Apresentação do(s) personagem(s)
Ricardo “Richard” Leyva Muñoz Ramírez nasceu dia 29 de fevereiro de 1960, em El Paso (Texas). Filho de Mercedes e Julian Ramirez, tinha 4 irmãos mais velhos: Robert, Ruth, Ruben e Joseph. É lembrado como sendo uma criança solitária. Com dois anos sofreu uma convulsão, após um armário cair sobre ele, suturado com mais de 30 pontos. Sofria também convulsões, sendo diagnosticado com epilepsia do lobo temporal, com seis anos. Supostamente, com 10 anos ele começou a passar as noites dormindo em cemitérios.
Com 13 anos, começou a passar muito tempo com o seu primo Mike, um veterano das forças especiais. Mike fascinou o primo mostrando fotos de mulheres que conheceu durante as suas missões e se gabava de ter torturado e assassinado elas. Os dois tinham o hobby de fumar maconha e viajar de carro e, de acordo com Richard, foi nessa época que o primo lhe ensinou a disparar uma arma de fogo e a cortar pessoas, obtendo um “efeito máximo”.
Mike assassinou a sua esposa enquanto Richard estava a cerca de três pés de distância. Depois disso, Richard continuou a fumar e começou a faltar à escola e inalar cola. Não muito tempo depois, ele começou a cometer assaltos para financiar o consumo de entorpecentes. Acabou desistindo da escola antes de terminar o primeiro ano do ensino médio. Durante esse período foi preso duas vezes e acusado de posse de substância ilícita.
O jornalista Michael Harris, escreveu que anos mais tarde o pai de Richard continuou afirmando que seu filho era um bom rapaz, cujo descontrole foi causado por consumo de drogas. Richard desenhava pentagramas no próprio corpo e durante uma sessão do seu julgamento ele gritou “Viva Satanás”.
Foi um assassino em série, estuprador, pedófilo e assaltante que atuou em Los Angeles e São Francisco entre 1984 e 1985. Primeiro ele foi chamado de “The Walk-In Killer” e “Valley Intruder” (já que seus primeiros ataques aconteceram na área de San Gabriel), mas o nome que ficou mais conhecido foi “Night Stalker”.
Richard, nos seus ataques, usou uma variedade de armas de fogo, facas, machete, chave de roda, martelos e também chutes e pisões. Ele ficou conhecido pelo uso de imagens satânicas como pentagramas, que desenhava com batom nos locais dos ataques e nos corpos de suas vítimas. Richard nunca mostrou nenhum remorso por seus crimes, ainda insultava e dava risadas durante seu julgamento. O juiz que assinou sua 19.ª condenação de pena de morte disse que seus atos demonstravam crueldade, insensibilidade e perversidade além de qualquer compreensão humana. Ele foi condenado, por 13 assassinatos de 15 cometidos, 5 tentativas de homicídio, 11 atos de agressão sexual e 14 roubos. Ele faleceu devido a complicações de um câncer enquanto aguardava a sua execução no corredor da morte em San Quentin.
Vítimas
Jennie Vincow
No dia 28 de junho de 1984, após ter passado uma noite inalando cocaína, Richard tirou um pedaço da tela e entrou na casa de Jennie pela janela, ela tinha 79 anos. O filho dela, Jack, achou o corpo da mãe na tarde do dia seguinte. Ela estava deitada na cama, o cadáver tinha marcas de ter sido esfaqueado repetidamente, e a garganta estava tão lacerada que quase foi decapitada. Richard vasculhou o apartamento, furtando diversos objetos. A polícia conseguiu achar impressões digitais no vidro da janela. A autópsia revelou sinais de abuso sexual.
Maria Hernandez e Dayle Okazaki
No dia 7 de março de 1985, Maria Hernandez, de 22 anos, foi abordada na garagem do condomínio enquanto estava estacionando seu carro, ela morava com a colega, Dayle Okazaki, de 34 anos. Maria descreveu Richard como sendo alto, estava todo de preto, com um boné de beisebol na frente do rosto e tinha uma arma. Richard disparou, atingindo o rosto de Maria enquanto ela tentava erguer os braços. A bala atingiu sua mão, tendo sido refletida pelas chaves que segurava. Ela se jogou no chão fingindo estar morta, e ele entrou no condomínio. Maria permaneceu imóvel durante um tempo até ouvir a porta ser fechada, então ela correu para fora do prédio. Ao se aproximar da porta da frente do condomínio, Richard estava saindo do edifício. Ela se abaixou atrás de um carro enquanto Richard apontava uma arma para ela. Maria suplicou pela sua vida, e Richard fugiu do local. Quando entrou no condomínio, achou o corpo de Dayle no chão da cozinha. Ela havia sido baleada na testa e sua blusa havia sido levantada. Maria chamou a polícia. A autópsia conseguiu recuperar uma bala calibre 22 do crânio de Dayle.
