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História Can you keep my secret? - Mikayuu (reescrevendo) - Internato Militar


Escrita por: Crossover-Chan

Notas do Autor


CURIOSIDADES SOBRE OWARI NO SERAPH E MIKAYUU NAS NOTAS FINAIS!!

Tentarei fazer isso no final de todos os capítulos!

Fanfic policial com comédia, tipo Brooklyn Nine-Nine.

Beijos seus lindos!

Capítulo 1 - Internato Militar


Fanfic / Fanfiction Can you keep my secret? - Mikayuu (reescrevendo) - Internato Militar

Yuuichiro on

Acordo a contragosto nesta manhã, com a luz do sol atravessando o vão da cortina mal fechada da minha janela. Eu havia me esquecido de fechá-la na noite passada.

Resmungando, acabei me enrolando ainda mais nos cobertores quentinhos, não querendo levantar. Provavelmente ainda era bem cedo, então não custava nada ficar mais um pouquinho na cama.

Hoje, era domingo, e o último dia das minas férias. E também, teria que voltar para o internato em que estudo desde os meus onze anos de idade. Eu havia entrado quando tinha ido para o sexto ano, e desde então não saí mais daquela colégio interno.

Entretanto, não era um internato comum. Era a mais prestigiada academia que formava os melhores policiais e militares de todo o Japão, eram poucos os que tinham a chance de entrar lá. As provas eram difíceis, assim como os testes físicos. Além de que precisaria ter um bom histórico familiar e escolar para ter ao menos uma chance.

É tipo a Harvard, só que japonesa.

O internato em si é dirigido pelo ex-general da força de Autodefesa do Japão, a mais poderosa corporação militar do país, Tenri Hiragi, vulgo o meu avô materno. A sua localização fica perto do mesmo bairro que eu moro, em Shinjuku, que é uma região especial da Metrópole de Tóquio, no Japão.

Moro em Shibuya, que é um bairro ao lado de Shinjuku. Então ir para o internato em si não é uma tarefa tão difícil.

Shibuya é um lugar enorme, e faz jus a cidade de Tokyo, já que é mais movimentada do que o resto da cidade. Mas mesmo assim, amo este lugar! Para mim, este bairro é a melhor coisa que Tokyo poderia oferecer.

E bom, poucos sabem, mas eu sou garoto trans.

Revelei o meu real gênero aos dez anos de idade para a família. Uma idade um tanto quanto cedo, não é? Pois bem, para mim não. Eu sempre soube que sou um garoto. Muitos achavam que era uma fase, mas não é. Este sou eu. E quem não aceita que vá tomar no olho no meio do cú, obrigado.

Foi também no ano seguinte em que eu me assumi como um garoto que eu fui para o internato. Eu ainda era novo, mas sabia que seria difícil, entretanto, mesmo sabendo disso, não pude deixar de me animar.

Foi um alívio para mim mudar de escola após ter aceitado o meu real gênero, poderia recomeçar. Com a ajuda do meu avô materno, consegui mudar a papelada do meu gênero assim que entrei no colégio.

E bom, pra mim naquela época, se alguém descobrisse, descobriu. Não faria tanta diferença na minha vida. Isso é um assunto apenas meu, afinal de contas.

Apenas os meus quatro melhores amigos sabiam, fora a minha família, seja materna ou paterna. Alguns aceitaram bem, e outros, incluindo a minha mãe, nem tanto. Mas creio eu que isso faz parte, eu acho.

Eu nunca tentei fazer de tudo para esconder de fato, mas também não era como se eu saísse contando que sou um garoto trans.

Mas se bem que, no fundo, eu sempre preferi que ninguém soubesse de nada.

Porém, esse meu comportamento mudou no sétimo ano, no meu segundo ano no internato. Foi quando eu conheci Mikaela Tepes, que havia ido pro internato após se mudar da Rússia.

No começo, eu e o Mika não nos falávamos muito. Eu achava que aquele bom humor e gentileza dele eram falsas. Afinal, não existia alguém tão bonzinho assim logo de cara. Talvez o Yoichi, mas eu já o conhecia desde pequeno, então isso não queria dizer que eu poderia baixar a quarda com Mika.

