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História Como (não) se apaixonar pelo seu cunhado - Chapter VII


Escrita por: TearsKy_

Notas do Autor


Olá Taekookas

Era pra eu ter postado na quinta, mas houve alguns imprevistos e então apareci só hoje. Perdoem a demora, prometo que tentarei postar o próximo o mais rápido possível.

Desejo-lhes uma ótima leitura

Capítulo 7 - Chapter VII



Depois de um dia cansativo ajudando a mãe a limpar a casa, Jungkook tomou um banho e jogou-se no sofá. Estava acabado fisicamente devido o trabalho braçal e mentalmente por submeter-se a pensar tanto no seu relacionamento conturbado com Jimin, sentia que aquilo não podia continuar assim. Depois do vacilo que Jimin fizera, Jungkook passou a pensar seriamente sobre terminar o namoro, mas tinha medo de fazê-lo. Primeiro porque o amava demasiadamente, sabia que iria doer para si. Segundo porque não queria ver o mais velho sofrer. Terceiro porque não sabia quais argumentos utilizaria para dar um fim a aquilo, afinal, seria complicado falar sobre o Yoongi com Jimin, Jungkook não tinha provas concretas de que era traído, tinha apenas suspeitas, então provavelmente Jimin saberia se defender perfeitamente, deixando o mais novo encabulado e sem argumentos.

No entanto, o que mais perturbava Jungkook era o cunhado. Taehyung agia diferente consigo, totalmente atencioso e carinhoso. Quanto mais se aproximava, quanto mais interagia e quanto mais pensava em Taehyung, mais gostava do mesmo. Jungkook sentia-se deveras confuso, era como se estivesse apaixonando-se pelo próprio cunhado. Sentia falta do mais velho quando não se viam, e quando estão no mesmo ambiente, Jungkook sente a necessidade de se aproximar, conversar, tocar, sentir o cheiro gostoso do mesmo, poder olhá-lo de pertinho, até enxergar o interior de seus olhos. Mas o auge de seus desejos foi querer beijá-lo,, sabia que era errado, mas olhar para a boca do mais velho deixava-o sem chão, sentia uma necessidade insana de colar aqueles lábios aos seus.


Jungkook ligou a televisão em um programa qualquer, mas nem prestava atenção no mesmo, apenas tentava organizar sua vida amorosa. Sentia-se cada vez mais idiota. Tinha medo de admitir seus erros a Jimin, pois era claro que sua relação com o cunhado não era digna e, apesar de tudo que Jimin faz, Jungkook ainda tinha respeito por ele. Queria terminar o namoro, ao mesmo tempo em que não queria, mas talvez seu medo não era perder Jimin e sim Taehyung. Por mais que acreditasse que o mais velho nutria apenas sentimentos de amizade e admiração, o tratando com carinho por ser um dongsaeng, Jungkook também pensava que Taehyung poderia fazer isso por gostar de si. Mas Jungkook era inseguro, além de ter dúvidas sobre terminar com Jimin, também tinha vergonha de admitir ao cunhado que estava gostando de si.

Jungkook saiu de seus devaneios quando Hwasa o chamou para o jantar, desligou a televisão que ligara para nada e dirigiu-se à sala de jantar.


[...]


Depois de jantar Jungkook teve a súbita ideia de falar com Rosé sobre o que vinha acontecendo com seu relacionamento e sobre o que vinha sentindo por Taehyung. Sabia que a irmã iria rir da sua cara, pois a mesma sempre insinuava que ele deveria dar uns pegas no cunhado e vivia dando algumas atiradas de que ele e Jimin não combinavam e que iria chegar um momento em que isso se concretizaria e ambos acabariam terminando. Mesmo assim, esperou Jackson entrar no banheiro para tomar banho e seguiu para o quarto de Rosé, respirou fundo antes de bater na porta. Por mais avoada que a irmã fosse, no momento ela era a única que poderia lhe ajudar.

— Pode entrar — ouviu a voz da mais velha e, com certa lentidão, girou a maçaneta e entrou, fechando a porta em seguida. Rosé o encarava desconfiada, afinal, não era comum Jungkook aparecer por ali.

— O que você quer maninho? — perguntou largando a lixa de unhas e sentando-se na cama para que pudesse visualizar melhor o irmão.

— Bem, eu… Eu queria conversar com você sobre algumas coisas que vêm me perturbando. Desde pequeno você me deu lições de moral e conselhos que, mesmo que eu ignorasse, no final eu percebia que você tinha razão. Então será que pode me ajudar agora? Estou precisando muito desabafar com alguém — falava enquanto que a irmã voltara a lixar a unha.

— É seu namorado e seu cunhado, não é mesmo? — perguntou óbvio.

