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História Death Note: Through The Eyes - 168 Horas


Escrita por: minoriver

Notas do Autor


oi gent nem ia postar essa fanart nesse capítulo mas olhem o tanaka como fica gostoso todo lascado

Créditos ao artista incrível @/9_O_CHEESE no twitter !!

enfim, bom dia👍🏼

Capítulo 20 - 168 Horas


Fanfic / Fanfiction Death Note: Through The Eyes - 168 Horas

O completo isolamento social é atualmente a pior forma de tortura para um ser humano moderno. Isso porque Aristóteles disse que o ser humano é um ser social dependente de outro, é só comparar um filhote de tartaruga com um bebê recém nascido, um sai direto para o mar por instinto e o outro precisa de cuidados maternos e interagir com outros da mesma espécie até que o ciclo final da vida chegue ao fim. 

 Tirar de alguém essas interações sociais deveria ser considerado pecado. Ainda mais em um lugar onde não se sabe dizer se é dia ou noite e escutar os próprios passos. O cérebro humano é a mais forte e mais fraca defesa de um homem, atacá-lo diretamente é vencer o inimigo.

 As primeiras vinte quatro horas podem ser as mais aterrorizantes para quem tem a vida social privada. Dormir por horas e acordar no mesmo lugar e no aparente mesmo tempo é algo que o cérebro humano não é capaz de identificar, afetando-o da pior forma imaginável. 

 Após quarenta e oito horas, dois dias, o cérebro não sabe mais distinguir quando está com fome nos horários certos, fazendo com que o homem perca alguns quilos com a má alimentação e falta de nutrientes no corpo, além da pouca hidratação. 

 Já em setenta e duas horas, três dias, quem está preso começa a alucinar e fazer e dizer qualquer coisa para sair dali. Normalmente, quem é preso legalmente em salas assim são criminosos para que dedurem seus parceiros em crimes duplos. Suas punições variam de uma semana a um ano, dependendo do quão resistente ele está sendo.

 No terceiro dia de Tanaka, ele já estava começando a perder a noção da realidade, mas ainda se negava a abrir a boca para qualquer coisa. Sua mente estava em pura confusão, forçava a si mesmo a lembrar o nome de todos os membros da SPK e seus rostos, mas a cada dia que passava, a dificuldade aumentava gradativamente.

 Nas noventa e seis horas, em quatro dias, Tanaka fez sua primeira refeição. Não soube dizer se a comida não tinha gosto ou se seu paladar estava falho, mas tinha certeza que aquilo que ingeriu não tinha gosto de nada. Assim como a decoração do local, a comida também era branca, apenas o arroz seco que foi entregue nas primeiras horas em que chegou naquele lugar. 

 Naquele mesmo dia, quando Tanaka estava desacordado. Katsume entrou no quarto e injetou uma injeção que substitui a água que não é capaz de beber por conta do rosto aberto. Seu objetivo não era matá-lo, apenas aterrorizá-lo e fazer com que contasse mais sobre L. Por alguns segundos, seu lado emotivo lhe fez repensar sobre suas ações, ver Tanaka naquela situação por sua culpa era um pouco deprimente, ele sempre foi legal consigo na cafeteria e fora dela, mas estavam em lados opostos agora, são rivais pela mesma causa: A Justiça. 

 Em cento e vinte horas, cinco dias, Tanaka murmurava coisas inaudíveis no canto da sala e chorava agarrado às próprias pernas. Ele estava delirando completamente, via coisas e se assustava com elas, mas mesmo nesse estado, não se permitia falar nada sobre L. Tudo que falava eram coisas soltas e que não tinha sentido para Katsume, Airu e Shouyo, ele estava enlouquecendo aos poucos. 

 E em cento e noventa e dois horas, no sétimo dia de isolamento. Tanaka não acordou mais, já faziam dois dias que dormia direto. Inicialmente, Katsume pensou que pudesse ter sofrido uma parada cardíaca pela pressão, mas confirmou que ainda estava vivo quando entrou no quarto, estava apenas desacordado, provavelmente fraco pela falta de água e comida.