E eu confesso que, no começo, eu não dava a mínima para o Mika, que ao contrário de mim fazia de tudo para chamar a minha atenção. Era bem fofo, mas eu não facilitei mesmo estando a ponto de ceder. Do jeito arisco que eu era, tinha medo de fazer mais amigos. Digamos que eu não tenha um bom histórico com isso.

Todavia, Mikaela Tepes havia me conquistado com uma simples conversa. E digamos que a sua fofura e gentileza também haviam contribuido bastante para isso.

Nós nos tornaramos amigos no meio do ano, quando o professor mandou a gente um trabalho em dupla. Fizemos no dormitório de Mika, e enquanto eu decorava a borda do cartaz com lápis de cor azul, começamos a conversar de repente sobre um assunto que não tinha nada haver com o trabalho. No quarto dele haviam pôsteres de jogos e bandas de rock, quais eu era e ainda sou muito fã. E sem perceber, depois deste dia nos tornamos inseparáveis.

Foi nessa mesma época em que eu o conheci que novas inseguranças surgiram.

Não queria sofrer de novo. Já tive muitas pessoas ao meu redor que eram gentis e eu confiava, mas depois, mostravam quem realmente eram assim que eu me revelei ser uma pessoa transgênero.

E foi aí que eu percebi que realmente não queria que ninguém descobrisse que eu sou uma pessoa trans, principalmente o Mika.

Aos poucos fui me lembrando da sensação de ser rejeitado por aqueles que eu amava. Esqueci o quanto aquilo tudo havia doído em mim, e fui lembrando lentamente...

Eu era ingênuo e ignorante antigamente, então não me importaria se alguém descobrisse. Mas agora, o assunto é completamente diferente.

Não quero voltar a ser julgado. Não quero receber aqueles olhares de nojo e raiva sem motivo algum novamente. Por isso, optei por esconder que sou um garoto trans com todas as minhas forças.

Era tanta pressão que mudei por um certo tempo, não comia, dormia ou prestava atenção ao meu redor, as vezes ficava mudo por mais de um dia. Emagreci absurdamente, e mesmo dormindo o dia inteiro quando estava em casa ainda tinha vários olheiras por debaixo dos meus olhos.

Tinha vezes que eu ficava tão mal que meu pai era chamado na escola por conta de crises de ansiedade que eu tinha de madrugada, e ele já havia sido chamado várias vezes. Guren ficou ainda mais preocupado comigo. Fui diagnosticado com ansiedade após ter completado treze anos de idade.

Meu pai queria me tirar do internato por achar que o lugar estava me fazendo mal, mas eu não quis. O lugar tinha pessoas com quem eu me importava e que se importavam comigo, principalmente Mika.

Mas Mika deu uma de filho da puta e desapareceu do Japão sem deixar rastros nessas férias. Estou a dois meses sem vê-lo.

Eu descobri por uma única e curta mensagem um pouco antes dele viajar que ele iria para a Rússia passar somente as férias. Assim, de repente. Sem mais nem menos. Depois disso, as minhas mensagens não chegaram até ele até um certo tempo.

Por um momento, eu havia pensado que ele havia se mudado de vez para o seu país de origem. Fiquei mal por semanas e muito, muito zangado com Mika. Ele deveria a menos ter vindo se despedir, poxa!

Até que então, para o meu alívio e alegria, o loiro entrou em contato comigo, me dizendo que teve que viajar de emergência e não teve tempo para contatar.

Pelo o que eu entendi o seu celular caiu na privada por culpa do irmão mais velho, por isso demorou tanto para falar comigo.

Ainda bem que eu não tenho irmãos mais velhos. Duvido que eu deixaria alguém passar em pune por deixar o meu celular cair na privada.

Descobri que Mika chegou da Rússia ontem a noite, e que hoje ele iria pro internato. Não vou negar, pulei na cama como uma criança que recém havia descoberto que iria para a Disney ou que ganharia um cachorrinho.

Mas digamos que neste momento a minha preguiça era bem maior do que ver aquele maldito loiro lindo pra cacete. E outra, eu ainda estava muito puto com ele. Então tenho total razão de estar assim.

Após uns cinco minutos deitado na cama pensando se deveria realmente me levantar ou não, escuto a porta batendo com força contra a parede, fazendo um alto barulho.

Espremi os olhos em frustração, sabendo muito bem quem tinha entrado daquela forma no meu quarto em plenas sete e pouca da manhã.