Tsia-Lian-Yu
Nesse mesmo dia, o carro conduzido por Tsia-Lian-Yu foi forçado a parar por outro carro conduzido por um homem, identificado como Richard, ele se aproximou do carro e puxou ela para fora. Após escutar uma mulher pedindo ajuda, Joseph Duenas foi até a varanda do seu apartamento, voltou para casa e ligou para polícia. Depois voltou à varanda e viu um homem empurrando Tsia, entrar no carro e fugir do local. Ao fugir, Richard passou por um carro que estava, Jorge Gallegos e sua namorada, observaram o condutor e anotaram a placa. Mais tarde, os três prestaram depoimento, no julgamento. Tsia rastejou um pouco e permaneceu imóvel. A polícia achou ela, inconsciente. Ela sofreu uma parada respiratória e a polícia efetuou técnicas de reanimação até a chegada da ambulância. Foi declarada morta no Lake House Inn. Na autópsia foi revelado que ela foi baleada duas vezes no peito. O projétil recuperado era da mesma arma que matou Dayle Okazaki.
Vincent e Maxime Zazzara
Na manhã de 27 de março de 1985 foram descobertas mais duas vítimas. Vincent Zazzara, de 64 anos. O seu corpo foi achado por seu filho Peter, que havia ido visitá-lo. Após tocar a campainha algumas vezes ele decidiu entrar na casa. O corpo de Vincent estava no sofá, baleado na zona temporal esquerda. Parecia ter sofrido morte imediata. O corpo da esposa, Maxine Zazzara, de 44 anos, estava na cama, virado para cima e nu. Após executar Vincent ele confrontou Maxine, a amarrou e começou a saquear a casa, ela conseguiu se soltar das amarras e pegou uma espingarda que o casal tinha debaixo da cama, puxou o gatilho, mas a arma não estava carregada, Vincent havia tirado a munição por conta dos netos, após isso Richard a matou com um tiro na cabeça. Com raiva, ele tentou arrancar o coração dela, mas não conseguiu, então arrancou os olhos e levou. Ela também foi esfaqueada, no rosto, pescoço, abdômen e virilha. A autópsia revelou que ela foi morta com um tiro no rosto, e as facadas foram após a morte.
William e Lillian Doi
Em 15 de abril, Richard forçou a entrada na casa de William e Lillian Doi, de 66 e 63 anos, os acordando. Richard primeiro baleou William acima do lábio esquerdo, a bala atravessou a língua e se alojou na garganta. Depois, bateu nele até perder a consciência. Após isso, entrou no quarto de Lillian, bateu nela e a avisou para não gritar se ela não quisesse morrer. Prendeu as mãos dela atrás das costas com algemas para poder vasculhar a casa. Após descobrir o que queria, regressou ao quarto e violou Lillian. Porém, William não estava morto. Apesar dos ferimentos, conseguiu rastejar até o quarto e ligou para a emergência. Mesmo não conseguindo falar, a sua chamada foi localizada e uma ambulância e um carro de patrulha foram enviados. William morreu a caminho do hospital. Lillian foi atendida pelos médicos e conseguiu descrever o assaltante.
Mabel Bell e Florence Lang
Os ataques continuaram, deixando Los Angeles em pânico. Um oficial de polícia se referiu ao assassino como “Valley Intruder” (Intruso do Vale). Vários jornais locais o chamavam de “Midnight Stalker” (Perseguidor da Meia-noite). No dia 20 de maio, Mabel Bell, de 83 anos, com a sua irmã Florence Lang, de 80 anos, foram achadas na casa de Mabel em Monrovia. Ambas haviam sido severamente agredidas com um martelo. Quando a polícia achou o martelo, descobriu que o cabo estava rachado. Florence apresentava uma ferida perfurante acima de uma orelha. Um pentagrama invertido havia sido desenhado, na coxa de Mabel. Um segundo pentagrama foi desenhado na parede do quarto sobre o corpo de Florence. Florence havia sido violada. Os especialistas estimaram que os corpos demoraram dois dias para serem achados. Os médicos ainda conseguiram reanimar Florence, mas a irmã Mabel faleceu um pouco depois.
