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História Contrato - Quatro


Escrita por: Sofia_pandinha

Notas do Autor


desculpa não ter postado no sábado como tinha dito que faria, fiquei sem tempo e disposição para postar já que cheguei em casa tarde e muito cansada. enfim espero que gostem e finalmente o capitulo da festa para vcs meus lindinhos

Capítulo 4 - Quatro


Fanfic / Fanfiction Contrato - Quatro

Sexta havia chegado enfim, Gwen estava super animada com a festa, não parava de falar dela por um segundo sequer, como a própria disse, estava passando por uma época de “abstinencia” de festas. Caminhávamos pelo campo de futebol comendo sanduiches que meu pai tinha preparado para nós dois naquela manhã antes de levantarmos. Quinta a noite Gwen apareceu lá em casa e aproveitou e me contou suas aventuras de quarta a noite sujando o carro dos outros com ovos, nunca ri tanto de uma foto quanto ri da qual ela me mostrou em que ela sorria para câmera com carros completamente cobertos de gemas amarelas atrás. 

-Vai ser um máximo, com música alta, piscina a vontade- dizia andando ao meu lado nas arquibancadas do campo de futebol. 

-Wow wow wow, essa festa não vai ser a noite? Piscina de noite não é muito aconselhável- pergunto parando de andar lembrando do que meu pai me dizia sobre se molhar de noite e ficar resfriado no dia seguinte. 

-Você não precisa entrar se não quiser, idiota- diz sorrindo e com a mão fechada em punho me empurra para o lado de leve. 

-Eu que não vou cuidar de garota gripada no sábado- me sento na arquibancada assistindo a outra falar em pé na minha frente –Pode se gripar toda que eu não vou nem ligar- digo brincando, Gwen faz uma cara de ofendida pondo a mão sobre o coração. No instante seguinte mexe o pescoço para os lados como uma daquelas patricinhas de filme antigo abrindo a boca para falar, mas foi bruscamente interrompida por uma bola de futebol que acertou sua cabeça. 

-Flash! Presta atenção garoto- os gritos do treinador só serviram para apontar o culpado. 

-Desculpa Gwen- grita ao longe rindo com os amigos tão idiotas quanto ele. 

-Deuses você está bem?- pergunto me levantando e segurando em seus ombros vendo apenas seu cabelo que cobria até o rosto. 

-Tô ótima- responde respirando alto com o nariz, os fios até mexiam de tanta força que soltava o ar –A bola está aqui?- pergunta levantando a cabeça organizando o cabelo loiro quase platinado, suas mãos tremiam um pouco nada muito preocupante que nem a sua cabeça. 

-Está acho- dou uma última olhada em seu rosto verificando se estava bem, um pouco vermelha, mas bem. Me abaixo pegando a bola do seu pé e entregando em suas mãos com uma pergunta no olhar que logo me escapou boca afora –O que vai fazer com isso? 

-Aprende mais essa. Hey Flash- gritou antes de se virar e encarar o garoto com ódio -É assim que se joga- diz e então inclina o corpo para trás esticando o braço, quando se projetou para frente arremessando a bola eu esperava que fosse atingir o garoto retardado que havia jogado a mesma em nossa direção. Como sou trouxa, ela jogou na direção do aro enorme que existia no fim do campo acertando bem no meio das duas barras enormes projetadas para o céu. 

-Muito bem Stacy- gritou o treinador em resposta pelo seu ato –Flash, vai pegar a bola e quero cinquenta voltas na quadra como punição pela sua brincadeirinha, e seus amiguinhos podem muito bem o seguir já que acharam tão engraçado- ordena e o menino humilhado sendo alvo de olhares furiosos dos amiguinhos de time. 

Pego nossas mochilas e seguro no braço da loira a puxando para fora do campo, caminhamos, quer dizer, eu estava quase correndo enquanto arrastava Gwen peso morto comigo até a enfermaria. A mulher responsável pelo local não estava, ótimo. 

-Garota? Você tá louca?- pergunto a soltando só depois de fechar a porta atrás de mim. 

-Ele mereceu, idiota como ele é não deve nem saber fazer um touch down- se sentou na cama que tinha na pequena sala coçando a nuca onde havia sido atingida –Ai...- reclama olhando para os dedos em busca de sangue que graças não havia nenhum. 

