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História Depois da Tempestade - Um possivel retorno


Escrita por: ViihMPrince

Notas do Autor


Deixo aqui o 9° capitulo.

Espero que gostem 🫶🌹

Capítulo 10 - Um possivel retorno




OLIVIA DE MEDICI!!- Chamou em voz alta, de forma a que as caras do delegado e da Olívia não se aproximassem mais.



Aiii…Albuquerque, que faz aqui?- Assustou-se Olívia, olhando para as três damas à sua frente.



Senhoritas, como vão? - Cumprimentou Cornélio, tentando conter o desânimo.



 Ora Olívia, viemos visitá-la como é óbvio!! Só não esperava encontrar o delegado a esta hora à porta de sua casa. Que despautério! - Reclamou Albuquerque. Enquanto Vienna olhava de cima a baixo e com ar de desdém para o delegado, Filomena dava um sorriso envergonhado.




E eu não esperava a visita de vocês, Albuquerque! Posso saber o que fazem aqui?




Viemos visitar e falar com você! É importante! - Disse Albuquerque , deixando o Delegado perceber que seria entre as quatro madames.




Ahh,...bem, bem Olívia, vemo-nos amanhã! Espero que tenha uma boa noite.




Ah sim, lamento pela situação.. vemo-nos amanhã Cornélio. Uma boa noite.- Sorriu Olívia, sem graça. O delegado sorriu para a Médici e deu um beijo na cara da mesma, indo embora de seguida e deixando as três visitantes perplexas com o que viram.


Assim que entraram em casa de Olívia de Medici, sentaram-se no sofá que estava no meio da sala.



Olívia, diga-me: porque é que o delegado tratou você pelo 1° nome e você também o fez? - Perguntou Albuquerque, com desdém.



Da mesma forma que você o fez agora.



Não querida, há um pequeno engano. Nós somos amigas, da mesma classe, ele é um subordinado. - Referiu Albuquerque.



Pelo que eu sei, eu não o contratei para trabalhar comigo. Portanto , é um amigo meu.



Cara Olívia, você está com algum problema de etiqueta? Ou até de finesse? É que primeiro um cozinheiro que morava numa pensão mequetrefe e agora o delegado…esqueceu que as mulheres só devem ter um homem numa só vida? - Lembrou Albuquerque, deixando Olívia desconfortável.




Está sendo insolente, prima! Olívia tem o direito de…



Calada Filomena! Olívia, você sabe que agora precisa de viver apenas para os negócios, já que não deu certo no amor…



Chega Albuquerque! Pare de se meter na minha vida! Eu já falei para você não falar do Vitório e inclusive, respeitar as origens dele. Foi graças aquela pensão e às pessoas que lá estão que eu e meus filhos tivemos o que comer. Agradeço que seja educada dentro das minhas portas.



Como assim, tiveram o que comer?



Alexandra, Raul deixou eles sem nada lembra? - Relembrou Isabel Mendonça para Alexandra Albuquerque, deixando a loira sem graça.



Ahh é, mas mesmo assim eles tratam você muito mal…Carlito me contou tudo…



Isso é um problema meu! Diga-me o que veio fazer aqui?



Olívia, nós somos suas amigas! Lembra, somos o Trio Do Poder, e ninguém nunca será maior que nós. - Relembra Albuquerque sorrindo e abraçando a Olívia de lado.



E como tal, nada melhor do que o trio voltar à ativa e por isso viemos aqui. - Disse Mendonça



Temos uma proposta para você.- Disse Albuquerque sorrindo.



Eu acho que você não vai gostar muito mas elas insistiram em vir , teimam que devemos estar todas juntas. - Desculpou-se Filomena. Sentia-se mal por ter vindo numa hora em que Olívia parecia estar a gostar da companhia do delegado. 



Certo, digam logo o que querem. Albuquerque, só se esqueceu de uma coisa, seja o que for , somos um quarteto agora, não um trio.



Ahh que nada Olívia. A Filomena só está comigo para aprender a ser uma dama e deixar as ideias de pobre de lado. Ela não tem nada de poderosa. - Rebaixou Albuquerque.



