Naquela manhã a Srta. Stacy parecia romanticamente inspirada, ela recitava alguns versos de Romeu e Julieta e para alguns alunos os versos eram recitados de forma exagerada, mas para Anne tudo estava perfeito. Algo na professora estava diferente e a ruiva ficou curiosa por saber o que era, mas com toda certeza ela não iria perguntar o motivo de tamanha empolgação, havia aprendido lições importantes sobre fofocas e indiscrição.
Com o final da aula e todos os alunos indo para suas casas, Muriel Stacy contemplou aquela sala vazia e silenciosa e sorriu, ela gostava do silêncio, não que não adorasse dar aulas, aquilo era sua vida. Mas aprendeu a apreciar o silêncio e a solidão desde a partida de Johan e estava bem com aquilo, ela estava bem e provavelmente continuaria bem sem nenhum companheiro no resto da sua vida, talvez. Contudo aqueles encontros casuais com Sebastian mudaram um pouco o pensamento da professora, era bom estar só na sala de aula depois de um cansativo com seus alunos, mas já não apreciava a solidão em sua pequena casa, agora sentia que algo estava faltando e ela sabia o que era.
Tudo começou sem qualquer intenção, encontros inesperados próximo a lagoa enquanto ela pescava e ele ainda aparecia com aquele bebê, era demais para ela aguentar.
— Boa tarde! – Cumprimentou o homem.
Muriel nem ao menos precisava levantar a cabeça e encarar o dono daquela voz, pois ela já sabia quem era.
— Boa tarde Bash. – Cumprimentou de volta.
Bash tinha um belo sorriso estampado no rosto, caminhou até a mesa em que ela estava e estendeu a mão para a mulher, que logo aceitou. Segurando as duas mãos da mulher, ficando frente a frente com a professora.
— Senti sua falta na pescaria ontem.
— Não pude ir, eu estive ocupada com a Anne, ela está bem entusiasmada com as provas para a Queen’s.
— Certo, estive pensando e sei que pode ser prematuro o que vou dizer. Mas eu ando pensando em você bastante.
— Bastante? Bastante quanto? – Perguntou abrindo um sorriso enorme. Bash achava que o sorriso da mulher parecia como olhar o pôr do sol e depois de tanto sofrimento ele sentia seu coração voltando a se aquecer.
— Pela manhã quando acordo, as tardes e noites quando vou dormir. Acho que posso estar me apaixonando senhorita Stacy e eu sei que sou pouco comparado a você e tem outras coisas contra nós dois, mas...
— Eu sinto o mesmo Bash e pare de se subestimar, eu pouco me importo o que tem contra nós dois. – Stacy que ainda segurava as mãos do homem encarou os olhos castanhos e fez carinho na bochecha do homem. — Bash, eu sei que você sempre irá amar a Mary, ela foi seu primeiro amor verdadeiro, assim como eu sempre terei um lugar guardado para o meu Johan, e por muito tempo eu sentia que o certo era eu estar sozinha e então...
— A gente se encontrou?
— Sim, a gente se encontrou.
— Posso te acompanhar até em casa senhorita Stacy? – Perguntou o homem enquanto beijava as costas da mão da mulher.
— Pode me acompanhar quando quiser.
Bash pegou os livros da mulher e os dois caminharam devagar para fora da escola, nenhum dos dois estavam prontos para um casamento ainda, nem mesmo para rotular o que tinham, mas eles estavam desfrutando do que estavam construindo juntos e por enquanto aquilo era o suficiente.
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