* Olívia on *
- Eu já disse Near, eu não vou para a faculdade de direito!!! EU NÃO SOU MEU PAI!!!
- Eu entendo sua frustração Olívia, mas você tem que se acalmar - O albino falava comigo enquanto enrolava uma mecha do cabelo em seu dedo
- NÃO! Escute aqui - Cheguei bem perto dele e apontei meu dedo para o mesmo - Eu nunca vou ser o próximo L, isso é ridículo!!
- Entendo, bem, a porta estará aberta para você 24/7 para voltar, decida-se Olívia, ou você faz faculdade de química, ou faculdade de direito
- Idiota! - Viro de costas para ele e saio pela porta, a fechando com força
Corro para fora do prédio chorando, NEAR IDIOTA! Acha que, eu, uma criação feita em laboratório, com o DNA do L, poderia ser IDENTICA ao mesmo? Óbvio que não. Meu Q.I. é alto, mas eu não estou nem ai pra isso e não tem muita utilidade para o que esse idiota quer
Depois de um tempo, vou para o parque da cidade e me sento em um banco, apenas observando os pais brincando com seus filhos, e fico imaginando, como será que é ter um pai presente?
Se passaram algumas horas, todos já tinham ido embora, e então, o céu escureceu, várias nuvens negras cobriram o azul claro, logo, cai um caderno do céu, DO CÉU?! É ISSO MESMO?! Me levanto e vou até o caderno, e então, o pego e levo até minha visão. Um caderno preto escrito na capa Death Note
- um caderno da morte - Susurro para mim mesma
Então, boto esse caderno na minha mochila e volto para casa, e, ao chegar, vejo Near no computador
- Que bom que voltou, então? Pensou bem na minha proposta?
Nada falei, apenas sai de lá e fui para o meu quarto, deixando Near falar sozinho naquele cômodo
Quando chego no meu quarto, boto minha mochila em uma poltrona e vou até minha escrivaninha, sento na cadeira como Near me ensinou a sentar, ligo o computador e pesquiso: Death Note
*DEATH NOTE é um livro da morte, utilizado por Light Yagami, assim, se transformando em Kira, L, um detetive internacional que resolveu o caso Kira, achando o Death Note nas mãos de Kyosuke Higuchi, diretor executivo do Grupo Yotsuba*
- E blá blá blá…aaaaai que chatooo! - deito na cadeira e começo a rodar de tão entediada, mas, sem querer, abaixo a página e vejo….aquele nome desprezível….NEAR, então paro de girar na cadeira - Epa epa
*Near, um dos sucessores de L, foi o dono de tal plano para pegar Light Yagami como Kira, com a ajuda de Mello, o garoto falecido, que deu sua vida para a execução do primeiro Kira, já o segundo, nunca foi descoberto*
- Near…..
Saio de minha cadeira, vou até minha mochila e pego o Death Note, acaricio sua capa, olhava para aquele objeto pensando: Light foi quem usou esse caderno….Kira….serei o novo Kira….
Mesmo com 12 anos, sou mais inteligente que Near, aliás, o mesmo que me ensinou tudo que sei, idiota….
- Eu vou ser melhor que meu pai…
* Olívia off *
* Lucas on *
Estava na sala, vendo TV junto a minha mãe
- Lucas querido, eu vou ter que ir agora, tenho um compromisso com a NHN hoje, parece que a linda modelo Misa Amane vai entrar em ação de novo - Ela começa a rir
- Entendo mãe, não se preoculpe
- E não esqueça de estudar filhinho - Ela diz abrindo a porta e vestindo um casaco
- Certo, serei mais inteligente que meu pai, você vai ver
- Mais inteligente que Light Yagami? Duvido - Ela ri de novo mas para - Estou brincando é claro que você vai ser melhor que seu pai, não é?
- Sim - Digo meio desanimado, desligando a televisão - É claro
- Fique bem filho, até - Ela vai embora
Suspiro fundo e vou para meu quarto, subindo as escadas, fico pensando nas palavras de minha mãe : Mais inteligente que Light Yagami? Duvido
Ao chegar em meu quarto, entro e fecho a porta, sento na ponta da cama, com as mãos nas pernas e cabeça baixa
- Eu vou ser melhor que meu pai
* Lucas off *
* Near on *
Criança, ela acha que estou brincando com sua pessoa, não é a toa que tem 12 anos, imatura de mais, para falar a verdade, a mesma até me lembra Mello, sempre sendo levado pelas emoções, o atrapalhando em seu trabalho, escandaloso, mas ao mesmo tempo, introvertido. Me levanto da cadeira e vou até o quarto dela.
Ao chegar, abro a porta e a vejo sentada na frente do computador, ela me olha fixamente, me fusilando com os olhos, o que essa garota tem contra mim?
- O que está fazendo aqui Near? - Disse com a voz séria
- Nada, apenas vim ver se você está bem
- Até parece que você se importa comigo
- Mas eu me importo - Entro no quarto
- Você só se importa por que eu sou sua sucessora, nada mais
- Certo… - Me sento na cama dela - Escute, eu deixarei você fazer faculdade de química, mas, tem um porém
- E qual é esse porém? - Sua cadeira roda, a fazendo olhar para mim
- Vai ter que me ajudar nos casos de polícia, mesmo sendo uma cientista - Ela bulfa, mas depois se acalma
- Se quiser assim, eu faço, só quero estudar química
- Eu entendo - Me levanto - Estarei lá embaixo, caso precise de algo, apenas me chame - Passo pela porta e a fecho, deixando a menina só.
Vou até meu " escritório " e me sento novamente na cadeira, mais aliviado, sem peso na consciência, começo a fazer um castelo de dados
* Near off *
* Olívia on *
Finalmente! Finalmente consegui convence-lo de me deixar estudar Química, mas, terei que ajudá-lo no trabalho dele, como se eu tivesse feito faculdade de Direito, droga
Me levanto da cadeira e vou até minha mochila, pegando aquele caderno, Death Note, o abro e, em sua contra capa, vejo várias regras, em como usá-lo, leio cada uma delas, e depois, boto o caderno de baixo do meu travesseiro
- Oi garota - Ouço uma voz estranha, me viro e vejo……não…. Tomo um susto e caio da cama, mas logo me levanto devagar, com as mãos no colchão da cama, os olhos, devagar, sendo revelados pelo móvel
- Quem é você? - Me levanto por completo e o olho, aquilo era um…
- Sou um Shinigami, meu nome é Ryuk, sou o dono desse caderno - Shinigamis realmente existem….
