História Crossroads - Tic tac, tic tac, tic tac

LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!!!

*Synyster Gates POV*

O mundo havia congelado por alguns instantes.

Em um minuto, Claire estava sorrindo e brincando ao meu lado, e no outro, eu já não conseguia mais vê-la. Eu tentei chamar o nome dela, gritei o mais alto que pude, mas o carro a alcançou mais rápido do que minha voz.

Meu cérebro registrou o barulho de uma forma estranha. Eu não conseguia processar muito bem o que estava acontecendo.

Olhei para Michelle, que continuava parada no mesmo lugar. Ela estava com uma expressão de choque, como se não pudesse acreditar no que havia feito. Ela havia feito? Ela chamara Claire sabendo que isso ia acontecer? Eu não conseguia acreditar que ela seria capaz. E olhando para ela, nem ela parecia acreditar nisso.

- Brian! Brian! – Alguém gritava. Um círculo de pessoas curiosas estava formado em volta do acidente. Eu reconheci a voz que estava me chamando, porém não consegui identificar de quem era. Eu nem sabia quem eu era naquele instante. Estava petrificado.

- Brian! – A voz gritou alto agora. Eu reagi.

Comecei a andar lentamente para a multidão. Tudo estava em câmera lenta e meu cérebro continuava se recusando a acreditar no que estava acontecendo.

E então eu a vi.

Deitada no chão, com os braços e pernas em ângulos estranhos estava Claire. Mas isso não era o mais assustador. O mais assustador era a quantidade de sangue que estava atrás da cabeça dela formando uma poça vermelho-escuro no chão.

E então minha ficha caiu.

Eu abri espaço furiosamente no meio das pessoas curiosas, empurrando quem quer que estivesse no meu caminho. Recebi alguns xingamentos. Me ajoelhei ao lado de Claire pegando sua mão.

- Claire. Claire. Abra seus olhos, fale comigo. – Apertei com um pouco mais de força a mão dela e percebi como estava toda cortada e arranhada. Será que ela não podia viver sem os cortes e arranhões por apenas algumas horas? Parecia uma piada cruel do destino.

- Não toque nela! Alguém socorra o motorista! – Alguém gritou.

De repente minha visão ficou turva e eu não conseguia enxergar direito. Percebi que eram lágrimas.

Na véspera, eu havia visto Claire muito vermelha, com toda a sujeira de batom que entrava em contraste com os fios vermelhos vibrantes do cabelo dela.

E agora ela estava ainda mais vermelha, mas de um jeito doentio, de um jeito que eu não aguentava olhar.

- Claire! Fale comigo! – Eu gritei, mas ela não se mexeu. O resgate havia chegado e policiais me afastavam do local.

- Brian! Vem, vamos para o hospital. – Valary disse, me puxando. Entramos em um carro que eu não fazia ideia de quem era, e Matt estava dirigindo.

- Ela vai ficar bem... – Val tentou dizer, mas ficou quieta quando percebeu que eu não falei nada.

Chegamos lá e apenas ficamos esperando naquelas cadeiras horríveis. Eu odeio esperar. Eu odeio hospitais.

Matt também tentou falar comigo, mas eu não estava ouvindo.

Um médico apareceu na porta da sala de espera.

- Quem aqui está responsável pela moça do acidente? – Ele perguntou. Eu levantei em um pulo.

- Eu.

- Como é seu nome?

- Brian Haner.

- E como é nome da moça?

- Claire Hopkins.

Ele mexeu em alguns papeis que estavam em sua mão. Eu quis voar no pescoço dele por me fazer esperar mais. Eu só queria vê-la.

- Bem... O estado de Claire é grave. Nós não sabemos ainda por quantas cirurgias ela precisará passar, mas---

- Cirurgias? – Perguntei, minha voz desprovida de emoção.

- Sim, senhor.

- E o que exatamente a Claire tem? O que aconteceu com ela? Ela vai ficar bem?

- A Claire quebrou um braço e o fêmur, teve várias contusões pelo corpo que vão levar dias para cicatrizar. Mas fora isso, ela teve traumatismo craniano grave.

Eu não consegui dizer nada, apenas o fiquei encarando.

- No momento ela está sob o efeito de sedativos, a primeira cirurgia será dentro de algumas horas em sua perna. Nós avisaremos quando terminar.

E dito isso, ele saiu da sala, me deixando lá, plantado.

Val e Matt correram até mim.

- Como ela está? – Matt perguntou.

- Vai fazer cirurgia daqui a pouco. Ela sofreu traumatismo craniano.

Matt não disse nada, apenas me encarou por alguns segundos e me abraçou. Valary começou a chorar silenciosamente.

Depois disso, Zacky e Johnny chegaram lá.

Matt explicou tudo para eles, pois sabia que eu não conseguiria fazê-lo de novo.

Zacky, Johnny e Val voltaram para o hotel e apenas eu e Matt ficamos lá.

Esperamos pelo que pareceram horas. Até que dormimos nas cadeiras desconfortáveis.

Os dias passaram lentamente, e todos os shows que tínhamos tiveram de ser cancelados.

Claire havia passado por duas cirurgias, uma na perna e outra no braço. Ela ainda estava desacordada e os médicos deram um período de pelo menos 15 dias para ela poder acordar. Eu estava indo à loucura. De acordo com o doutor, ela estava em um “coma induzido”.

Minhas costas estavam mais do que doloridas por dormir todos os dias na cadeira do hospital. Os meninos e Valary se dividiam em turnos, mas eu ficava sempre aqui. Val tentou fazer com que eu fosse dormir no hotel ou no ônibus da turnê, mas eu apenas passei no ônibus para pegar roupas limpas e minha escova de dente.

Eu ainda não a tinha visto.

Os médicos diziam que o estado dela era estável, mas que eu não poderia entrar no quarto enquanto ela estivesse sob o efeito dos fortes medicamentos. Eles nem sabiam quando ela ia acordar, e isso me matava.

Depois de alguns dias, eu comecei a levar minha guitarra para matar o tédio. Enquanto eu estava tocando algumas notas desconexas, o médico entrou na sala de espera.

- A paciente está liberada para visitas.

Eu e Matt levantamos ao mesmo tempo.