__ Pirralho. __ ouço os passos do Guren vindo até mim, mas eu apenas o ignoro e finjo que estou dormindo. __ Yuu, anda... Tá na hora. __ falou calmamente (que raro) e se sentou na cama, me balançando de leve.

__ Hm... Só mais cinco minutinhos pai... __ me viro para o lado oposto, murmurando sonolento. Acordar cedo assim em pleno domingo era muita sacanagem.

__ Cinco minutinhos nada, anda. __ puxou a coberta, e eu resmunguei de reclamação. __ Ainda temos que buscar o Yoichi e o Kimizuki. A Shinoa e a Mitsuba provavelmente já devem estar por lá. Não está ansioso pra ver os seus amigos? __ falou em um tom animado. Outra coisa rara.

Ele tá me assustando. Primeiro acordou cedo de manhã, algo que geralmente eu que tenho que fazer. E agora tá animado?

Suspeito.

Bom, provavelmente nunca direi isto em voz alta, mas aqueles quatro são os meus melhores amigos. Foram os primeiros a saberem do meu real gênero. No começo, fiquei apavorado, mas eu não sabia que a reação deles seria tão... Positiva! Éramos apenas crianças, mas eles me entenderam mais do que ninguém.

Guren continuou a me chamar, mas não era para me acordar e sim para me irritar mesmo. Ele não parava de cantarolar o meu nome! Parecia Shinoa, credo.

Especialidade do Guren: me irritar.

Já se passaram uns três minutos, conseguia ver pelo relógio digital ao lado da minha cama, mas pareciam ter se passado três horas. Nunca pensei que odiaria tanto este meu apelido preguiçoso.

Me dou por vencido sabendo que o Guren não desistiria tão fácil. Era bem possível ele me pegar no colo e me jogar na banheira de roupa e tudo.

Como eu sei? Ele já fez isso.

Umas quatro vezes só nessas férias.

__ Droga... __ abro os olhos contragosto, vendo a face e as orbes violetas de meu pai bem acordados. Como ele consegue isso?

__ Ah, já acordou? Ótimo. Quero você lá em baixo em 30 minutos, sem atrasos. __ se levantou da cama. Foi em direção a porta, pronto pra sair. __ Vou por a sua mala no carro, okay? 30 minutos. __ após dar o último aviso, saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

__ Bom, vamos acabar com isso. __ me levanto num só pulo, e convenhamos que não foi uma boa ideia. __ Eu deveria ter previsto isso... __ volto a me sentar na cama, pondo a mão na cabeça, havia me levantando rápido de mais e agora estava tonto. __ O meu dia já começou ruim, que ótimo. __ ri sem humor.

Após uns dois minutos, fui em direção ao meu banheiro. Começo a retirar as roupas, de olhos fechados já que tinha um enorme espelho na parede.

Pode até ser hipocrisia minha por fazer isso e dizer que me amo, mas as pessoas mentem as vezes. Eu simplesmente... Odeio ter esse corpo. É inconveniente, estranho. Prefiro nem falar sobre ele. Mal posso esperar pela remoção de seios. Pena que tenho que esperar até ter 18 anos...

Enfim, depois de por o pijama no cesto de roupas sujas, entro no box do banheiro e ligo o chuveiro no quente. Era relaxante ter a água quentinha batendo nas minhas costas após uma noite mal dormida de sono.

Mesmo tomando remédios para poder dormir, a insônia ainda persistia. Eu conseguia disfarçar as olheiras passando base, já que eu a uso muito para esconder os arranhões do meu corpo.

Eis mais um fato não tão legal sobre mim... Sempre que eu estou estressado, acabo arranhando a mim mesmo. As vezes é inconsequentemente, e as vezes não. Ao menos isso me ajuda a me acalmar de uma forma mais silenciosa, mesmo que seja só um pouco.

Após o banho, saio enrolado na toalha, e em seguida atravesso a porta do banheiro, indo novamente para o meu quarto. Perambulo pelo cômodo ainda todo encharcado a procura das minhas roupas.

Primeiro coloco o binder e uma cueca, faltava só escolher uma roupa confortável para vestir.

Optei por usar um moletom que era o dobro de meu tamanho, já que escondia a minha magreza e curvas, e a calça jeans mais confortável que eu tinha.