- Então…… me explica, o que isso está fazendo aqui na Terra? - Mostro o caderno, o tirando de baixo do travesseiro
- Deixei cair
- Shinigamis são tão desleixados assim?
- Pelo menos, eu sou
- Nossa, que falta de compromisso, até eu sou mais responsável
Começamos a conversar como se já fossemos amigos de longa data, perguntava sobre o Death Note, e ele me respondia, tirando todas as minha dúvidas
- Mas uma pergunta, todos que sabiam do Death Note, as memórias sobre o caderno, foram apagadas? Ou só a de Misa Amane?
- Só a de Misa Amane, ela largou o Death Note que era de outro Shinigami
- Entendo, se eu quiser, eu posso devolver ele a você? Então eu esqueço de tudo?
- Sim, aliás, eu estou a muito tempo sem comer maçã, poderia me dar algumas?
- Maçãs? Por que especificamente maçãs?
- Light Yagami tinha esse caderno, e na casa dele, havia muitas maçãs, eu adorava comer cada uma delas, e me viciei, queria voltar a come-las
- Entendo - Me levanto, deixando o caderno na cama, o cobrindo com o cobertor, saio do quarto e vou para a cozinha, pego uma cesta de maçãs e levo para o quarto, mas, aquele idiota do Near me para
- Onde está indo com tudo isso de maçãs?
- Estou com muita fome idiota, não posso mais comer não?
- Claro, fique a vontade
Então, volto para meu quarto com várias maçãs em uma cesta, ao chegar lá, abro a porta e encontro Ryuk sentado na cama, e, quando o mesmo vê as frutas em minha mão, se levanta e corre até mim, pegando uma na mão e assim, comendo, saciando sua fome por tal alimento
- Calma - Fecho a porta - Você é muito apressado, se Near nos pega? - falo quase sussurrando
- Ele não pode me ver - Ryuk fala comendo outra maçã, suspiro, boto a cesta na escrivaninha e sento na cama, tirando o Death Note de baixo das cobertas
- como assim? - Falo olhando nos olhos do mesmo, levantando uma sombrancelha
- Só quem toca no Death Note pode me ver
- Interessante… Bem, acho que irei começar com isso - Me levanto e pego uma caneta que estava na minha escrivaninha, volto e sento-me novamente na cama, pego meu celular, que se encontrava em meu bolso, abro uma página de criminosos da Rússia
- Porque Rússia? - Perguntou Ryuk
- Não quero que saibam que um novo Kira apareceu, e que mora no Japão, tomarei mais que cuidado para ninguém me pegar - Disse em meus pensamentos
- Minha nossa - ele ri - Parece que você irá me dar mais diversão que o último
- você me ouviu?! - Continuei falando em meus pensamentos
- Mas é claro, porque não ouviria?
- Ótimo, poderei me comunicar assim com você, sem precisar me preocupar com " falar sozinha " - Ainda em meus pensamentos
Achei um criminosos em meu celular, Taytsu Onishimi, cabelos loiros, uma cicatriz média na bochecha direita, olhos verdes e levemente moreno
- Perfeito - Sussurrei para mim e para Ryuk, o mesmo ri novamente, começo a escrever o nome do sujeito no caderno, detalho sua morte como: Morreu cortando os pulsos com um pedaço de caco do espelho que o mesmo quebrou, as dez horas da noite
Então, apenas esperei, iria conferir no dia seguinte, em um aplicativo de televisão mundial que pode ser baixado em meu celular, guardei o caderno na gaveta de minha escrivaninha
- Ryuk? - O chamei em meus pensamentos
- Pode falar garota
- Eu poderia emcapar o Death Note? Não permanentemente, é claro
- Pode, contanto que você não vá cola-lo em algum material impossível de tirar
- Entendo, para que não fique com outra aparência, ou até mesmo vergonhoso não é?
- Sim
Logo, peguei o caderno novamente e o encapei com EVA rosa claro, simulando um caderno comum, escrevi com canetinha no material: Caderno de Matemática
Sabia que Near não é muito amigo da matemática? Por isso escrevi que é um caderno de tal matéria, para que o albino idiota não toque nele, guardei o Death Note na gaveta, a tranquei e botei a chave debaixo de um livro, voltei para minha cama e deitei nela
- Isso vai ser muito divertido - Disse Ryuk, que, novamente, começa a rir
* Olívia off *
* Near on *
Essa garota é muito imperativa, desconfio que algo no caminho de sua criação, tenha dado algo errado, me levanto da cadeira e vou até o telefone, ligo para um de meus ajudantes da SPK
- Escute, quero que você vá até o laboratório de Nova York e pegue as anotações de todos os passos da criação de Olívia, e mais, quero que pergunte ao criador tudo, tudo mesmo, o que ele usou, DNA utilizado, e se ele falar algo sobre " não foi o de L que usei " questione, depois disso, ligue para mim
Desligo o telefone e me sento novamente na cadeira, pego bolas de gude e as boto em cima da mesa, denominando a vermelha Olívia, a azul eu, a amarela L e a verde Mello
- Se for o que estou pensando, teremos que criar mais um, infelizmente não poderei fazer isso, terei que pegar alguém já com, pelo menos, a mesma idade daquela garota
* Near off *
* Dia seguinte *
* Olívia on *
Me levanto da cama, descobrindo minhas pernas do cobertor, olho para os lados e não vejo ninguém, acho que esse negócio todo de Shinigami e Death Note era apenas um sonho
- Acordou a bela adormecida - Ouvi uma voz, olhei para trás e vi aquele Shinigami, suspiro
- Isso realmente não foi um sonho - mentalizo essa frase, então, Ryuk começa a rir, pegando uma maçã, ou seja, a última da cesta que trouxe para ele ontem
Vou até o armário, pego meu uniforme e me troco, uma saia e casaco bege, blusa e meias brancas, sapatos pretos e luvas cinzas
- Aonde você vai? - Perguntou Ryuk
- Para a escola, estou no terceiro ano do ensino médio, e ano que vem, vou para a faculdade de química - Falo esticando a manga do casaco no braço direito, ficando de lado para o Shinigami
- Com 12 anos?! - Ele arregala os olhos
- Mas é claro - Logo, ouço uma batida na porta, olho para o relógio que estava na minha escrivaninha, seis e meia da manhã - Entre - A porta se abre e vejo aqueles cabelos ondulados brancos entrarem
- Estava falando sozinha de novo? - Perguntou Near
- É óbvio, não, o que você acha? Eu sempre falo sozinha, você sabe muito bem disso, não preciso explicar o por que - Disse penteando meus cabelos loiros e curtos, olhando para o espelho, estava de costas para Near
- Pensei que você estivesse brincando comigo, sendo que eu pensei, " será que vou levar mais uma patada da Olívia? " Então você falou " Mas é claro "
- Eu nem sabia que você estava aqui idiota - Me viro - Anda, anda, sai daqui albino - Disse abanando as duas mãos para que o mesmo saísse do meu quarto, então ele sai, fechando a porta e me deixando a sós com o Shinigami
- Você não é meio grossa com ele?