 

SÁBADO, 30/11/2022. 

  Uma semana havia passado após o sequestro, sete dias inteiros de tortura psicólogica à Tanaka. O trio de Kiras atualmente se encontram reunidos no esconderijo, observando as câmeras enquanto decidem o que farão com o Minoru, já que não contou nada durante a semana que pudesse acrescentar sobre L, e agora que estava desacordado, só tinham mais certeza disso.

— Chega vocês dois. Eu já tomei minha decisão sobre o que fazer com o Minoru e ninguém vai interferir na minha opinião. — Katsume, sentada no sofá vermelho, silenciou a discussão entre os dois em sua frente. 

Ambos a encararam ansiosos, porém, receosos. Sabiam que independente da decisão final que tomasse, não podiam mudá-la ou trocar por outra, quando Katsume decide algo, ninguém além dela pode mudar isso.

— E vai ser...? — Shouyo elevou uma das sobrancelhas, curioso.

 Katsume sorriu, subindo o olhar para seus rostos.

— Tortura física e se ele sobreviver, deixarei ele ir. — Contou de forma simplista, carregando um ar de superioridade e vitória na fala.

  Airu e Shouyo não esboçaram reação, era o que esperavam dela. Mas não negavam que a parte de deixar ele ir os surpreendeu, mesmo que fosse apenas se sobrevivesse, o que duvidavam muito já que ele está fraco e nem raciocina mais. 

— Traga-o aqui, vamos acabar com isso logo, não estou com paciência hoje. — Ordenou encarando ambos a sua frente, que assentiram em silêncio e seguiram juntos para fazer o que foi mandado

  Uma parte verdadeira de Katsume ainda sentia-se mal pelo o que está acontecendo com Tanaka, mas ao mesmo tempo, não existia remorso e nem arrependimento. Katsume queria Minoru vivo, R-Kira queria vê-lo enterrado a sete palmos de terra junto a L. 

 Sua observação foi afastada de sua mente ao escutar a infeliz e excêntrica voz pertencente ao deus da morte que está sempre lhe acompanhando. Virou a cabeça em direção ao seu lado esquerdo, para escutar as prováveis reclamações vindo dele.

— Por que não escreve o nome desse garoto de uma vez no Death Note que você teve tanto trabalho para remontar? Poupa esse showzinho ridículo que você está fazendo. — indagou exalando raiva.  

— E qual seria a graça? Eu levei uma semana para planejar e uma semana para executar esse sequestro, me deixe aproveitar o máximo do meu momento, e inclusive, eu não sei o nome dele completo, só sei que Minoru é seu sobrenome. — Respondeu, ajeitando as luvas de couro em suas mãos. 

  Light revirou os olhos mortos. Ao seu ver, Katsume está apenas enrolando para que ele sobreviva, ele sabe disso.

— Eu sei o que está pensando porque conheço você melhor do que imagina então direi logo. — Chamou a atenção do shinigami, fazendo-o encará-la. — Uma vez… Harumi me disse que Minoru seria um ótimo pretendente e que ele parecia ser uma boa pessoa. Eu nunca vi ele como um candidato, afinal, você sabe o porquê. Mas eu não quero decepcioná-la mais uma vez, é a única razão para eu não querer matá-lo agora. Meu objetivo sempre foi matar L, não Minoru e eu continuo com tal objetivo até o fim. Se ele não resistir, o problema não é meu, eu fiz o que pude.

  Light iria retrucar aquilo, era explícito que ele não gostava de Harumi e sentia-se incomodado ao mencionar ela. Havia algo nela que o shinigami não sabe dizer o que era ao certo, mas que é tão ofuscante que deixaria qualquer um dos deuses da morte incomodados, todavia, calou-se ao escutar os passos pesados à caminho da sala.