Engano seu, eu vejo um grande poder dentro da sua prima! E por mim, somos um quarteto!



Agradeço o elogio,Olívia, mas eu não faço questão! Além do mais, penso em ficar aqui em Roseiral.




Claro , pode ficar o tempo que quiser. Será um prazer ter a sua companhia. - Disse Olívia, não percebendo o que Filomena quis dizer.



Filomena, cale-se! Você veio e vai comigo! - Ordenou Alexandra.



Vai para onde? Ainda agora chegaram.



Para França, Olívia! E vocês veem connosco! - Disse Alexandra, sorrindo deixando Olívia chocada com a afirmação.



Como é que é? Acho que não ouvi direito…



Ouviu sim, eu quero que vocês venham e que você seja minha sócia nos negócios, não só minha mas de alguém que ainda vem aí e fará muita diferença na sua vida. Sei que tem casa na França. É só durante alguns meses ou quem sabe o resto da vossa vida. É uma oportunidade única e assim podemos fazer aquilo que sempre desejamos. Festas, eventos , viagens e saídas entre nós as três. Eu sempre senti muito a sua falta, minha amiga. E você poderá estudar aquilo que acabou por não o fazer depois que casou. Você queria ser professora ou estilista, lembra? 



Tínhamos 16 anos , Albuquerque. Eu sou mãe, proprietária de um negócio, amo Roseiral…



O Felipe toma conta do restaurante, Olívia!



Deixa ela decidir, prima! 



Cale-se!



Alexandra, a Filomena está certa! Olívia precisa decidir por ela e ainda tem que falar com os filhos. Você sabe disso!




Ora, é só mandar e as crianças vão!



Eu não faço esse tipo de educação! Gosto de saber o que é melhor para os meus filhos. Eu tenho uma vida, Alexandra.



Sim Olívia. Mas são negócios! Você precisa voltar às suas origens.



Eu nasci em Roseiral.



Mas esteve muito tempo na França e seus ancestrais são de lá. Inclusive, nós temos um sócio que logo vai conhecer e sei que lhe fará mudar de ideia.




Quem?



Isso é segredo.



Seja quem for,não fará me mudar de ideia. Agora, se me dão licença eu preciso descansar!



Claro. Até mais, Olívia!


Todos se despedem e quando Alexandra sai de casa da Olívia solta para Isabel:

Duvido que não mude de ideia assim que o vir!



Não duvide Alexandra, ela ainda ama o Vitório e tem o delegado a cortejá-la! E sinceramente, que ela escolha o que for melhor para ela.



Isso é o que nós vamos ver. E o melhor para ela é estar com as amigas que sempre a amaram. Nós somos o “Trio do Poder” .- Disse Alexandra, deixando Mendonça sem saber o que responder pois sabia que não adiantava não concordar com a primeira.


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Mamãe, essas suas amigas são insuportáveis! - Reclamou Mirella, depois que o trio saiu da casa dos Médicis.



Eu também acho, já teve amizades melhores mamãe! - Reclamou Carlito.



Tão melhores que não quiseram saber de mim na pior fase da minha vida. Uma até se recusou a me ajudar. Enfim, o que vocês faziam ouvindo atrás da porta? 



Estávamos esperando a senhora, eu queria saber como foi a sua noite e contar como foi no restaurante. E carlito não dorme sem a senhora chegar, cismou de ficar aqui!



Carlito, venha cá me dar um beijo e suba imediatamente para o seu quarto.- Ordenou Olívia, recebendo o carinho do filho.


É mamãe?



Sim, Carlito!



Nós vamos para a França? - Perguntou o menino, se lembrando da conversa que ouvira e vendo que Olívia ficou pensativa sobre o assunto.



Ahh Carlito, mamãe ainda precisa pensar, temos o restaurante aqui …embora, seria bom sair um pouco. Bem, vá para a cama!


Embora não tenha gostado da resposta de Olívia, Carlito subiu para o quarto.



E então mamãe? Conte tudo.



Tudo o quê, Mirella?



Ah sobre a saída com o delegado. Foi boa?




Ahh é… foi boa. Há muito tempo que não saía assim, deu até para me distrair da vida, sabe? Cornélio é uma boa companhia, é simpático, dança bem e até é bonito. - disse Olívia, sorrindo de lado.

