Entrei em casa ao lado de Mirio enquanto carregávamos várias sacolas de supermercado. Desde que voltou para a Terra, há alguns meses, ir ao mercado tem sido uma das atividades preferidas dele, e eu não podia deixar de acompanhá-lo, independente da compra ser para a minha casa ou para a dele. Inclusive, prometi ajudá-lo com a decoração da sua casa assim que eu estivesse de férias e formado. Bem, agora que isso finalmente aconteceu, Mirio falava sobre a decoração que gostaria de fazer todos os dias, e era muito fofo vê-lo extremamente ansioso para algo tão simples.
— Deixe as sacolas ali em cima, depois te ajudo a levar o que é seu.
— Nah, nem se preocupe. Por mim, essa noite eu fico aqui — Me lançou um sorriso enquanto soltava as sacolas — Seu pai e seu irmão vão demorar para voltar?
— Meu pai teve um caso na delegacia e meu irmão está com seus amigos. Prefiro que ele volte tarde porque ter amigos assim está fazendo bem ao Katsuki. Deve ter saído há pouco tempo, inclusive.
— Ah, verdade! Ele é bem mais fechado do que eles, mas vejo que se dão bem. Também fico feliz com isso — Se aproximou, me abraçando por trás — Quero ficar um tempo com você…
— Adoro seus momentos de carência, sabia? — Virei-me para ele, dando-lhe um beijo rápido — Quer assistir algo?
— Quero sim! Eu vou pegar uns cobertores. — Sorriu, como sempre, empolgado.
— Pegue uma sacola que está em cima da minha cama, sim? Eijirou comprou alguns doces para nós ontem e acho que será um bom momento para comê-los — Assentiu, subindo as escadas, enquanto eu me dirigi até a sala e comecei a procurar algo para assistirmos. Como o frio ainda estava intenso, fechei as cortinas e liguei o aquecedor. Depois, puxei o sofá de modo que ele virasse um sofá-cama e sentei, aguardando meu namorado voltar com cobertores enquanto olhava a coleção de dvd’s do meu pai.
— Voltei, meu amor — Anunciou, carregando dois cobertores e a sacola de doces — Escolheu algo? — Perguntou, enquanto arrumava as cobertas e se ajeitava ao meu lado.
— Não… Meu pai é muito eclético, então não adianta vir com um único gênero em mente porque você vai ver muita coisa aqui, até mesmo coisas que não tem na Netflix e… Ahn, que isso? — Olhei para um dvd que, sendo sincero, eu não sabia se era do meu pai ou de Eijirou, porque era típico deles tem um filme assim.
— “Minions”? Achei eles fofos!
— Não, Mirio, por favor… — Se eu bem me lembro, esses bichos são uma praga.
— Ah… Não mesmo? — Fez um bico, olhando para o filme em minhas mãos. Revirei os olhos, aceitando que eu não resistia a um Mirio aborrecido ao meu lado.
— Tá… Mas se ficar ruim eu desligo, ok?
— Qualquer coisa que você quiser fazer, meu anjo! — Era estranho um ex-anjo me chamando de anjo, mas não vou negar que acho um apelido realmente fofo — É por isso que eu te amo!
— Hm — Dessa vez, quem fez o bico fui eu — Então é só por isso?
— O quê!? N-Não, eu te amo por mil motivos que eu poderia ficar citando até amanhã, eu te amo demais! M-Mas é que você aceitou ver um filme que não gosta por mim, então…
— Mirio, eu tô brincando — Apertei sua bochecha, acariciando seu rosto e beijando o local — e eu também te amo. — Levantei, ligando o player e colocando o cd ali. É, eu sabia que me arrependeria de escolher aquele filme, mas qualquer coisa para ver Mirio feliz, certo?
Apertei o play, me aconchegando debaixo dos cobertores e abraçando o rapaz ao meu lado, que retribuiu e começou a fazer um cafuné perto da minha orelha. É, ele nunca esqueceria meu ponto fraco. E eu nunca reclamaria disso.