 Airu e Shouyo carregavam Minoru desacordado em seus braços, colocando-o na cadeira e amarrando seu corpo para que não caísse. Se afastaram do garoto, para que Katsume fizesse o que queria fazer de uma vez.

 A mascarada levantou, pegando um pedaço de algodão e encharcando-o com álcool puro. Caminhou vagarosamente até Minoru, levando o algodão às suas narinas e esfregando levemente por cerca de cinco minutos diretos. 

 Os olhos antes fechados se arregalaram com força; Minoru gritou em espanto, debatendo-se contra a cadeira com medo aparente. Airu e Shouyo se juntaram para segurar o garoto, ele descontrolado. Sua respiração estava descontrolada e pesada, fechou os olhos com força por causa da má iluminação que não via faz tempo. Um grito escapou-lhe dos lábios, ecoando pelo local.

 Tanaka estava em estado de choque, acordá-lo fora de um lugar onde esteve isolado por dias que causaram certas danificações ao seu cérebro e apulso não foi a melhor das opções. Minoru não reconhecia mais o seu redor, o isolamento e prevenção contra qualquer tipo de som e tato lhe deixou louco.

 Após alguns minutos de debate corporal, Tanaka finalmente parou de se mexer, ainda de olhos fechados e cabeça baixa. Katsume, que havia sentando-se novamente para observar a cena, levantou-se, caminhando e posicionou-se de frente ao corpo de Tanaka. Levou sua mão direita em direção ao seu queixo, erguendo-o para cima. 

— Minoru, sabe quem sou eu? — Questionou a mascarada, sentindo o corpo do mais velho tremer ao sentir o contato humano. 

 Ele não respondeu, ao menos fez questão de abrir os olhos. Katsume estava impressionada, suas aulas de sociologia realmente serviram para algo em sua vida, agradeceria eternamente a sua professora por repassar a história de Aristóteles e sua visão do homem sendo um ser social. 

 Tanaka sentia que conhecia aquela pessoa, mas não sabia quem era, não sabia mais abrir a boca e fazer o movimento de fala, sua mente simplesmente não funcionava.

 A garota soltou seu queixo, fazendo sua cabeça abaixar novamente. Ela sabia que mesmo que perguntasse o que queria, ele não saberia responder. Era inútil mantê-lo ali, L havia criado um soldado imbatível no qual sua maior arma era a lealdade.

O cérebro de Tanaka apesar de danificado, mostrava algumas coisas que o mesmo não estava sabendo interpretar. Algo nele insistia que precisava fazer com que aquela mascarada a sua frente lhe enforcasse ao ponto de cravar suas unhas. Não sabia dizer o porquê daquilo, nunca foi alguém intuitivo, todavia, sua mente está completamente diferente de antes, algumas ações nunca mais serão as mesmas.

— L… Matar… Você… Vadia. — Com dificuldade, soltou as palavras, na tentativa de irritar a pessoa a sua frente para que o enforcasse. Ele não tem lembranças de quem ou o que é L, mas sua intuição dizia que isso iria irritá-la

 Katsume parou de andar, virando-se lentamente enquanto fitava o rosto do Minoru a suas costas. Seu movimento fora tão rápido que nem mesmo Light conseguiu acompanhar, de uma segundo para o outro, a garota já estava com a mão em seu pescoço e com o pé na sua barriga, pisoteando seu estômago.

— Então se lembra, não é? Sua memória está voltando? — A cada pergunta que fazia, apertava ainda mais seu pescoço, fazendo com que Minoru se debatesse pela falta de ar. — O único que vai ser morto aqui é você e ele, Minoru.

 Suas unhas por baixo da luva eram consideravelmente compridas, então com a força que a russa depositava no aperto, acabou rasgando a luva e atravessando o tecido veludo, cravando na pele de Tanaka como uma lâmina afiada.

 Ao sentir a unha em sua pele, Minoru esquivou a cabeça para o lado dela. Katsume afastou-se ao notar que a unha havia rasgado sua luva, voltando para o sofá para pegar um par novo.

