Meus olhos estavam vidrados na tela, meu corpo inclinado e os dedos movendo-se de forma rápida. Jogava com o Yoongi e se não fosse a sua capacidade imprestável de ser lerdo, ganharíamos facilmente.
— Por que você tem que ser tão ruim? — Exclamei com meu amigo que me ouvia pelo fone.
— Cala a boca, Jimin! Tá reclamando, mas não consegue acertar nada.
— Claro! Você fica me atrapalhando! — Pensei que conseguiria virar com algum milagre, mas logo a frase "game over” apareceu na tela. Larguei o controle no sofá e relaxei jogando o corpo para trás. — Legal! Perdemos por sua causa. — Bufei irritado.
— Minha nada! Você que não sabe jogar e fica me acusando. — Yoongi parecia o oposto de mim. Enquanto eu me sentia quente de raiva, ele parecia bastante tranquilo.
— Vai se foder, Min Yoongi!
— Que boca mais suja, irmãozinho. — Tirei um lado do meu fone ao ouvir a voz irritante da garota.
— Vai se foder você também, S/N. — Virei meu corpo para olhá-la, a vendo na entrada da sala com seus braços cruzados e sobrancelha erguida. — O que quer, hein? Não vê que já estou estressado o suficiente para ter que te aguentar?
— Então faça a gentileza de gritar mais baixo, idiota! Já é madrugada e você gritando parecendo uma hiena.
— É a sua irmã? — Yoongi perguntou, me fazendo revirar os olhos.
— Ela não é minha irmã! — Voltei para a minha posição anterior, procurando outro jogo para iniciar.
— Ainda bem! — A ouvi falar, mas apenas ignorei e continuei o que fazia desejando que ela tivesse saído dali para me deixar em paz.
— Mas ela te chama de irmãozinho.
— Porque sabe que eu não gosto. — Mordi o lábio selecionando um jogo. — Ela é tão irritante. Mas agora preciso atura-la, já que meu pai me fez prometer tratá-la bem.
— Esse seu “vai se foder” não foi um tratamento muito legal.
— Não me importo com isso. — Dei de ombro.
— E cadê o seu pai ou sua madrasta? Geralmente esse horário um deles que vem reclamar com você pelo horário e não sua “irmã” gata.
— Lua de mel. — Comecei a jogar a partida sozinho, respondendo o Yoongi sem ao menos perceber suas intenções.
— Então quer dizer que vocês estão sozinhos?
— Uhum...
— E sua irmã vai estar em casa amanhã?
— Ela não é a minha irmã, Yoongi. Merda... — Resmunguei baixo quando fui acertado no jogo, mas felizmente consegui me recuperar pelo dano. — Mas eu não sei, cara. Por quê a pergunta?
— É que amanhã eu vou aí.
— O quê? Por quê?
— Até amanhã, Chimchim...
— Espera aí, Yoo... — A chamada foi encerrada e, no tempo que fui olhar o celular para ter certeza que ele desligou na minha cara, fui acertado no jogo, morrendo dessa vez. — Desgraçado...
Tirei o fone e passei a mão pelo meu cabelo. Yoongi acha que sou idiota! Ele se auto convida para vir após saber que estou sozinho com a S/N e ao menos fez questão de disfarçar seu interesse.
Ele é o meu melhor amigo, então não é difícil saber o que passa na cabeça daquele cara. Ele realmente acha que vou recebê-lo aqui em casa sabendo que sua única intenção é pegar a S/N?
Desligo os aparelhos e subo as escadas. Mexia no meu celular e passo pelo quarto da S/N, a ouvindo gargalhar como se tivesse um alto falante no lugar da garganta. A vontade de bater na porta para reclamar era alta, mas a paciência de ter que aturá-la retrucar me fez desistir.
Não é como se ela tivesse feito algo para mim, na verdade, eu que comecei toda essa guerra. Meu pai terminou com minha mãe e eu o apoiei, mas quando ele apareceu com uma outra mulher, as coisas mudaram.
