Em frente ao velho espelho do meu banheiro deixei a ponta dos meus dedos deslizarem pelo meu rosto flácido e rosado.
Eu ainda não compreendia o porquê de um dia para o outro eu me tornei a aberração que hoje sou.
Fechei meus olhos me lembrando daquele dia... Do ultimo dia feliz que tive em minha vida.
Enquanto eu colocava minha camisa senti os braços quentes de minha mulher enlaçando minha cintura.
- Carlos... – Ela resmungou como sempre.
Eu sorri virando-me para ela.
- Lucie, princesa, eu preciso ir trabalhar ou você acha que se eu pudesse não ficaria com você o dia todo? – Enlacei sua cintura e a puxei contra meu peito. – Seja boazinha, mais tarde, quando eu chegar prometo te recompensar... – Prendi sua orelha entre meus dentes.
- Amor... – Ela gemeu, suas mãos puxando meus cabelos – Não faça assim
Ri. Estávamos casados a quase 2 anos, mas nós dois ainda parecíamos aquele casal de namorados que não conseguia ficar um segundo sequer longe um do outro. Conhecemo-nos por amigos em comum. Lucie e minha irmã fizeram faculdade juntas e atualmente trabalham no mesmo hospital. Foi amor a primeira vista, afinal, impossível alguém não se apaixonar por uma criatura tão linda e meiga como Lucie.
- Volto cedo hoje. – Segurei seu rosto beijando-a. Deixei a ponta da minha língua escorregar pelos seus lábios, arrancando gemidos dela. – Lucie...
- Me desculpa. – Os dedos dela enroscaram-se em meus cabelos – Não consigo me conter... – O pequeno corpo dela empurrou o meu de volta para a cama. – Por favor...
Eu apenas a observei erguer minha camisa e correr sua língua por meu abdômen.
- Princesa... – Eu a repreendi enquanto começava a perder o controle.
- Só mais uns 30 minutinhos. – Ela sentou-se sobre mim, prendeu os cabelos e começou a abrir os botões da minha camisa branca que cobria seu corpo. – Que mal pode acontecer em 30 minutos?
Ri subindo minhas mãos por aquelas coxas deliciosas.
- Bom, um gato pode ficar preso sobre a árvore, uma casa pode pegar fogo, sei lá... Alguém pode cair no bueiro.
- Você não é o único bombeiro amor, seus colegas podem fazer isso. – Lucie jogou a camisa no chão e envergou seu corpo para beijar minha boca – Como bombeiro você tem a obrigação de apagar o fogo da sua mulher.
A joguei para o lado e me coloquei sobre ela.
- E quem disse que eu não vou? – Mordi sua boca e me levantei para arrancar meu uniforme, começando pela camisa, os sapatos, as meias, a calça e minha boxer. – A senhorita poderia me informar qual é o grau do incêndio?
Lucie riu enquanto se arrastava para o meio da cama e mordia os lábios.
- Senhor bombeiro, eu não entendo muito sobre essas coisas, o que eu sei é que o incêndio é grave.
- É?
- Você não imagina o quanto.
- Então me deixe trabalhar. – Subi na cama e engatinhei até ela. Peguei sua perna direita e passei a trilhar beijos do seu lindo pé até sua coxa.
- Carlos... – Minha mulher se arrepiou, gemeu e agarrou meus cabelos – Anda logo amor, o fogo está se intensificando.
Ri roçando minha barba na parte de dentro da coxa dela até chegar em sua virilha, onde passei minha língua. Coloquei sua perna em meu ombro e a olhei maliciosamente.
- Posso te maltratar um pouquinho? – Dedilhei meus dedos entre seus lábios rosados e inchados.
- Não. – Resmungou ela sem ar. – Você... Tem que... Tem que ir trabalhar.
Rolei os olhos abaixando meu rosto até seu centro.
- Agora você está preocupada com isso? – Depositei um beijo na minha preciosa e me afastei. Impaciente, Lucie ergueu o quadril pedindo por mais. Infelizmente eu não iria poder maltratá-la muito, como ela mesmo disse eu ainda tinha que ir para o trabalho, então, não poderíamos prolongar aquele momento.