— C-como sabia?

— E o que mais seria? — olhou para o irmão, arqueando a sobrancelha — Mas vai, fala aí. O que está acontecendo?

— Sábado eu fui até à casa de Jimin porque estávamos completando sete meses juntos, mas só o Taehyung estava em casa, aí ele disse que Jimin estava na casa do amigo dele. Mas algo me diz que eles não são só amigos e esse é um dos problemas do qual preciso da sua ajuda. Enfim, aí o Taehyung me abraçou porque eu comecei a chorar, me chamou pra entrar...

— Taehyung é seu cunhado, certo? — pediu interrompendo o irmão.

— Sim.

— Já sei, aí vocês se pegaram — disse de forma muito natural, parecia estar falando séria e não na brincadeira.

— Não… Sim… Quer dizer, a gente assistiu filme juntos e meio que ficamos trocando carinhos.

— Vai dizer que perdeu uma oportunidade dessas!? — disse incrédula.

— Rosé! Eu estou aqui porque quero sua ajuda e não para ouvir seus comentários desnecessários — repreendeu.

— Tá — revirou os olhos com cara de quem achava os papos de Jungkook muito sem graça — Mas ainda não entendi aonde você pretende chegar com essa conversa.

— É que, como falei, Jimin tem aquele amigo lá. Só que eu já li conversas deles e eles postam fotos juntos como se fossem um casalzinho. Mas não tenho certeza se anda me traindo.

— Aish, como você é burro maninho. Tá na cara que esse relacionamento tá uma merda. Termina logo e cai de boca no seu cunhadinho gostoso.

— Uau, ajudou muito — disse irônico — Não sei nem porque procurei sua ajuda — disse se levantando da cama, estava pronto para sair quando Rosé segurou seu pulso e o puxou para a cama novamente.

— Jungkook, seja sincero comigo. Você está gostando do seu cunhado, não está? — pela primeira vez viu seriedade nos olhos da irmã.

— E-estou — confessou, engolindo em seco.

— Olha Kookie, eu sinceramente vejo que você e Jimin jamais darão certo e agora que fiquei sabendo dessa história de traição eu tenho mais do que certeza que o melhor a fazer é você terminar de vez com esse namoro. Vai por mim maninho, se Jimin te troca pelo amigo e você está gostando de seu cunhado é porque algo não está certo aí.

— Eu sei disso… Tipo, o Jimin nem me dá atenção, sabe? Fica encabulado naquele celular, provavelmente falando com o amigo — revirou os olhos — Já o Taehyung, aaa ele é tão carinhoso comigo — sorriu tapando o rosto e jogou-se de costas na cama — Eu me sinto tão bem ao lado dele…

— Puta merda, Jungkook. Você já tá tão apaixonadinho que chega a ser nojento, vai falar essas coisas pra ele e não pra mim. Nem parece que há poucos dias atrás estava me xingando quando eu dizia que vocês deveriam se pegar.

— Quem deveria se pegar? — Jackson perguntou adentrando o quarto com a toalha de banho enrolada na cabeça.

— O Jungkook e o cunhado dele — Rosé respondeu.

— Tá e seu namorado?

— O Jimin anda dando umas escapadas com um amigo — a ruiva disse rindo.

— Não creio — Jackson disse rindo debochado.

— Não tenho certeza que ele me trai, né Roseane. Só desconfio, depois daquelas conversas que li dele com aquele Min Yoongi desgraçado eu meio que passei a ter suspeitas.

— Espera aí, você está dizendo que o nome do cara com quem seu namorado provavelmente sai é Min Yoongi? — Jackson perguntou, parando de rir.

— É.

— Um cara não muito alto, de pele bem clara, sorriso gengival…? — sugeriu.

— Acho que sim, vi ele por fotos, mas deve ser. Por quê? — Jungkook perguntou curioso.

— Por um acaso não é esse cara aqui? — mostrou uma foto de Min Yoongi para o moreno.

— Sim, é ele! Você o conhece? — Jungkook perguntou eufórico.

— Amor, lembra aquele meu amigo do clube de basquete que almoçou com a gente no meu último jogo que você foi assistir? — Jackson perguntou dirigindo-se à namorada.

— Sim, sim, lembro.

— Então, aquele é o Yoongi. Ele é meio que meu parça no basquete, a gente joga juntos tem um tempo.

— Tá e daí? — Jungkook perguntou rolando os olhos, estava pouco se fodendo pra vida daquele branquelo desgraçado.

— E daí que tenho uma notícia que lhe interessará muito.

— E o que seria? — pediu em descaso.

— Min Yoongi come o seu namoradinho.

— Oi? — disse descrente, só pode que Jackson queria zoar com sua cara.