Pensava que ele tinha traído minha mãe, mas alegava dizendo que terminou antes, porém só o fato dele ter nutrido sentimentos pela outra ainda comprometido me fez odiá-la. Sempre era rude, não a deixando se aproximar. Até o dia que ela resolveu levar a sua querida filhinha. E ali que a briga com S/N começou.
Sempre que nos encontrávamos era uma discussão nova e só nós apoiamos quando soubemos sobre o casamento e que teríamos que morar juntos. Com o tempo meu relacionamento com a senhora Teles — Mãe da S/N — Melhorou, mas com a sua filha era outra coisa...
~x~
Acordo ouvindo meu celular tocar e xingo de olhos fechados tentando pegá-lo.
— Merda... — Consigo encontrá-lo, e atendo a ligação sem ao menos ler a chamada. — Alô? — Minha voz saiu rouca e arrastada, sendo visível meu estado de cansaço.
— Jimin! Que bom que você atendeu. — Reconheci a voz da senhora Teles assim que ouvi seu tom de voz doce. — Te acordei?
— Uhum... — Resmunguei. — Aconteceu algo?
— Só queria te pedir um favorzinho.
— O quê?
— Sei que pode ser chato pedir isso, mas você acorda a S/N para mim? Ela precisa entregar um documento para uma amiga minha, mas não atende o telefone de jeito nenhum e eu sei o quanto aquela garota tem sono pesado. — Riu. — Faz isso por mim? É só para acorda-la e pedir para ficar com o celular perto que eu vou ligar de novo.
— Ah sim... — Não queria ser rude e desligar por não querer, mas poderia fazer esse esforço. — Tudo bem. — Respondi desgostoso.
— Você é um anjo! Muito obrigada, Jimin.
— Uhum. — Respirei fundo e passei a mão no cabelo. — Como vai a lua de mel?
— Muito bem! Aqui é tudo tão lindo... — Contou maravilhada. — Até conhecemos um casal que parecia ter saído de um filme romântico.
— Legal. — Bocejei.
Ficamos alguns instantes conversando, mas logo desligamos. Não sabia que precisaria fazer o papel da mãezinha para acordar a bela adormecida, então fui rápido para poder voltar a dormir.
Sai do quarto passando a mão no rosto e cambaleando um pouco pelo sono. Bati na porta do quarto dela por educação e, depois de não ter nenhuma resposta, abri tendo visão dela coberta e de costas.
— Ei! S/N? Acorda, garota. — Tentei acordá-la ainda na porta e com esperança que desse certo, mas ela ao menos se moveu. — Acorda logo! — Perdi a paciência, então entrei e me ajoelhei em sua frente começando a cutucá-la. Sabia o quanto aquilo poderia ser irritante e só parei quando ela começou a se espreguiçar. — Finalmente! Sua mãe pediu para você acordar e prestar atenção no celular que ela vai ligar. — Falava sem a menor empolgação. S/N virou-se para mim e ficou me encarando sem falar nada. Até imaginei que não tivesse entendido, mas, antes de repetir, ela se pronunciou.
— Sua sobrancelha tá bagunçada. — Já iria me preparar para retrucar achando que seria mais uma implicância, mas parei quando sua mão se estendeu para o meu rosto, ajeitando minha sobrancelha. — Agora sim. — Falou sonolenta.
Não podia negar que estava em choque. Foi a primeira vez que ela me tocou sem ser obrigada ou para me bater, na verdade, ela foi bastante delicada. Suas mãos continuavam no meu rosto, mas desceram um pouco para segurar minhas bochechas.
— Você é tão bonito. — Disse baixo.
— O-O quê?! — Agora não estou mais em choque, sou a própria rede elétrica!
— Você é muito bonito. — Repetiu com simplicidade e levou uma mão para o meu cabelo. — Seu cabelo tá tão lindo assim bagunçado. — Desceu para minha bochecha. — Seu olhar é tão marcante e lindo. — Desceu para minha boca. — E seus lábios... me parecem tão convidativos.