Carol Kyle
No dia 30 de maio, Carol, de 41 anos, foi acordada à meia-noite por uma luz de lanterna apontada para ela. Richard havia entrado em sua casa e estava com uma arma apontada para a sua cabeça. Ordenou que saísse da cama e fosse para o quarto do filho de 12 anos. Richard apontou a arma para a criança, falando para Carol ficar quieta. Depois algemou o menino e o prendeu num armário. Pensando que Richard era apenas um ladrão, Carol ofereceu um bem valioso, um colar de ouro com diamantes. Carol encaminhou Richard ao guarda-roupa do seu quarto, na esperança de que ele se acalmasse. Após vasculhar a casa, ordenou que ela colocasse as mãos atrás das costas e as amarrou com a roupa inferior da vítima. Então a jogou em cima da cama e a violentou. Carol disse a Richard que devia ter tido uma vida muito infeliz para fazer aquilo com ela. Ele respondeu estar muito bem para a idade e que apesar de assassinar muitos, iria deixar ela viver. Quando ela se queixou da pressão nos pulsos, ele afrouxou a amarra e levou um robe antes de algemar seu filho ao seu lado. Depois abandonou o lugar. O filho dela conseguiu alcançar o telefone e ligou para a emergência. Depois, ela conseguiu descrever o homem para a polícia.
Patty Elaine Higgins
O corpo de Patty Higgins, de 28 anos, foi descoberto na sua casa em Arcadia. Havia sido sodomizada e a sua garganta cortada.
Mary Louise Cannon
No dia 2 de julho de 1985, o corpo de Mary Louise Cannon, de 75 anos, foi descoberto na sua casa. Havia sido agredida, a sua garganta cortada e a sua casa havia sido assaltada.
Whitney Bennet
Em 5 de julho, Richard entrou no quarto de Whitney de 16 anos, e enquanto ela dormia, a assaltou com uma chave de roda, em seguida tentou a estrangular com um fio de telefone, mas se assustou com as faíscas que saíam do fio e fugiu, mais tarde revelou que achou que as faíscas fossem uma intervenção divina. Segundo a biografia de Richard, Whitney Bennet casou com Mike Salerno, o detetive principal do caso, após conhecê-lo enquanto esperava para testemunhar no julgamento.
Joyce Lucille Nelson
Dois dias depois, 7 de julho, o corpo de Joyce Lucille Nelson, de 61 anos, foi descoberto espancado até a morte por um objeto arredondado na sua casa em Monterey Park.
Sophie Dickman
Na mesma noite, Sophie, uma enfermeira de 63 anos, foi acordada por volta de 3:30 da manhã por um homem vestido de preto. O homem coincidiu com a descrição do Perseguidor Noturno. Apontou uma arma para ela e ordenou que ela entrasse no banheiro, quieta. Após vasculhar a casa, voltou para o banheiro e levou ela para o quarto. Tentou violá-la, mas não conseguiu manter uma ereção. Estava frustrado e humilhado, e ela achava que iria morrer. Ele gritou furiosamente na direção dela, mas recolheu os itens roubados e foi embora.
Lela e Max Kneiding
Em 20 de julho, Richard entrou na casa de Lela e Max Kneiding, ambos com 66 anos. Apesar de todas as portas e janelas estarem fechadas, ele cortou um vidro, colocou a mão e abriu a janela. O machete foi usado no pescoço de Max e, depois, tentou matar Lela, mas falhou. Richard sacou sua arma e tentou matá-la, mas a arma encravou. Enquanto as vítimas suplicavam pela vida, Richard limpou a arma e matou os dois. Então, mutilou os dois após a morte. A casa foi assaltada. Richard estava com um rádio de alta frequência e fugiu do local quando ouviu o alerta na frequência policial.