- E eu te perguntei alguma coisa Ryuk? Anda, sai você também, quero ter privacidade, sai, sai, sai - falei na mente, para não ter mais nenhum risco de Near me ouvir e achar que tenho um amigo imaginário ou, talvez, um Shinigami, logo, Ryuk foi embora - Até que enfim
Pego meu celular e ligo para meu amigo, boto na orelha e mexo em uma pequena mecha de meu cabelo com a mão direita
- Olívia? Você está ligando a essa hora por que?
- Queria saber se posso ir ai na sua casa para pegá-lo
- Pegar?
- É idiota! Escuta, vou passar ai as sete e meia
- Tá bom - Ele desliga
Fico pensando, será que eu falo sobre o Death Note para ele? Melhor não, esse idiota adora me ferrar, guardo o celular na mochila e a pego, a boto nas costas e saio do quarto
Em um buraco na parede, pego um palito de dente, boto na dobra da porta, abaixo um pouco a maçaneta, deixo outro palito de dente e o passo por baixo da porta, o botando do outro lado
- Para que você está fazendo isso garota? - Parece que Ryuk voltou, que saco viu?
- Para caso alguém entre no meu quarto sem eu estar, ou seja, Near - Disse na mente
- Entendi, o último que pegou o Death também fez isso, mas qual é a do palito por baixo da porta?
- Ele ficará do outro lado, encostado na porta, e caso alguém abra, a maçaneta esteja da mesma forma que antes e o palito na dobra da porta não quebre, o palito que terá lá do outro lado se locomoverá e sairá do seu lugar, quando eu chegar, sempre abro a porta quarenta e cinco graus, e caso for eu quem locomover o palito, significa que ninguém entrou no meu quarto, agora, se for alguém que entrou, o palito irá mais longe, se locomovendo para uma distância maior que a minha, a pessoa que abre a porta nem vai notar o palito, e vai se ferrar, eu sou a única que sabe disso, aqui em casa, não tem câmeras, só na entrada, no escritório de Near e na sala - Ainda na mente
- Ai que dor de cabeça, credo, vocês humanos nerds me deixam com dor de cabeça
- Engraçadinho
Desço as escadas e encontro Near brincando com um robô de plástico, esse cara tem 28 anos e ainda brinca como uma criança de 7
- Já vai para a escola Olívia? - Esse crianção nem se vira para falar comigo
- Claro, idiota, vou passar na casa do Lucas para buscar aquele verme
- Se você diz
Saio de casa, deixando Near sozinho, enquanto andava, Ryuk perguntou quem era esse tal de Lucas, mas eu não respondi, até chegar a hora em que esse idiota encheu meu saco
- Tá, tá, tá, eu te explico, ele é um amigo meu desde os 5 anos, sempre fomos melhores amigos, até quando sou meio chata com ele, mas sempre sorri com a minha frustração, principalmente quando estou brigando com ele por ter se atrasado
- Escuta, não é por nada, mas acho que você e ele devem ser bem próximos, bem próximos mesmo
- P-Por que você diz isso?! - Meu sangue começou a ferver, então ele começa a rir
Depois de um tempo, chegamos na casa de Lucas, olho no relógio, sete e vinte nove, ao dar sete e meia, bato na porta e a mãe dele atende
- Oi querida, tudo bom com você?
- Olá senhora Misa, queria saber se seu filho está?
- Sim, ele está, Lucas! - Gritou Misa, chamando seu filho
- Calma mãe, eu já estou indo! - Ouvi a voz do infeliz atrasado, depois de uns segundos, o vi descendo as escadas correndo, ajeitando a mochila em suas costas, com a mão no corrimão e olhando para os degraus, assim, chegando na porta, ficando em minha frente com aquele sorriso idiota - Pronto, vamos
- Estava mais que na hora, vamos logo - Pego o braço do mesmo e o puxo para fora de casa
- Até meu filho, a mãe te ama - Disse a senhora Misa acenando para o filho
- Tá mãe, eu também te amo - Enquanto falava, olhava para trás e sendo arrastado por mim
* Quebra de tempo *
Chegamos na escola, solto o braço de Lucas, encontrávamos no pátio, tinha várias Sakuras por perto, despejando pétalas no local
- Olívia, vou ir falar com um amigo meu beleza? - Disse apontando o dedão para trás de seus ombros
- Como assim amigo seu? - Boto as mãos na cintura e me inclino levemente para frente, o olhando feio
- Calma Olívia, é um amigo de longa data, aquele amigo, não se lembra?
- Ah, é claro, o olhos azuis - Volto ao normal
Então, ele começa a andar para longe de mim, sumindo da minha vista, me sento em um banco ali perto, esperando o sinal bater
* Olívia off *
* Lucas on *
Fui encontrar meu amigo, Pedro, ao chegar no local onde sempre pensávamos em nos encontrar, ele não estava lá
- Onde você está? - Disse sussurrando para mim mesmo - A Olívia vai me matar se você não estiver conversando comigo - Ainda sussurrando, olhando para os lados
* Lucas off *
* Near on *
- Near, achei um garoto que tem um Q.I. alto em questão a Direito, o mesmo vai fazer faculdade de tal matéria - Giro a cadeira de onde estava sentado, olho para o garoto, cabelos negros e espetados, bem parecidos com os de L, olhos azuis, sem olheiras, blusa branca e calça jeans masculina
- Obrigado Watari, pode voltar ao seu piano - Watari volta para a sala de estar, onde se encontra seu piano, instrumentos musical favorito do mesmo - então, qual é seu nome garoto? - Perguntei me levantando e ando na sua direção, parando a sua frente
- Pedro, e aliás, onde estou? - Disse calmo
- Vou te explicar, Olívia é a minha sucessora, sou Near, ou melhor, N, o atual L
- o atual L? Interessante - Disse botando a mão no queixo, me rodeando, a outra mão atrás das costas
- Enfim, Olívia é muito imperativa, a teoria minha de que erramos de DNA
- Como assim? - Disse parando em minha frente
- Olívia é uma criação de laboratório, utilizando o DNA do primeiro L, com o principal objetivo de me suceder, como eu disse, talvez tenham errado o DNA, utilizando outro, ou seja, de um outro sucessor de L, Mello, já ouviu falar?