Quando o filme começou eu já estava com sono, ainda mais com o carinho que recebia. Os personagens não falavam coisas muito coerentes e suas vozes eram um tanto irritantes. Mas, ao contrário de mim, meu namorado parecia amar aquilo. Ele ria a cada trinta segundos e em alguns momentos chegava até mesmo a chorar em meio às risadas. Devido aos risos, acabei ficando acordado até o final. Era ruim? Era, e muito. Mas as risadas e a alegria de Mirio diante de algo tão simples compensaram tudo. Além disso, os doces que Eijirou comprou eram muito bons, então, serviram para me entreter. E, para piorar, comemos quase todos os pacotes e parecia que aquilo era infinito, pois percebi que sobrou alguma coisa dentro da sacola, mas preferi não olhar agora pois ambos estávamos cheios.
Assim que terminou, ele chorava tanto de emoção quanto por conta das risadas que soltou. Não vou negar, alguns momentos realmente foram fofinhos. Mas eu estava mais atento a outra coisa que não era a tv e nem os doces, heh. Desliguei o player, ficando apenas com a luz da tv iluminando a sala.
— Gostou tanto assim? — Perguntei, desligando o aquecedor e me aconchegando no peitoral de Mirio sem deixar de olhar para seu rosto.
— É uma gracinha, Tamaki! É tudo tão fofo e me fez tão bem… Me lembra você! — Como sempre, ele me pegou desprevinido com esses elogios.
— Obrigado, então — Sorri, sem jeito.
— Ah, lá vem você com esse sorriso, você me derrete todo, Tamaki! Eu posso te beijar?
— Você ainda acha que precisa perguntar isso? — Coloquei minhas mãos em sua nuca. Ele sorriu, dando ombros e me beijando de forma apaixonada.
Desde que Mirio voltou, fazíamos isso todos os dias. Ele obviamente não ia mais para a aula comigo, visto que veio à Terra como uma pessoa recém-formada, mas ele sempre estava lá, me esperando quando eu saía. Eu não gostava de beijá-lo em público na mesma intensidade que eu estou beijando agora, mas nunca recusei nenhum beijo seu. E o mesmo acontecia antes de dormir, enquanto eu cozinhava e em demais momentos aleatórios. Porém, em nenhum desses casos eu me senti tão bem quanto estou me sentindo agora.
Mirio me empurrou contra o sofá, deixando seu corpo no meio de minhas pernas, sem interromper o beijo. Uma de suas mãos foi até minha nuca, enquanto a outra caminhou do meu pescoço até minha cintura, parando ali. Eu começava a ficar sem ar, mas percebi que Mirio estava longe de estar assim. Sua mão abraçou minha cintura, erguendo-a e fazendo com que meu corpo colasse no seu. Sem perceber, comecei a gemer durante o beijo, o que deixou Mirio um tanto alegre demais, aumentando a intensidade das carícias em minha orelha.
Sabendo que eu estava em meu limite, eu o empurrei com certa força, respirando pesado e vendo que apenas um rastro de saliva me ligava à ele. Eu sabia que meu rosto estava pegando fogo e, assim que teve essa visão, Mirio percebeu que estava indo longe.
— M-Me desculpe, eu me empolguei. — Virou o rosto, apesar de não ter se afastado de mim. Não foi difícil perceber que ele já estava ficando bem alegre. — V-Vamos comer o resto dos doces, que tal?
— É-É, pode ser. — Respondi, totalmente envergonhado. Mirio saiu de cima de mim, ainda com seu rosto virado, enquanto eu me levantava e pegava a sacola próxima a mim e pegar o último doce…
… Eijirou, eu te odeio.
— Qual é o doce? — Mirio perguntou, finalmente virando para mim sem que eu tivesse tempo de escondê-la — A-Ah — Apesar da vergonha, dessa vez, seu rosto não se virou.
Em minhas mãos havia um pote de lubrificante e uma camisinha. Eu não esboçava nenhuma reação, só sabia que, novamente, meu rosto estava pegando fogo e, apesar de não estar encarando-o, sabia que Mirio estava na mesma situação.
