Dez cápsulas.
O suor escorria meu rosto e costas causando uma fina e ligeira sensação de desconforto.
As paredes riam silenciosas.
Nove.
Eu tremia respostas mudas, ditadas pela ânsia.
Eu precisava apenas me concentrar naquele texto que escrevia.
Oito.
Meu cérebro girava desfocado e embaçado, e dentro de mim a interrogação crescia tentando sair pelas narinas largas.
Sete.
Eu simplesmente não entendia o que corria pela quina da arquitetura de pintura desgastada, e escorria pelo chão me atormentando.
Seis.
A decepção e falta de mim mesmo me golpeavam o estômago em amargura e aspereza.
Cinco.
Uma vírgula. Eu me perguntava o que eles achariam daquela mínima vírgula digitalizada de forma torta.
Quarta cápsula de calmante.
Sim, eles achariam.
Três.
Eles.
Dois.
Todos.
Um.
Medo.
era medo,
e, temor
e, desespero
e,
Zero.
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