História Cellbit- Psicopatas? - Flávia...

Depois que Kath deixou o aposento, a sede de Rafael clamou por ela, torturando-o cruelmente.

Fechou a calça, e arrastou-se até o telefone, e ligou para Calango.

Quando terminou a ligação, começaram as ânsias de vomito. Entrou no banheiro cambaleando, enquanto chamava Flávia com a mente. Inclinou-se sobre o vaso sanitário, mas seu estômago estava quase vazio.

O perfume de Flávia tomou o ar do aposento.

-Rafael? -chamou ela

-Preciso de...

Kath, pensou, alucinado. Viu-a a diante dele, escutou a voz de kath em sua cabeça. Estendeu a mão. Não havia nada ali.

Rafael Secou o suor do rosto e saiu, cambaleando como um bêbado.

-Rafael! -Flávia correu para ele.

Desabou sobre a cama, por cima de Flávia.

Ele sentiu Kath.

E seu rosto caiu entre os lençóis que ainda tinham o cheiro de Kath. Ao respirar fundo, tudo que sentiu foi cheiro dela.

-Precisa se alimentar. -A voz de Flávia chegava de muito longe, como se estivesse lá fora, na escada. -Rafael venha, beba de meu pulso, agora.

Estendeu a mão e tocou um pescoço, uma barriga, e uma cintura.

Kath.

A fome o dominou. Com um rugido afundou os dentes no pescoço dela até chegar a artéria. Bebeu bastante, vende imagens da mulher morena que agora era dele, imaginando ela se entregando a ele, e que aqueles braços eram os dela.

Flávia segurou um grito. Pela primeira vez sentiu o corpo de Rafael.

Inclusive o que percebeu eu ser uma ereção, Coisa que jamais viu.

Ficou sem forças e tentou respirar. Aquilo era o que sempre desejou. Embora toda aquela paixão fosse chocante.

E ele finalmente havia percebido que precisava dela.

A satisfação substituiu o mal-estar, e ela percorreu lentamente com a mão seus ombros nus, uma coisa que nunca fez. Ele rosnou, Como se quisesse que continuasse. Com delicioso prazer, ela afundou as mãos em seu cabelo. Era tão macio.

Flávia quis ver o que se passava na mente dele, uma invasão que nunca arriscou por medo de ofendê-lo. Mas agora, tudo era diferente. Talvez quisesse beijá-la quando terminasse. Fazer amor. Talvez, agora pudesse ficar com ele. Gostaria de viver na mansão de Darius com ele. Ou onde quer que fosse. Não importava.

Fechou os olhos e explorou os pensamentos do loiro.

E viu a garota em que ele realmente estava pensando. A fêmea humana.

Era uma linda mulher, com cabelo escuro e olhos fechados. Estava deitada de costas, com os seios descobertos.

Flávia desfez-se daquela imagem como se fosse um vidro quebrado. Rafael não estava ali com ela. Não bebia do seu sangue. Não era o corpo dela que apertava contra o seu. E aquela ereção não era por sua causa. Não era para ela.

Flávia chorou por aquela traição. Por suas esperanças. Por seu amor. Por ele.

Desejava que aquilo acabasse logo, que bebesse todo seu sangue até deixá-la seca, que a deixasse morrer.

Demorou anos para se dar conta da Verdade, toda uma eternidade.

Ele nunca foi dela. Nunca seria.

Kath, olhou para o chuveiro, mas não queria tomar banho, queria deixar o perfume de Rafael pelo seu corpo.

Ela sentiu como se tivesse sido dominada e marcada por um homem. Possuida.

E queria experimentar aquilo de novo. Já.

Mas sacudiu a cabeça, pensando que o sexo desprotegido tinha que acabar.

Antes de sair do banheiro, olhou seu reflexo no espelho.

Ela era a mesma.

Mas se sentia como uma estranha.

Abriu a boca e olhou seus dentes. Tocou os caninos dianteiros e estavam doloridos.

Meu Deus, quem era ela? o que era ela?

Pensou em Rafael, e em toda a agonia que ele sentiu depois do sexo.

Era isso o que a aguardava?

Ouviu um barulho na sala, como se alguém estivesse batendo na janela.

Kath feu uma espiada.

-Rafael? -Correu para abrir a porta.

Ao se deparar com a pessoa lá fora, desejou ter sido mais cuidadosa.

Não era Rafael, era Calango.

-Kath? -Sotriu deixando aperecer suas presas.Ela nem se assustou. Que droga, já estava se acostumando com aquele estranho mundo. -Sou eu Calango. Estou aqui para proteger você. Estarei lá fora se precisar de alguma coisa.

O homem vampiro -ou seja lá o que fosse - se virou e caminhou até um carro que estava estacionado na rua.

-Espere...por que...não entra? -perguntou ela fazendo ele parar de caminhar 

Ele se virou e olhou para ela.

Logo um sorriso malivioso surgiu em seus lábios.

-Tá bom.

Disse ele enquanto voltava e entrava na casa.

Mas o que ela estava fazendo?

Continua...