Cornélio?! Ahh com que então, já se tratam pelo 1 °nome? Humm, muito me conta.

É filha, somos amigos! É normal…

Ai mamãe, amigos não ficam com esse sorrisinho bobo e nem dançam juntos.

Engano seu minha filha. Eu e Vera dançamos muito juntas, sabia? 

Ahh, é diferente! E aconteceu mais alguma coisa? Talvez…um beijo, um abraço…

Não Mirella!! Por quem me toma?

Por alguém que tem o direito de amar, beijar e abraçar…

Mirellinha!! Eu ainda sou sua mãe!

E eu sou sua filha, me preocupo com você! E pela sua cara, eu acho que aconteceu alguma coisa…

É, está bem! Quando a Alexandra apareceu, ele ia me beijar e sinceramente?! Eu senti algo diferente e queria que tivesse ido até ao fim…embora ao mesmo tempo sinto que era errado e que ainda bem que não houve beijo! -Disse Olívia, tentando contar o suspiro e o sorriso. 

Porque seria errado? Você não deve nada a ninguém, é livre…

Ahh Mirella ! Eu posso até ser livre, mas não virei doidivanas para beijar sem amor. Eu, hein! 

Mas a senhora disse que sentiu vontade…

Ahh filhota! Você tem muito que aprender, pode sentir vontade sem amar e eu senti como se tivesse fazendo algo de errado…é como se me estivesse a doer o coração, algo profundo…

Talvez a senhora tenha que ir ao médico, apenas isso! Precisa também descansar mais.

É, talvez seja isso. Mas e você? Concordou tão rápido em ir para França!

Ora mamae, eu não concordei , disse aquilo para o Carlito deixar de reclamar! Eu tenho namorado, não sei se aguentaria ficar longe de Felipe e temos também o restaurante, os nossos amigos…mas sabe, eu sinto falta de uma boa viagem.

É…não seria uma viagem de lazer mas sim de negócios. Albuquerque ainda tem o sonho de ser minha sócia.

Ah sim, essa é a pior parte, aquela mulher é insuportável! Vive falando mal para todo mundo! Afinal ela é dona do que?

De hoteis, fazendas.

E vocês sonhavam em trabalhar nisso quando eram mais novas?

Ela e Isabel sim…eu sempre gostei de crianças, queria ter montes de filhos e aproveitar o tempo com eles. 

Isso não é uma profissão, mamãe!

Mas era o que eu sonhava, Mirella! Em ter um lar, o meu doce lar, amar e ser amada e estar sempre junto dos meus. Eu já lhe contei que antigamente, as mulheres eram criadas para isso, minha filha.

É diferente ser criada para isso e concordar ao mesmo tempo. Tenho a certeza que a senhora não concordava com tudo…

É, tinha vezes que sim e outras vezes que não. A verdade é que por vezes, eu me via trabalhando como professora ou até como estilista de moda , sabe? E antes de seu pai chegar na minha vida, até cheguei a pensar nisso…..lembro-me perfeitamente que ele dizia que eu podia ser muito mais do que uma dona de casa e que não se importaria de eu trabalhar, ele fez-me sonhar muitas vezes Mirellinha…

Papai dizia isso? Mas ele…

Ahh, não era o seu pai.. era o… 

O?! - perguntou Mirella, quando Olívia ia dizer o nome da outra pessoa, mas rapidamente cortou a conversa.

Ninguém de especial.

Como não?! Seu olhar ficou distante, melancólica e com alguma mágoa.

Ahh Mirella, foi um antigo amor que eu tive antes do seu pai. A gente sonhava em casar , ter uma vida juntos, mas aí ele escolheu ir estudar para fora ao invés de casar comigo. De vez em quando falávamos por cartas, mas a distância e a falta de confiança que eu sentia doía muito e eu deixei de lhe responder… até que conheci seu pai e passados uns meses casamos.

Uns meses?

É, uns meses. Eu queria vir para Roseiral junto com a Vera e o Rafael. Estava cansada da França e seu pai também tinha negócios aqui, daí a gente veio, casou e ficamos aqui.