- Sim, ele é da máfia, ou pelo menos era, bem, agora entendi, por isso os cabelos loiros da menina
- Exato, então, caso Olívia seja levada pelas emoções, quero que você seja o próximo L
- O próximo L? - Ele pensou um pouco - Proposta encantadora, mas, acho melhor não
- E porque?
- Quero viver como uma pessoa normal, não quero ser isolado do mundo
- Fique tranquilo Pedro, não será isolado, minha proposta é a seguinte, continue estudando normalmente, mas, quando um caso difícil chegar na minhas mãos, você me ajuda, e quando crescer, pode me suceder
- Entendo, bem, proposta aceita
- Ah, mais uma coisa
- Sim?
- Seu nome….. seu nome não pode ser exposto assim, quero que invente um falso
- Entendo…. - Ele pensou - Já sei, o que acha de Tobi?
- Certeza?
- Sim
- Certo, Watari?! - Ouço o término de uma música de piano e passos vindo a nossa direção, a porta se abre e Watari se posiciona atrás do garoto
- Sim Near?
- Quero que você vá no cartório e mude o nome do menino
- Pode deixar - Watari saiu da sala
- Pedro será seu nome falso, já que todos sabem seu nome, seria mais eficaz se você o mudasse, agora, seu nome verdadeiro será Tobi, certo?
- Certo
- Ótimo, já pode ir agora - Saio de perto dele, dando as costas para o mesmo, mas depois paro, ainda olhando para frente
- A propósito - Olho um pouquinho para trás - Tens algum vício em algo?
- Como assim?
- Que gosta de alguma coisa, como eu, gosto de brinquedos
- Pensando bem, eu sou um pouco viciado em tomate
- Tomate?
- Sim, principalmente aqueles tomates cerejas
- Entendo - Estalo os dedos - Givanni? Quero que compre 40 potes grandes de tomate cereja, aliás, gosta com vinagre?
- Claro
- Não esqueça o vinagre, agora pode ir garoto
Então, fui até minha cadeira e me sento daquele jeito, ouço a porta fechar, começo a fazer uma pequena torre de cartas
* Near off *
* Olívia on *
Droga, Lucas sempre demorou tanto assim? Quer saber? Me levanto do banco e vou em direção a sala de aula, e ao chegar, não vejo ninguém, sento-me na minha carteira, o cômodo era grande, o quadro na mesma parede que a porta, cinco fileiras de cadeiras, eu sento na fileira três, primeira carteira, já Lucas, lá no fundão, sempre fazendo bagunça
Depois de um tempo, o sinal bate, vi Lucas entrar, eu o fusilava com o olhar, já que o mesmo estava sem o Pedro, quando todos entraram, chegou o infeliz, correndo todo suado, e como sempre, sem expressões faciais, Pedro se senta ao meu lado, na fileira quatro, primeira carteira
- Porque você sempre se senta assim? Perereca! - Um idiota da minha sala começa a rir do meu jeito de sentar
- Para com isso Rafael, não a necessidade - disse Lucas se aproximando, com as mãos no bolso
Rafael…. Esse cara foi sempre um problema, por onde ele passou, deixou colegas machucados e entre outros, um menino ruivo, com um Q.I. não tão alto, mas rasuavel para um cara da sua idade, 18 anos, rodou uma vez no segundo ano do ensino médio, passou no ENEM na quarta tentativa, já que, na primeira, ele nem fez a prova, chegou atrasado, possue sardas e de olhos verdes, mas, feio que até dói, ele nunca se cuidou, e ainda por cima, fede as vezes, cara fortinho, faz academia e natação
- Cala a boca loirinho - Rafael empurra meu amigo, agora esse cara tá ferrado, me levanto furiosa, fico em pé na cadeira, já que sou mais baixinha, ou seja, a mais baixinha da sala, pego na gola da camisa do garoto, apenas de ser mais alto que eu e mais velho, eu sempre serei mais forte que ele, já Pedro e Lucas, que tem a mesma idade que eu, não serão mais forte que eu, pelo menos, não com a mesma idade
- Cala a boca você seu idiota cabelo de fogo e olhos de vômito - Pedro bota a mão no meu ombro e faz um não com a cabeça, olho furiosa para ele e solto Rafael, fazendo o mesmo correr para a carteira, provavelmente, amanhã, vai fazer a mesma coisa que hoje, como se isso que aconteceu nunca tivesse acontecido
Ryuk começa a rir - Certeza que está planejando mata-lo, não é?
- Boa ideia - Disse em minha mente
- Falei besteira
Desço da cadeira e me sento. Depois de tudo isso, o professor entrou na sala e começamos a aula
* Quebra de tempo 18:00PM *
Finalmente acabou, eu não estava aguentando mais, me despedi de Lucas, e Pedro? Não tenho tanta afinidade com ele assim, volto para o prédio da SPK e encontro o infeliz do Near sentado na frente daquele computador, brincando que nem uma criança, patético
Vou para a cozinha e pego uma cesta de pão e uma outra de maçã, para o Ryuk, o mesmo, que se encontrava do meu lado, fez festa ao ver as frutas, subi as escadas e entrei no quarto, mas…. Não ouvi um "click" da porta, Near entrou no meu quarto, aquele imprestável, corro para minha estante e pego minha pequena câmera, foi o novo Watari que me deu de aniversário escondido de Near, boto a fita pra rodar, vejo Near entrando no meu quarto, o mesmo deita na minha cama, droga, enquanto via o vídeo, corri, sem fazer barulho, para a minha escrivaninha, levantei o livro e tirei a chave de baixo dele, abro a gaveta e tiro o fundo falso, vejo o Death Note intacto, o pego e o folheio, pego uma caneta e ligo a televisão, um homem, de quarenta anos, chamado Ryoshi Sabaku, assaltou um banco agora pouco, no aparelho, mostra a imagem do meliante, escrevo seu nome no livro e a sua causa de morte: primeiro fala a todos que não aguenta roubar, pega sua arma e atira no lado direito de sua cabeça
Espero o resultado, quarenta segundos depois, o homem faz tudo o que escrevi, e se mata, certo, é o Death Note, guardo o caderno e boto a chave, dessa vez, de baixo de um vaso, suspiro e continuo vendo o vídeo, Near estava deitado na minha cama, mas que nojo, vou trocar o lençol depois, então, ele se levanta, começa a andar de um lado para o outro, com as mãos na cabeça
_Provavelmente L está decepcionado comigo, eu, com 28 anos, apenas consegui resolver dez casos difíceis para a polícia depois da morte de Kira, e em um deles, quase falhei
- Nate imprestáve…
Desligo a câmera e a boto em outro lugar, menos visível possível, peguei meu pijama e fui para o banheiro
- Ryuk, nem pense em entrar no banheiro - Disse mentalmente para o Shinigami
- Pode deixar
- Aliás, verifique se tem alguma outra câmera além da minha aqui no quarto, e se tiver, não coma as maçãs, e se só tiver a minha, olha, estarei olhando para o canto onde a câmera não pega, irei deixar o cesto ali, então, poderá comer tranquilo - Mentalmente novamente
- Mas, e ontem?