Christopher e Virginia Petersen
Em 6 de agosto, Richard escolheu outras vítimas, Christopher e Virginia Petersen, de 38 e 27 anos. Richard invadiu a casa, por uma porta de vidro, que dava acesso à sala. Então, entrou no quarto do casal, Virginia tinha sono leve e acordou com o som de um clicar metálico. Richard avançou para ela com as duas mãos na arma. Ela gritou com ele e ele atirou debaixo do seu olho esquerdo. A bala perfurou o palato, atravessou a garganta e saiu pela parte de trás do pescoço. Christopher acordou e pensou ser uma brincadeira. Olhou para a mulher sendo baleado na têmpora esquerda, mas a bala não perfurou o crânio. Ele atacou Richard, que disparou mais duas vezes, mas falhou. Enquanto lutavam, Christopher ficou por baixo das costas de Richard e ele fugiu. As duas vítimas sobreviveram.
Elvas e Sakina Abowath
Dois dias depois, Elvas, de 35 anos, foi baleado na cabeça e morto enquanto dormia. Após matar o marido, Richard molestou a sua esposa Sakina de 29 anos. A violou e forçou um boquete. Os peritos acreditavam que o método preferido de ataque era matar o elemento do sexo masculino e violar o elemento do sexo feminino.
Peter e Barbara Pan
No dia 18 de agosto, os corpos de Peter e Barbara Pan foram descobertos na sua cama, coberta de sangue. Ambos haviam sido baleados na cabeça. Peter, de 66 anos, foi declarado morto no local. Barbara, de 64 anos, sobreviveu, mas permaneceria inválida para o resto da vida. O assassino desenhou na parede, um pentagrama invertido e as palavras “Jack the Knife” se referindo a Jack, o Estripador. A polícia determinou que ele havia entrado por uma janela que estava aberta.
O pânico se espalhou na cidade. Para acalmar a todos, a prefeita falou à imprensa sobre a procura pelo culpado, mas acabou irritando os detetives, já que ela comprometeu a investigação, falando demais. Revelou que a polícia sabia o tipo de arma que o assassino usava, e entregou que a polícia tinha conhecimento do tênis usado também. Na manhã seguinte, Richard jogou a arma e os sapatos da Ponte Golden Gate.
Mas a polícia de São Francisco teve sorte quando o gerente do Hotel Bristol, informou que um jovem, com a descrição idêntica ao assassino, havia ficado no hotel, espaçadamente, ao longo do último ano e meio. O gerente afirmou que o homem tinha os dentes estragados e cheirava mal. A polícia investigou o quarto em que ele ficou, na porta do banheiro tinha um pentagrama desenhado. O suspeito havia abandonado o hotel dia 17 de agosto. Mesmo dia em que Peter e Barbara foram atacados.
Os investigadores localizaram um homem que afirmava ter comprado um anel de diamantes e um par de botões de punho, o homem correspondia à descrição do assassino. Mais tarde, confirmaram que os itens eram de Peter.
Bill Carns e Inez Erickson
Em 24 de agosto, a polícia se esforçava para descobrir o jovem de dentes estragados, e Richard já tinha escolhido a sua próxima vítima.
Bill e Inez haviam acabado de adormecer quando foram acordados, pelo ruído de tiros no quarto. Então ela se virou para o noivo, mas ele já tinha ficado gravemente ferido. Antes de ter tempo de entender o que estava acontecendo, o intruso agarrou seu cabelo e a arrastou para o outro quarto, onde amarrou os joelhos e pulsos com gravatas. O homem perguntou se ela o conhecia, admitindo se tratar do assassino que estava na imprensa e na TV. Vasculhou a casa em busca de artigos de valor, mas não encontrou nada pequeno, para levar com facilidade. Furioso com o fato, voltou para a Inez e a violou duas vezes. Temendo as reações seguintes, ela disse para ele procurar numa gaveta onde sabia que o noivo guardava dinheiro. “Swear to Satan” (Jura por Satanás), o assassino a obrigou a dizer. Ela fez o que ele disse e jurou por Satanás que estava falando a verdade. Richard achou o dinheiro, e enquanto contava, começou a ejacular nela dizendo ser quanto ela valia. Mas ele ainda não havia acabado. “Jura seu amor por Satanás”, disse. Com medo, ela fez o que ele pediu. Richard ordenou que ela repetisse mais duas vezes. Depois, agarrou seu cabelo, forçou ela a se ajoelhar e realizar um boquete. Quando terminou, se afastou e olhou para ela. Ainda presa pelas gravatas, ela pensou que Richard iria matá-la, como fez com seu noivo. Porém, Richard começou a rir e fugiu. Ela conseguiu se libertar e ligou para a emergência.