Eu não podia acreditar que a pessoa que mais odeio e que retribui da mesma forma está me elogiando e ainda flertando comigo! O pior de tudo não é o porquê daquele comportamento ser tão contraditório à relação que temos, mas sim, ao fato de eu não querer que ela pare. Cada toque suave que ela fazia no meu rosto me deixava preso no seu que ainda estava um pouco sonolento.
— Você é perfeito. — Meu rosto foi puxado em direção ao seu e logo senti a textura macia dos seus lábios. Era estranho beijar com os olhos abertos, mas eu não conseguia crer que aquilo era real.
S/N é a garota que me odeia, que não consegue falar comigo sem ter um insulto no meio, mas também é a garota que me elogiou e me puxou para um beijo.
Minha surpresa se dissipou e eu logo me entreguei. Fechei os olhos aproveitando o toque suave dos lábios e o carinho delicado que ela fazia na minha bochecha. Era um simples selar, mas estava tão gostoso que resmunguei baixo ao senti-la afastar. Ainda com os olhos fechados, ela voltou a deitar a cabeça no travesseiro, respirando fundo e umedecendo os lábios.
— Mas o que... — Resmunguei, a encarando e esperando algum tipo de zoação da sua parte, mas nada aconteceu. Parecia que ela tinha voltado a dormir.
Não sabia ao certo se a acordava ou sairia dali e esperaria um tempo para voltar, mas tudo se complicou quando seu celular tocou e ela abriu os olhos me vendo a encarando ao lado da sua cama.
— AH! — Gritou e pegou o travesseiro rápido, batendo em mim com ele enquanto gritava e me fazendo cair no chão. — Seu tarado! O que pensa que está fazendo?! — Tentava me esquivar dos ataques cobrindo meu rosto com os braços.
— Espera, sua maluca! Me escuta.
— Por que diabos estava me olhando dormir, seu tarado?! Isso é algum tipo de fetiche seu?! — Continuava me batendo cada vez mais e, vendo que era impossível dialogar naquele seu estado surtado, me levantei. — Eu estou pouco me fodendo para as merdas das suas taras ou coisas parecidas. — Parou de bater, porém começou a me empurrar até a porta. — Então não me coloque no meio delas!
— Taras? Você é idiota?! — Segurei seu braço antes que ela fechasse a porta na minha cara. — Você me beijou e agora me agride?
— Só se for nos seus sonhos! — Revirou os olhos e soltou-se de mim. — Cai fora, tarado!
Dei um passo para trás quando ela bateu à porta na minha cara e fiquei um tempo tentando entender tudo o que acabou de acontecer. Uma hora ela me beija toda meiga com direito a carinho, e depois me ataca com o travesseiro enquanto me chama de tarado. Essa garota é maluca!
Tinha o planejamento de acordá-la e voltar para a minha cama quentinha, mas agora a última coisa que sinto é sono. Fui para a cozinha depois de pegar meu celular no quarto, cortando uma fatia de bolo que tinha e preparando café para mim e a maluca.
Estava bem tranquilo aproveitando minha refeição, até S/N aparecer já pronta para sair. Foi questão de segundos para sentir seu perfume doce invadindo todo o ambiente. Ainda estava estranhando o fato dela ter me beijado e me questionando o porquê de estar tão focado naquilo. Eu de fato nunca reparei nela com outros olhares, mas agora parecia que tudo nela estava atraente e naquele ponto já estava sendo difícil disfarçar meus olhares sobre seu corpo.
Não trocamos uma palavra quando ela entrou, porém acompanhava cada passo e gesto que fazia. A forma que suas curvas se destacavam quando se estica para pegar algo, como sua boca brilhava com aquele gloss e mexia ao cantarolar uma música. Eu estava enlouquecendo ao ponto de desejar aquela que sempre odiei.
— Tem café? — Ela me perguntou de repente, virando-se para mim e notando que a observava com os lábios sendo mordidos.