Escorreguei minha língua por sua boceta e penetrei seu centro com dois dedos. Sem deixar de mover meus dedos dentro dela eu brinquei com minha língua em seu grelinho, fazendo-a soltar alguns gritinhos e arfadas, quando sua gruta ficou molhada o suficiente eu tirei minha boca dali e subi por seu corpo, mordiscando-o, até alcançar seu seio e me divertir um pouco por ali.
Eu era fascinado por aquela mulher. Aos meus olhos, nenhuma mulher nunca se compararia a ela.
- Por favor... – Lucie me puxou pelos cabelos, atrapalhando meu divertimento. – Vem logo.
- Você está louca para sentir meu pau em você, não é amor? – Abaixei um pouco meu quadril, fazendo meu membro encostar em sua boceta molhada.
- Oh sim... – Suas pernas abraçaram minha cintura tentando me puxar para mais perto dela.
- E você merece?
- Mereço. Muito.
Sorri observando-a toda vermelha. Não de vergonha, mas sim de tesão. Ergui um pouco o quadril dela e a penetrei devagar, do jeitinho que ela gostava.
- Princesa... – Deitei meu corpo sobre o dela, um braço de cada lado de seu rosto – Fizemos amor ontem à noite e você... E você já está tão apertadinha.
Ela estava tão alienada que não respondeu. Desloquei meu quadril para longe do quadril dela e voltei com um pouco mais de força fazendo-a arranhar minhas costas.
- Mais amor... Mais. – Seu pedido era quase uma suplica.
Como sou um ótimo marido fiz o que ela pediu. Meu corpo e o dela passaram a dançar em perfeita sincronia, sem quebrar esse ritmo capturei seus deliciosos lábios.
Nossa química na cama sempre foi incrível e com o tempo isso não diminuiu, pelo contrario, cresceu muito. Tínhamos uma sintonia perfeita. Eu sabia que ela era a mulher da minha vida, a mulher que eu amaria até o fim dos meus dias e por isso mesmo eu me esforçava ao máximo para que ela não me deixasse jamais.
- Amo você princesa... – Sussurrei.
Ela abriu os olhos e me encarou daquela maneira intensa que me fazia acreditar que o que eu acabei de dizer era mutuo entre nós dois, mas não... Impossível alguém amar uma pessoa mais do que eu a amo.
- Não tanto quanto eu.
Não demorou muito para que chegássemos ao nosso ápice, dando-me a oportunidade de sentir o corpo da minha mulher sofrer alguns espasmos por mim e saber que eu lhe dava prazer.
Aquela foi a ultima vez que eu a tive para mim. Lembro-me perfeitamente que tomamos um banho juntos, nos vestimos e na porta da garagem nos despedimos um do outro. E ela foi para o hospital e eu para o quartel de bombeiros.
Devo confessar que nesse 1 ano e 8 meses longe dela eu ainda sofro quando vou dormir e não tenho seu corpo próximo ao meu, ou quando acordo e não vejo aquele seu lindo sorriso.
Mal sei como consegui ficar tanto tempo longe dela... Longe dos seus beijos, longe dos seus abraços... Do seu corpo... Do seu amor. Infelizmente seria assim para sempre. Ela não me merecia mais, não depois que fiquei com a metade do rosto desfigurado.
Senti as lágrimas molharem minha bochecha ao me lembrar da ultima vez que a vi, no hospital.
Era horrível ficar com aquelas faixas ao redor do meu rosto, o calor e a dor eram insuportáveis.
A porta se abriu e meu pai passou por ela.
- Filho, como está se sentindo? – Ele indagou aproximando-se para anotar algumas coisas do monitor ao lado da minha cama.
- Como acha que estou? – Suspirei frustrado. – Pai, onde está Lucie? Faz quase oito dias que estou aqui e eu ainda não a vi.