-Existe alguma coisa que você não saiba fazer? Claramente irritar os outros e arrasar no futebol está na lista- solto as mochilas no chão me aproximando da minha amiga fazendo um gesto para que deitasse na cama enquanto sorria para a mesma. 

-Curativos na cabeça onde não alcanço e... Ah sim, não sei fazer esses sanduiches maravilhosos que seu pai faz- diz deitando com as pernas no ar balançando de um lado para o outro. 

-Idiota- passo a mão pelo cabelo macio da outra procurando algum tipo de elevação -Não tem galo pelo menos. Vou pegar gelo- me afasto da cama na direção da mine geladeira que havia ali para alguns remédios que precisavam ficar resfriados, por sorte tinha uma compressa gelatinosa junto –Quando vai aprender que não deve mexer com gente mais forte que você ou mais influente ou mais disposta a ir além? 

-Quando você aprender que não deve deixar ninguém te rebaixar- diz alto parando de mexer as pernas. 

-Gwen, o melhor jeito de revidar é não se rebaixar ao nível do inimigo- digo com a mão no coração como se citasse Hamlet e então solto a compressa em sua cabeça deixando que caísse descuidadamente. 

-Ai- reclama mas logo solta um gemidinho apreciando a frieza do objeto na cabeça -Relaxante... Enfim, se for ficar com essa filosofia de buda você deveria arranjar alguém para te proteger- me sento em um canto da cama olhando para sua face apoiada nas costas das mãos. 

-Alguém para me proteger? Tipo quem, um segurança?- brinco rindo baixinho me imaginando com um dos caras que meu pai tento contratar para mim. 

-Tipo um guarda costas, seria legal ne, alguém te protegendo e tal... Flash não ia ousar chegar perto- se senta perto de mim segurando a sacola de gel azul atrás da cabeça -Peter você não ia sofrer mais. 

-Gwen eu já falei que estou bem, não preciso de ninguém me protegendo ou me seguindo por ai, parece até meu pai com essa conversa- já estava cheio dele também, de vez enquanto perguntava se eu não queria que ele instalasse um serviço de segurança no Jarvis e o ordenasse para me seguir por ai –No momento Gwen eu só quero saber mais sobre a festa, minha cabeça está em pânico desde quando você me chamou para esse negócio. 

-Ta bom... Vai ser a fantasia- diz e meu mundo para. 

-Fan... Fantasia? 

 

 

** 

 

Não acredito que Gwen me convenceu a vir para um negócio assim, só porque estávamos no mês do Halloween o cara resolveu fazer uma festa com o tema e todos deviam ir com fantasias. Gwen comprou uma roupa colada branca com alguns detalhes em rosa e linhas azuis e me comprou uma parecida azul e vermelha com linhas pretas mas eu recusei ao máximo usar aquela laicra colada e no fim acabei tendo que usar um casaco gigante que cobrisse até minha bunda, parecia uma daquelas garotas que roubava a roupa do namorado a diferença era que eu usava laicra e estava fantasiado de homem aranha. Que nome ridículo que herói ou vilão teria esse nome? Venon seria muito mais interessante que homem aranha pff. 

Gwen pegou meu carro, nos arrumamos em minha casa já que era mais perto, e me levou até o lugar dizendo o tempo todo que eu ia adorar a festa, eu só conseguia pensar nos motivos para ficar em casa e assistir Jarvis preparar meu pai para o jantar que teria amanhã. Enquanto estávamos em minha casa colocando as roupas consegui falar com meu pai para deixar eu levar a loira comigo na festa dele, ela quis rebater, mas a seduzi com comida de gente rica e champanhe bom e caro. 

A loira estacionou o carro em frente à casa do rapaz, não queria ter que lutar contra outros motoristas por vagas dentro do estacionamento privado do rapaz e muito menos lutar para sair de lá de dentro. Caminhamos uns bons minutos até chegar na entrada da casa, estava ofegando com as mangas arregaçadas e o capuz fora da cabeça. 

-Deuses está quente demais aqui- reclamo ao entrar na casa cheia com enfeites assustadores como aboboras com sorrisos horripilantes e teia falsa de aranha com fumaça no chão e algumas bruxas penduradas no teto que usavam vestidos tão longos capazes de arrastar pelo menos a ponta no topo da cabeça das pessoas, isso mais a quantidade de pessoas não ajudava, um monte dançando e outras se agarrando, só me deixavam mais desconfortável. 