— Na cafeteira. — Forcei uma tosse e desviei o olhar para o celular, tentando disfarçar.
Tive sucesso por pouco tempo, mas logo meu olhar voltou para ela e dessa vez acabei tossindo de verdade pela visão que tive. S/N estava completamente debruçada na bancada, deixando evidente a sua bunda naquele vestido.
Bati no meu peito tentando controlar a tosse e vi o momento em que ela se virou e sorriu umedecendo os lábios.
— Algum problema, irmãozinho? — Ironizou encostando na bancada, e me olhando com a cabeça prendida para o lado. Não a respondi, apenas tomei mais um gole do meu café e me ajeitei na cadeira. — O dia está quente. — Levantei o olhar do celular, a vendo se sentar na cadeira de frente a minha. — Tão abafado... — Ergui a sobrancelha e engoli em seco quando meu olhar decaiu no decote do seu peito, no qual ela apertava e abanava com a mão delicadamente. — Não é mesmo?
— Nã-Não acho. — Cocei a garganta sentindo-me nervoso.
— Sério? Eu tiraria facilmente o vestido pelo calor.
— Então tire. — Respondi indiferente, voltando a atenção no celular e desejando que ela me ignorasse como sempre fazia.
— Quer me ver tirando o vestido, é? Já basta estar me olhando dormir e agora quer que fique seminua?
— Não estava te olhando dormir! — Larguei o celular na mesa e a encarei. — Só fui te acordar a favor da sua mãe!
— Entendi... — A fitava com raiva, mas logo me distrai com seus gestos. S/N se debruçou na mesa, deixando seu decote ainda mais visível e umedeceu os lábios lentamente, me fazendo acompanhá-los vidrado.
Me sentia estranhamente excitado com tudo aquilo. S/N sempre foi para mim uma garota irritante que tinha que aturar, porém, porra... Por que ela tem que ser tão gostosa?
Respirei fundo sentindo uma pontada no membro e, quando percebi que estava ficando duro, entrei em desespero e levantei da mesa às pressas, levando as coisas que sujei para a pia e indo para a sala. Fiz tudo muito rápido, mas consegui ouvi-la ri pela minha atitude e ainda falando em tom de zoação:
— Tarado... — Fervi de ódio ao notar que tudo aquilo tinha sido proposital para me afetar, mas preferi não dizer nada, apenas liguei meu jogo, sentei no sofá colocando uma almofada no colo e desejando esquecer o fato de ter ficado duro por culpa dela. Isso começou por causa de um maldito beijo que ela ao menos se lembra, e agora tenho que aturar tudo isso.
~x~
Tinha ficado algumas horas em casa em completa paz. Almocei sozinho e do jeito que desejava. Se ela me provocou no café, não sei o que aconteceria depois. Sempre suspeitei desse seu lado excitante, mas nunca esperava preservá-lo, já que apenas ficava sabendo das suas insanidades pelos nossos amigos em comum, ou quando seu ex-namorado saiu do seu quarto completamente arranhado e cheio de marcas. Era estranho lembrar dessas coisas assim de repente e sentir coisas completamente opostas. Antes eu apenas pensava que poderia usar aquilo para perturbá-la, mas agora era diferente. Agora eu queria realmente saber se a sua insanidade era real.
Na noite anterior Yoongi falou que vinha para cá, mas eu não achei que fosse sério até ele bater na porta da minha casa. Não o recebi com muita empolgação, mas depois percebi que a presença dele pode pelo menos me distrair da coisinha chata que a minha mente não consegue parar de imaginar sem roupa e gemendo meu nome...
Yoongi perguntou logo de cara onde estava a minha “irmã” e aquele seu interesse a respeito dela me deixou um pouco estressado, porém, depois de começarmos uma partida... fiquei ainda mais estressado, mas pelo menos ela não era o motivo.
— Você é muito ruim, porra! — Xinguei jogando uma almofado no Yoongi. — Cada dia que passa a sua burrice se supera.