Carlisle desviou os olhos e voltou sua atenção para a prancheta a sua frente.
- Ela esteve aqui no dia do seu acidente, no momento ela está de licença do hospital filho. Lucie precisa ficar de repouso.
Aquela historia não estava muito convincente, mas afinal, que mulher gostaria de visitar seu marido desfigurado em um hospital?
- Pare de pensar bobagens. – Meu pai tocou minha mão.
- Você não sabe o que estou pensando... – Desviei os olhos enquanto sussurrava.
- Lucie está muito preocupada com você.
- Não é o que parece.
- Filho...
Fechei meus olhos.
- Pai, tenho medo que ela não me queira mais.
A cama afundou, abri meus olhos e vi Carlisle sentado ao meu lado.
- Lucie te ama muito, e se não fosse por mim ela teria ficado aqui desde o momento em que você veio para cá. Se você não acredita nisso é porque deve ter batido a cabeça no incêndio.
Soltei um riso murcho, mas logo suspirei.
- Não me lembro de quase nada que aconteceu, só recordo-me de ter entrado no prédio, do cano de gás explodindo e... E da dor.
- Tente descansar, você ficará aqui mais alguns dias e logo poderá ir para casa.
- Quanto tempo?
- Tudo depende de como será sua recuperação.
- Ok pai.
[...]
- Ela está mesmo aqui? – Sorri para minha irmã, que continuava desenfaixando meu rosto.
- Sim, Lucie está quase batendo nos enfermeiros que não querem deixá-la entrar.
- Porque não querem deixá-la entrar?
- Temos que terminar seu curativo primeiro.
Suspirei.
- Tem razão. – Sorri tristonho – É melhor ela não me ver sem isso por enquanto... A única coisa que não preciso agora é de um divorcio.
- Carlos, não diga bobeiras!
- Alice... Eu estou parecendo um monstro e...
Parei de falar quando a porta foi abruptamente sendo aberta.
- É O MEU MARIDO, VOCÊS NÃO ME VÃO EMPEDIR DE VÊ-LO, ESTOU CANSADA DE ESPERAR!
Automaticamente meu corpo se virou em direção à voz dela. Assim que os olhos de Lucie pousaram sobre mim ela levou a mão aos lábios, aterrorizada.
- Lucie, eu...
Antes que eu terminasse ela foi em direção ao banheiro e pude ouvir o som dela vomitando.
Lucie tinha nojo de mim...
Meu maior medo estava se realizando... Eu estava perdendo a mulher de minha vida...
E essa foi à última vez que eu a vi. Depois que ela saiu do banheiro eu não queria vê-la... Eu estava tão triste... Eu... Eu sabia que não era culpa dela, mas já sabia que tudo entre nós acabaria eu apenas poupei o tempo dela em me dizer palavras que partiriam meu coração.
Quando tive alta no hospital não fui para casa e não peguei nenhum pertence meu... Apenas saquei pouca quantia no banco – o suficiente para me mandar da cidade e não prejudicar Lucie financeiramente – e vim para Forks.
Caminhei para meu pequeno quarto e peguei a mascara que eu costumava usar para poupar as pessoas do estrago em meu rosto. Não era de o meu feito caminhar pela cidade, mas era preciso quando eu precisa comprar algo para comer, ou para fazer o que eu faria agora.
Sai da pequena casa que havia alugado e fui até a cabine publica que havia ali enfrente.
Fazia hoje 1 ano e 8 meses que eu não via minha Lucie... Eu pelo menos precisava ouvir sua voz.
Rapidamente coloquei uma ficha no telefone e disquei para o numero antigo de casa, só me restava rezar para que ela não estivesse se mudado ou algo do tipo.
- Alô?
Fechei os olhos sentindo todo meu corpo se arrepiar.
Era tão bom ouvir sua voz...
- Quem fala?
Continuei em silêncio, apenas escutando.
- Você não tem mais o que fazer? Saiba que eu tenho... Que inferno!