-Tira o casaco e fica melhor- diz perto do meu ouvido pois sabia que ia ser impossível eu escutar ela ali dentro. Se estica batendo na bunda de uma bruxa pendurada que brilhou os olhos e fez um som que julgo ser uma risada. 

-Eu não- não ia tirar aquilo nem a pau, era minha única proteção conta olhares que Gwen recebia por estar usando a roupa que usava. Olhares de desejo e vontade, muita vontade de fazer várias coisas. 

-Você que sabe, vem- segura meu pulso e me guia pela casa como se já a conhecesse e me leva até a mesa de comida e bebida, pegou um pratinho fundo, colocou alguns salgadinhos e deixou na minha mão o prato –Pode comer, não mata, só engorda- diz rindo um pouco e colocou um pouco de algo que chutaria ser ponche, mas duvido que era em um copo e beber levantando a máscara na altura do nariz. 

Faço o mesmo para comer, ela faz um sinal com a cabeça indicando para que eu a seguisse até algum lugar, tento ao máximo não a perder de vista e então algumas poucas mesas aparecem na minha visão. Eram altas e pequenas com bancos altos e pequenos também que no máximo cabiam três pessoas, me pega e me senta em uma das cadeiras chegando perto do meu ouvido para dizer: 

-Vou cumprimentar algumas pessoas, fica aqui que eu já volto- e some na multidão de pessoas que caminhavam fantasiados de um lado para o outro. Tento a impedir apenas para perguntar quanto tempo isso ia demorar, mas ela simplesmente foi. 

Fiquei impressionado com as fantasias, claro que tinha algumas terrivelmente mal feitas, mas tinha algumas que eu batia palmas pelo esforço. Principalmente uma que me chamou atenção, era um cara que não estava muito bem fantasiado, mas a pintura corporal que fez inspirado no clipe da ariana grande, eu me ajoelhava para aquele deus. 

Continuei ali sentado na mesa comendo os salgados e mexendo no Twitter casualmente fingindo não estar ali e não me importar com o fato de Gwen ter me abandonado em uma mesa mesmo depois dela dizer que não ia fazer tal coisa. Entendo que ela queria cumprimentar os amigos, mas eu podia seguir ela sabe, fingir me enturmar. Na verdade melhor não, ia ficar sobrando nas conversas deles já que duvido que eu vá ter alguma coisa em comum com os caras para sequer concordar. 

“Abandonado na festa que minha amiga me trouxe” posto e começo a olhar em volta procurando uma certa garota de laicra branca e sapatilhas de bale verde azul sem sucesso. 

Meu celular vibra nas minhas mãos e vejo que alguém respondeu meu tweet. O meu amiguinho de rede social, Ned, pede uma foto de como eu estava. Ligo a câmera, uma foto com a boca suja de comida não seria legal então abaixo a máscara e tiro uma fazendo o número dois com a mão e respondo seu comentário. 

Ele não demora muito para responder que eu estava maneiro com a fantasia, agradeço de dou créditos a Gwen pela escolha mesmo que me incomodasse na bunda e nas outras partes importantes. Ned apenas ri e tenta me animar. 

Tinha uma melhor amiga na vida real e um na vida virtual, Ned não era o equivalente da Gwen, mas era um ótimo amigo, gostava muito dele pois era tão nerd quanto eu e entendia meus dramas de ir em festas por exemplo e referências de Star Wars. Ainda vamos marcar de nos encontrar. 

Continuei conversando com o garoto pelo terrível chat do Twitter até que fui bruscamente interrompido por Gwen que me abraçou por trás, melhor dizendo, se jogou nas minhas costas cruzando os braços no meu pescoço rindo muito no meu ouvido. 

-Peteeeer- diz alegre rindo como uma bêbada, na verdade a estava meio bêbada, sentia o cheiro do álcool no seu hálito. 

-Gwen, que ideia foi essa de me abandonar por uma hora? Minha comida acabou faz tempo- estava indignado sim olhei no relógio que marcava meia noite, uau foi realmente uma hora, tinha falado de exagero. 