- Automaticamente, a câmera guarda os vídeos em um lugar seguro, ela é para profissionais, então, apenas um hacker muitíssimo experiente pode ao menos, entrar na tela de bloqueio, a senha ninguém sabe, nada está ligado a mim, e nem a outros que estão a minha volta, apenas você sabe disso, mas, fica tranquilo, a antiga posição da minha câmera não pegava minha cama, apenas minha escrivaninha e o resto do quarto - Na mente
- Certo
Me levanto e pego a cesta de maçãs e boto em uma mesa, que não é visível pela câmera
- Bom apetite - Saio de lá e ando até o banheiro
* Quebra de tempo *
Ao sair do banheiro, de pijama, volto para meu quarto, pego minha mochila e sento na cama, fiz o "dever de casa" e guardei tudo
- Mesmo em inteligência e no terceiro ano do ensino médio você ainda faz dever de casa - Ele começa a rir, pego um pão da cesta e sento na cadeira da escrivaninha
- Não enche - Falo na minha mente, mas, ouço batidos na porta - Entre - era Near, o insuportável Near
- Quero ter uma conversa, poderei?
- Não - Viro a cadeira, fazendo com que eu ficasse de costas para o mais velho
- Vou acreditar que isso seja um sim de alguém orgulhoso - Ele anda até mim, puxa uma cadeira que tinha ali perto e se senta - Escute, hoje aconteceu uma morte um tanto quanto estranha, um homem chamado Ryoshi Sabaku, de quarenta anos, depois de assaltar um banco, ele se suicidou, isso não faz sentido
- Droga, sabia que deveria ter usado outra morte mais natural - Disse mentalmente, e Ryuk começou a rir
- Não tenho certeza, mas eu terei mais um sucessor Olívia
- Mais um, como assim?! - Me inclinei para frente, segurando os braços da cadeira
- Não gostaria de chama-lo de menino, mas, seu nome é Pedro
Ryuk ri mais alto - Parece que seu amiguinho de olhos azuis vai ser seu oponente
- Cala a boca - Mentalmente
- Bom, pelo menos você vai ter outro sucessor, agora não preciso fazer faculdade de Direito, não é?
- Exatamente, Watari já tirou seu nome da faculdade, agora você apenas verá produtos químicos e tubos de ensaio
- Tanto faz - Viro minha cadeira novamente e pego mais um pão, Near se levanta e sai do quarto, mas antes dele sair… - A propósito - Ele para e olha para mim - Por que voce entrou no meu quarto?
- E como sabe que entrei no seu quarto? - Apontei para a cama
- O lençol estava arrumado quando sai
- Entendo, eu apenas entrei para relaxar um pouco, aliás, você é como uma filha pra mim - Ergui uma sombrancelha - Não acredita em mim?
- Nunca acreditei - Então, ele fecha a porta
* Olívia off *
* Near on *
- Minha nossa, o que eu devo fazer para que essa menina não seja grossa comigo? - Falava mentalmente, mas, minha paz acabou, ouvi o telefone tocar, corro para meu escritório e atendo
_Alô? Ryuzaki? - Esperto, usou meu nome falso
- Sim?
_Acabei de sair do laboratório de Nova York, o cientista responsável pela criação de Olívia se chama Yochi Tsundra, uma mulher
- Espere, quando chegar, podes me falar tudo, aliás, você fez uma gravação? Quero ter certeza
_Sim, vai querer áudio ou vídeo
- Os dois, quando chegar aqui, quero que me mostre e me fale tudo que sabe sobre isso
_Pode deixar - Então, ele desliga
- Yochi Tsundra…. - Me sento na cadeira e começo a rodar de leve, pensando em várias possibilidades de Olívia ter o DNA de Mello ao invés de L, ansioso pelas respostas
* Near off *
* Olívia on *
Já se passaram mais de duas horas depois que Near saiu pela porta do meu quarto, estou achando estranho, eu deveria estar ouvindo conversas de Givanni e Near, mas, não tem nada, então, decido sair do quarto, pego uma bolsa, boto uma caneta, o Death Note e um batom, além de querer saber o que se passava, iria depois na casa de Lucas, fecho o zíper e abro a porta, desço as escadas, com a mão direita no corrimão, na ponta dos pés, para não chamar atenção, passo pela frente do escritório de Near, mas ninguém estava lá, achei mais estranho ainda, normalmente, Near ficaria lá, sentado, na frente do computador, viciado
Descido parar de pensar no idiota albino e começo a procurá-lo, e enquanto passava na frente de uma sala qualquer, ouço uma conversa
_Então, me conta, me conta tudo sobre o que Yochi Tsundra lhe disse - era a voz de Near, parei para ouvir
_Bem, no começo, seu objetivo era fazer Olivía com o DNA de L, mas, algo deu errado, não era compatível com o material da cientista, então, ela teve que usar algo para estabilizar a situação, ou seja, usou o DNA de Mello para melhorar a estabilidade da garota - Fiquei em choque….como assim? Não sou filha de L?! Não pode ser!
_Como é? Ela não tinha esse direito - Disse Near, já bem bravo
_Tinha sim, ou Olívia seria criada, ou nada disso teria acontecido - Ouço uma cadeira ranger, suponho que Near se jogou para trás, tentando aliviar os nervos
_Ryuzaki? E enquanto as gravações?
