Nobara sorria convencida enquanto dirigia para encontrar Megumi no prédio em que ele morava para irem juntos até a boate em que Itadori tocaria naquela noite. Se tinha uma coisa da qual ela se orgulhava era de ser uma das poucas pessoas que conseguia convencer o moreno a sair de casa. Os dois se conheciam há muitos anos, então sabia que ele era fechado demais e demorava para se abrir, assim como sabia também que ela era a exceção. Kugisaki amava muito amigo e tinha muita consideração por ele, por isso quis tanto que ele conhecesse Yuuji. Os dois eram opostos em diversos sentidos, mas se pareciam em muitos outros. Ambos eram do tipo que faziam de tudo pelas pessoas que amavam, sem medir esforços para vê-las felizes, ela já viu Itadori perder alguns ficantes por deixá-los de lado para cuidar dos amigos e sabia que Megumi atravessaria a cidade se ela ligasse dizendo que precisava dele, esse era um dos traços que os dois tinham em comum. Sorriu com o pensamento, normalmente, as pessoas pensavam que Fushiguro era frio e ela já ouviu vezes demais alguém perguntando porque ela continuava ao lado dele, a resposta era simples: porque, por mais que Megumi não fosse o tipo de pessoa que verbalizava seus sentimentos, ele demonstrava muito mais do que os demais e isso valia muito para ela. Os pensamentos sobre seus amigos continuavam rondando sua mente enquanto “Just my type” do The Vamps tocava no rádio, ela mal notou quando finalmente se aproximou do prédio que ela conhecia tão bem.
Não precisou olhar duas vezes para saber que Megumi estava bonito, na verdade, bonito era pouco para descrever a beleza de seu amigo e ele sabia disso, brincando com ela e devolvendo sua provocações que duraram todo o caminho até a boate, parando vez ou outra para curtir a música que tocava no rádio. Quando finalmente chegaram e entraram, Nobara ficou mais animada. Sabia que Itadori era DJ e ele já a havia convidado para vê-lo algumas vezes, porém nunca dava certo, isso até aquele sábado quando ela decidiu que mataria dois coelhos com uma cajadada só e arrastou Megumi com ela, sabendo que ele tentaria, mas não conseguiria negar por muito tempo.
Os dois conversaram enquanto esperavam Yuuji começar, a música que tocava era boa e ela mexia o corpo no ritmo de vez enquanto a conversa fluía. Decidiram dançar depois que a voz de Itadori surgiu das caixas de som espalhadas pelo lugar, Nobara não deu muita escolha a Megumi, logo o puxando pela pista. O moreno sorria de lado com a animação da amiga e a acompanhou sem reclamar. “Isso provavelmente é um milagre”, pensou Kugisaki com um sorriso.
Quando Fushiguro finalmente se sentiu vencido pelo cansaço e retornou ao bar, Nobara decidiu tentar encontrar Itadori já que sabia que ele provavelmente se juntaria a eles em alguns minutos. Mal deu alguns passos quando tropeçou em alguém, sentindo a pessoa passar o braço por sua cintura para impedir que ela caísse de cara no chão. Se surpreendeu ao encontrar uma mulher de cabelos verdes e rosto atraente demais para sua própria sanidade. “Ela é totalmente o meu tipo”, pensou, encantada com a aparência alheia. Alguns segundos se passaram, mas nenhuma das duas tentou desfazer a posição em que estavam, pareciam querer dizer alguma coisa, porém não sabiam o quê. Mesmo assim, Nobara se desculpou por seu descuido e se preparou para seguir seu caminho na busca pelo amigo depois de receber um “não se preocupe” com um sorriso misterioso que a deixou envergonhada por alguns segundos. Sequer foi muito longe antes de dar meia volta.
― Tudo bem, você é muito bonita e seria um desperdício da minha parte só me desculpar e dar no pé, então eu vou perguntar. Você ‘tá acompanhada? ― indagou, causando uma risada surpresa na mulher.
― Não. Quer ser minha companhia? ― perguntou com um sorriso convidativo no rosto. Nobara nem precisava pensar para responder que sim. ― Me chamo Maki, você é?
― Nobara e será um prazer gastar minha noite ao seu lado ― respondeu com um sorriso malicioso enquanto Maki diminuía o espaço entre eles. As pessoas ao redor delas não prestavam atenção no que estava acontecendo, não era da conta de ninguém mesmo. Assim, a esverdeada a pegou pelo pulso com delicadeza e a levou até um lugar mais vazio onde se aproximou dela e iniciou um beijo repleto de curiosidade. Mentiria se dissesse que não a achou extremamente bonita no momento que se esbarraram sem querer e mentiria mais ainda se não admitisse que gostou, e muito, de ela ser uma mulher de atitude.
O beijo acelerava aos poucos conforme se acostumaram com a boca alheia e a vontade que sentiam uma pela outra aumentava. Nobara precisava admitir, Maki beijava bem demais e a mão envolvida em sua cintura com firmeza a deixava cada vez mais desejosa. Assim, enquanto a esverdeada deixava beijos por seu pescoço, Kugisaki enviava uma mensagem a Megumi avisando que estava ocupada com uma pessoa interessante. Pouco tempo depois, Itadori passou por elas que ainda se encontravam aos beijos e sorriu maliciosamente para as duas, parecia conhecer Maki também, mas provavelmente achou melhor não se aproximar e deixar que as duas curtissem o momento. Era o que Nobara pensava no pouco tempo que teve para se recompor antes da Zen’in voltar a beijá-la e os toques voltarem a levá-la à loucura. Queria sair dali e ir para um lugar mais privado (sua casa de preferência), mas não podia deixar Megumi na mão por uma transa, foi ela quem o arrastou em primeiro lugar. O pensamento mal foi finalizado em sua mente quando recebeu uma mensagem do amigo dizendo que estava indo aproveitar a noite em outro lugar acompanhado, sorriu, por que não não fazer o mesmo?
― Ei, quer ir para minha casa? ― convidou com um sorriso, deixando leves beijos e mordidas no pescoço alheio.
― Será um prazer ― respondeu Maki com um sorriso, deixando uma mordida no lábio inferior de Nobara que suspirou prazeirosamente.
Aquele ato provou algo que Kugisaki já sabia: aquela noite estava saindo melhor que a encomenda.
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