— E-Então — novamente, ele quebrou o silêncio —Eu… Vou… Tomar banho… E…
— Mirio — Chamei, sem hesitar. Ele me olhou e, de uma forma que eu mesmo não me reconheci, sentei em seu colo, deixando uma perna de cada lado do seu corpo, e me aproximei de seu rosto — Eu quero usar — Afirmei, colocando os “presentes” de Eijirou entre nós.
— T-Tamaki… Assim? Do nada? Q-Quero dizer, no sofá?
— Eu não escolho o lugar Mirio, d-desde que… — Gaguejei, respirando fundo em seguida — Desde que seja com você.
Em questão de segundos, o olhar de insegurança de Mirio tomou um brilho e, em seguida, o lubrificante e a camisinha estavam em algum lugar do chão eu estava novamente deitado ali, sentindo a língua de Mirio entrelaçando com a minha. Ergui minhas pernas, abraçando sua cintura e deixando nossos membros mais próximos. Empurrei Mirio, voltando a sentar em seu colo e sentindo suas mãos em meu quadril. Lentamente, comecei a erguer a blusa de seu pijama, sentindo seu peitoral. Eu era apaixonado por aquele corpo, cada detalhe dele me encantava e me dava sensações jamais sentidas antes. E eu me sentia mais tranquilo agora que Mirio não podia mais ler minha mente, afinal, eu tinha sim certa vergonha em pensar em algo tão… Impróprio.
Quando senti falta de ar, empurrei Mirio de leve, que imediatamente levou a boca para o meu pescoço, porém, sem distribuir beijos, apenas roçando a ponta de seu nariz ali enquanto arfava. Uma de suas mãos, que estava em meu quadril, subiu pelas minhas costas erguendo minha blusa até parar na minha nuca.
— Eu posso? — Perguntou, tendo dificuldades por conta da respiração.
— Pode o quê?
— Beijar aqui… — Roçou os lábios no meu pescoço — Te marcar, e tirar sua blusa.
— I-Isso não é coisa que se pergunte, Mirio — Respondi, envergonhado. Eu nunca saberia dizer quando Mirio pararia de fazer meu rosto esquentar tanto — Só faça.
Ele se afastou um pouco, puxando minha blusa para cima sem desviar seu olhar de mim. Em seguida, seus olhos fixaram-se em meu peitoral, sorrindo e começando a beijar o local. Começou com selinhos, dando uma atenção especial ao chegar nos mamilos, fazendo com que meu corpo se arrepiasse por completo. Naquele momento, eu comecei a me sentir envergonhado. Mirio já tinha me visto nu antes, mas agora o momento era totalmente diferente. Ele ia me tocar, ia distribuir beijos por todo meu corpo, ia abocanhar meu…
— Você tem um cheiro viciante, Tamaki — Interrompeu meus pensamentos, finalmente levando a boca até meu pescoço. Passou a língua na curva entre o ombro, subindo e começando a beijar próximo à nuca. Coloquei minha mão em seus cabelos, puxando-os levemente cada vez que Mirio trocava o beijo por chupões. A mão que permaneceu em meu quadril voltou a apertá-lo e, quando me dei conta, eu rebolava lentamente no colo dele. Cessando os beijos em meu pescoço, Mirio sussurrou algo como “não vai ficar tão marcado” e voltou a beijar meus lábios.
Dessa vez, eu o empurrei para que deitasse, ficando por cima dele. Senti sua mão sobre a minha, guiando-a até a barra da blusa que vestia.
— Tire. Não precisa ter vergonha de mim, Tamaki. — Falou, enquanto com a mão livre brincava com meus cabelos.
Engoli seco, um pouco inseguro mas, ainda assim, atendendo ao seu pedido. Tocar o corpo de Mirio era uma sensação única, o que sempre me faz pensar o quão feliz e grato eu sou por ter conhecido alguém como ele. Ergueu seus braços, me ajudando a retirar a peça e, assim que ela foi colocada em um canto qualquer, aquele par de braços me abraçou novamente, enquanto o dono deles levava sua boca até minha orelha, começando a mordiscar o local de forma lenta. Por ser meu ponto de extrema sensibilidade, comecei a soltar gemidos não tão baixos quanto eu desejava. Ao contrário de mim, Mirio pareceu adorar o som, pois eu sentia seu membro cada vez mais disperso, começando a roçar no meu — que, sendo sincero, também já dava, uh, “sinais de vida”.