Seco o cabelo de qualquer maneira, apenas o desembarassei com um pente. Gostava do jeito que ele era bagunçado naturalmente. Ele ficava rebelde e combinava mais comigo.

Coloquei um tênis all star preto, e por fim, já estava pronto. Dando uma última olhada no espelho, dou ajeitada na franja e finalmente saio do quarto pronto para sair.

Desci as escadas calmamente enquanto ajeitava as pulseiras em meus pulsos, gostava desse tipo de acessório. Eu usava um piercing no nariz também.

Pena que seria o último dia em que eu poderia usar esses tipos de acessórios. O internato é um lugar rígido, ainda mais por ser um internato militar. Acessórios como piercing, brincos e pulseiras não eram permitidos.

Mas ao menos, poderia usar o meu cordão favorito escondido, que usava combinado com o Mika. O meu pingente é uma lua, e o dele é um sol, que de acordo com ele, eu sou tão radiante como um solzinho ambulante, e de acordo comigo, Mika agora é tão neutro e calmo quanto a lua, por isso tivemos essa troca mesmo que alguns achem que usamos estes pingentes por conta de nossa aparência.

Quem quer que nos conhecesse desde que éramos crianças sabe que as nossas personalidades eram opostas das de hoje. Mika era mais gentil, e eu mal humorado. E pelo o que dizem, agora eu sou estupidamente bonzinho, e Mikaela parecia querer matar alguém com o olhar quando se está com mal humor.

Dando uma última checagem no celular, termino de descer a escadas, já havia chegado no primeiro andar.

Atravesso um pequeno corredor, e por fim chego na cozinha, vendo que meu pai estava virado pro fogão fazendo o café da manhã, e pelo cheiro eram torradas e achocolatado bem quentinho.

__ 30 minutos certinho, muito bem. __ olhou pro relógio que ficava ao alto da porta, dando um sorriso. __ Que cara é essa? Tá tudo bem? __ vi o seu sorriso sumir e dar lugar a uma face preocupada. Talvez eu não tenha escondido as minhas olheiras muito bem...

Acho que vou passar gelo. Será que funciona? Eu vi na Internet que sim, então não custa nada tentar.

__ Eu tô sim, só não dormi muito bem. __ lhe dou um sorriso forçado, eu não sou muito bom com isso. Mas mesmo que Guren aparentasse estar desconfiado, não tocou mais no assunto, para o meu alívio.

__ Okay então... __ se sentou de frente para mim, e então começou a comer. __ Já está tudo pronto? A mala, material, tudo certo? Sabe muito bem como o internato é rígido com as coisas mais simples.

Me limito a apenas concordar com a cabeça, já que estava de boca cheia.

Até que então me lembro de algo. Um assunto que eu tinha deixado de lado, mas como era o meu último dia aqui em casa, nada como caçoar do meu pai pra matar a saudade, não é mesmo?

__ E então Guren... __ coloco o cotovelo na mesa, apoiando o queixo na mão. __ Vai finalmente chamar o Shinya pra sair enquanto eu estiver fora me matando de estudar? Aproveita que a casa vai tá vazia, viu? __ sorri insinuativo.

__ Hã? __ ficou uns segundos sem entender, até que finalmente se tocou, ficando drasticamente vermelho. __ V-Você anda muito espertinho pro meu gosto, não acha?! __ jogou um pedaço de pão na minha direção.

__ Nossa, calma meu velho! __ desvio rindo.

Não é segredo algum para mim que o Guren esteja num relacionamento um tanto quanto secreto com Shinya, que também é o irmão mais novo da minha mãe.

A minha família e um pouco complicado, mas nada que seja difícil de entender.

Mas resumindo tudo, eu fui um acidente.

Melhor resumo que este eu não poderia achar.

Enfim, o relacionamento deles começou já faz uns meses. Pouquíssimas pessoas sabiam sobre isso, afinal, eles são conhecidos por todo Japão, não poderiam dar brecha para mídia investigar o relacionamento de ambos.

Guren foi totalmente aberto comigo, perguntando se estava tudo bem. E aliás, por que não estaria? Teria a possibilidade de eu ter dois pais! E eu amo muito Shinya, ele sempre esteve comigo nos meus piores momentos. E na verdade, havia sido ele quem havia comprado o meu binder no meu aniversário de treze anos. Foi a primeira vez que eu havia chorado ao receber um presente.