— Enquanto pego luvas novas, podem ir fazendo as honras. Y, você foi o único que ainda não fez algo com Minoru, pode começar. — Katsume virou o rosto em direção ao outro homem mascarado ao lado de Airu.

 Shouyo assentiu, caminhando a passos lentos até Tanaka. Memórias dos velhos tempos voltavam; aquilo o lembrava da primeira vez que brigou à mão com o mais novo na festa da faculdade onde ele chegou de surpresa e o flagrou ficando com a namorada. Mas era diferente hoje, tudo que faria com ele seria por aliança e por estarem em lados opostos, o passado não importava agora, apenas o presente e o futuro.

 Cerrou o punho e encheu o braço esquerdo de força; seu braço percorreu rapidamente pelo ar, colidindo com o lado esquerdo do seu rosto. 

 Shouyo tentou, mas era impossível não sentir déjà vü daquele dia, o dia que perdeu por completo o seu melhor e único verdadeiro amigo. Não sentia remorso por suas atitudes, no entanto, era inegável que agora, há um receio maior em fazer o que está fazendo. 

 Mas o Miyazaki não era o único a sentir aquilo, Minoru também estava cheio desse sentimento de déjà vü e nostalgia. O que difere é que Shouyo tem consciência que é mais do que um déjà vü, já Tanaka, com sua memória temporariamente resetada, não lembrava de nada.

Os golpes acertados em Tanaka por parte de Shouyo foram mais a mão do que com instrumentos para isso. Cinco minutos seguidos de intensos socos sendo distribuídos em seu rosto foram mais do que suficientes para trazer hematomas e inchá-lo em algumas partes.

Os dedos de Shouyo estavam parcialmente avermelhados por conta dos socos e do sangue que escorreu do rosto de Tanaka. Afastou-se cansado, fitando Minoru. 

— Já chega, Y, você já fez demais. — R-Kira interrompeu a continuidade do espancamento. Shouyo balançou a cabeça, concordando e se afastando.

  A de falsos cabelos brancos suspirou por baixo da máscara, sentindo sua respiração voltar ao seu rosto. A russa levantou-se, andando até Tanaka com o novo par de luvas em mãos.

 Andou ao seu redor por algum tempo, pensando bem no que faria com ele. Parou a caminhada no seu lado esquerdo, sorrindo por baixo da máscara pela ideia recém surgida em sua cabeça.

 Puxou seu braço por cima da corda que o prendia na cadeira. Afastou a manga comprida do macacão que usava de todo o braço, cobrindo apenas o seu ombro. Tanaka estava quieto, com certo medo do que ela iria fazer. Apenas fechou os olhos, virando o rosto para o outro lado.

— X, segure a mão dele enquanto estica o braço. — Mandou Katsume, encarando a mulher ao lado de Shouyo. 

  Enquanto Airu se acomodava e fazia o que foi ordenado pela mais nova, Katsume foi até o sofá, buscando pelo seu inseparável taco de ferro. Quando já estava com ele em mãos, voltou até o encontro. 

— Essa é a última vez que pergunto. Minoru, L é Near? — Indagou, posicionando-se na frente do braço esticado por Airu.

 Ele tremeu, não sabia responder, algo em si pulsou quando escutou o segundo nome, ele queria saber o porquê, mas nada funcionava direito.

 Katsume considerou o silêncio como uma resposta. Suspirou cansada. Eu nunca quis que as coisas fossem assim. 

 Um estalo seguido de um grito doloroso vagou pelo esconderijo. Lágrimas escorriam pelas face em choque de Tanaka, estava horrorizado com tudo aquilo, e toda vez que sentia uma dor traumática, seu grito era tão intenso que fazia até um shinigami sentir uma pontada de dor solidária. Tanaka estava com um braço quebrado agora, mais uma parte do seu corpo que seria eternamente lembrada. 