Invertendo as posições, Mirio voltou a me encarar com aqueles olhos azuis que eu tanto amava. Recebi diversos beijos pelo meu rosto e, ao chegar na boca, não tivemos nenhum beijo demorado, e sim vários selinhos. Outra vez, a mão de Mirio segurou a minha mão — que estava em seu rosto — e a guiou até suas costas, onde comecei a arranhar levemente assim que os selinhos se tornaram um beijo. Eu sentia meu corpo cada vez mais quente e, até então, eu pensava que não poderia passar disso…
…Obviamente, eu estava errado.
— Tamaki… — Mirio gemeu durante o beijo, separando nossas bocas porém mantendo a proximidade — Eu posso continuar? — Perguntou, brincando com o cós da minha calça e puxando a cueca junto. Senti minha respiração falhar e o nervosismo retornar. Era óbvio que esse momento ia chegar, e era óbvio que eu ficaria nervoso.
Mas era Mirio. Era o homem que eu amava.
Balancei a cabeça, cobrindo parte do meu rosto ao sentir as últimas roupas que eu usava sendo retiradas. De modo automático, tentei fechar as pernas, sendo impedido pelas mãos de Mirio.
— Não sinta vergonha, meu anjo. Você é lindo e eu amo você, amo cada detalhe seu — Sussurrou próximo à minha orelha, enquanto passava sua mão pelas minhas coxas e virilha, causando um arrepio enorme por todo meu corpo.
— M-Mirio, eu… T-Tire… — Gaguejei, tentando puxar sua calça da mesma forma que ele fizera comigo. Eu não quero parecer o tipo “quero logo ver meu namorado nu”, mas eu sabia que ele estava tão excitado quanto eu — ou até mais — e sabia que deveria estar doendo.
— Shh… Eu me viro, Tamaki. A minha prioridade é você — Quando terminou de falar, beijou meu queixo e voltou a descer seus beijos pelo meu corpo sem interromper as carícias que fazia com as mãos. Parou após dar alguns beijos na minha barriga, afastando-se e, mais uma vez, me lançando aquele olhar que claramente dizia “eu posso?”.
Respirei fundo, visivelmente tenso. Mirio voltou a acariciar a parte de trás da minha orelha, e esse movimento nunca falhava em me fazer relaxar. Coloquei minha mão sobre a sua, olhando em seus olhos e balançando a cabeça como um sinal positivo.
Seu sorriso aumentou. Seu rosto desceu até o meio das minhas pernas e, em seguida, senti sua língua começar a me lamber lá. Minha mão ainda segurava a sua, enquanto a outra continuava com as carícias em minhas coxas e virilha. Mirio abocanhava meu membro mas soltava em seguida, já que não era tão correto ir até o final logo de primeira. Contudo, não demorou para que ele adquirisse cada vez mais segurança até, por fim, me abocanhar por completo.
Soltei o gemido mais alto até então ao sentir meu membro dentro de sua boca. Ele usava bastante de sua saliva, facilitando os movimentos de sucção. Mirio também dava uma atenção especial aos meus testículos, deixando o momento ainda mais prazeroso. Apesar da pouca iluminação na sala, vez ou outra eu via os olhos de Mirio abertos fixos em mim. Ele com certeza estava adorando me ver tão entregue à ele. E não vou mentir, eu mesmo estava adorando as sensações. Eu estava totalmente entregue e isso me fazia bem.
Mirio não tinha pressa. As sucções eram lentas e totalmente prazerosas, e minha voz ecoou pelo cômodo de forma arrastada, aumentando a empolgação de Mirio cada vez que ele percebia que estava me dando prazer. Sua língua me causava sensações incríveis e eu me perguntava como ele podia ser tão bom em algo que nunca havia feito antes. Eu sabia que estava beirando o meu limite mas, ao mesmo tempo, eu não queria que ele parasse. Segurei sua cabeça, tentando afastá-lo, porém ele iria até o fim, e eu não me surpreendi com isso. No fim, acelerou os movimentos até que eu me desfizesse dentro de sua boca. Apesar de tentar disfarçar, percebi que ele se engasgou. fazendo com que eu me sentisse um tanto culpado.