Vítima adicional
No dia 22 de outubro de 2009 (24 anos depois dos assassinatos), a polícia de São Francisco anunciou haverem relacionado a Richard o homicídio de Mei Leung, de 9 anos, morta em 10 de abril de 1984, sendo assim sua primeira vítima. O detetive de homicídios Holly Pera submeteu provas de DNA ao CODIS que identificou o DNA de Richard. A criança foi achada em um porão, parcialmente nua e enforcada com uma corda. Mei ainda foi estuprada antes de ser torturada e morta. Richard estava em São Francisco na ocasião, em um hotel próximo de onde foi achado o corpo. Um segundo perfil foi encontrado na cena, e, segundo a polícia, o dono foi identificado, mas não teve o nome publicado por ser menor de idade na época.
Perseguição e captura
Na noite de 24 de agosto, um jovem, que estava trabalhando em uma moto na garagem do pai, reparou em um Toyota laranja que andava pela vizinhança, reparou no carro novamente, achou suspeito e acabou anotando a placa. No dia seguinte, pela manhã, informou à polícia sobre o veículo. Através da placa, a polícia descobriu que o carro havia sido roubado em Chinatown (Los Angeles), enquanto o dono jantava no restaurante. Foi lançado um alerta sobre o roubo, havendo relacionado o carro com Richard, a polícia montou vigilância 24 horas na esperança que ele voltasse para levar o carro, o que nunca aconteceu. Uma equipe forense examinou o carro e achou uma impressão digital. Algumas horas depois o sistema identificou a impressão digital. Era de Ricardo Leyva Muñoz Ramírez. Análises posteriores revelaram que a impressão coincidia com a encontrada na casa da família Pan.
No dia 29 de agosto, Richard foi à estação de autocarros de Greyhound em Los Angeles, após regressar da casa do seu irmão no Arizona. Quando Richard saiu da estação notou que estava cercado de viaturas policiais, porém conseguiu escapar, sem saber que a polícia já sabia que ele era o “Night Stalker”. Ao entrar numa loja de esquina, os donos repararam na sua cara e reconheceram ele das fotos no jornal. Um dos donos gritou “El Matador” (o assassino, em castelhano). Richard voltou e constatou a sua cara nas capas de vários jornais, pegou um jornal e fugiu.
Richard correu 3,22 km em 12 minutos, foi para a parte baixa de Los Angeles. Ele havia saltado por cima de várias vedações, na esperança de encontrar algum carro que pudesse roubar facilmente. Notou que um Mustang vermelho estava estacionado destrancado e com as chaves na ignição. Entrou no carro e ligou o motor, mas não reparou que o dono estava por baixo do carro. Irritado por alguém estar tocando no seu carro, meteu as mãos pela janela e agarrou Richard pelo pescoço. Richard avisou que tinha uma arma, mas o dono do carro ignorou. Richard engatou uma velocidade e tentou arrancar, mas continuou sendo segurado pelo pescoço. O carro bateu primeiro contra uma vedação e depois contra a garagem.
Faustino Pinon (dono do carro), conseguiu abrir a porta e puxar Richard para a rua. Richard conseguiu levantar e atravessou a rua encontrando Angelina de la Torres, de 28 anos, entrando em seu carro. Ele correu até lá e colocou a cabeça no carro pela janela, ordenando que ela entregasse as chaves e a ameaçou, dizendo que se ela não fizesse, ela estaria morta. Ela gritou por ajuda e o seu marido, veio socorrer ela pelo pátio traseiro. De acordo com Nancy Skelton, do jornal Los Angeles Times, ele agarrou um pedaço de metal da vedação. Porém, José Burgoin, que havia escutado a luta na porta de Faustino, chamou a polícia e correu para ajudar ele. Quando escutou o grito de Angelina, chamou os filhos Jaime e Júlio, de 21 e 17 anos, para o ajudarem. Quando os irmãos correram para ajudar Angelina, viram Richard no banco da frente do seu carro. O irmão mais velho o reconheceu e gritou que Richard era o assassino. Richard correu sendo perseguido pelos irmãos e Manuel (marido de Angelina). Quando conseguiram alcançar ele, Manuel o atingiu no pescoço, com o ferro que trazia consigo.