— Está bem, eu não preciso mais de você, Minoru. Você não tem mais utilidade para mim. — Katsume afirmou. Mesmo longe, conseguia sentir o corpo trêmulo do garoto, ele se esquivava cada vez que ameaçava tocá-lo, com medo de ser machucado mais uma vez. — Y, pegue o pano com clorofórmio.

Shouyo obedeceu, afastando-se para buscar o que foi pedido pela mais nova. Um frio tomava conta de seu estômago, odiava Minoru por ter sido tão legal consigo durante o tempo que esteve no Japão, porque agora é ela quem não quer vê-lo morto.

 Os pensamentos foram afastados quando sentiu a presença de Shouyo se aproximar. Estendeu a mão, recebendo o pano com o líquido. Levou a mão diretamente ao rosto do outro, tampando sua respiração e fazendo com que inalasse o odor do clorofórmio. Minoru se debateu por um tempo, na tentativa de escapar daquele veneno, mas, de pouco em pouco, perdia a força e a visão escurecia, até que desmaiou completamente.

— Y, rápido, desligue todas as câmeras de Kanto. X, suba na moto, Light, ajude-me a por o corpo de Tanaka na garupa da moto. — Ordenou com pressa para que o Minoru não acordasse antes de saírem. Os três assentiram, alguns a contragosto, mas assentiram.

 Katsume pegou uma faca, cortando as cordas que envolviam Tanaka na cadeira. Light bufou, caminhando até a cadeira e suspendendo Tanaka pelos pés, sobrevoando o esconderijo até a moto estacionada próxima a saída onde Airu esperava sentada. Katsume se aproximou, colocando a cabeça de Tanaka no ombro de Airu e amarrando suas mãos em volta da cintura da mesma para que não caísse da moto.

— Vá devagar pois eu e Shouyo vamos andando, pare debaixo da estrada onde há um pequeno riacho, estamos logo atrás. — Deu as ordens para a garota. Airu balançou a cabeça, concordando.

  Katsume afastou-se, abrindo o portão do esconderijo e observando a mais velha se afastar com a moto.

 Sentiu a brisa fria da manhã de inverno entrar pelas brechas da máscara e preencher o esconderijo em questão de instantes. O seu plano estava prestes a tomar fim e tudo que conseguiu confirmar era que a SPK existia, Minoru trabalhava lá como assistente de L e que a relação deles era mais forte do que qualquer outra coisa que já viu. 

— Vamos, Katsume, as câmeras foram desativadas. — A voz grossa de Shouyo a distraiu dos seus pensamentos. Katsume se virou, encarando o homem e o shinigami atrás de si.

  Concordou, fechando o portão do esconderijo e saindo junto aos dois para o mesmo destino que Airu.

SPK, 08:40. 2 horas depois.

  O início do inverno dava-se início no Japão, trazendo o ar cristalino e gelado que todos amavam. No entanto, ultimamente a felicidade que o inverno trazia se transformou em desamparo para quem estava na SPK, ou melhor, para quem conviveu diariamente com Tanaka. Seu desaparecimento não resolvido estava abalando cada um dos agentes, e com a sua estação do ano preferida acontecendo lá fora, o ar era ainda mais depressivo. 

 Near havia contatado a interpol e o FBI, tais que apesar dos seus desacertos, enviaram vinte agentes cada para buscar por Tanaka em Kanto. Mesmo ficando vinte quatro horas na rua em busca de algo, ainda não tinham nada que ajudasse ou desse uma pista sobre seu paradeiro. A cada dia que passava, mais preocupado os agentes ficavam, mas a esperança ainda estava lá, mesmo que fosse mínima.

 A semana foi difícil para todos. De sete dias, Near só dormiu três deles, o detetive não tirava os olhos do monitor nem por um segundo, não queria perder absolutamente nada, qualquer mínima coisa poderia servir como empurrão para revelar o caso. Iyasu não estava muito presente esses dias no departamento por ter voltado ao hospital, mas todo dia no seu horário de almoço e quando largava, ela ligava para saber como iam as coisas e uma parte da mesma morria quando escutava que não tinha nada de Tanaka ainda.