— Sei que você deve achar que estou mentindo. Mas veja bem, já sabemos que esse é Min Yoongi e já sabemos também que seu namorado anda muito na cola do garoto — apontou para a foto — E o que mata a charada é a conversa que Yoongi teve comigo esses dias. Ele disse que estava tava saindo com um colega do curso de inglês dele. Mas saindo mesmo, disse que transam pra caralho, foi até constrangedor ouvir ele falando.

— Colega do curso de inglês… — Jungkook repetiu para si mesmo, sentindo os olhos marejarem de raiva. Era estranho, não ficara com ciúmes, apenas bravo por Jimin pedi-lo em namoro sendo que depois transa com outro cara. Certo que Jungkook não sentia vontade de ter relações com Jimin, sentia-se como se estivesse tendo uma amizade colorida, às vezes ainda via o mais velho como aquele seu melhor amigo. Mas o loiro poderia ter terminado consigo antes de sair com Yoongi, o que Jimin fizera era errado e ridículo.

— Aaa Jungkookie, não chora — Rosé sentou-se ao seu lado, lhe dando beijinhos pelo rosto enquanto que secava suas lágrimas.

— Se eu fosse você eu dava um pé na bunda desse cara — Jackson falou, tirando a toalha da cabeça para poder arrumar o cabelo.

— Yoongi sabe que Jimin é comprometido?

— Isso eu não sei né, não estava afim de interrogar o cara e quem é que vai pedir isso pra alguém. Tipo, “O mano, o cara que tu pega já é comprometido?”, bem estranho — Jackson disse fazendo Rosé e até mesmo Jungkook rir — Mas se você quiser posso tentar descobrir algumas informações pra você.

— Pode ser, acho que isso iria me ajudar a ter argumentos para terminar com ele.

— Tá, já recebeu até mais ajuda do que o necessário. Agora vasa daqui e se vira com seus machos porque eu e Jackson temos coisas mais importantes para fazer — foi empurrando Jungkook pelas costas até que o mais novo estivesse no corredor — Ah, só mais uma coisinha, se joga pra cima do seu cunhadinho.

— Vai se foder — disse rindo de vergonha, mas na real ele seguiria o conselho da irmã.

— Estou indo, querido — fechou a porta e a trancou, deixando o irmão sozinho no corredor.


[...]


Assim que adentrou o quarto Jungkook lembrou-se de que ainda estava com o moletom de Taehyung em seu armário. Queria ficar com o casaco em casa porque aí poderia usá-lo, sentindo-se abraçado pelo cunhado. Mas ao mesmo tempo queria devolvê-lo para que pudesse ver Taehyung novamente.

Escovou os dentes e esvaziou a bexiga, depois voltou para o quarto, já era quase meia noite e o sono o pegava com tudo já que seu dia fora cansativo e cheio de verdades. Ainda não caíra a ficha de que Jimin dava a bunda pro tal Yoongi, mas por incrível que pareça Jungkook não estava se importando tanto com isso. O que lhe interessa no momento era o moletom que estava em seu armário e que precisava ser devolvido.

Despiu-se ficando só de cueca e buscou pelo seu pijama de coelhos, vestindo o mesmo. Abriu o armário e pegou o moletom de Taehyung, parecia loucura, mas sentiu uma vontade estranha de dormir abraçado à peça. Jogou-se na cama e enterrou o rosto naquele tecido quentinho, fofo e deveras cheiroso. Estava com saudades de Taehyung e queria vê-lo, buscou pelo celular em cima da cama e digitou uma mensagem para o mais velho.


[00:15] Oi

[00:15] Não está sentindo falta do seu moletom?


Vendo que Taehyung não estava online, largou o celular, apagou a luz e enfiou-se debaixo dos cobertores quentinhos, ainda mantendo o casaco do cunhado consigo, como se dependesse daquilo para sobreviver.

Ouviu o celular vibrar minutos após aconchegar-se, sorriu ao ver que se tratava de Taehyung.


[Taehyung 00:26] Oi Jungkookie

[Taehyung 00:27] Hoje eu queria usar ele, mas aí lembrei que estava com você


[00:28] Quando posso te devolver?


[Taehyung 00:30] Quando você vier aqui em casa


[00:34] Acho que não vou tão cedo assim

[00:35] Tô meio puto da cara com o Jimin


[Taehyung 00:36] E quando que não está?