-Você podia ter pego mais, te mostrei onde fica- aponta para uma direção que julgava ser a direção da mesa, mas eu não acho que ela ficava do lado de fora da casa –Enfim- diz depois de perceber para onde apontou e volta a me abraçar com os braços -Vem dançar comigo peter?-me puxa da cadeira me forçando a ficar de pé ou cair na frente daquelas pessoas. O banco infelizmente caiu no chão, mas quase ninguém olhou. 

-Eu não, passa essa vergonha sozinha ai- desvio de seus braços me afastando dois passos da menina. Dançar em uma festa que não conhecia ninguém? É ruim que eu faço isso. 

-Peter vamos lá, não foge de mim sou sua amiga- tenta me agarrar mas eu desvio de novo, talvez eu fosse homem aranha mesmo, sabe, quando você tenta matar aquela aranha que pula para longe da chinela –Vamos logo Peter, preciso tirar o álcool do corpo. 

-Por que bebeu então? Gwen, que imagem vão ter do filho do Stark? Um menino festeiro que passa vergonha na pista de dança?- uso o argumento da minha influencia contra ela. 

-Ninguém sabe quem é você, está de máscara lembra- rebate me pegando desprevenido, fiquei em choque tempo o suficiente para ela me agarrar de jeito e me puxar com ela até onde tinha uma comoção de pessoas dançando juntas. 

Ela estava certa, ninguém falou comigo. O normal das festas que eu ia com ela era todo mundo ficar a minha volta perguntando coisas do meu pai ou onde estava o meu outro pai, quanto tempo levava para fabricar alguma coisa do meu pai ou se era possível eu arranjar estágios para pessoas ou até produtos de graça! O povo não conhece a definição de limites. Pela primeira vez eu conversei com o Ned em paz durante uma festa. 

Quando chegamos na pista ela soltou meu braço e começou a mexer o corpo de acordo com a música que saia a toda das caixas de som localizadas ao fundo da sala junto com o DJ, isso sem contar com as caixas que havia espalhadas pela casa em cada encontro de duas paredes, tocava músicas pop remixadas, estava terrível, mas o proposito não era apreciar e sim dançar e quando se está dançando bêbado você não liga muito pro mundo e muito menos para o tipo de música que está tocando. Exemplo: Gwen Stacy. 

Timidamente começo a dar alguns passinhos para o lado e dois para o outro ainda com vergonha da minha roupa e de tudo. Gwen segurou meus braços os jogando para cima junto com as outras pessoas e uma onda e vozes surgiu cantando a letra da música alto em uníssono. Começou a ficar quente, estava abafado e ali cheio de pessoas dançando e cantando agravou ainda mais, estava suando por dentro da roupa se eu não tirasse aquele casaco eu ia morrer derretido. 

Puxo meu moletom pela cabeça e noto que todos a minha volta começam a gritar como se eu fosse um sarado gostoso tirando a camisa, estava tão vermelho por de baixo da máscara que estava dando gloria que a usava. Espera. A máscara, Gwen disse que ninguém me conhece, e sem ver meu rosto não tem ninguém para me encher o saco. Seria isso a mágica de ser desconhecido ou das festas de Halloween? 

Amarro o casaco na cintura com dois nós apenas para ter certeza de que não iria cair ou alguém ia tirar de mim, e começo a dançar do mesmo modo que Gwen fazia segurando em suas mãos inclinando um pouco em sua direção e logo ela fez o mesmo. 

Aquela movimentação ordenada que tinha com a loira havia começado a mudar deixando apenas que meu corpo se movesse sozinho junto da música e de Gwen que também dançava loucamente a minha frente, as vezes me rodava ou eu que a rodava , não sabia direito quem rodava quem, a fumaça subindo deixando tudo um pouco mais enevoado, ficava difícil de ver qualquer coisa direito, mas sabia que ainda estava perto de mim pois não soltava de minha mão um segundo sequer.  