E porque casaram aqui e não em França?



Aii Mirella tanta pergunta…por tradição de famílias e porque eu queria a Vera como madrinha. E também porque eu não queria ver…



O que seu ex lhe fazia lembrar?!




Não. Eu não queria ver o seu avô morrendo, ele próprio me pediu para eu ficar distante dele nos últimos meses de vida. Disse que uma dama não tinha que ficar à beira de um cadáver…mas se fosse hoje, eu ficaria mais um pouco perto dele…



Bem que uma vez, papai falou que você sentia culpa por não ter ficado até ao fim…



É, Mirella! Cada vez que me lembro, nem eu sei como fiz isso! Eu já tinha perdido a sua bisavó e a sua avó num acidente de carro e depois o seu avô ficou doente e dizia que não queria a cura. Dizia que queria ir ter com a sua avó.



Oh, que nem Rafael e Serena?



É, Mirella! E olha a coincidência, seus avós eram..


Padrinhos de D.Vera e de Seu Rafael.


É.


Mamae, a senhora não tem o porquê de se sentir culpada. Ele tinha pessoas à beira dele nos momentos finais…você é muito melhor pessoa do que pensa e eu tenho muito orgulho da senhora. E quero muito que seja feliz e quem sabe, daqui a uns anos não tenha ainda mais filhos para criar, nunca se sabe…- Disse Mirella, sorrindo e abraçando a mãe, enquanto Olívia reclamava ao mesmo tempo que houve uma corrente de ar vindo.



Tenha juízo Mirella!! Eu já não tenho idade para isso…você anda me saindo da casca menina!



Tenho a quem sair…ahahaha..estou a brincar…mas acho que o vento conspirou a favor!



Conspirou sim, mas vai ser você a me dar netos!



Eu ainda tenho muito a fazer , é muito cedo! 



Mirella, está mesmo tudo bem entre você e Felipe? - Perguntou Olívia astutamente.


Sim, apenas estamos a pensar em estudar antes de casar e ter filhos! Ora, mas que pergunta mamãe!



Sei…mas se pudesse, você casava para já ? 



Ah não, eu já deixei de sonhar só com isso. É importante criar algo meu em primeiro lugar. - Respondeu Mirella , querendo sair da zona de território de Olivia.



Ahh está bom minha filha! Quer dizer então que vai ser a Nina a próxima a casar na cidade?



Nossa, tão cedo. Gumercindo pediu ela em casamento? 



Não sei, foi só uma hipótese. - Disse Olívia, observando Mirella.


Espero que eles aprendam a deixar de discutir primeiro mamae, Gumercindo não merece que a Nina discuta com ele. E ela devia defendê-lo da família dela, acho que a continuar assim não vai dar muito certo…



Se eles se amam de verdade, a implicância da família não vai dar em nada. Mas sim Nina devia defender o Gumercindo. 



A senhora fala por experiência própria né mamãe? 



Ah?



O vitório, ele também não…



Mirellaaa. Ai ai ai , nós estavamos falando de você , que fugiu com o rabo da seringa…ele me defendia sim, na minha ausência. Quando eu estava lá, ele sabia que eu era capaz de me defender.



Não fugi, só aconteceu. Mas se não estava lá, como sabe?


Sabendo. Gumercindo me contava e Nina também chegou a falar comigo sobre isso. E houve um dia que eu também me queixei a Vitório e falamos sobre isso.



Queixou?



É, sim queixei! Disse que ele queria casar comigo e bla bla bla, mas que nunca me defendia, que defendia sempre a mãe e aí ele me falou que eu sempre me defendia quando chegava aos extremos e que estaria sempre lá para mim. Nu fundo, tinha vezes que eu achava que ele era um príncipe, sabe Mirella?! E eu que nunca confiei nele, até o acusei do roubo….



É e de que só queria estar com você por interesse…



É, não precisa me lembrar. Sou uma idiota. 


Não exagere mamãe.



Filhota, é a verdade! E a verdade é que se eu soubesse que ia naquele dia para São Paulo e o tivesse visto, gritava por ele da janela e tinha lhe pedido para ficar.- Admitiu Olívia, deixando Mirella perplexa.