[00:37] Então ‘kkk


[Taehyung 00:38] Me encontra lá na lanchonete que te levei aquele dia

[Taehyung 00:39] Amanhã, às dezoito horas. Vou sair do hospital e aí passo lá pra pegar o moletom


“Se quiser pode pegar outra coisa também.” Era o que Jungkook queria mandar, mas apenas digitou um mísero “okay”. Taehyung despediu-se dizendo que precisava dormir porque no dia seguinte seu turno no hospital duraria o dia todo, então teria que estar cedo no serviço. Jungkook desejou-lhe um boa noite e em seguida apagou também, estava cansado de mais, e ansioso para se encontrar com o cunhado.


Ao acordar Jungkook deparou-se com mensagens de Jimin, desde aquele dia em que fora até sua casa e o mesmo estava com Yoongi, Jungkook deixou de fazer questão de chamá-lo.


[Jimin 04:35] Oi meu amor, sei que está meio tarde. Mas é que lembrei do nosso aniversário de sete meses, sei que já passou… Me desculpe por não lembrar, deve ter sido por causa da viagem para Daegu. A gente voltou só ontem à noite.


Mentiroso. Era isso o que Jimin era. Como não sabia que Jungkook o havia procurado, foi fácil mentir dizendo que estava em Daegu esse tempo todo, sendo que apenas os pais dele que voltaram ontem. Mas Jungkook sabia que na verdade Jimin estava com Yoongi e não em Daegu. A raiva subiu e seu sangue esquentou, odiava mentiras e Jimin já estava passando dos limites.


[08:14] Oh, sério que completamos sete meses? Poxa, nem lembrei.


Já que Jimin o tratava com indiferença, por que não fazer o mesmo?


[Jimin 08:18] Você não lembrou?


[08:20] Pois é, acontece


[Jimin 08:22] Você está estranho Guk…


Jungkook apenas visualizou e nem respondeu, apagou a tela do celular e o jogou sobre a cama, seu café da manhã era mais importante. Fez suas higienes matinais e trocou o pijama por roupas confortáveis, depois desceu para preparar seu delicioso cereal. Hoje só iria trabalhar durante a tarde, já que a maioria dos funcionários já haviam voltado de férias. Aproveitou o resto da manhã para organizar seu quarto, queria se livrar das fotos de casais que tinha colado em seu mural, não via Jimin como seu namorado há tempo. Deixou apenas aquelas que tiraram quando ainda eram amigos, gostava daquelas fotos, preferia jamais ter namorado com o loiro, parecia que isso acabou estragando a amizade tão bonita que ambos tinham.

Enquanto organizava as coisas seu celular apitou, indicando uma nova mensagem, imediatamente pegou o objeto em mãos, pensando que poderia ser Taehyung.


[Jimin 9:56] O que acha de dormir aqui em casa no sábado?


Jungkook não queria aceitar. Jungkook queria aceitar. Tinha o lado ruim de ter que lidar com as investidas de Jimin para cima de si, mas também tinha o lado bom que era ver Taehyung.


[9:58] Pode ser


[...]


Olhou-se no espelho pela milésima vez, ajeitando o cabelo, a gola da camisa, o casaco, o cinto, sempre encontrava algum defeito aqui e ali, o fato é que quando tratava-se de Taehyung, Jungkook gostava de parecer impecável. Passou um pouco de perfume e por fim pegou o moletom do cunhado que encontrava-se sobre a cama, tentou desamassar um pouquinho para não transparecer que Jungkook havia dormido abraçado à peça e depois a dobrou bem bonitinha.

Assim que dirigiu-se à porta de entrada deu de cara com o pai sentado no sofá, tentou passar despercebido, mas não deu.

— Vai aonde Jungkook? Já está escurecendo — o repreendeu, fazendo com que o mesmo andasse alguns passinhos para trás.

— Então… Eu vou sair com um amigo, talvez eu demore um pouco, mas não precisa se preocupar. Estou levando o celular e não volto tão tarde.

— Que amigo?

— Bem, na verdade é o irmão do Jiminie. Preciso devolver isso a ele — apontou pro casaco.

— E porque seu cunhado simplesmente não passa aqui em casa pra pegar? E porque você se arrumou tanto?

— É que… É que depois vou ver o Jimin também. Tchau — disse saindo antes que o pai o interrogava mais. Odiava mentir, mas fora sua única saída no momento.


Chegou na lanchonete quinze minutos antes do combinado, buscou por uma mesa livre próxima da janela e ali sentou-se para esperar pelo mais velho, não sabia o porquê, mas estava nervoso. Lembrar de que ele e Taehyung quase se beijaram foi um pouco constrangedor, ficou com vergonha de como olharia para o outro depois do ocorrido. Mexia as pernas freneticamente enquanto mantinha-se entretido em um joguinho qualquer no celular.

— Jungkook? — olhou para a direção da voz e deu de cara com Hoseok parado ao seu lado, segurando um prato com um sanduíche em uma mão e uma xícara de café na outra.