Então resumindo a história toda novamente, eles estão em um relacionamento secreto e eu nunca perco a chance de tirar sarro do Guren. Ele é surpreendente tímido com essas coisas relacionadas com romance.

__ Velho o caramba. Come logo isso aí, ainda faltam dois pirralhos pra mim ir buscar. __ deu uma mordida em sua torrada, escondendo a sua vermelhidão, fazendo com que eu gargalhasse ainda mais.

Meu pai estacionou o carro em frente ao prédio onde Kimizuki e Yoichi moravam. Guren como guardião legal dos dois conseguiu com que eles entrassem no internato junto comigo, já que ambos também querem serem policiais ou militares futuramente.

Os dois também tem uma irmã cada. Tomoe, a irmã mais velha de Yoichi, e Mirai, irmã mais nova de Kimizuki.

Ambas as duas não iriam para o internato, pois estudavam em colégios normais. Por isso que, enquanto Kimizuki está no internato, quem cuida de Mirai é a Tomoe, a mesma já estava no seu último ano escolar, ou seja, no terceiro ano. E Mirai com os seus 12 anos no sétimo ano.

__ Bom dia, desculpem pelo atraso! __ Yoichi abriu a porta do carro, entrando primeiro, e em seguida Kimizuki. Eu estava no banco da frente com a cabeça apoiada na janela do carro, ainda sonolento.

__ A Mirai não queria deixar a gente sair. __ se explicou, dando um longo bocejo. Ainda eram 9 da manhã de um domingo, claro que estavam todos cansados e com sono. __ Aliás, por que tão cedo? __ fechou a porta do carro, deixando a sua mala no meio do banco junto com a do acastanhado.

__ Eu me perguntei a mesma coisas quando eu vi a cara feia dele assim que acordei. __ respondo no lugar do Guren, o olhando com cara feia.

Já que era Domingo, poderíamos ir a qualquer hora pro internado, então por que tão cedo?! Ele é pior do que eu para acordar, geralmente sou eu quem faço este trabalho.

__ Haha, muito engraçado. __ riu sem humor, dando partida no carro. __ Primeiro ano hein... __ sorriu nostálgico. __ É, vocês estão bem ferrados, da até pena. __ Guren havia estudado no internato á quase quinze anos atrás, época em que eu tinha nascido.

Pois é, eu realmente fui um baita de um acidente. Mas ninguém mandou ele ser tão irresponsável. Que trouxa.

São cerca de cinco anos, os três primeiros anos são o ensino médio misturado com o treinamento policial, já os dois últimos anos são extremamente focados no treinamento.

Eu nasci quando o Guren havia terminado o terceiro ano. Nessa época para que a minha mãe não me levasse pro exterior, ele ficou com a minha quarda. O que foi até melhor na verdade. Eu não tenho lá a mesma relação de mãe e filho desde que eu lhe disse que sou um garoto. Agora a nossa relação está bem melhor do que anos atrás, mas, não é a mesma coisa que antes. Ela não parece me aceitar muito bem ainda. Mas eu vejo que ela está mudando, eu acho.

__ Hm... É tão ruim assim? __ Yoichi diz um pouco amedrontado. Ele parecia estar meio ansioso antes, agora que Gurem havia dito aquilo a sua ansiedade deve estar muito pior.

__ Nah, ele só quer por medo na gente. __ disse Kimizuki na tentativa de tranquilizar o Yoichi.

Alguém por favor peça pra ele continuar? Porque quem tá ficando com medo aqui agora sou eu, obrigado.

__ Se forem nas salas do terceiro ano, há poucos alunos nas turmas. __ adiciou cantarolando. Virou uma esquina, ganhando a atenção de nós três após ter dito aquilo.

__ Como assim Guren? __ franzo as sobrancelhas sem entender até onde o Guren estava querendo chegar.

__ O primeiro ano até aguenta, no segundo os alunos começam a se cansar, e no terceiro é quando tudo piora, os alunos não aquenta a pressão e desistem do curso. __ seu sorriso murchou assim que desviou da sua atenção por um momento da estrada para nos olhar. __ Oh, uh... Mas eles eram sem talentos, sabe? Eu diria que vocês são prodígios.