— M-Mirio, eu s-sinto muito… — Minha respiração estava acelerada.
— Por que está se desculpando? Eu que quis ir até o fim, meu amor. — Apesar da facilidade para falar, pude perceber que, no momento seguinte, seu rosto começou a esquentar — V-Você quer sentir seu gosto? — E, depois disso, eu não sabia dizer quem estava com o rosto mais vermelho por ali.
— S-Sim, eu quero — Mirio não tardou a colar seus lábios nos meus. O sabor era meio neutro, meio doce, não sei dizer. Mas, ahn, não era tão ruim? Depois que Eijirou teve sua noite com Katsuki, lembro-me dele ter reclamado sobre o gosto ser horrível, porém sempre soube que os sabores variam, então… É, eu não achei tão ruim. Além disso, com a onda de sensações que eu estava tendo, eu queria provar o de Mirio. Por deus, Tamaki, eu nunca me imaginei pensando coisas assim, mas Mirio provoca tantas sensações em mim que isso acaba se tornando algo incontrolável.
Porém, quando dei sinais de que queria inverter, ele me interrompeu novamente.
— Tamaki. Eu quero que essa primeira vez seja toda sua. Eu fico feliz que você queira fazer o mesmo comigo, mas eu estou me sentindo bem só de saber que estou te fazendo sentir tudo isso, entende? — Beijou minha testa, seguindo para minha orelha — Por favor, relaxa. Principalmente agora, ok?
E eu sabia o que viria. E eu também sabia que, por mais que eu fosse preparado, a dor seria inevitável. Mas eu estava pronto. Eu…
— Eu te amo, Mirio — Puxei-o para um abraço forte, sendo prontamente correspondido.
— Eu também te amo. Muito, muito mesmo. — Beijou minha clavícula, estendendo a mão e pegando o vidro de lubrificante no chão e rindo ao olhar para ele — Heh… Ele retribuiu o favor, né?
Dei ombros, tentando disfarçar o tamanho da vergonha que eu senti ao ver aquele “presente”. Ok, eu sei, fiz o mesmo com ele, mas ao contrário de mim, Eijirou demonstrava querer isso há muito tempo. Agora, me pergunto se eu deixei isso tão na cara a ponto dele querer retribuir… Droga, irmão! Não sei se devo te agradecer ou te xingar.
— Hm, bem — Mirio ajeitou a postura, nitidamente constrangido enquanto abria o vidro do líquido — Eu… Vou começar, ok? — Outra vez, minha única reação foi balançar minha cabeça.
Mirio despejou parte do líquido em minha entrada. Em seguida, fez o mesmo em seus dedos. O primeiro dedo foi o suficiente para fazer o desconforto começar. Arqueei as costas, tentando encontrar um jeito de me acostumar com a invasão. Não demorou para que Mirio introduzisse um segundo dedo e, dessa vez, o desconforto aumentou, me fazendo soltar um gemido baixo.
— Você quer que eu pare? — Ele me perguntou, preocupado.
— N-Não, de forma alguma. É ruim, mas… Não pare. Por favor. — Ele me deu um sorriso.
Começou a movimentar os dedos dentro de mim, sempre atento às minhas reações. Não era difícil de se acostumar, apesar de ser uma sensação estranha. Saber que Mirio se preocupava tanto assim com meu bem estar me dava uma enorme sensação de segurança, fazendo com que eu relaxasse mais rapidamente.
— Acha que está bom? — Perguntou, ainda alargando o local — Ou quer que eu coloque outro?
— Não. E-Eu… Eu quero você, Mirio — Ele abriu um enorme sorriso, me beijando de forma calorosa e rápida.
— Você é perfeito, sabia? Eu te amo demais!
