História Depois da quarta guerra. - SasuNaru, NaruSasu. - Capítulo 15 - Maldito sorvete!

Quando nós finalmente entendemos o que é o amor.

Também entendemos o que é o ódio, e como eles são singulares e totalmente parecidos.

São sentimentos diferenciados, mas amor pode se tornar ódio, e ódio pode se tornar amor.

Todos nós temos fraquezas e inseguranças, bem lá no fundinho.

E sempre queremos deixar elas escondidas, para que ninguém as encontre, para que ninguém saiba de seus defeitos.

De seus medos, e erros.

A vida não passa de uma oportunidade de encontro, nela você aprende a amar, a sofrer, a chorar.

E você evolui, certo?

Não nascemos sabendo como distinguir o certo e o errado.

Quando somos crianças, aprendemos sobre o super-herói de bom coração que se arrisca para salvar as pessoas.

E do vilão mascarado, que somente faz o mal em benefício próprio.

Aprendemos ao decorrer de tudo isso, a distinguir um salvador de uma causa perdida.

Mas e se a real diferença, for quem está contando a história?

E se aquele vilão que foi citado umas bilhões de vezes como malvado, tiver uma família doente, e que precisasse de cuidados caros?

E bem, não podemos esquecer daquele famoso super-herói, que salva todos com um sorriso. Ele está bem por fora, mas por dentro ele se culpa.

Por que, apesar dele já ter salvo milhões.

Ele não salvou "aquela pessoal".

E isso fez um buraco em seu peito.

Mas isso não importa, esses são os vinte capítulos da minha vida.

Os vinte capítulos que contam a minha história.

Os vinte capítulos que contam, como eu morri nos braços do meu primeiro e último amor.

— Dois anos antes da quarta guerra.

[...]

Sasuke conveceu a Gaara a dormir na casa de Naruto, pelo menos por hoje, para ficar atento, e impedir caso algo aconteça novamente. Os dois garotos colocaram dois colchões no chão do quarto espaçoso do loiro, que estava jogando vídeo-game com o ruivo, enquanto Hinata e Sasuke tentavam dormir em paz.

— Sasuke, Hinata... Hey, acordem! - O loiro balançou a morena enquanto Gaara tentava acordar o Uchiha com cutucadas na bochecha.

— Naruto, Gaara... Vocês podem por favor irem pra cama? - Sasuke se encolheu embaixo do edredom felpudo de cor alaranjada, enquanto Hinata choramigava ao seu lado, tentando calar a boca de seu namorado.

— Mas eu quero sorvete, Sasuke. - O loiro suspirou emburrado, se ajoelhando sobre o colchão enquanto cruzava os braços, ouvindo o riso amoroso de Gaara.

— Hoje é domingo, o único supermercado aberto hoje, fica perto da saída de Konoha, Naru, por Deus, são sete da manhã, não é hora pra tomar sorvete. - O Uchiha resmungou, sentindo seu edredom ser puxado de si, por um Uzumaki, totalmente birrento.

— Mas eu quero sorvete. - Naruto afirmou com convicção.

— Acho que vamos ter que ir comprar o maldito sorvete, Sasuke. - O ruivo resmungou em meio ao riso, cutucando a cintura de Sasuke, que lhe deu um fraco soquinho.

— Nós definitivamente não vamos comprar sorvete. ‐ Hinata afirmou de forma estressada, tirando um olhar confuso de Gaara.

— O nenê não é nenê. 

— Ela fica assim quando eu não deixo ela dormir, mas voltando ao assunto, eu quero sorvete.

— Naruto, nós não vamos comprar sorvete. - Sasuke afirmou mais uma vez, suspirando pesado enquanto coçava seus olhos de forma sonolenta.

[...]

— Eu te odeio demais. - O Uchiha sussurrou, enquanto empurrava um carrinho com Naruto dentro, que além do sorvete, pediu mais uma variedade de porcaria, como salgadinhos, balas, biscoitos, e até mesmo chocolate.

— Vai mais rápido, Sas. Você quer bolo, não quer? 

— Não, Naruto. Eu somente quero voltar pra minha cama quentinha, está frio. - Naruto pulou pra fora do carrinho rapidamente, colocando seu casaco no moreno, já que era culpa sua ele está em um super mercado bem longe de casa, pra simplesmente comprar sorvete.

— Ei, eu e a Hinata vamos pegar pãezinhos de mel, somos viciados. Vocês querem? - Hinata apesar de já ter feito muits coisa pra separar aqueles dois, ela finalmente percebeu que não pode separar, aquilo que foi destinado. E no fundo, ela sabia o quanto valorizava a amizade de Naruto e Sasuke.

— Eu, eu, eu! Eu quero por favor, trás três pra mim, por favor! - Naruto falou de forma animada, enquanto dava leves pulinhos em volta de Sasuke, que bocejava de forma entediada.

— Eu passo, estou bem assim. A gente se encontra no caixa, não é? - O moreno se encostou no carrinho, olhando a morena e o ruivo de relance.