_As deixe de lado, já sei tudo o que queria saber, está dispensado - O senhor se levanta e vai até a porta, e quando abre, da de cara comigo, estava perplexa com a notícia, por isso não sai do lugar
- Olívia?! O que foi que você ouviu?! Quanto ouviu?! - Near perguntou enquanto se levantava da cadeira apavorado com minha presença. Lágrimas estavam presentes em meu rosto, saindo de meus olhos azuis, não podia acreditar nessa história, então, sai correndo, corri para fora da SPK e fui o mais longe possível
* Olívia off *
* Near on *
Droga! Ela ouviu, agora sabe a verdade, e soube da pior maneira possível, mandei alguns seguranças irem atrás dela, acredito que a mesma vai para a casa de Lucas, então, esse era o local alvo
Suspiro - Não posso acreditar que ela ouviu tudo, como não senti sua presença? - Perguntei para mim mesmo
* Near off *
* Olívia on *
Eu ainda chorava, não queria que Near me encontrasse, então, fui para a casa de Pedro, eles não imaginariam eu lá, mas, na casa do meu amigo Lucas sim
Ao chegar, bato na porta, limpo as lágrimas, para mostrar que nada ocorria, um senhor me atendeu, corcunda, cabelos grisalhos, pele levemente enrugada, e sempre com um sorriso no rosto, esse era o senhor Tatsu Shino, o avô de Pedro Shino
- Oh que bela surpresa, Olívia não é? O que faz aqui menina linda? - Quando fui responder, ele me interrompe - Não precisa falar, entre - Ele me deu espaço para entrar, e foi o que fiz.
Quando entrei, Tatsu me levou para a sala, me fez sentar no sofá e me trouxe pão sírio, aqueles achatados que parecem massa de pizza, esse senhor, ele é o único adulto a quem tenho respeito, nem mesmo Near sabe que esse senhor existe em minha vida, ele senta em sua poltrona e se inclina levemente para frente
- Então menina, o que foi que Near fez a você?
- Acabei de descobrir que - Limpo minhas lágrimas, já que estava chorando novamente - Que meu pai, não é L, e sim, Mello, um de seus sucessores
- Ah sim, Mello, esse garoto, sempre o via lá na máfia
- Como assim? O senhor era da Máfia?
- Claro, trabalhava para Mello, bem, mais ou menos, eu era garçom dele, mas, as vezes, esse garoto desabafava algumas coisas comigo, sempre - Ele fez um punho com as mãos e sacudia levemente - Sempre teimoso, assim como você menina, parando para ver, você é realmente parecida com ele
- Não ajudou muito senhor Tatsu - Faço cara de tédio e do uma mordida no pão achatado
- Eu sei, eu sei, bem, se você está se sentindo tão mal como estou vendo - Ele se levanta com dificuldade, me levanto e corro para ajudá-lo - Então vá falar com meu neto
- Por que falaria com ele? O senhor é bem mais compreensível do que aquele tonto
- Vai lhe fazer bem, o que você precisa, é de uma companhia de alguém da sua idade, acredite em mim - O senhor Tatsu botou a mão esquerda em minhas costas, cedi com a cabeça e fui até o quarto de Pedro
Subo as escadas, silêncio….. silêncio que, para falar a verdade, é bom, ao chegar no final dos degraus, vejo um enorme corredor, ando por ele, procurando o quarto desse idiota, então, vejo uma porta no final do corredor, com uma plaquinha escrita: Pedro Shino Deve ser o quarto dele, bato na porta e ouço uma resposta: Entre Giro a maçaneta da porta velha e a abro, me deparando com Pedro, deitado na cama, lendo um livro, depois de uns segundos da porta, ele tira os olhos das palavras no papel e me olha, tomando um pequeno susto
- Você? Aqui?
- Não enche, seu avô que disse para eu vir aqui
- Então entra - Ele guarda o livro na gaveta do criado mudo e se senta na cama, eu entro, o mesmo olha para mim e da leves tapinhas na cama dele do seu lado, faço uma careta e ele dá risada, mas, mesmo assim, sento, deixando a bolsa na ponta da cama - E então? O que meu avô disse, exatamente?
- Disse para eu vir aqui falar com você, já que tem a mesma idade que eu
- Você pode estar enganada
- Como assim? - Olho para ele confusa
- Olívia, eu tenho 13 anos, não 12 como você e Lucas
- Reprovou de ano?
- Não, entrei atrasado, quero dizer, adiantado só que atrasado um ano
Comecei a rir da baderna que esse idiota fez com as palavras
* Olívia off *
* Tobi on *
Meu nome agora é Tobi, interessante, eu não posso dizer a ninguém, os únicos que sabem são meu avô, Near e uns caras lá da SPK
Nesse momento, estou com a grossa da Olívia, mas, algo me chamou atenção, seu sorriso, ela está rindo do que falei, com esse ato da garota, do um sorriso também, eu seria infeliz se ela fosse minha parente, tão brava, tão rígida, tão orgulhosa, tão séria, eu gosto de tudo isso, tudo isso é ela, eu gosto dela, eu a amo…
- Olívia?
- Fala - Seu sorriso foi desaparecendo de pouco em pouco
- Eu queria saber de algumas coisas sobre você, aliás, tudo o que sei, o Lucas que conta, e o meu avô também
- A é? E o que você sabe sobre mim imbecil? - Ela cruza os braços e me olha sério
Começo a contar nos dedos - Sei sua cor favorita, sei que você odeia usar botas, sei que você ama comer pão, principalmente com canela, gosta de rock, gosta de justiça, e de química, sei algumas coisas sobre você, mas - Olho para frente, onde se encontrava a janela, a lua estava nos iluminando - Queria saber mais sobre você
Olho para ela, a mesma estava sem palavras, tinha desfeito os braços e me olhava de boca aberta, começo a rir, mas depois paro
- Então? Tirando tudo isso, quero saber, o que te trouxe aqui?
Ela volta para a vida real - Bem, eu descobri da pior maneira possível, que….. meu pai não era quem eu pensava que era, é outra pessoa, e os dois já morreram faz um tempo - Ela começa a chorar, nunca a vi assim, suas lágrimas brilhavam com o brilho da lua, limpo seu rosto e aqueles olhos azuis me encaram
- Eu entendo, não o seu sofrimento, mas eu entendo que esteja sofrendo bastante - Sem medo, eu a puxo para mais perto de mim e a boto para descansar em meu peito, a mesma bota as duas mãos nele e afunda seu rosto para chorar mais um pouco, enquanto isso, acariciava seus cabelos loiros
- Obrigada - Ouvi esse agradecimentos meio abafado, mas entendi o recado
- De nada… - Ficamos ali por um tempo, mas, decido falar novamente - Escuta - Ela se desgruda de mim, se recompondo
- Sim?
- Eu sei que sua família está te procurando, o que vai fazer?