— Não sou ruim. Seu controle que é estranho. — Tentou se justificar, e revidou jogando a almofada de volta.
— Nunca é culpa sua. — Ri achando graça, mas cessei ao ouvir a porta da frente ser aberta e logo a voz da S/N que estava em ligação.
— Sim, mãe. — Olhei de relance para o Yoongi, percebendo que ele se endireitou no sofá e deixou seu personagem morrer de propósito. Esse cara só pode estar de brincadeira comigo. — Ela só te mandou um beijo e que aproveitasse a viagem. — Meu personagem também acabou morrendo pela minha distração, mas pelo menos posso prestar atenção nas ações do meu amigo. — Tá bem. Também te amo. Tchau, mãe. — S/N surgiu na sala e abrindo um sorriso ladino ao nos ver. — Oi, Yoongi.
— Oi, gati... S/N. — Semicerrei os olhos pela intimidade e até o tom de ambos. — Tudo bem com você?
— Tudo ótimo. — Abriu ainda mais o sorriso e me olhou, umedecendo os lábios logo em seguida. — Nossa que sede...
Segui com o olhar a S/N indo até a cozinha e, quando saiu do meu campo de visão, encarei Yoongi que olhava mordendo o lábio para a porta que a garota passou. Já estava mais que óbvio os interesses dele, mas o fato de ao menos disfarçar comigo por perto me aborrece.
— Yoongi. — O chamei rígido. — Por que você veio mesmo? Ainda não me explicou.
— Tédio. — Passou a mão pelo cabelo e se levantou. — Vou ao banheiro.
Banheiro? Ele acha mesmo que vou acreditar nessa desculpinha idiota? E ele sabe o caminho certo para ir, então por quê diabos está indo em direção a cozinha onde a S/N está sozinha?
Não iria intervir. Ela é só a filha da minha madrasta e ele o meu melhor amigo. Não preciso perder meu tempo indo atrás dele e segurando a merda da vontade de enfiar a cara do Yoongi no chão. Eu não me importo com o que esteja acontecendo na cozinha.
Respirei fundo e segurei o controle do jogo com força, olhando para a tela e apertando os botões para começar uma nova partida, mas de repente eu já estava de pé e indo em passos duros até a cozinha. Tentei controlar ao máximo, porém no final agi por impulso e presenciei os dois se pegando na porra da minha casa!
— Acabou a palhaçada! — Chamei a atenção deles e bati na nuca do yoongi, fazendo ele se separar dela e resmungar.
— Porra, Jimin. Precisava do tapa? — Passou a mão pelo local.
— Foda-se. Agora vai. Já ficou muito tempo aqui.
— Tá expulsando seu amigo, Jimin? — S/N se intrometeu, segurando meu braço quando comecei a empurrar o Yoongi.
— Estou. — Me soltei dela e continuei a empurrar o outro que segurava a risada. — Tá querendo rir por quê, seu imbecil?
— Tá irritadinho é, Park? — Me provocou, parando na entrada quando abri a porta e o fiz passar por ela.
— Vai pra sua casa, Yoongi. Preciso conversar com a minha querida irmãzinha.
— Então agora ela é a sua irmã?
— Vai se foder. — Fechei a porta na cara dele, e me virei de braços cruzados vendo S/N indo subir a escada tranquilamente. — Volta aqui agora!
— Não entendi esse tom de voz. — Virou-se para mim arqueando a sobrancelha. — Tá achando que é quem, hein?
— A porra da pessoa mais velha da casa que manda em você com a ausência dos nossos pais. — Cruzei os braços.
— Continua sendo insignificante. — Fez de se virar, mas a chamei novamente. — O que é?
— O que foi aquilo na cozinha? — Me aproximei dela, ficando poucos passos de diferença.
— Sabe o que é um beijo? Pois bem, era isso. — Deu de ombro.
— Sei o que é a porra de um beijo, S/N, mas você tinha que ficar com meu amigo? — Desci o olhar para sua boca por poucos segundos, mas logo voltei a fitar seus olhos.