Continuamos dançando daquela forma até que sinto um par de mãos me segurar pela cintura, por cima do ombro olho para um cara alto vestido de lobisomem atras de mim que tinha uma máscara que cobria apenas do nariz para cima. O cara sorriu para mim exibindo seus dentes brancos e caninos bem grandes, provavelmente fazia parte da fantasia. Como não podia ver meu rosto não viu minha reação de pura vergonha alheia por estar nesse tipo de situação. Sinto um apertão na minha mão e olho para Gwen que silenciosamente fez um sinal com a outra mão para continuar dançando, e foi o que fiz, mais timidamente obvio. O outro cara não me limitou nos meus movimentos o que me permitiu voltar ao meu ritmo de antes. Sua presença era quase imperceptível, quase, suas mãos não soltavam de meu corpo deslizando pela minha cintura e braços com toques bem limitados à aquelas regiões sem me deixar desconfortável e mesmo assim provocantes. 

Gwen vendo que eu estava começando a me envolver mais e mais com o cara ela me segura pelos dedos forçando uma rodada com meu corpo na qual eu acabo parando de frente para o cara, a loira solta minha mão dando um tapinha na minha bunda como incentivo a continuar só que encarando o cara. 

Diferente da minha mascara a do outro cara me permitia ver seus olhos, azuis e bonitos como duas piscinas daquelas que só gente rica e debochada tem. Lentamente levanto meus braços até a altura de seus ombros os apoiando ali, dançamos mais daquela forma muito mais íntima rebolando com pernas cruzadas e olhares fixados. Sinceramente, se eu visse um cara com a roupa que eu estava a última coisa que eu iria pensar é “nossa que gatinho, vou pegar essa pessoa”. 

Seu corpo ficava mais próximo a cada segundo e involuntariamente eu o convidava a chegar mais perto, estava gostando daquilo. Deuses não acredito que estava realmente gostando disso, desse ritual estranho entre adolescentes de dança e que no final acaba com duas pessoas dentro de um quarto. Definitivamente não ia deixar chegar a esse ponto, mas quem sabe um beijo... Já faz tempo que não beijo alguém e o cara na minha frente claramente quer me beijar, porque recusar? Ambos querem então está tudo bem. Obvio que não vou tomar iniciativa, sou tímido demais para pedir um beijo, ainda bem que ele fez primeiro. 

Com o indicador ele bateu duas vezes em sua boca ainda sorrindo, sem muita demora eu puxo minha mascara até ficar acima de meu nariz toda enrolada, seguro em sua nuca o puxando em minha direção já com a boca aberta. 

Como já disse antes, fazia tempo que não beijava alguém, isso graças ao fato de eu ser um gay tímido demais para chegar em qualquer pessoa que fosse meu interesse na época, mas sabia o que fazer e até que desempenhava meu papel bem. Quer dizer eu acho, ninguém nunca reclamou, mas isso não sei se é pelo fato do meu pai ou era razoável mesmo. De toda forma o beijo não durou muito, mas foi o suficiente, tanto para eu me sentir envergonhado de ter feito isso e para perceber que em algum momento ele havia tirado os caninos falsos.  

Quando nos afastamos puxo a máscara imediatamente para baixo sendo puxado pela mão para longe do cara, a última coisa que vi foi um sorriso bobo nos lábios do cara. Quando olho para a pessoa que me puxava percebo se tratar de Gwen, andamos até mais ou menos o fim da pista de dança quando ela puxa a máscara para o nariz como fiz antes e diz algo. 

Pela leitura labial sabia que a primeira palavra era meu nome, mas o resto não ouvi nada e não identifiquei, apontei para meu ouvido mostrando que não a escutava e ela fez um sinal com a mão para que eu esperasse. Enquanto ela olhava em volta eu viro meu rosto na direção que estávamos antes, nem havia percebido que estava já no meio da pista naquela hora, não conseguia ver o cara de longe. O jeito que ele sorriu depois que eu o soltei foi absolutamente fofo, parecia até que aquele foi seu primeiro beijo, no entanto duvido que tenha sido porque convenhamos ele beijava bem. 

Enquanto estava preso em meus devaneios Gwen perguntava onde ficava um lugar para alguém que não o vi bem e logo começou a me puxar para o tal local andando rápido como antes. O lugar que eu não sabia descobri se tratar da cozinha, estava mais vazia que outros lugares da casa talvez porque todos estavam tão preocupados em se pegar lá fora e dançar do que num lugar cheio de utensílios culinários.  

-Peter! Você beijou alguém- Gwen diz o que julgo ser o que ela disse antes quando não pode ser ouvida -Como foi?- pergunta fechando a porta isolando o barulho lá fora. Uau esse lugar era bom de isolamento. 