- Pensei em estar na casa do Lucas, mas com certeza eles irão me achar lá, agora, como eles não sabem que estou aqui, pelo simples fato de não ter intimidade com você, e que também não sabem que sou muito amiga do seu avô, não vão nem desconfiar, mas, preciso ir - Ela se levanta, pegando sua bolsa e a botando
- Espera - Pego em seu pulso, a mesma me fusila com o olhar - Tenho uma ideia melhor, o que acha de ficar aqui? Só por enquanto
- Primeiro: Por que está me ajudando? Segundo: Por que eu ficaria aqui? Terceiro: Amanhã temos aula, não posso simplesmente sai por ai fazendo festas do pijama
- Vou responder tudo, por que, mesmo sendo rude comigo, eu me importo com você, e não só eu, como meu avô também, você poderia ficar aqui, como disse, ninguém suspeitaria que estivesse aqui, e, amanhã? - Começo a rir - Amanhã é feriado, lembra? Quinta e sexta-feira são feriados, hoje é quarta, então, você terá 4 dias para ficar aqui, ou 3, como preferir
Ela apenas ficou calada, sabia que eu tinha razão, então, se sentou ao meu lado e fez sim com a cabeça, sorrio e me levanto, vou até meu avô e explico tudo, o mesmo fica feliz
- O problema é que ela não tem roupas
- Meu neto, ela pode usar as suas
- As minhas? Mas, avô, eu sou garoto, e ela é uma garota
- Besteira, sua avó usava minhas cuecas e saia pela casa, fazendo a faxina semanal, pegava minhas blusas e dormia com elas - Ele dá pequenas risadas
- Certo, mas, ela não vai gostar nenhum pouco
- Olívia é a Olívia, sempre exigente
Depois da conversa, subo as escadas e ando até meu quarto, ao abrir a porta, a vejo guardar algo na bolsa, fecho a porta e vou até ela
- O que você trouxe? Roupa?
- Para de ser intrometido seu verme, que coisa chata - Do um sorriso
* Tobi off *
* Olívia on *
Ufa, ele saiu, chamo Ryuk na mente e peso para que visse se tem alguma câmera por perto, e ele fez, não, não tinha, então, corro para minha bolsa e pego o Death Note, vejo, no celular, uma notícia lá da Bélgica, Hito Fagundo, um homem de 54 anos que abusou trinta meninas da minha idade, escrevo seu nome no caderno e acrescento: Morrerá com uma infeção grave no membro reprodutor, fazendo com que, o mesmo, ainda por cima, terá câncer de próstata, que atacará no dia 27 de novembro, as 22:08 da noite.
Depois que acabei, ouvi uma voz familiar, ou melhor, uma risada
- Você realmente não para não é mesmo?
- Cala a boca Ryuk - Disse mentalmente
Então, guardo o Death Note, a caneta e o celular, então, vejo a porta se abrindo, era Pedro, ele vem até mim, com as mãos nos bolsos da calça jeans
- O que você trouxe? Roupa?
- Para de ser intrometido seu verme, que coisa chata - Ele sorri e se senta ao meu lado
- Escuta, você não tem roupas, então, vou lhe emprestar as minhas
- O QUE?! - me levanto rapidamente - Eu não vou usar cueca meu querido!! Está louco?!
- Não vejo problema algum
* Olívia off *
* Near on *
Pra onde será que ela foi?
- Ryuzaki?! - Olho para trás e vejo Givanni
- Sim?
- Encontramos isso no quarto dela - Ela me mostra um caderno pequeno, vermelho e feupudo
- O diário dela? E o que você acha que ela escreve nele?
- Não sei
- Nada, ela nem o usa, eu que dei a ela de presente, quando iria fazer 10 anos
- Mas, Near, tem uma folha solta
- Deixa eu ver - Eu pego o caderninho nas mãos e o boto na mesa, tiro o papel de dentro do mesmo e começo a ler em voz alta - Diário, te achei depois de uma eternidade, agora, já estou com 12 anos, nunca fui de dizer isso a Near, mas, mesmo ele não sendo meu pai, é uma pessoa até que interessante, sinto que já o conheço faz tempo, que já brinquei com ele, já bati nele, já.… - Parei de ler, meus olhos se encheram de lágrimas
- Near, está tudo bem?
- M-Me deixe só por favor - Givanni saiu sem reclamar, larguei o papel em cima da mesa e sai correndo
Fui para fora da SPK, quase chorando, corri até o cemitério e fiquei a frente de um túmulo, me ajoelhei e comecei a chorar
* Near off *
* Carta *
Diário, te achei depois de uma eternidade, agora, já estou com 12 anos, nunca fui de dizer isso a Near, mas, mesmo ele não sendo meu pai, é uma pessoa até que interessante, sinto que já o conheço faz tempo, que já brinquei com ele, já bati nele, já o chamei de albino baixinho, tenho as vezes a impressão de que já comi chocolate como se fosse louca, roupas coladas de couro e sinto às vezes, uma dor no peito, como se eu já tivesse tido um ataque cardíaco, bem, era isso o que eu queria dizer, até, diário
* Tobi on *
Como o esperado, Olívia ficou furiosa com a notícia, me levanto e boto a mão em seu ombro
- Minha mãe e minha irmã morreram faz tempo, minha irmã nem nascida era, morreu no ventre, então não teria como te dar as roupas dela, e a minha mãe? Morreu no incêndio que teve na nossa cidade natal, meu pai foi morto por mafiosos e minha avó morreu de ataque cardíaco, só sobrou meu avô e eu
- Mas, enquanto as roupas da sua avó?