— Tá com ciúmes? — Sorriu e deu alguns passos em minha direção. — Queria estar no meu lugar, irmãozinho? — S/N se aproximava cada vez mais e logo estávamos tão próximos que conseguia sentir sua respiração em meu rosto. — Ou queria estar no lugar dele? Me beijando e sentindo todo o meu corpo junto ao seu? — Seus dedos tocaram sutilmente meu braço, fazendo meu corpo se arrepiar. Não conseguia desviar os olhos da sua boca e apertava minhas mãos inquietas que desejavam agarrar seu corpo.
Soltei a respiração quando ela se afastou e subiu a escada sem ao menos olhar para trás. Eu ainda estava parado no lugar e sentindo meu corpo quente de raiva e excitação.
Voltei a sentar no sofá e passei a mão pelo rosto inquieto. Meu pé batia no chão e eu olhava para um ponto fixo. Ela me beijou, me provocou e agora ainda me deixou completamente sem reação. Essa garota é maluca e eu estou quase me entregando a insanidade por ela.
Sempre dizem que sou uma pessoa impulsiva e que muitas vezes age sem pensar. Não discordo disso, até porque, seria contraditória discordar sendo que agora já estou subindo as escadas e indo até seu quarto.
Abrir a porta sem ao menos bater, a encontrando de costas em frente ao espelho tirando o vestido.
— O que faz aqui? — Perguntou sem parecer surpresa ou envergonhada, já que me olhou pelo reflexo usando apenas sua lingerie preta básica.
Analisei todo o seu corpo de cima a baixo e fechei a porta, indo até ela em passos cautelosos.
— Você fez tudo isso de propósito. — Cheguei rente ao seu corpo, agarrando sua cintura com possessividade e encaixando meu rosto no seu pescoço. S/N não pareceu se importar com minha atitude, ela só deitou a cabeça no meu ombro.
— O que eu fiz exatamente? — Respirou fundo quando comecei a distribuir selares na sua pele e deixei uma mordida no lóbulo da sua orelha.
— Ficou me provocando. — Sussurrei. — Pensei que me odiava, irmãzinha. — Apertei ainda mais sua cintura, a fazendo sentir meu volume.
— Talvez eu te odeie. — Se desfez dos meus apertos, virando-se para mim e colocando seus braços sobre meu ombro. — Mas talvez eu também queria algo mais de você.
Não estava com paciência para continuar aquele seu joguinho, então apenas a puxei, fazendo nossos lábios se encontrarem em um beijo carregado de excitação. Ela agarrava meus fios da nuca enquanto eu segurava sua cintura, logo descendo para a bunda onde apertei e a pus no meu colo.
Dei alguns passos fazendo seu corpo se chocar com o espelho. Nossas línguas se moviam em sincronia e buscando espaço na boca do outro. O beijo era quente e rápido, parecia querer descontar todo o nosso tesão e até raiva acumulada. Suas unhas rasparam na pele da minha nuca, me fazendo desgrudar da sua boca para soltar um gemido arrastado e que ela aproveitou para puxar e morder o meu lábio inferior.
— Então você gosta de ser arranhado, é? — Perguntou risonha, cravando ainda mais as unhas e me deixando completamente arrepiado.
Não precisei responder, então voltei a beijá-la e fui caminhando até sua cama, onde a deitei. Estava em pé de frente a sua cama e a observando com seu lábio inchado e vermelho.
— Tira a roupa. — Ordenei sério, e ela logo me obedeceu risonha. Também aproveitei para me livrar das minhas, ficando completamente pelado. — Como você é gostosa. — Passei a língua pelos lábios, acariciando meu pau enquanto olhava atentamente cada parte sua.
— Sou, é? — Passou a mão pelo peito descoberto, os apertando.
— Muito. Agora abre bem essa perninha para mim...
Me ajoelhei. S/N deixou completamente visível para mim a sua bocetinha melada de excitação, e eu salivei desejando chupa-la.