-Não sei direito, foi estranho, mas bom- digo levantando a máscara até o nariz para falar melhor. 

-Espera aí vou pegar um copo lá fora- diz e sai da cozinha apressada batendo a porta atrás de si. 

Olho para a bancada do local vendo uma pilha de outros copos vermelhos, talvez ela estivesse muito empolgada, bêbada e cega para ver que tinha copos na cozinha. Afinal era a cozinha. Enfim, não consigo impedir que ela sumisse e então só fico ali mesmo, olho em volta com mais atenção vendo duas garotas sentadas na pia com uma terceira falando com elas, todas com copos nas mãos bebendo algo que não consigo ver ou identificar. 

Passando para o lado delas onde tinha o fogão, os fornos um em cima do outro ambos embutidos em uma pilastra e uma geladeira aberta. Estava exatamente de frente para a geladeira separado apenas por uma ilha/bancada com mais pias e outras coisas. Não via ninguém na frente da geladeira, mas ouvia sons vindos dela, na parte onde não conseguia ver por causa da ilha. 

Me estico um pouco mais tentando ver quem estava ali e de repente uma pessoa se levanta de costas para mim, com o susto acabo soltando da ilha voltando a ficar de pé normalmente. A pessoa usava uma roupa parecida com a minha, vermelha e de laicra no entanto em vez de azul tinha detalhes em preto e uma máscara na cabeça. O desconhecido se vira soltando três garrafas de bebida na ilha pegando alguns copos os organizando apontou um dedo para mim me chamando para chegar perto. Hoje era o dia para eu fazer coisas que nunca fiz antes, estava numa festa, beijei alguém desconhecido podia muito bem ajudar um cara com bebidas. 

-Me ajuda aqui numa coisa- puxou a máscara até o nariz abrindo todas as garrafas colocando o liquido de cada uma em um copo diferente –Bebe isso aqui- me dá o primeiro copo. 

Olho suspeitando do copo e ele apenas levanta as mãos em sinal de que não fez nada além de colocar a bebida. Beberiquei do liquido claro fazendo uma cara feia imediatamente, rindo tomou o copo de minha mão virando o resto de uma vez. 

-Forte ne? Prova esse agora- me dá o segundo copo se apoiando na ilha com a cintura e com os braços cruzados me observou beber o segundo copo até a metade. 

Fiz cara feia de novo, mas não foi tão drástica quanto a anterior, era de alguma forma doce, mas amarga, e o mais confuso para mim: era uma bebida, mas tinha um quê de apimentado. De novo ele tomou o copo de mim virando de uma vez sem fazer careta alguma, caramba estava tomando o mesmo liquido que ele estava? 

-Vai lá- aponta para o ultimo copo com o queixo me incentivando a tomar o último. 

Olho desconfiado para o cara bebendo sentindo um gosto doce de manga, olhei mais desconfiado para o copo e para a garrafa da qual ele tinha tirado o liquido, era suco de manga apenas. 

-Agora saca só- pegou uma colher e com ela ficou colocando as bebidas todas em um copo apenas misturando ou seja lá o que ele estava fazendo com aquela colher e me entregou o copo com a poção pronta. 

Ah esse ponto eu já não ligava mais para o que ele me dava e por esse motivo eu simplesmente bebi o liquido esperando o pior. No início eu senti o amargo na língua que foi ficando doce e mudou para o forte apimentado e bem no final, no finalzinho tinha o gosto da manga muito mais doce. 

-Uau, como sabe disso?- pergunto olhando surpreso para o cara que segurava um copo bebendo da própria bebida também. 

-Ah sabe como é, estava um dia aí muito louco e comecei a misturar umas coisas e acabei gostando- explica olhando para mim, bem acho que estava pois sua máscara era igual a minha e não dava para ver o olho direito. 

-Então foi por acidente isso?- me encosto na ilha pela cintura igual ao outro. Ele sorria para mim e involuntariamente eu fazia o mesmo. 

-Pode se dizer que sim, porque? Faz o gosto mudar?- bebeu do seu copo e o abandonou na ilha. 

-Não é isso- mudo minha postura, poxa pareceu que eu estava desmerecendo a bebida? 