 Atualmente, todos os agentes da SPK — com uma pequena exceção de Gevanni e Iyasu— estavam reunidos na sala. Near tentava se comunicar com alguns membros da força tarefa que iriam realizar uma batida policial na casa de Airu, a fim de encontrar algo que trouxesse evidências de que estava envolvida no caso ou que pudesse ajudar no paradeiro de Tanaka. Os membros que irão realiz essa missão são Eiji, Matsuda e Itsumi, poucos, mas de todos os membros da força tarefa, eles são os que mais confia. 

— L, acabamos de estacionar a viatura na frente da casa dela, vamos começar agora. — Eiji comunicou-se através da escuta que usava. Near assentiu, pedindo para que prosseguisse. 

  Eiji, Matsuda e Itsumi saíram do carro. O ar que o local trazia era triste, havia vários quartos um colados ao outro e em cima também, todos tinham um aspecto acabado e pobre. Subiram uma escada ao lado, a madeira velha dos degraus rangeu com o peso dos policiais. O quarto de Airu era o primeiro após subir a escada. Eiji bateu na porta, afastando-se um pouco para ser aberta.

 Minutos se passaram e não houve uma resposta, então bateu novamente com mais força, comunicando que a polícia estava ali e que era melhor ela abrir, mas ao invés disso, apenas silêncio foi proposto como resposta. 

— Acho que ela não está em casa, vamos invadir ou… — Eiji virou-se para os dois polícias atrás de si ao não receber uma resposta, no entanto, sua voz foi cortada ao reconhecer a voz feminina que gritava no andar debaixo.

— Só pode estar de brincadeira com a minha cara, que caralhos você está fazendo aqui, Ikeda?! — A dona da voz subia agressivamente os degraus da escada, exalando raiva em sua expressão.

  Matsuda e Itsumi pareciam um pouco confusos com a situação, se perguntavam se eles já se conheciam, porque era o que a cena passava.

— Aonde estava? — Eiji indagou, observando a mulher agora em sua frente.

— Não te interessa, se for pra me encher o saco na frente dos seus coleguinhas de trabalho é melhor dar o fora. — Cuspiu as palavras com rispidez.

— Não deveria tratar um policial assim, eu poderia prender você por desacato a autoridade.

— Não acho que faria isso, se me prender não vai poder vasculhar minha casa. Para de encher meu saco, Ikeda. Onde eu estava não te convém, eu parei de te dar satisfação a muito tempo. 

  Um ar de constrangimento se instalou juntamente ao silêncio duvidoso. Airu parecia estar mesmo irritada e incomodada com a presença do policial, tal coisa que Matsuda, Itsumi e Near estavam curiosos para saber a razão.

— Reisen, estou aqui profissionalmente, recebemos uma denuncia anônima de que você estava com drogas ilícitas na sua casa, viemos fazer uma busca, simplesmente isso, para de tentar misturar o presente com o passado. — Repreendeu, fazendo a outra revirar os olhos.

— Diga o que quiser, só vão de uma vez e me deixem em paz. A única coisa que vão encontrar são meus cigarros que você mesmo fez tanta questão que eu parasse com. — Tirou do bolso da calça jeans um molho de chaves, abrindo a porta e dando espaço para que entrassem.

  Near era sem dúvidas o mais confuso, aquilo certamente significava que tem um passado juntos, e a parte que mais lhe surpreendia era que não achou nada sobre isso ao procurar a vida da mulher, não havia uma foto deles juntos e nem boatos como tinham que ela era ladra, mas imaginava a razão daquilo.

— Do que ela estava falando? Eiji, não sabia que você teve uma relação com a Reisen, quantos anos você tem? — A voz de Near soou no ouvido dos demais polícias no local. Eiji virou-se um pouco, fingindo estar procurando algo para poder responder.

— 32... Mas quando nos relacionamos ela tinha 20 e eu 30, eu sei que não é o certo, por isso terminamos… — Respondeu com incerteza, não queria ser interpretado mal pelo detetive, nunca se relacionaria com uma menor de idade.