A ligação caiu e eu sorri. Lembrei-me das vezes em que discutíamos... Seu rostinho corado, sua voz alterada... Isso me deixava tão excitado.
Encostei minha cabeça na cabine e deixei as lágrimas escaparem por meus olhos... Minha mãe sempre dizia que quando a saudade e a triste não cabe no peito ela escorre pelos olhos, e agora eu entendia o quão verdadeiro era aquela frase.
Meu peito doía tanto de saudades de Lucie... Eu iria enlouquecer se não a visse.
Batidas na cabine me despertaram. Rodei em meus calcanhares para encarar a velha senhora que me olhava com dó.
Eu a conhecia, era a Sra. Cooper. Já havíamos conversado algumas vezes, quando me mudei para cá. Ela também morava sozinha, seu marido havia falecido há anos e seus filhos não moravam aqui, na verdade – pelo que ela me disse – eles não queriam nem saber dela... Tenho certeza que fazem isso porque não sabem realmente a falta que uma mãe faz na vida... Eu estava com tantas saudades da minha.
- Oi. – Abri a porta, enquanto enxugava minhas lágrimas. – Me desculpe, não vi que a senhora queria utilizar o telefone.
- Eu não quero querido. – Ela suspirou – Eu te vi chorando. Aconteceu algo?
- Não. – Tentei sorrir, mas não fui muito convincente.
- Ligou para ela? – Apenas balancei com a cabeça, afirmando. Eu havia contado para Marie sobre Lucie, ela sabia de tudo. – O que ela te disse?
- Ela não sabe que fui eu. – Dei de ombros – Só precisava ouvir a voz dela.
A senhora em minha frente suspirou.
- Já te disse que não acho certo sua atitude, sabe, de ter sumido sem falar com ela. Foi muito precipitado e...
- Eu sei, eu sei. – Sai da cabine, parando ao seu lado e olhando para o céu que começava a ficar escuro – Mas eu não posso fazer mais nada. Pode ter sido errado minha atitude, mas não tem como voltar atrás.
- Claro que tem querido. Vá atrás dela... Converse com ela.
- Vai ser perca de tempo. – Enfiei minhas mãos em meus bolsos – Ela deve estar feliz sabe... Talvez tenha até... Até encontrado outro cara.
- Se ela estivesse encontrado outro cara teria te procurado, afinal, vocês são casados e para ela se casar novamente precisa da sua assinatura.
- Ela teria tentado me encontrar se me amasse.
- Como pode saber se ela tentou ou não?!
- Como ela poderia pedir o divorcio a mim se não me achar?
A velha senhora ao meu lado me deu um tapa na nuca.
- Pare de me retrucar! Faça o que estou mandando e pronto.
Ri.
- Você às vezes age como minha mãe...
- Por que sou mãe. – Ela sorriu – Volte para Los Angeles.
- Nem se eu quisesse eu poderia. – Suspirei – O dinheiro que tenho está acabando, e o que tenho não é suficiente.
- Bom, dinheiro não é problema. – Marie sorriu para mim – Eu posso te dar.
- Não! – Neguei, afastando-me dela. – Eu não posso aceitar seu dinheiro. Vou entrar, não gosto que as pessoas fiquem me olhando... E sabe, as crianças da rua tem medo de mim. Boa noite para a senhora.
- Carlos...
Ela me chamou, mas não parei de andar. Entrei em casa, tranquei a porta. Preparei algo para eu comer, e assim que terminei lavei a louça que sujei e fui para meu quarto. Deitei-me em minha cama, com uma foto de Lucie e eu em mãos.
Era a foto do nosso casamento..
Ela estava linda de branco, com um sorriso enorme nos lábios.
Aquele foi um dos dias mais felizes de minha vida... Ela finalmente era minha, no papel. Eu a amei tanto naquela noite que no dia seguinte quase perdemos nosso vôo para Paris, onde passaríamos uma semana em lua de mel.
- Estou com tantas saudades princesa... – Alisei seu rosto sorridente na foto. – Sinto sua falta. Será que você sente a minha?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.