Se afastou de mim, começando a, finalmente, retirar sua calça. Ao mesmo tempo que eu queria ver seu corpo, a vergonha voltava a me dominar. E, bem, “vergonha” não seria a palavra certa para descrever o que eu senti assim que vi meu namorado totalmente despido. Mirio era grande. É, eu senti um pouco de medo, sim. E acabei não conseguindo disfarçar, pois quase imediatamente virei meu rosto e cobri meus olhos.
— Ei — Mirio se curvou sobre mim, tirando minhas mãos dos meus olhos e segurando-as — Olhe para mim. Só para mim. Eu não vou tirar os olhos de você, ok? Se você estiver com vergonha, olhe para mim. Eu te amo e vou repetir isso todas as vezes eu achar necessário, ok? Agora que eu finalmente posso gritar isso pro mundo, eu jamais vou parar! — Eu me sentia totalmente perdido naquele olhar. E, é claro, só isso era o bastante para tornar meus sentimentos cada vez mais fortes.
— Eu confio em você, muito. E eu te amo também. Obrigado por tudo, Mirio. Eu… E-Eu quero lhe entregar tudo o que eu tenho.
— Você me faz feliz com qualquer coisa, Tamaki, nunca se esqueça. Essa noite vai ser inesquecível, certo? — Concordei, dessa vez tomando a iniciativa de beijá-lo.
Enquanto nos beijávamos, novamente seu braço se estendeu e, dessa vez, foi para pegar a embalagem de camisinha. Quando a pegou, interrompeu o beijo e olhou para ela, um tanto constrangido.
— É… Eu não sei colocar isso — Senti meu coração acelerar.
Eu sabia colocar, tínhamos tido aula de educação sexual várias vezes, mas… O problema era a coragem pra colocar aquilo, né? Eu mal conseguia olhar!
— Tamaki, se está com vergonha, podemos p—
— N-Não! — Interrompi-o antes que ele pudesse dizer para pararmos — Eu não quero parar, Mirio, mas eu… — Desviei o olhar, olhando para baixo enquanto esfregava minhas mãos umas nas outras.
— Por deus, você é tão lindo, e envergonhado fica ainda mais! — Apertou minha bochecha, como sempre, exibindo um sorriso — Bem, acho que não é tão difícil colocar, certo? — Perguntou e, quando ergui meu olhar, ele já tentava abrir a embalagem de um jeito não muito seguro.
— Mirio, espera! — Segurei suas mãos — E-Eu… Eu vou colocar.
— Mesmo? — Seu tom exibia uma leve surpresa.
— Sim, vamos antes que eu fique mais envergonhado. — Peguei a embalagem, abrindo-a com cuidado. Respirei fundo, voltando a olhar para o membro de Mirio. Segurei a ponta da camisinha e coloquei-a na glande, desenrolando o resto e, por fim, soltando a ponta. Fiz com certa pressa e um pouco atrapalhado, não vou negar. E isso não passou despercebido.
— Coisa mais fofa! — Segurou meu rosto, me dando um selinho — Você quer escolher a posição? — É, Mirio não cansava de me deixar envergonhado.
— D-Deitado. Eu quero olhar para você.
— Que bom que pensamos igual, então. — Me empurrou contra o sofá. Colocou minhas pernas em cima dos seus ombros e, antes de começar a penetração, colocou minhas mãos em suas costas e puxou o cobertor para cima dos nossos corpos — Sei que você ainda está envergonhado, heh. Não tenha medo de me machucar, ok? Qualquer dor que você sentir, por favor, desconte em mim.
Assenti. Em seguida, Mirio respirou fundo, iniciando a penetração.
Aquilo doía. Doía muito. Não demorou para que minhas unhas cravassem na pele de Mirio e a força aumentava conforme a penetração se aprofundava. Por mais que eu tentasse evitar, eu sabia que algumas lágrimas escapavam dos meus olhos. Ainda me penetrando, Mirio secou meus olhos e iniciou um beijo. Durante o ato, Mirio arfava cada vez que eu o arranhava. Eu sabia que ele não poderia usar roupa branca por alguns dias… Peço perdão desde já, meu amor.