— Oi Hoseok — sorriu simpático, guardando o celular no bolso.

— Posso sentar aqui ou está esperando alguém? — pediu direcionando a cabeça à cadeira logo à minha frente.

— Pode sentar, estou esperando alguém, mas ainda é um pouco cedo.

— O Jiminie? — perguntou enquanto deixava o prato e a xícara sobre a mesa e já ia puxando a cadeira para sentar-se.

— Não, estou esperando o Taehyung.

— O Tae? — olhou curioso para o mais novo.

— É… Eu meio que fiquei com o moletom dele e agora tenho que devolver.

— Huhum, tô sabendo. Falei com o Tae ontem — olhou com uma expressão maliciosa para Jungkook.

— F-falou? — não sabia o motivo de gaguejar, talvez porque estivesse com medo de que Taehyung dissera algo comprometedor.

— Falei. Ele disse que vocês meio que quase se beijaram, também falou sobre o Jimin ser um filho da puta contigo — falou enquanto se deliciava com o sanduíche, deixando Jungkook corado. Agora Hoseok sabia do quase beijo de ambos — Tae também disse que ele sim saberia te tratar do jeito que você merece. Não conta pra ele que eu estou te falando isso, mas ele confessou que sente vontade de te beijar e muito.

— Caralho — Jungkook não sabia o que dizer, estava surpreso com esse lado de Taehyung, pensava que era só ele quem sentia vontade de beijar o outro, mas agora Hoseok lhe jogava essa informação, tornando o desejo recíproco.

— Mas vocês dois não vão dar certo.

— Eu sei — suspirou — Por mais que Jimin me traia, ele ainda é meu namorado e Taehyung meu cunhado.

— Não, não é por isso — Hoseok riu da ingenuidade do moreno — É que Taehyung é ativo e Jimin passivo, ou seja, se você está namorando com o Jimin é porque é ativo também. Então meio que vocês dois não iam dar certo quando o clima esquentasse, se é que me entende. Dois ativos…? — Hoseok falou por ver a cara de tacho de Jungkook, de fato não estava entendendo nada.

— Pode falar na minha língua, por favor? — Jungkook pediu, fazendo o outro rir.

— Você é tão inocente, Jungkookie. Acho que precisamos conversar mais vezes, tenho muito a te ensinar — sorriu, recebendo um sorriso fofo de Jungkook — Pois bem, vamos voltar ao nosso raciocínio aqui. Em relacionamentos homossexuais temos três casos. O primeiro é o ativo, ou seja, um homem que sente atração por buracos de outros homens, resumindo, gosta de comer outros caras. Por favor, me diz que você sabe o que é comer, transar, e esses outros nomes aí… — encarou o mais novo, já com medo de que o outro não soubesse o que era sexo.

— Claro que sei Hyung — disse óbvio — Então ativo é o que mete o pau. O Taehyung se encaixa aqui, certo?

— Certíssimo, mas no caso do Tae ele não é homo e sim bi. Já no segundo caso, temos o passivo. É um homem que sente prazer em ser comido, ter um pau lá atrás. Esse é o caso meu e do Jiminie. Mas ainda há aqueles que gostam tanto de dar quanto de comer, isso sempre é da escolha de cada um. Pesquisas dizem que todo homossexual já nasce com suas preferências, está na sua essência.

— E como eu descubro em qual desses que eu me encaixo se eu sou virgem? — perguntou arqueando a sobrancelha.

— Pensei que você e Jiminie já tinham… Enfim, você não sabe o que é!? — perguntou surpreso.

— A-acho que não.

— Ah, mas não tem essa. Você tem que saber, mesmo não transando você sabe reconhecer. Vou te fazer uma pergunta bem básica e você me responde sem ter vergonha, pode confiar em mim, okay? — Jungkook imediatamente assentiu, atordoado e curioso por estar aprendendo aquelas coisas com Hoseok. Talvez, além de não se sentir à vontade com Jimin porque ainda o vai como um amigo, o tipo deles também estivesse interferindo. Talvez eram iguais.

— Imagine que você e Jimin estejam se beijando, o clima começa a esquentar e ele sobe no seu colo, esfregando e rebolando a bunda dele no seu pau. O que acha disso?

— Esquisito. Jimin faz isso, mas eu odeio.

— Passivos gostam de se esfregarem em um pau, é normal. Mas agora imagine outra situação… Você e Taehyung se beijando, aí o clima esquenta e ele te puxa pro colo dele, pressionando você pra baixo, até sua bunda apertar o pau do Taetae, você sentindo aquele volume todo...

— Aish, para com isso Hoseok… Está me deixando envergonhado — falou sentindo as bochechas queimarem por fantasiar tal cena em sua mente.