__ Pro seu bem é bom que esteja certo. __ olho seriamente, ficando em o silêncio em seguida.

Olhei pro celular, vendo que a última mensagem de Mika foi a alguns minutos atrás, dizendo que já estava indo para o internato. O guardo novamente no bolso do moletom. Estava doido para dormir, mas como não demorariamos muito, decidi esperar e ficar um pouco mais acordado.

Por sorte a viagem de carro não demoraria muito. O internato ficava em Nagoya, no mesmo bairro em que moravam. Seriam quase uma hora de viagem por conta da localização, e dependendo do trânsito.

__ Okay vamos com as regras. __ após Guren ter terminado de tirar as malas de cada um do carro, apoiou-se no porta traseira, olhou para nós três seriamente. __ Nada de brigas, se quiserem descontar a raiva na pessoa que tem te estressado deixe isso pras aulas de luta, acreditem quando eu digo que vocês vão se ferrar se fizerem isso no pátio ou no corredor. Façam a lição de casa de vocês direito, e sem fugas. E mais uma vez... Não. Se. Metam. Em. Encrenca. Ouviram?

__ Tá, tá... Não vamos nos meter em encrenca, relaxa. __ reviro os olhos entediado.

Era sempre o mesmo discuso todos os anos. E se duvidar ouviremos este mesmo sermão até que a gente se forme.

__ Me respeita moleque! __ sem que eu pudesse reagir, ele me dá cascudo.

__ Ouch! Isso dói! __ reclamo enquanto massageio a minha cabeça. Como Shinya ainda consegue ficar com um ogro como ele?

Ouço Kimizuki abafar a risada, eu o olho feio. A risada dele também chamou a atenção do Guren, que o olhou seriamente.

__ E você também se comporte se não quiser ganhar um cascudo, Shiho Kimizuki! __ apontou o dedo pra ele, que parou de rir e não evitou de franzir as sobrancelhas.

__ Eu? __ apontou pra si mesmo.

__ É, você que é outro delinquente. __ concluiu seriamente. __ Bom, eu já vou indo. Yochi, fica de olho neles. São duas crianças que precisam de supervisão.

__ Guren! __ dissemos ao mesmo tempo, totalmente indignados.

__ Uh... Okay. __ concordou sem ao certo do que deveria dizer.

__ Ótimo, então... Eu já vou indo. Se acontecer alguma coisa, me liguem. Não escondam nada de mim, sabem que de alguma forma ou outra eu irei descobrir. __ foi andando até a porta do carro, mas antes de entrar deu o seu último veredito. __ E você Yuuichiro __ apontou o dedo pra mim. __ te quero a uns dois metros longe de Mikaela. Passar bem! __ sem dar brecha, entrou no carro, indo em bora, acenando pra gente. __ E não aceitem nada da Shinoa, eu acho que ela fuma maconha! __ foi a última coisa que ouvissimos antes de Guren finalmente sumir de nossas vistas na esquina.

__ Que porra...? __ olho pro carro que sumia de nossas vistas. O que Guren quis dizer com isso? Mal comentava com ele sobre o Mika. __ Espera... A Shinoa fuma maconha?

__ Eu acho que ela ingere a planta inteira...

__ Shiho Kimizuki! Não diga isso! __ Yoichi o repreende com os olhos arregalados de surpresa por Kimizuki ter concordado com aquilo.

__ Ah, agora lembrei! É melhor irmos. Antes que a Mitsuba mate a Shinoa. __  disse Kimizuki, como se tivesse lembrado de algo, sem dar muita importância pro assunto anterior. __ Sem o baka-Yuu pra encher o saco, só restou a loirinha satânica... __ olhou pro céu pensativo antes de começar a falar. __ É, ela já deve estar escondendo o corpo. __ chegou a conclusão sem nem pensar duas vezes. Nem eu sabia se ele estava brincando ou falando sério.

__ Bom, que tal se a gente ir procurá-las- __ Me interrompo ao sentir o celular vibrar no bolso do moletom, fazendo com que eu pegasse o aparelho rapidamente. __ Vão vocês, eu vou ficar aqui mais um pouco. __ digo olhando para a tela do celular e lendo a mensagem que acabo de receber.

__ Vai esperar o Mika, Yuu? __ Yoichi parecia ter lido os meus pensamentos, ou apenas os meus gestos de agora a pouco me entregaram.