Richard continuou correndo, mas os três homens insistiram na perseguição, com Manuel o golpeando repetidamente. Jaime, ao alcançar Richard, soqueia-o, Richard caiu, mas rapidamente se levantou e continuou correndo sendo perseguido pelos três homens. Manuel desferiu um golpe mais forte e ele caiu no chão. Os três seguraram Richard até a polícia chegar.
Apenas um dia após a divulgação pública de sua fotografia, Richard foi preso. Após a prisão, Richard, de 25 anos, foi acusado de 14 homicídios e 31 outros crimes associados. Foi acusado de 15.º homicídio em São Francisco, e de violação e homicídio em Orange County.
Julgamento e condenação
A seleção do júri que julgou este caso iniciou no dia 22 de julho de 1988. O jornal Los Angeles Times publicou que alguns funcionários prisionais escutaram Richard planejando assassinar o delegado do ministério público com uma arma, que Richard pretendia introduzir clandestinamente na sala do tribunal. Consequentemente, foi instalado um detector de metais no tribunal e realizadas buscas nas pessoas que entraram para assistir o julgamento. No dia 14 de agosto, o julgamento foi interrompido por um dos jurados, Phyllis Singletary, não ter comparecido à audiência. Na tarde do mesmo dia acharam o corpo dele, baleado, em seu apartamento. O júri estava aterrorizado, questionando se Richard havia orquestrado esse acontecimento de dentro da cadeia ou se conseguiria atingir outros membros do júri. Porém, Richard não foi responsável pela morte de Phyllis, ele havia sido baleado e morto pelo namorado que, posteriormente, se suicidou com a mesma arma, em um quarto de hotel.
No dia 20 de setembro de 1989, Ricardo Leyva Muñoz Ramírez foi declarado culpado de 13 acusações de homicídio, 5 acusações de tentativa de homicídio, 11 acusações de assédio sexual e 14 acusações de roubo. No dia 7 de novembro de 1989 foi sentenciado a pena de morte na câmara de gás do estado da California. O julgamento de Richard foi um dos mais longos e difíceis julgamentos na história americana. Foram entrevistados mais de 1600 possíveis jurados, testemunharam mais de uma centena de testemunhas e, embora algumas pessoas não se lembrassem de todos os fatos depois de tantos anos, outras foram bastante certas ao identificar Richard.
Na cadeia, Richard tinha fãs que lhe escreviam cartas e o visitavam. Doreen Lioy, editora freelancer de uma revista, escreveu cerca de 75 cartas para Richard. Ele pediu-lhe em casamento e no dia 3 de outubro de 1996, casaram na Prisão Estadual de San Quentin, Califórnia.
No dia 7 de agosto de 2006, a sua primeira ronda de apelos, estadual mente, terminou, infrutiferamente, quando o Supremo Tribunal da Califórnia manteve as suas condenações e a pena de morte. No dia 7 de setembro de 2006, o Supremo Tribunal da Califórnia recusou um pedido para nova audiência.
AC/DC
Richard era fã da banda australiana de hard rock AC/DC e, de acordo com fontes policiais, ele vestia uma camiseta da banda quando cometeu alguns dos crimes, tendo deixado ficar um chapéu da banda num local do crime. A canção “Night Prowler”, do álbum “Highway to Hell”, descreve a entrada sorrateira noturna no quarto de uma pessoa, era a música preferida de Richard e contribuiu para o apelido “Night Stalker”.
Anos depois, o incidente foi descrito na edição dos AC/DC no programa da VH1, “Behind the Music”. A banda explicou que, embora a canção tivesse adquirido uma conotação negativa associada aos crimes, na verdade, era sobre um rapaz que entrava, às escondidas, no quarto da namorada, sem os pais dela saberem. A banda chegou a cancelar eventos nos Estados Unidos, após a má publicidade.
Morte
Richard morreu em 7 de junho de 2013, de câncer no Marin General Hospital dentro da Prisão Estadual de San Quentin, onde esperava para ser executado.
“A morte de Richard na prisão encerra um capítulo sombrio na história de Los Angeles. Não podemos nos esquecer das vítimas que sofreram nas mãos dele. E também não podemos nos esquecer das famílias das vítimas que continuam sofrendo com a memória de seus entes queridos”.
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