- Quer vestir fraudas para idosos? - Olho para ela curioso me esforçando para não rir
- Tá tá tá, eu uso sua malditas cuecas - Começo a rir
- Então tá - Saio de perto dela e pego uma roupa minha, não tinha uma roupa minha que coubesse nela, eu sou bem mais alto que a mesma, entrego a roupa a ela - Toma, pode usar o banheiro aqui do meu quarto, meu avô deve estar usando o banheiro do corredor
- Tá... - ela pega as roupas e corre até o banheiro
Um tempo depois, ouço a porta se abrir, vejo Olívia com uma blusa vermelha que, nela, vai até o joelho, mas, em mim, ela passa um pouco do meu bumbum, gosto assim, bem larga e grande, a bermuda nela ficou quase uma calça
- você quer um short? - Falava quase dando risada
- De preferência - vou até o armário e pego um short verde, era o único short que eu tinha que, talvez, poderia caber nela, já que, em mim, é um pouco apertado, entrego a ela e a mesma sai correndo pro banheiro de novo
Ao sair, vejo que o shot coube nela, sorrio e pego meu pijama, ou seja, uma bermuda e uma cueca, sim, eu durmo sem camisa, e eu tô me lixando se tem uma garota aqui, vou pro banheiro e tomo banho, quando saio, vejo Olívia sentada na minha cama
- Onde eu vou dormir? - Ela pergunta sem olhar para mim, boto a roupa suja no cesto de roupas e vou até ela, com as mãos nos bolsos
- Bem, como aqui não tem quarto de hóspedes como lá na sua casa, você pode dormir comigo
- COMO É QUE É?! - ela se levanta bruscamente e me olha furiosa
- Não tem escolha Olívia - Ela suspira
- Certo - A mesma cruza os braços e fecha os olhos, então, escovamos os dentes e fomos dormir, a minha cama era enorme, como uma de casal, não tinha problema de espaço, eu fiquei de frente para a janela e ela do outro lado, logo, dormimos
* Dia seguinte *
Acordei como sempre, meio jogado na cama e cabelos bagunçados, olhei para o lado e, cadê a Olívia? Me levanto, boto uma blusa branca, penteio os cabelos, boto um chinelo corro pro banheiro do meu quarto e escovo os dentes, saio do meu quarto, desço as escadas depressa, então, vejo Olívia e meu avô fazendo o café da manhã, sorrio
- Bom dia
- Oi - Olívia parecia pegar um pão, nem olhou para mim, estava de costas
- Bom dia meu neto - Como sempre, meu avô disse um bom dia com, de bandeja, um sorriso no rosto
A garota se sentou, ainda com a roupa que emprestei a ela, comeu o pão que tinha nas mãos
- Come puro assim mesmo? - Falei arregalando os olhos, com as mãos nos bolsos da bermuda
- Mas é claro, não, o que você acha? - Meu avô riu da ignorância da garota, ele sempre gostou de gente arrogante, principalmente crianças, nunca se incomodou com isso, aliás, minha avó era arrogante, até com ele
- Vai, cutuca onça com a vara curta - Disse meu avô em meio a risada, eu apenas balancei a cabeça sorrindo
Fui até a geladeira e peguei um pote de vidro médio, boto na mesa, ao lado de Olívia, me sento e abro o pote, dentro dele, havia muito tomate cereja, no meio da mesa, tinha vários temperos, azeite, sal, pimenta, cebola em pó, alho, vinagre, epa, vinagre, pego a garrafa de vinagre e jogo com tudo no pote, e quando olho para Olívia, a mesma deixa cair o pão na mesa e olha para o pote com os olhos arregalados e boca aberta, que, por sinal, estava toda suja de farelos, então, aproveito que ela está desligada do mundo e limpo, com minha mão, sua boca, a mesma volta para a vida real e da um tapão forte na minha mão
- Tira essa mão e a deixa longe de mim, não quero sentir o cheiro de saco vindo da sua mão
Eu e meu avô começamos a rir, mesmo arrogante e grosseira, ela sabe como usar essa personalidade para não agredir os outros e se afastar de todos
Primeiro, ela começa calada, quando alguém se apresenta a ela, a mesma o ignora, ou a ignora, depois, quando fica um pouco mais a vontade, a pessoa começa a ser amiga dela, ai vem as patadas do tipo: Você não tem coisa melhor para fazer?
Ou: eu tenho coisa melhor para fazer
Sempre assim, grossa, mas isso não é nada, quando a pessoa já está no nível superior, como o Lucas e eu, bem, acho que eu estou quase lá, ela começa a chamar a pessoa de: Verme, insolente, idiota, maldito, infeliz, tonto e etc
- O que foi Olívia?
- Você nem come tomate né idiota?
Sorrio - Claro que não, isso aqui? - Aponto com a cabeça - É só café da manhã - Ela arregala os olhos impressionada
- Eu sou viciada em pão, mas não como 24/7, se eu fosse que nem você, estaria anêmica
- Mas você não é eu - Falo em um tom de provocação, ela bulfa
Depois de tudo aquilo, olho para o relógio na parede da cozinha, oito e meia, acordei tarde hoje, Olívia vai para o meu quarto e fica lá por um tempo
- Ei, Pedro
- Sim, avô
- Vem cá que eu quero conversar com você
Fomos para a sala, me sentei com meu pote de tomates cerejas no sofá, já meu avô, se sentou na típica poltrona dele
- Escute garoto, por que a Olívia ainda é sua amiga?
- Como assim?
- Vocês já deveriam estar namorando ora, mas que demora a dos dois - Quase me engasguei com o tomate
- Avô, ela é apenas minha amiga, e outra, ela me odeia, não teria como nois dois namorar, é impossível
- Nada é impossível meu neto
- Sei…
* Tobi off *
* Olívia on *
Que saco viu? Me enchendo o saco logo pela manhã, quero aliviar um pouco os nervos
- Ryuk? - O chamo na mente, ele aparece a minha frente - Onde estava?
- Como aqui não tem maçãs, fui lá na sua casa pegar algumas
- E alguém te viu pegar? Já que, eles podem ver a maçã, mas não podem te ver - Expliquei sem abrir a boca
- Claro que não, ninguém estava lá, e quando terminei uma maçã que estava comigo, vi aquele cara albino sentado no parquinho, em um banco, se lamentando, pedindo em voz baixa para que você voltasse
- Sei, ele deve estar desesperado para que eu volte e seja a sucessora dele
- Não, garota, ele realmente te quer lá, ele sente sua falta, e isso dá pra perceber
- Certeza?
- Sim
Pego o Death Note e a minha caneta, se eu soubesse o sobrenome né Near, ele já estaria morto, assim como Watari e o pessoal da SPK, não suporto aquele pessoal idiota, pego o celular e vejo uma notícia lá do Brasil, algumas pessoas assaltaram um banco de lá, mostraram os nomes e as fotos, hora de fazer algo para mostrar que tem alguém na área, escrevo o nome de todos ali, apenas os nomes, quero que todos morram de ataque cardíaco, para mostrar que um novo Kira está a solta, mas, nunca saberão onde ele está, dois minutos depois, vejo outra reportagem
* Reportagem, G1 *
Todos os ladrões que roubaram um banco de São Paulo morreram de ataque cardíaco agora pouco, nenhum deles mostrava problemas cardiovasculares, o que será que está acontecendo? Mais notícias ao meio dia
Perfeito, agora acharam que tem um Kira no Brasil, quero ver a cara de Near com esse caso
* Olívia off *
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