-Eu sei, estava apenas brincando com você- me interrompe rindo um pouco, suspiro aliviado que não estava ofendendo o cara, volto a sorrir bebendo do copo –Enfim, aquela sua amiga estava muito animada não é mesmo? 

-Ah bem... Como dizer isso- a vergonha de contar os ocorridos subiu pelo meu rosto queimando meu nariz e bochechas. 

-Sei que rolou beijo. Foi o primeiro de alguém ou...- cruza os braços na frente do peito, deuses ele era até que malhadinho. Não, ele era realmente forte e a roupa denunciava os músculos peitorais e braçais. Imagino se tem um tanquinho ali em baixo... 

-Bem foi e não foi- solto o copo na mesa gesticulando com a mão –Eu já havia beijado pessoas antes só não na frente da minha amiga, por isso ela surtou, mas acho que foi o primeiro beijo do outro cara- digo ainda com a imagem do sorriso bobo na minha cabeça, era de certa forma fofo. 

-Hum... Interessante, então está sendo caridoso hoje e tirando o bv das pessoas?- pergunta serio como se fosse um pecado. 

-Não eu...- de novo caio em sua brincadeira, sou cortado por sua risada, era até bom ouvir uma outra pessoa rir além de meus amigos e pessoas que me enchiam o saco. Era mais... verdadeiro. Acho que além de beijar pessoas dançando também gosto de conversar com caras que fazem bebidas para mim. 

-Ah cara, vou brincar com você a noite toda se me deixar- comenta e noto dar um passo mais próximo de mim –Seria muito legal se oferecesse esse serviço para mim, afinal te fiz uma bebida legal- o sorriso era maior, se isso era possível, enquanto ele deu mais um passo ficando extremamente perto. 

-Você não tem cara de quem nunca beijou alguém- digo colocando minha mão em seu peito como se fosse segurar ele, só serviu mesmo para me mostrar que seu peito era mais resistente do que eu imaginei. 

-Digamos que nunca beijei um cara antes- uma de suas mãos passou pelo meu rosto acariciando minha bochecha e descendo até meu queixo. 

Quando se faz coisas que você não quer fazer ou não faria sóbrio você joga culpa na bebida que te deixou alterado, mas eu não tinha bebido o suficiente para isso, ou seja, tudo que eu estava prestes a fazer foi feito em plenas faculdades mentais. Nunca pensei que diria isso um dia, mas não me conheço tão bem quanto achei que conhecia. 

-Dia de sorte então- digo antes de pensar e sua boca já estava na minha. 

Diferente do outro esse foi um pouco mais profundo do que “será se curto beijar caras?”, definitivamente ele já havia beijado outras bocas e era muito bom nisso. O gosto da bebida forte estava mais forte em sua língua me provocando mais ainda e incitando a me inclinar sobre o outro em busca de mais contato. Parecia adolescente no cio, se é que isso existe, do peito minha mão subiu para nuca e foi acompanhada pela irmã onde ambas apertavam sua cabeça mais e mais contra a minha. 

Suas mãos seguraram em minha cintura me levantando no ar, me afasto por alguns segundos apenas para ver o que estava acontecendo. Ele havia me colocado sentado em cima da ilha empurrando os copos e bebidas para longe de meu corpo, sorriu mais ao se encaixar entre minhas pernas e voltar a beijar meus lábios com fervor. 

Ficamos se beijando e explorando a boca um do outro por um bom tempo, mas como tudo que é bom dura pouco tivemos que nos separar por dois motivos: um, a falta de ar que era um saco, mas a gente respeitava porque né, ar é ar e dois, Gwen entrou na cozinha toda animada gritando meu nome com um copo na mão depois de, pelo menos, sete minutos desaparecida. 

-Peter!!- grita atrás de mim me assustando, me viro para onde estava mesmo de máscara eu sabia que estava fazendo uma cara de incrédula. 

-Gwen- se ela já tinha surtado comigo pegando um cara imagina me vendo com dois em um dia só. Dou um tapa no peito do outro para que me desse espaço para descer que logo obedece ao meu pedido silencioso, no entanto antes que eu me afastasse dele segura em meu pulso e me puxa para perto. 