Raspei as unhas nas laterais das suas coxas e logo comecei a distribuir selares molhados por dentro dela, indo em direção a sua vagina. Quando cheguei próximo a sua intimidade, levantei o olhar, encontrando com o seu que prestava atenção em cada movimento.
Sorri ladino e coloquei minha língua para fora, passando lentamente pelo seu clítoris. S/N respirou fundo e jogou seu corpo para trás enquanto sua mão ia para os meus fios os agarrando.
— Para de me provocar, Park... — Disse entre arfares, e eu continuei a passar minha língua com lentidão até ouvi-la soltar um gemido baixo.
Agarrei suas coxas com força e passei a chupa-la com vontade, pressionando minha língua no seu clítoris e sentindo sua mão puxar meu cabelo. Seu gosto era saboroso e seu gemido me deixava cada vez mais excitado.
A chupava com voracidade e mantinha meus olhos abertos para visualizar cada expressão sua. A melhor coisa era vê-la tão sensível. Não demorou muito para ela se desmanchar na minha língua com seu delicioso mel.
S/N ainda gemia baixo pelo orgasmo, então subi deixando beijos pelo seu corpo até chegar em seu rosto.
— Você tem um gemido tão gostosinho... — Raspei meus lábios na pele do seu pescoço e ela entrelaçou as pernas na minha cintura. — Como será enquanto te fodo?
— Deita na cama para saber.
Fiz o que pediu e acompanhei seus movimentos. Ela pegou um pacote de camisinha na gaveta, então se colocou no meio das minhas pernas. Abria a pacote com os dentes e me olhava naquela posição que deixava seus belos seios aparentes para mim.
Nunca me imaginei naquela situação. Desejando a garota que odeio e que tecnicamente seria a minha ‘irmã”, mas ela é tão gostosa que até mesmo a paciência para tirar a proteção me enlouquecia.
— Quer que eu sente no seu pau, irmãozinho? — Abaixou o tronco para cobrir todo o meu comprimento com a camisinha e me olhou sapeca. — Vai caber tudo na minha bocetinha? — Engatinhou até sentar no meu colo com uma perna de cada lado.
— Por que não descobre encaixando? — Dei um tapa na sua bunda.
S/N levantou um pouco e colocou meu pau na sua entrada. Desceu lentamente enquanto arfava baixo e de olhos fechados. A parede da sua intimidade me apertava deliciosamente e eu não me contive, apertei sua bunda mais uma vez, e logo tudo estava encaixado na sua entrada molhada.
— Que delícia de boceta... — Arfei mordendo os lábios. — Rebola pra mim.
Seu quadril começou a se mover lentamente. Seus gemidos baixos eram uma das melhores coisas para se ouvir e sua boceta molhada a melhor para foder. Ela apoiou sua testa na minha e segurou meus ombros para ajudar nos movimentos. Sentia sua unha cravar na minha pele, e fiz o mesmo com as suas costas, a arranhando e ouvindo seu gemido sair mais arrastado.
— Faz de novo. — Me pediu jogando a cabeça para trás e acelerando um pouco os movimentos. Fiz o que ela pediu, arranhando mais uma vez as suas costas.
Já era claro para mim sua preferência sádica para o sexo, então quis agrada-la abusando desse seu gosto. Troquei as nossas posições, a deixando deitada na cama e comigo no meio de suas pernas. Enfiei meu pau de vez na sua entrada e segurei sua cintura, me afundando no seu interior com força.
S/N e eu gemíamos descontrolados e o quarto parecia ferver. Ela revirava os olhos enquanto gemia meu nome e eu me empenhava para fode-la cada vez mais fundo.
— Fica de quatro! — Ordenei me retirando de dentro dela e batendo em sua coxa. S/N me obedeceu com prontidão, se posicionando do jeito que pedi e deixando sua bunda bem empinada para mim. — Que gostosa do caralho...
Apertei meu pau e dei alguns tapas na sua bunda antes de enfiar mais uma vez. Fui bem fundo e agarrei com uma mão o seu cabelo e a outra sua cintura novamente.