Interrompi o beijo assim que senti que Mirio estava totalmente dentro. Admito que nunca senti uma dor tão forte em toda a minha vida, mesmo sabendo que não era culpa dele.
— Eu te machuquei, né? Me desculpe — Falou em meio aos selinhos que distribuía pelo meu rosto enquanto eu me acostumava com a invasão.
— Não peça desculpas. Eu estou bem — Sorri, sendo prontamente retribuído.
Sabendo que eu ainda não estava pronto, Mirio voltou a fazer carícias pelo meu rosto, focando no meu ponto mais fraco, como sempre. Com a boca, distribuiu mais beijos pelo meu rosto, voltando para o meu pescoço. Todos os seus beijos eram leves, deixando marcas quase imperceptíveis, o que me aliviava. Puxei seu rosto para outro beijo longo e, durante o ato, eu sentia que estava mais preparado.
— M-Mirio, devagar. — Pedi, enquanto começava a mexer meu corpo.
— C-Certo. É… Não se esqueça, ok? Use minhas costas. — Concordei. Ele se ajeitou, deixando uma mão de cada lado da minha cabeça e, finalmente, começando a se mover.
Eram movimentos realmente lentos, mas a dor já voltava. Minhas unhas permaneciam nas costas de Mirio, enquanto ele mantinha os movimentos lentos, fazendo o possível para que eu não sentisse tanta dor. Conforme a força dos meus arranhões diminuiam, a velocidade da penetração aumentava. Os gemidos tornavam-se cada vez mais altos, tanto por minha parte quanto por parte de Mirio. Não vou dizer que a dor sumiu por completo, porém, ela diminuiu de forma que eu já não me incomodava mais e a sensação prazerosa das estocadas juntamente da voz de Mirio gemendo meu nome ao meu lado eram o bastante para me fazer sentir o melhor momento da minha vida até então.
Quando acelerou, Mirio segurou uma de minhas mãos, entrelaçando nossos dedos, enquanto se aproximava de mim e deixava sua testa colada na minha. Essa foi, de longe, a melhor forma de me tranquilizar. Mirio sabia o que fazer por mim mesmo que não pudesse mais ler minha mente.
E isso só fazia meu amor crescer. E, assim como ele, eu nunca vou cansar de reafirmar isso.
Aumentando a força das estocadas, em um determinado momento, Mirio me atingiu na parte mais sensível do meu corpo, fazendo com que eu sentisse que estava próximo de chegar ao meu limite. Com os olhos entreabertos, eu admito que estava encantado com a expressão de Mirio, por mais erótica que fosse. Eu sabia que estava na mesma situação e, provavelmente, ele pensava o mesmo. Eu podia dizer que sentia o que Mirio sentia apenas com olhares, e nunca pensei que chegaria a ter uma ligação tão forte com alguém.
Apertei a mão de Mirio, anunciando que eu estava próximo ao ápice. Ele intensificou as estocadas, me causando milhões de sensações internas e arrepios e, pouco tempo depois, senti meu líquido espirrar, sujando o corpo de Mirio que claramente não deu a mínima.
Eu sentia meu corpo tremer por inteiro e o cansaço me dominava, porém, eu sabia que ele não estava em seu limite ainda. Com isso, comecei a me movimentar, aprofundando as estocadas. Com a minha mão livre, segurei sua nuca, beijando-o de forma atrapalhada.
— T-Tamaki… — Ele gemeu, tendo dificuldades em falar por conta da respiração acelerada e dos nossos beijos. — E-Eu vou… — Nem precisou terminar a frase, pois alcançou seu clímax no mesmo instante.
Respirei de forma intensa, ouvindo-o fazer o mesmo. Estávamos ali, com os dedos entrelaçados e com as testas coladas. Totalmente suados e esgotados. E eu sei que ambos concordávamos ao dizer que foi a melhor noite de nossas vidas.
Eu não sabia o que dizer, e Mirio também não. Acariciei sua nuca enquanto ele tirava seu membro de dentro de mim, causando uma sensação estranha, porém, acompanhada de um alívio. Ficamos um longo tempo apenas trocando olhares, carícias e sorrisos. Na verdade, não precisávamos de palavras. Pelo menos, eu não.