-Não quero que meu dia de sorte acabe sem mais nem menos- diz e sinto em minha mão um papel ser entregue a mim e um beijo rápido ser depositado no canto da minha boca. Olho o que aparentava ser seu número anotado em um guardanapo, a quanto tempo será que ele tinha aquilo e porque ele tinha era o que eu queria perguntar, mas ele apenas me solta fazendo um gesto de adeus com dois dedos na testa e sai da cozinha levando meu copo com ele. 

Olho em volta vendo que as três garotas prestavam muita atenção no que a gente fazia e estavam até tristes de termos sido interrompidos. Enxeridas. Me aproximo de Gwen guardando o papel entre meu celular e a capinha do mesmo. 

-Demorou para buscar o copo, aqui tinha vários- tento agir normalmente como se eu não tivesse sido pego com a boca na butija. Quase literalmente. 

-Peter, você conhece aquele homem?- pergunta seria apontando com o polegar para as costas. 

-Não, bem a gente conversou mais ou menos e depois nos beijamos, mas não foi nada de mais- digo nervoso me explicando. Droga a bebida devia mesmo ter afetado meu cérebro. 

-Tem certeza?- estranho, estava toda animada por eu ter beijado alguém, mas quando me viu pela segunda vez estava agindo diferente, quase como se... Quase como se ela conhecesse o cara... 

-Espera você conhece ele?- pergunto desconfiado da loira. 

-Claro que não Peter, nem sei quem são metade das pessoas dessa festa, tem gente demais aqui sei lá estou...- olhou para os lados confusa com as mãos na cabeça -Estou cansada, me leva pra casa, não posso dirigir- diz por fim. 

Pela primeira vez não queria ir embora de uma festa, mas ela era minha amiga, não ia deixa-la na mão. 

-Vem, vamos para casa- estico a mão para ela que é agarrada sem demora, cruzando os dedos ficando mais firme. 

Abro a porta da cozinha e dessa vez eu que a guio pelas pessoas agitadas e a levo na direção da porta, assim que chegamos na mesma olho para o lado vendo o cara com a roupa vermelha, ele levanta o copo na minha direção e sorri. Acenei para o mesmo e sai da casa carregando a bêbada comigo, caminhamos até o carro lado a lado sem muitos problemas. 

Gwen já havia entrado enquanto eu ainda abria a minha porta, mas paro de mover ao ouvir uma voz muito familiar mas não sabia de onde a conhecia. 

-Não, estou bem... Nada aconteceu entende, já estou indo ai- diz a voz e desliga o que parecia ser uma conversa pelo celular. Quando menos esperava o cara vestido de lobisomem aparece de trás de um carro ainda com máscara e tudo, sorriu ao me ver dando um passo na minha direção, mas finjo não o ver e entro no carro rapidamente. 

Não sei ao certo por que fiz aquilo, mas não saia de minha cabeça mesmo depois de já ter chegado em casa e já estar na cama. Porque eu corri dele? Não tenho medo de lobisomens até onde eu sei eu sempre fui apaixonado em alguns caras de teen wolf, porque eu fugi dele? Pego meu celular vendo algumas mensagens de Ned que ele havia me mandado na hora que o abandonei para dançar, abro o aplicativo de mensagens e respondo algumas conversas. Olho para o lobby do aplicativo sem nenhuma mensagem pendente me incomodando com a falta de uma conversa. 

Saio do aplicativo entrando em contatos adicionando um certo número apenas para voltar no aplicativo de mensagens e enviar o seguinte texto: “Não sei o seu nome”. Satisfeito desligo a tela e finalmente sinto que poderia dormir em paz. Foi só um sentimento mesmo, minha cama por ser de casal dava espaço para mais de uma pessoa, ou seja, Gwen estava dormindo comigo e não só isso ela estava com a perna jogada em cima de minha barriga. 

-Espaçosa do caramba- reclamo baixinho para não acorda-la e retiro sua perna de mim com certa delicadeza.


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse capitulo, poucas falas e mais descrição. estou tentando trabalhar mais essa coisa de expressar sentimentos em primeira pessoa mas acho que ate o fim dessa fic eu consigo um progresso nem que seja minusculo kkkkkk
Comentem o que acharam ou sla um bom dia kkkkkkkk, favoritem se gostaram da fic e compartilhem para aquele amigo que vcs acham que vai curtir também.
bjs de luz na banda esquerda da bunda e tchau


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