— Gosta quando é bem forte? — Metia devagar, aproveitando cada sensação gostosa que era fode-la.
— Go-Gosto... — Tive o prazer de presenciar a minha querida irmãzinha dengosa e ainda gaguejando, algo que era raro.
Agarrei ainda mais seu cabelo e passei a puxar seu corpo para trás, indo de contra ao meu. Seus gemidos voltaram a ficar altos enquanto metia sem pausa e ela logo avisou que gozaria, fazendo em seguida.
Diminuir a velocidade, indo bem devagar enquanto ela aproveitava. Seu corpo tremia e sua boceta se contraia ao redor do meu membro.
— Deita pra mim, hum? Quero te foder de ladinho... — Pedi acariciando suas costas.
Ela deitou e eu me coloquei atrás do seu corpo, puxando uma das suas pernas para cima e enfiando na sua intimidade lentamente.
— Jiminie... — Gemeu manhosa.
— O que foi, meu bem? Aah... — Passei a me mover, levando meu quadril contra o seu.
— Você me fode tão bem. Aah! — Levou a mão para trás, segurando meu cabelo.
Já estava louco de prazer, mas essa sua fala me excitou ainda mais. Acelerei as investidas, indo fundo no seu interior molhadinho. Sentia que logo gozaria, então continuei até me desfazer na camisinha e gemer seu nome em seu ouvido.
A sensação após gozar era deliciosa, mas queria senti-la chegar ao seu limite mais uma vez. Desci minha mão até o seu botãozinho inchado e passei a estimulá-lo com meu pau ainda dentro.
— Jimin! — Seu interior se contraiu mais uma vez e, dessa vez satisfeito, me retirei de dentro dela, amarrando a camisinha e a jogando no chão.
Com a respiração desregulada, tive rápidos flashs das cenas anteriores e, mesmo sem arrependimentos, me questionei a respeito da gente. Nossos pais são casados e algumas horas atrás nós nos mataríamos, mas agora estamos aqui, pelados na cama dela após um sexo selvagem.
— O que vai acontecer agora? — Perguntei fitando o teto. A ouvi respirar fundo, e ela logo se posicionou no meu colo. Sentando sobre a minha barriga e colocando suas mãos em cada lado do meu rosto.
— Que tal uma trégua? — Sorriu. — Podemos reduzir nossas brigas e descontar o ódio no sexo.
— Gostei... — Sorri ladino, colocando as mãos na sua bunda e a apertando. Sua proposta era indiscutível, porém a nossa relação odiosa não era o único problema. — E os nossos pais?
— Relaxa. — Saiu se pondo de pé e se espreguiçando. — Eles podem nos apoiar. Minha mãe comentou que faríamos um belo casal. — Disse com naturalidade, mas eu levei alguns segundos para processar.
— O quê?! — Sentei-me, a observando ir até o guarda-roupa.
— Não precisa se exaltar.
— Não estou exaltado. — Pontuei. — Apenas querendo entender.
— Entender o quê? — Fez-se de sonsa, caminhando até o banheiro do quarto.
— Ela apoia a gente.
— Ela apoia. — Respondeu entrando no banheiro e segurando a porta.
— Espera aí! — Gritei e ela parou se apoiando no batente. — Quando ela falou isso, S/N? E por quê?
— Eu não lembro. — Sorriu.
— S/N... — Rangia os dentes irritado.
— Estava pensando. — Levou a mão até o queixo. — Seu amigo Yoongi beija bem. — Ergui a sobrancelha já irado ao imaginar o final daquela frase. — Quem sabe na próxima você não o chama. — Me olhou sorrindo brincalhona, e fechou rápido a porta do banheiro quando arremessei um travesseiro em sua direção, mas que acertou apenas a porta.
Encarava a madeira a ouvindo gargalhar do outro lado e levantei da cama completamente puto, porém com uma vontade imensa de arrombar aquela porta e foder forte com ela mais uma vez.
— Garota maluca...
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