— Mas e então? O que me diz?

— Eu sou… Passivo.

— Caralho, eu jurava que você estava com o Jimin sabendo dessas coisas. Eu até pensei que você era passivo, mas aí seu relacionamento não fazia sentido. Mas então… Você e o Tae se encaixam, hum?

— Não viaja — riu soprado — Eu só estava pensando aqui, cada dia surge algo me mostrando que eu devo terminar com o Jimin.

— E o que você está esperando? Se não dá mais termina.

— Todo mundo diz isso, mas é meio complicado, sabe?

— Entendo, mas pensa aí sobre a nossa conversa. Sabe Jungkook, gostei de conversar com você, se quiser podemos ser amigos — sorriu simpático e o mais novo sentiu o coração aquecer, há dias que necessitava de um ombro amigo.

— Claro — sorriu enorme — Passa seu número, a gente pode marcar de sair juntos mais vezes.

— Concordo plenamente — disse enquanto salvava seu contato no celular do outro — Agora vou indo, marquei com um boy pra ele vir lá em casa.

— Hoje tem então? — comentou rindo.

— Olha só a audácia dele, acho que você só se faz de inocente mesmo.


[...]


Jungkook olhou as horas vendo que já passava das dezoito e trinta, começou a achar que o mais velho havia desistido ou se esquecido de vir. Já estava prestes a ir embora quando viu o mais velho adentrar o estabelecimento e correr os olhos ao redor à procura de si. Assim que os olhos de Taehyung encontraram os de Jungkook, o mais novo desviou o olhar enquanto que o outro andava em sua direção, estava com vergonha de encará-lo diretamente, ainda mais depois de lembrar daquela cena que Hoseok fizera-o fantasiar e também por aquilo que o outro dissera que Taehyung confessara.

Taehyung finalmente chegou e puxou a cadeira que antes era ocupada por Hoseok e ali sentou-se.

— Desculpa te fazer esperar, houve um imprevisto com um paciente e eu tive que ficar pra ajudar.

— 'Tá tudo bem — sorriu sem mostrar os dentes. Taehyung parecia a cada dia mais lindo, amava ver o outro com o uniforme, composto por uma camisa branca, gravata e calça social

— Então… Quer beber ou comer alguma coisa? Tipo aquele bolo que você adorou… — sugeriu.

— E ainda pergunta! — respondeu sorrindo.

— Certo, então vamos de bolo e café — retribuiu o sorriso e em seguida chamou a garçonete.

— Por que vamos comer? Pensei que só queria seu moletom.

— Porque eu sabia que você gostou desse bolo e que não iria negar mais um. Mas se quisermos podemos ir embora.

— Não — disse rápido e, por impulso, colocou a mão sobre a de Taehyung, fazendo com que o mais velho olhasse para suas mãos unidas sobre a mesa — Me d-desculpe — falou retirando a mão para si.

— Tudo bem — respondeu sorrindo sem mostrar os dentes.


Manteram-se em silêncio depois daquele incidente, Taehyung parecia tão nervoso quanto Jungkook. Mas logo os pedidos chegaram e ambos começaram a comer e a conversarem normalmente.


— Cara, esses dias você deixou aquela caixa de bombons lá em casa, em cima do sofá. Sorte sua que quando eu voltei da parada de ônibus eu vi ela lá e guardei. Caso contrário o Jimin iria ficar sabendo que você esteve lá em casa.

— Tô pouco me fodendo pra ele. Acredita que ele mentiu pra mim!? — disse indignado.

— Como assim?

— Ele disse que ficou em Daegu e que voltou ontem, só pra não dizer que estava na casa do Yoongi.

— Não acredito… Como pode!?

— Pois é. E você não sabe da maior. O namorado da minha irmã conhece o Yoongi e ele disse que realmente os dois tem um caso.

— E você diz isso na maior calma? — Taehyung riu soprado, balançando a cabeça incrédulo.

— Acho que já nem gosto mais do Jiminie. Digo, eu o amo muito, mas como amigo, assim como sempre foi, entende?

— Entendo sim. E é por isso que acho que vocês deveria ter uma conversa, eu já falei sobre isso com você, mas parece que não seguiu meu conselho, não é mesmo?

— É complicado… Mas vamos mudar de assunto. Como foi seu trabalho hoje?

— Bem cansativo, trabalhar o dia todo e ainda atrasar na hora da saída acabou comigo. Falando nisso, já está meio tarde, melhor irmos andando, quero dormir cedo hoje.

— E eu preciso voltar pra casa antes que meu pai me mate — disse rindo soprado ao lembrar do empecilho quando estava de saída.

— Vamos, eu te dou carona — disse se levantando.

— Não precisa, eu moro só a duas quadras daqui.