Você seria capaz de fazer isso?



Seria. Até cheguei a pensar em convidá-lo para cozinhar num jantar de noivado, em que o noivo seria mistério mas ninguém sabia até eu pedi-lo em casamento. Mas achei que podia dar ruim,um dia destes até sonhei que dava na maior humilhação: de que ele não aceitava ou que eu podia ficar falida sabe se lá porquê…enfim, o mundo dos sonhos é algo muito estranho…



É, e a imagem que às vezes queremos passar pode nos atrapalhar mais do que se acredita. Gostei dessa ideia, mamae. Faça isso com o delegado…



Ahh Mirella! Eu já não penso em casar novamente. Eu preciso me organizar. Para quem não quer casar, está pensando muito nesse tipo de eventos!!!




Eu não sei o que a senhora está insinuando , mas seria bom para o restaurante!



Eu não insinuei nada…Mirella, apenas tenha cuidado e não magoe os sentimentos de ninguém, pode ser? Agora vamos dormir. Está tarde…agora, vá!


Éeee….está bem, está bem, condessa Médici! Tenha uma boa noite ! 



O que será que a mamãe quis dizer com “não magoe os sentimentos de ninguém”.- Pensou Mirella, sozinha no quarto e olhando as estrelas.

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☆ Flashback ON ☆


E você Gumercindo ?! Seria capaz de defender uma mulher do jeito que meu irmão Vitório defendeu a D.Olívia para o Alaor? - Perguntou Nina.


Ah , claro que seria! Até daria mais tabefes do que Vitório deu. Ia até ao fim do mundo pela pessoa que amo!


Sei. Aposto que fugia isso sim.


Posso saber em quem Vitório andou distribuindo tareia? E porquê? - Perguntou Olívia, que tinha acabado de chegar ao restaurante.

 

A senhora não soube?! Ontem, sobrou para o Alaor, que provocou o Vitório falando que ele ficou irritado só porque a senhora serviu como garçonete. Aí, ele defendeu a sua honra.



Não exagere Gumercindo! Meu irmão defendeu-se da crítica que o Alaor fez de andar sempre a defender a D.Olívia. embora, depois disse que também jogaria a vovó se ela falasse mal de você. Foi muito mal educado.


Nina, ele é seu irmão! Se é mal educado, é graças aos seus pais né? É o que dizem por aí, tem a ver com a familia. - disse Gumercindo rindo, deixando Olívia com um sorriso de lado( tentando segurar) e levou com um tapa na cabeça de Nina que não gostou da piada de Gumercindo.


Bem, chega de moleza. Voltem ao trabalho! - Ordenou Olívia.


………………..

Vitório! Não gostei ! - Disse Olívia, fazendo beicinho para Vitório assim que entraram na casa dela. 


Não gostou do quê, Olívia?


Das suas atitudes…


Mas que novidade…


Ora, não me interrompa! Ontem, depois que saiu daqui, brigou com o Alaor por ele ter dito que você fica todo nervoso quando o assunto é comigo…e depois ainda disse que atirava a sua avó pela janela.


Ele mereceu! Tocou no seu nome, eu tive que defender você! Não estava presente!


Ah , sim! A mim ou a você, à sua honra de machão heinn ? - Provocou Olívia , ajustando o bigode de Vitório que logo aproveitou para agarrá-la na cintura e deu um pequeno beijo, dizendo que foi mesmo porque Alaor tinha tocado no nome dela.



É, você diz isso mas gostou bem da ideia de eu me vestir de garçonete e servir a mesa. E ainda, vive defendendo a sua mãe e a sua avó, nunca me defendeu para elas pararem de me chamarem de separada e ainda acham que fui eu que agarrei você. É…é… - Respondeu Olivia prontamente, resmungando e Vitório percebeu o sentimento de insegurança dela.


Achei que fosse boa ideia, assim ganhou mais dinheiro… e ficou linda vestida de garconete, eu já lhe disse…aliás, não me importaria de que você se vestisse todos os dias como garçonete…


Ó Vitório!!! Eu sou uma dama, tenho sangue azul, minha família tem brasão. Eu sou mais eu. Poderia até servir , mas não com aquela roupa, é muito justa para um local de trabalho, voce me respeita! - Resmungou Olívia, fazendo Vitório rir.- Tá rindo do quê? 