— A gente não vai demorar, Naru, vai na frente e liga o aquecedor do carro. - Gaara falou de forma breve, logo lhe dando as costas, sumindo entre as prateleiras, junto com a Hyuga.

— Deixa comigo! Você vai ficar bem, Sas? - Naruto murmurou, encarando o Uchiha que tinha os lábios roxinhos de tanto frio.

— Não sou uma criança, Naru. Eu vou ficar bem, não precisa se preocupar comigo. - O moreno fez um joinha com os dedos, vendo o loiro semi-cerrar os olhos de forma preocupada.

— Hmm... Sei, só por precaução, fique com isso. - O Uzumaki enrolou seu cachecol avermelhados no pescoço do Uchiha, selando sua testa de forma breve.

— Você se preocupa demais, Naru. Eu já disse que está tudo bem, sim? - O Uchiha afagou seus fios loirinhos, vendo o garoto rir, e afirmar com a cabeça antes de correr para o carro, para atender o pedido de Gaara.

— Sasuke, ai está você. Eu vou levando essas compras pro carro, a Hinata vai te ajudar com o restante. - O ruivo falou de forma alta, carregando duas sacolas cheias de doces e salgadinhos. 

— Tudo bem, e não quebrem nada.

— Sasuke-Kun... Podemos conversar? - A morena sussurrou, enquanto segurava a barra de seu próprio moletom.

— Hm? Você está legal, Hinata? 

— Eu vou fazer uma pergunta... Pode ser direto comigo? - A garota brincou com os próprios dedos, suspirando pesadamente.

— Ahm? Claro, claro que sim. Se eu souber como responder, eu respondo, Hina.

— O Naru... Ele gosta de você, não gosta?

Sasuke naquele momento engoliu a seco, engasgando com o próprio ar, enquanto batia no próprio peito.

— Hina... O-Olha...

— Por favor, Sasuke-Kun... É sim, ou não?

— Hina, não cabe a mim dizer isso a você, pergunte diretamente ao Naruto.

— Sas... Eu vejo como vocês se olham.

— Como? - O Uchiha arqueou a sombrancelha, enquanto a morena sorria com lágrimas nos olhos.

— O Naru... Os olhos dele deixam bem claro, não importa quantas vezes a boca dele, diga que me ama, sempre que você está perto, ele fica mais feliz. Ele se sente confortável, e sorri pra você, como nunca sorriu pra ninguém.

— Hina...

— No dia da praia... Eu via nos olhos dele, enquanto estávamos brincando, ele só conseguia olhar pra você, Sasuke. E quando todos foram embora, eu dei uma desculpa esfarrapada, que tinha esquecido algo... Eu vi vocês dois dançando, eu via como as mãos dele viajavam sua cintura. E Sasuke, ele nunca sorriu daquele jeito pra mim...

O Uchiha apertou o moletom, ouvindo o soluço da garota, que apesar de estar triste por finalmente ter caído na real, ela se sentia livre. E apesar de todas as desavenças que teve com Sasuke, ela sabia, desde do início, que ele cuidaria melhor dele, do que ela jamais faria.

— Hinata... Não é bem a-assim... - Sasuke suspirou pesado, coçando sua nuca. Ele sabia que a casa tinha caido de vez.

— No dia do aniversário dele... Eu ouvi sua conversa. Você o ama a cada batida de seu mísero coração, não é? - A garota segurou uma das mãos de Sasuke, sorrindo com os olhos, enquanto encaixava a aliança dada por Naruto, quando a pediu em namoro, no anelar do Uchiha.

— Hinata, pelo amor de Deus...

— Isso pertence a você, assim como o coração do Naruto... E-Eu demorei tempo demais pra cair na real, de quem ele realmente ama, a válvula de escape, e a alma gêmea dele, é você. - A morena o abraçou com força deixando Sasuke sem nenhuma reação.

Era isso então? Eles podiam ficar juntos?

— Hinata...

— De nada, Sasuke-Kun. - A Hyuga gargalhou baixinho, tirando um riso choroso de Sasuke, que coçou seus olhos, tentando não chorar ali mesmo.

— Vamos? O sorvete vai acabar derretendo...

— Hm! Quando chegarmos em casa, eu vou conversar direitinho com ele, não quero que ele fique preso a mim, enquanto ama você.

— Obrigado, Hinata.

— Não precisa me agradecer... E me desculpe pelas coisas horríveis que eu te disse, eu estava cega, e preferi ficar daquela forma, do que enxergar a realidade, mas tirando isso... Tenho certeza que seremos ótimos amigos, Sasuke-Kun.

— Hm! Seremos sim.

Sasuke bateu seu punho contra o da morena, que sorriu abertamente, enquanto tinha as bochechas tímidas e coradas.

Isso é tudo. Um novo romance, e uma nova amizade, com novos desafios e desavenças. E finalmente a verdade.

[...]

Heather tentou me beijar...

Mas ela não tem metade da sua beleza.

E sim, eu dei meu moletom à ela.

Mas é apenas poliéster.

E eu gosto mais de você...

Eu estou pouco me fodendo pra Heather...