__ Uhum. Ele acabou de mandar mensagem, já deve estar chegando. __ olho pra tela do celular com os olhos brilhando, sem olhar nos olhos dos dois.

__ Okay então... Te esperamos no pátio. __ Yoichi se despede, levando Kimizuki consigo.

Agora eu estava sozinho em frente ao estacionamento, vendo alunos entrarem e se despedirem de seus pais, mas nehum desses adolecentes eram o Mika.

Cinco minutos já haviam se passado desde a sua última mensagem. Talvez eu estivesse um pouquinho ansioso já que ficamos sem nos ver por dois meses. Creio que ele me deixou mal acostumado.

Batia a ponta dos dedos no celular, ansioso. A última mensagem de Mika dizia que já estava aos arredores da escola, parecia que Kurl, a sua irmã mais velha, estava procurando por uma vaga.

Aqueles poucos minutos pareciam durar uma eternidade. A cada segundo eu olhava pros lados em busca daquela cabeleireira loira ansiosamente. Talvez eu devesse sair para procurá-lo. E se aconteceu algo? Não quero nem pensar na possibilidade...

Mais cinco minutos haviam se passado e nada de Mika aparecer. Estava começando a ficar preocupado com aquela demora toda. Olhei pro celular novamente, não tinha nenhuma notificação de mensagem.

Até que então, ele finalmente chegou.

__ Yuu-chan?! __ paralisei ao ouviu aquela voz tão conhecida por si. Me virei para o lado, vendo Mikaela sorrir radiante para mim.

__ Mika...! __ sorri abertamente, correndo em sua direção, que agora tinha os braços estendidos. Ele havia jogado a sua mala no chão para receber o maior abraço que eu já lhe dera em toda sua vida.  __ Que saudade...! __ e num só pulo, me joguei em cima dele ao mesmo tempo que o abraçava. E aproveitando a oportunidade, Mika me suspendeu do chão facilmente.

__ Como você está? Mal nos falamos nessas férias! __ começou a dar vários beijinhos na minha bochecha. Eu não segurava as minhas emoções. Ria a vontade a cada contado.

Eu nunca me senti tão leve em toda minha vida. Mesmo tendo a confirmação de que ele viria para o internato, eu ainda estava um pouco receoso com isso, até que então, eu o vi tão perfeito quanto nunca.

__ Eu estou bem. Não fiz lá muitas coisas empolgantes. Foi um saco sem você. __ O respondi, e então fui colocado no chão. __ Se eu saísse com os nossos amigos, ficaria de vela sozinho!

__ Por que eles não confessaram os seus sentimentos ainda? __ rle se referia a Yoichi e Kimizuki, e ao mesmo tempo, sobre a Shinoa e Mitsuba.

Os quatro ali eram um poço de sentimentos confusos. Mas o que mais tinham em comum? Desabafam sobre os seus sentimentos comigo. Pois é. Euzinho aqui. Aquele que nunca namorou, mas pelo visto tem ótimos conselhos.

E com o Mika não era diferente. Ele também era um bom psicólogo dos nossos amigos. Ou seja, eu e ele mais do que ninguém sabia que os sentimentos dos nossos amigos eram recíprocos.

__ Eu me pergunto isso todo santo dia. __ solto um sorriso soprado. É incrível de que como o meu humor havia melhorado assim que eu o vi.  __ Vamos ir lá ver os outros? Já devem estar nos esperando.

__ Claro, vamos. __ com um sorriso no rosto, estendeu a sua mão para que eu a segurasse. E assim feito, entramos na escola, indo diretamente pro pátio, que ficava mais pra dentro do internato. 


Notas Finais


Vamos para a curiosidade de hoje.

Em uma novel, protagonizada por Guren, o Shinya diz "a lua está linda" que no Japão significa "Eu te amo" e "sempre estaremos juntos, não importa o que aconteça"

Em uma das OVA de owari no seraph, Krul sussurrou algo no ouvido de Mika com uma carinha bem sapeca, e assim que terminou de falar o Mika desmaiou.

Sabem qual era essa palavra?

"Yuuichiro é homossexual" aí pum! O Mika fica com o rosto todo vermelho e desmaia.

Isso foi confirmado pelo Kagami, criador de owari no seraph.



Até o próximo capítulo amores!


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