Eu não falei que era para servir alguém, mas sim que você podia vestir…só que só para mim…se é que me entende , minha cara dama. - Esclareceu Vitório, olhando com desejo para Olívia e deixando a mesma boquiaberta, reclamando com ele e dizendo que estava a falar a sério e que ele era um safado.



Do nada, Vitório conseguiu conter as mãos de Olívia que lhe estava a afastá-lo devido a ousadia e logo a puxou para o sofá, caindo em cima dela. 

Eles estavam se beijando, com Vitório imobilizando os braços de Olívia que ria devido às cócegas e beijos que Vitório deixava no pescoço dela.




Vitório! Pare! Olhe as crianças , largue as minhas mãos homem…aii…aii - Olívia tentou dar um pontapé na perna dele mas sem sucesso e como alternativa ferrou devagar numa bochecha de Vitório que logo reclamou e largou os braços de Olívia. Ficaram apenas deitados a terminar a conversa.

Não precisava ter me ferrado!

Ora, foi a única maneira. Estava em cima de mim feito um gato no cio, safado!! Você me respeita. - Reclamou Olívia, tentando se levantar do sofá. Vitório riu e agarrou-a novamente, pedindo para ficarem abraçados por um tempo.

Se eu sou um gato, você é uma gata selvagem! Ah mas vem cá, Olívia. Era só para te dizer que eu te amo e você não precisa ter medo daquilo que a minha família pensa.

Não é medo, Vitório! Eu só não quero ficar a vida toda brigando com quem você ama. Ás vezes, parece que concorda com elas…

Olívia, mas você é separada!!

Ahh tá, então você só me vê como uma separada desfrutável e que tem que levar com críticas a vida toda?! Então, eu devia voltar com o Raul por essa ordem de ideias né? - Rebateu Olívia, incomodada com a permissividade que Vitório demonstrava e deixando o homem em alerta após a última fala.

NÃOOO! MAS CLARO QUE NÃO, ficou doida?! Quer dizer , a não ser que você ainda o ame…

Não precisa gritar,ainda não fiquei surda…caramba mas você é um asno mesmo. - Reclamou Olívia, levantando-se de repente e ia seguindo para as escadas, quando Vitório puxou pela mão dela de forma a falarem olho no olho. Quando Olívia virou, Vitório viu a vulnerabilidade dela no olhar, viu as lágrimas ameaçando cair no rosto da dama de sangue azul e deu várias festas ao longo da cara da mesma.

Olívia, me perdoa! Eu não concordo com aquilo que elas pensam. Muito menos quero que você volte com o Raul, eu te amo e faço tudo por você. Se for preciso, dou imensas voltas ao mundo para te encontrar todos os dias na minha vida. E quem sabe, noutras vidas também. Eu te amo para sempre minha vespa!!! E saiba, que sempre que eu posso, irei defender você de todos aqueles que a atacam, até mesmo da minha família. Mas eu não controlo a boca delas, embora sejam insuportáveis. Você é a minha mulher para toda a vida. É briguente, meio louca, mas também uma força da natureza , determinada e que luta por aquilo que realmente quer. Só você tem o dom de me acalmar e ao mesmo tempo me deixar nervoso , de fazer com que eu queira casar, ter filhos e estar sempre perto de vocês. Nunca duvide disso. - Declarou- Vitório, deixando Olívia em lágrimas e assustada depois que ele falou “ter filhos”.

Sabe de uma coisa cozinheiro?! Você pode ser um asno , mas eu também amo você. Que ninguém saiba do diamante bruto que você é ou terei concorrência hein…

Nunca. Só você será capaz de lapidar o meu diamante assim como só eu derrotarei o seu gelo para o resto da vida. - Disse Vitório, de forma presunçosa. Beijou Olívia, encostando-a à parede das escadas. Que logo se agarrou a ele sorrindo e o abraçando, subindo para o colo do mesmo até que a porta se abriu e eles separaram-se logo, quase caindo cada um para o seu lado.