— Ei — Me chamou quase que em um sussurro — Já disse que eu te amo?
— Já sim. E eu disse que é recíproco?
— Sim, disse — Voltamos a sorrir.
Repito: foi, sim, um momento perfeito.
O problema foi o que veio depois....
— Caralho, já terminaram essa merda? — Aquela voz e palavreado tão familiares ecoaram pela casa.
— Katsuki, não fale assim! — Uma parte do corpo de Eijirou surgiu na porta da sala — A-Ah… Oi, é... — Disse, totalmente envergonhado.
Cacete…
— E-Eijirou! V-Você viu?
— É… Eu vi o final. Eu cheguei aqui e vi a casa toda apagada, acendi o corredor, ai comecei a ouvir uns sons vindos daqui, Katsuki pegou uma frigideira achando que podia ser um ladrão, eu peguei uma vassoura, depois vimos um monte de cobertores se mexendo e…
— Tá, eu entendi! — Afirmei, em voz alta. Eu fui flagrado pelo meu irmão e, com os gemidos que Mirio e eu soltávamos, eu não ouvi absolutamente nada que envolvessem frigideiras ou algo do tipo. Parabéns, Tamaki, sua vida é coberta de sorte.
— N-Não fique assim, irmão! É-É algo natural, quero dizer, eu não vi nada demais, e fiquei na cozinha porque achei que se subisse as escadas eu ia atrapalhar, e…
— Eijirou, cala a boca, por favor, caralho. Teu irmão usou teu presente e o importante é isso, não é como se ele nunca fosse dar.
— Oh, meu presente! — De repente, Eijirou ficou empolgado — Você usou? Como foi?
— Eijirou, por favor! — Falei, cobrindo o rosto. Tem como ficar mais constrangedor?
— Eu conto! — Mirio afirmou, empolgado. É, da pra ficar mais constrangedor, sim. — Ajudou muito, Eijirou, obrigado — Ele se preparou para levantar e abraçar meu irmão, esquecendo-se totalmente do fato de que estava sem roupas.
— Mirio! Você tá pelado! — Abracei seu corpo, impedindo-o de sair dali enquanto arrumava os cobertores para cobrir, quem sabe, até a minha cabeça.
— Ah, desculpe, sabe que eu sou avoado. É… É isso, Eijirou, obrigado!
— Ora essa, eu só retribuí o favor. Então…
— Ah puta que pariu Eijirou, é sério que a gente vai ficar aqui batendo papo com teu irmão e o namorado dele que acabaram de transar e tão pelados, aqui, na nossa frente!? — Acho que, pela primeira vez, eu concordei com Katsuki.
— Hm, verdade, desculpe, Tamaki. Bem, eu vou subir, então. Por favor, vistam-se — Acenou para nós, sorrindo.
Mirio retribuiu, enquanto eu mantinha meu rosto parcialmente coberto, mesmo que isso não fosse capaz de disfarçar o quão vermelho eu estava.
— Não fique assim, Tamaki, isso acontece.
— Mirio, foi minha primeira vez e eu fui pego pelo meu irmão e pelo meu cunhado.
— Mas e daí? Eles também já fizeram isso, e bem… Eu estou muito feliz! Você não está?
— … É, estou — Puxei-o para perto novamente.
— Então… Teremos outras vezes? — Apesar de ser quase um sussurro, havia uma nítida empolgação em sua voz.
— Se não formos flagrados, quem sabe — Sorrimos, iniciando um beijo calmo.
Depois disso, eu estava esgotado até para tomar um banho. Mirio foi ao lavabo para limpar seu corpo e jogar a camisinha fora antes de colocar o pijama, voltando poucos minutos depois reclamando do frio. Ergui o cobertor para ele, vendo aquele garoto de 1,81m totalmente empolgado para dormir de conchinha, como sempre fizemos. Dormimos ali mesmo, na sala, após várias carícias e “eu te amo”.
E, apesar das dores e do momento vergonhoso, era óbvio que eu não podia estar mais feliz. Assim como eu sempre estarei enquanto Mirio estiver comigo.
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