, seu corpo estava dolorido e suas finas vestes agora pareciam panos sujos e seus cabelos, nem ousou toca -los para não se desesperar.
J: Quando vamos chegar nesse maldito lugar!? - perguntou impaciente.
- Venha ate aqui.
Seu pai estava parado no topo de um planalto olhando o horizonte.
J: Então ...é ali?
Não podia negar a beleza daquele lugar que via de longe, uma longa planície verde escura coberta por um pouco de neve, grandes pinheiros enfeitavam a paisagem e um rio de águas claras cortava aqueles campos.
J: As barracas estragam a vista...
- Vamos...
Finalmente eles chegaram após algumas horas , desceu de seu cavalo e notou um pequeno alvoroço.
J: Oque está acontecendo? - perguntou ao seu pai.
- Os soldados estão entrando em posição para nos receber.
J: Podiamos pular essa bobagem e ir direto para meu banho quente...
Ao ver aquela enorme fileira de homens alinhados ficou sem fala. Eram rudes e feios nada neles era agrádavel. Passou de cabeça erguida mostrando sua superioridade e beleza mas podia jurar que ouvia risadinhas como sussurros.
Após aquele tormento os soldados foram dispersados e seu pai cumprimentou com animosidade um de meia idade vestido numa imponente armadura.
- Jeon! Esse é o general Nara ele vai ficar responsável por você...
J: Hum... - respondeu sem ânimo.
- Principe Jeon é uma honra saber que escolheu ser um guerreiro como seu pai, vou mostrar lhes o acampamento e apresentar alguns soldados que poderá escolher para acompanha - lo. - falou o general Nara.
J: Mal posso esperar...
Os três caminharam pelo acampamento. Jeon começava a se arrepender do dia que dispensou aquela garota. Os soldados dormian em barracas e comiam algo nojento em cumbucas de barro enquanto riam como idiotas. Alguns o olhavam irônicamente e cochichavam.
- Chegamos. Majestade, príncipe Jeon quero lhes apresentar os quatro melhores soldados do regimento.
Ele via apenas quatro homens de meia idade em armaduras. O máximo que faria com esses homens seria pedir que lavassem seus cavalos.
Aqueles seis velhos incluindo seu pai batiam papo e riam relembrando os tempos que lutaram juntos e nem notavam sua presença. Ele também não se importava, olhava entediado ao redor quando começou a ouvir um barulho.
Virou - se na direção do som, no mesmo segundo sentiu seu coração quase sair pela boca. Uma sensação de queimação dominava seu peito ao ponto de deixa - lo sem ar.
Um belo jovem treinava golpes num tronco a alguns metros dalí. Estava sem camisa, sua pele era linda de se olhar ainda mais com as gotas de suor que escorriam de seu pescoço até seu abdomem definido. Seu rosto era perfeito e tinha longos cabelos negros como os seus mas amarrados num rabo de cavalo.
J: Quem é ele!? - perguntou ainda de olhos arregalados.
- É o meu filho alteza o soldado Kim. - respondeu o general Nara.
J: Eu o quero.
- O...o que disse? - perguntou o general.
J: Já disse que eu o quero.Treinarei com ele!
Todos se olharam confusos.
Seu pai se aproximou dele e sussurrou.
- Esta me envergonhando agindo assim... - apertou o braço do filho.
- Com todo respeito alteza meu filho é um soldado exemplar mas muito jovem com certeza não tem a mesma bagagem que nós. - disse Nara.
J: Você pode ter razão general mas eu não tenho experiência alguma e com alguém jovem como eu, poderia aprender mais facilmente.
Eles se entreolharam pensativos.
- Bem não sei se ele aceitaria...Mas irei falar com ele.
Jeon deu um sorriso confiante.
J: Não se preocupe com isso eu mesmo irei falar com ele.
*G
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.