— E você me poupou dessa informação? — O outro questionou sério.

— Desculpa senhor, achei que já sabia...

— Como eu saberia? — Near perguntou.

— Eu não sei, o senhor é o L...

— Não me superestime, eu sou detetive não adivinha… — Near suspirou cansado. — Depois falaremos disso pessoalmente, agora foco na busca.

  Eiji concordou, voltando a buscar por algo que fosse considerado uma evidência. Airu estava na porta, encarando aquela situação entediada. A mesma havia acabado de voltar da casa de Shouyo. Após deixarem o corpo de Tanaka no riacho, foram para a casa do Miyazaki discutir o que fariam nos próximos dias. 

 Passaram algum tempo vasculhando cada ponto do quarto, cada gaveta, cada objeto, reviraram até mesmo seu lixo, usaram produtos químicos para tentar identificar algo já usado anteriormente, mas nada realmente útil foi encontrado na casa de Reisen Airu. Ela estava limpa, tanto de drogas como de evidências. 

— Acho que houve um engano de quem ligou, está limpa. — Eiji suspirou, retirando as luvas de plástico enquanto virava-se para a mulher na porta.

— Engano, claro. — A ruiva revirou os olhos, sabendo muito bem que aquilo não era uma batida policial de verdade.

— Se me permite perguntar, a quem você segue? — Itsumi intrometeu-se entre os dois, ficando na frente de Eiji.

  Airu fez uma careta de confusão.

— A quem eu sigo? O que espera que diga? Jesus Cristo? Kylie Jenner no instagram? — Perguntou verdadeiramente, mas seu tom era sempre sarcástico e nunca dava para diferenciar realmente.

— Kira, talvez, é a religião mais popular do Japão nos dias atuais. — Matsuda sugeriu se juntando ao lado da Uchida, o que era engraçado já que ela era vinte centímetros mais alta que si.

— Vocês vem na minha casa, me acusam de ser traficante e drogada e perguntam se eu sigo Kira? Isso é literalmente um paradoxo. — Airu respondeu confusa, de certa forma, ela não estava totalmente errada. 

Alô, Stephen Gevanni falando para SPK e os membros da força-tarefa: Um comunicado urgente. Transeuntes acabaram de encontrar o corpo do Minoru em um riacho abaixo da estrada principal de Kanto, precisamos de reforços urgente. — A voz grossa e autoritária do agente americano avisou através da escuta. 

  Ao ouvir o enunciado, os policiais saíram às pressas da casa de Reisen em direção a viatura polícial do lado de fora. 

— Primeira divisão da força tarefa para Stephen Gevanni, estamos a caminho. — Itsumi comunicou ao entrar no carro, pondo o cinto de segurança e ligando o carro para partir.

  O trio estava em choque, mesmo com quarenta agentes americanos instalados em Kanto, Minoru foi encontrado por transeuntes que passaram coincidentemente na mesma hora que o corpo dele no riacho.


Notas Finais


Hehee, fim do capítulo...

Primeiramente, o que acharam? Esse capítulo pode ter levantado vários questionamentos. Acham que o corpo do Tanaka vai ser encontrado com vida?

Aliás, eu queria explicar algo que eu não sei se vocês pegaram, mas basicamente é que no capítulo anterior ou antes do anterior, não lembro, eu mencionei que o Tanaka teve uma idéia para encriminar a Katsume independente se o corpo dele for encontrado com vida ou sem. E bem, nesse capítulo eu fiz isso, façam suas apostas vadias, quero o circo pegando fogo nesses comentários.

Os próximos capítulos seram bem emotivos, eu tô escrevendo o 22° atualmente e ta doendo.

Enfim, falem mesmo nos comentários as teorias de vcs ou qualquer coisa sobre o capítulo, eu amo ver comentários assim e me motivam demaaaais a continuar.

Obrigada, e até a próxima sexta-feira!


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