Boa noite- Disseram Mirella e Carlito. A primeira tinha percebido que o ambiente estava quente e o segundo bufou pela presença de Vitório e pediu o seu habitual copo de leite para dormir.


☆ Flashback OFF ☆

Eu tenho que parar de pensar nela e tratar de arranjar emprego! Essa vespa tem que sair da minha mente e do meu coração. - Reclamou Vitório para si mesmo , dando murros para a almofada ficar mais confortável.

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5 dias depois - Jardim da entrada do restaurante



O senhor está dizendo que vai sair de Roseiral?! - Perguntou Olívia chocada. Tinha acabado de se aproximar do Delegado quando apenas passado uns dias o mesmo conta que irá sair da cidade por uma oferta de emprego.



É, Olívia! Há muito tempo que eu desejava ser mais do que um delegado e finalmente consegui! Vou ser jurista num dos melhores tribunais do país. Não tenho como recusar. - Voltou a contar animado com a notícia.



Claro, fico feliz pelo senhor! Mas pensei que quisesse ter estabilidade na cidade e criar um vínculo comigo….


Eu também pensei que sim! E acredite, estou totalmente encantado com a senhora, mas esta proposta é irrecusável…e nenhuma mulher ou homem pode ser impedimento para vivermos os nossos desejos. No entanto, Olívia terei todo o gosto em manter o contacto e quem sabe você e as suas crianças não possam me visitar para onde vou…ou até mesmo poderá mudar-se para lá e quem sabe inaugura um restaurante novo numa nova cidade. - Sugeriu o delegado, sem perceber que já estava querendo mandar na vida da mulher que pouco gostou dessa atitude e que sentiu-se traída e trocada por uma proposta de emprego.




Como é óbvio Cornélio, eu tenho uma vida criada aqui em Roseiral e não pretendo ir atrás de você para lado nenhum. Ora, eu sou mais eu ! E se fosse para algum lugar, seria para França….


Ah é verdade, ouvi dizer que existe essa possibilidade. As suas amigas andam falando sobre isso aos quatro ventos e a senhora ainda nem me tinha contado.



É, eu sei, parecem crianças! Não contei porque ainda não tinha tido oportunidade, o senhor viajou e eu também não sei se vou ou não.Preciso ouvir as crianças sobre isso. De qualquer forma, eu desejo que o senhor seja muito feliz na sua nova etapa e que dê tudo certo.


Fico grato pelo apoio! Podemos conversar por cartas? Creio que exista algo bonito entre nós, Olívia. Você é deslumbrante! - perguntou o delegado, deliciado com a imagem de Olívia em pleno Outubro. Os cabelos de Olivia esvoaçavam ao vento e a pele era ainda mais suave. O mesmo aproximou-se e fez um carinho na cara da mesma que o afastou.



Talvez exista, mas creio que aquilo que possa ter existido termina neste momento! Não tenho o menor arcabouço para me comunicar romanticamente por cartas , já passei dessa fase. Sei que mereço mais e espero que o senhor encontre alguém que lhe seja especial e que o faça muito feliz. 


Está exagerando, é apenas uma fase, quem sabe depois não venho para o tribunal de Roseiral ou você até vai para onde eu vou…


Não é exagero! Você escolheu ir e nem tinha falado comigo ainda e ainda deu a entender que era para eu ir também. Eu escolho por mim…


E eu por mim.


Exato. E por essa razão, nossos caminhos seguem rumos diferentes a partir deste momento. Talvez um dia nos encontraremos de novo. E obrigado, pela sua delicadeza para comigo.


Agora vejo porque a senhora era tão amiga da Serena, filosófica né…é bem brincadeira… eu também desejo o melhor para você e foi um gosto tê-la conhecido melhor.


Cornélio despediu-se com um beijo no rosto de Olivia e seguiu para a sua nova etapa.

Já, Olívia sentiu mais uma vez que o amor não era para si e que voltava a perder alguém a quem estava a afeiçoar-se. Inclusive, sentiu que seria sempre a última escolha para alguém. 



Notas Finais


🫶🙏🌹🤍


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