— Mas mesmo assim é perigoso, já está escuro e frio — disse já de pé, parando ao lado de Jungkook, que continuava sentado.

— Então vamos, já que se preocupa tanto assim comigo eu aceito sua carona — lançou um sorriso sapeca para Taehyung e já saiu andando.


Já no lado de fora o vento gelado da noite tocou a pele quente de ambos, Taehyung logo olhou para os lados para ver se não vinha carro e então puxou Jungkook pela mão e atravessaram a rua juntos, pois o carro do mais velho encontrava-se um pouquinho distante, já que quando chegara não havia vaga mais próxima. O mais velho destrancou o automóvel e Jungkook imediatamente soltou a mão dele e correu até o carro para fugir do frio, já estava tão familiarizado em receber caronas do cunhado que nem pedia mais licença.

— Parece que alguém já tomou conta do meu carro — Taehyung disse assim que entrou e fechou a porta.

— Desculpa, eu estava congelando lá fora.

— Eu sei, estava só brincando com você — disse sorrindo para o moreno.

— Seu casaco, onde deixo?

— Pode jogar ali no banco de trás.

Jungkook inclinou-se entre o banco do carona e do motorista para que pudesse deixar o moletom de Taehyung onde ele havia pedido. Quando voltou a se sentar focou o olhar no cunhado, que limpava os óculos que sempre usava para dirigir. O mesmo estava concentrado, com a cabeça abaixada, permitindo que os cabelos caíssem sobre os olhos, Jungkook reparou em cada traço daquele rosto de pele amorenada, tão lindo, parecia encontrar defeito algum. Mas o que chamou total atenção de Jungkook foram aqueles lábios rosados devido o frio, pareciam tão atrativos. Sentiu uma vontade insana de beijar aquela boca, assim como sentira naquela noite que ficara sozinho consigo. Uma sensação estranha de adrenalina tomou conta de seu corpo, queria tanto reagir, mas tinha medo da reação do outro. Jungkook trancou a respiração ao aproximar-se de Taehyung e retirar os óculos de sua mão, fazendo com que ele olhasse para si com uma expressão confusa, deixou o acessório no porta objetos e então olhou nos olhos do cunhado que estava sem entender nada. Em um impulso o mais novo criou coragem de levar a destra até a nuca de Taehyung, aproximando-se ainda mais de si. Iniciou um carinho nos cabelos próximo à nuca.

— Jungkook… O que está fazendo? — sussurrou, fechando os olhos à medida que entregava-se às carícias do mais novo.

— Você é tão lindo — elogiou o cunhado sem mais e nem menos, fazendo com que o outro engolisse em seco, parecia surpreso com a audácia do mais novo.

— Você também Jungkook. Você também é lindo — intercalou o olhar entre os lábios e os olhos do moreno, estavam cada vez mais próximos — e fofo — completou, arrancando um sorriso do mais novo.

Jungkook arrastou-se ainda mais no banco, ficando cada vez mais perto de Taehyung, que levou a destra até sua cintura. O toque do cunhado fez com que as borboletas de seu estômago despertassem, causando uma sensação gostosa em seu ventre. Já não aguentava mais tamanha tortura, precisava beijar aquela boca.

Aproximou-se de forma repentina e deixou um selar no rosto do cunhado, podia sentir o quão tenso o outro estava, mas quem Jungkook queria enganar? Também estava nervoso, mas jamais deixaria aquela oportunidade passar.

Roçou seus lábios aos do cunhado, que fez movimento algum de recuo — Me beija Taehyungie — pediu de olhos fechados, a voz manhosinha, queria tanto sentir a boca do outro colada à sua, só de imaginar tal cena já sentia um calor insano.

Colocou ambas as mãos no rosto do cunhado que parecia mudo e paralisado — Por favor, me beija — implorou rente os lábios do mais velho.

Jungkook sentiu quando as mãos grandes e firmes de Taehyung apertaram sua cintura, o trazendo para mais perto. Em seguida Taehyung lhe deu um selinho carinhoso. Era incrível como um simples beijinho já desestabilizara tanto o mais novo, não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Sentir os lábios macios e quentinho contra os seus era tão gostoso que não conseguia contentar-se com apenas aquilo, precisava de mais.

Aos poucos Taehyung entregava-se às manhas e investidas do mais novo, afastou-se um pouco e em seguida beijou a bochecha do mesmo, tecendo caminho até os lábios, onde investiu em deixar inúmeros selinhos estalados e gostosos, Jungkook os retribuía na mesma intensidade, no entanto estava ansioso para beijá-lo de verdade.

— Seus lábios são tão macios — Taehyung sussurrou com a voz um tanto quanto rouca — Eu quero te beijar tanto Jungkookie…

Dito isso atacou os lábios do moreno, que retribuiu de imediato, sentindo o quão bom era o beijo daquele homem. Gemeu baixinho quando Taehyung apertou sua cintura e aprofundou o beijo, pedindo passagem para sua língua. Seu ventre formigou ao sentir o músculo molhado do outro em sua boca, era tão gostoso que deduziu já estar viciado na boca alheia. Adentrou a língua na boca de Taehyung, gemendo manhoso quando o outro a chupou com vontade, emitindo sons deveras pornográficos. Suas mãos inquietas ora apertavam os ombros e braços tesos do mais velho, ora vagavam pela sua nuca, puxando e acariciando as madeixas ali presentes.

Quando o ar finalmente faltou, afastaram-se, mas antes Taehyung fez questão de morder e chupar o lábio inferior do mais novo, o deixando ainda mais cheinho e vermelho. O beijo foi tão intenso e gostoso que Jungkook queria mais, mas aquela posição não era muito confortável.

Com certa dificuldade deslizou para o colo do cunhado, que arregalou os olhos surpreso, jamais passara pela sua mente que aquele adolescente era tão atrevido. O entorpecia cada vez mais, mas Taehyung não se importava, só queria beijar o outro até a boca ficar dormente.

Jungkook aproximou seus lábios novamente, dando início a outro ósculo delicioso, onde teve pudor nenhum em chupar a língua do cunhado até fazê-lo arfar em êxtase, adorava ver o efeito que estava causando no outro, assim como achava delicioso o modo como Taehyung apertava sua cintura, as mãos grandes e firmes do outro possuíam-o com vontade.

No entanto, em dado momento Taehyung afastou-se de modo repentino, empurrando Jungkook contra o volante do carro, deixando-o deveras assustado. Olhou para o moreno à sua frente e depois tocou os próprios lábios. Acabara de beijar a boca do namorado do seu próprio irmão, aquilo era tão errado e impuro.

— Tae, o que foi? — Jungkook perguntou preocupado.

— Sou seu cunhado, não… — fora interrompido por selinhos vindos do mais novo — podemos — completou.

— É você que eu quero, Taehyungie — disse enquanto beijava o pescoço amorenado do outro.

— Mas isso é tão errado — suspirou em deleite.

— Errado é eu ficar preso a um relacionamento que claramente já morreu, enquanto que eu poderia estar com você que me trata tão bem, me dá atenção e tem um beijo gostoso — dito isso iniciou outro ósculo, retribuído de forma total.

Nem mesmo Jungkook entendia de onde tirava tamanha coragem para falar tais palavras e tomar certas atitudes. Quando estava com Jimin sentia-se desconfortável e com receio, já quando estava com Taehyung só tinha vontade de aprofundar ainda mais as coisas, já sentia-se dependente dos toques do mais velho.

— Tae — gemeu com o aperto forte que recebeu em sua coxa, Jimin jamais o tocava de tal forma.

Arrepiou-se quando Taehyung adentrou os dedos nos rasgos de sua calça, tocando diretamente sua pele em um carinho delicioso.

— Me prometa uma coisa? — Taehyung perguntou ofegante, após encerrarem mais um ósculo.

— Que coisa?

— Se você quiser ficar comigo termine com o Jimin. Por mais que ele traia você, não é justo fazer o mesmo com ele. E eu não quero ser visto como um amante, quero poder te chamar de meu.

Jungkook estremeceu e sorriu com as últimas palavras do cunhado. No momento, seu maior desejo era ter Taehyung como namorado, seria um sonho pertencer a aquele homem.

— Eu só meio que sinto medo de perder a amizade dele — suspirou.

— Conversem e esclareçam as coisas, talvez acabem se afastando por um tempo. Mas sei que a amizade de vocês é forte, então tenho certeza que logo voltam a se entenderem — deixou um beijinho confortante sobre o bico que o mais novo fazia.

Jungkook já estava prestes a agarrar Taehyung novamente quando seu celular começou a vibrar no bolso de sua calça. O cunhado pegou o eletrônico e entregou ao dono.

— Meu pai — fez bico e olhou assustado para as horas, já era quase nove e meia da noite — Meu deus, ele vai me matar. Melhor irmos pra casa.

— Então sai do meu colo — cutucou as costelas do mais novo, fazendo-o rir.

— Estava não gostoso ficar ali — comentou enquanto que ficava de quatro pra voltar ao banco do carona.

— Para de empinar essa bunda na minha cara seu safado — Taehyung falou dando um tapa em uma de suas bandas.

Jungkook poderia até ser um safado, mas Taehyung era muito mais.


Notas Finais


E que comecem as safadezas


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