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História (Des)amar é Fácil (Chuuves) - Não estou nos meus melhores dias


Escrita por: XleticiasX

Notas do Autor


CHEGOU NOS 100 FAVS AAAAAAAAAAAA
MUITO OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Adoro vcs e boa leitura aí <3

Capítulo 17 - Não estou nos meus melhores dias


Fanfic / Fanfiction (Des)amar é Fácil (Chuuves) - Não estou nos meus melhores dias

Jiwoo

— Chuu, por que o seu bracinho tá vermelho? - Hyeju pergunta assim que levanto a manga do braço que estava bom para ela desenhar. O braço que estava com a mão machucada e que eu nem conseguia mexer não deixaria ela nem sequer chegar perto.

— Porque quando eu estava tomando banho esfreguei aí - Falo a verdade. Eu não queria que ela visse, mas já que ela viu não tem porque mentir. Eu estava mais preocupada com Jungeun vendo do que ela, Jungeun poderia achar que eu estava me mutilando e ela com certeza contaria para a nossa mãe, aquela fofoqueira.

— Mas tá doendo? - Ela desvia o olhar do meu braço para o meu rosto - Se passar a canetinha aí vai machucar…

— Não vai não, Hyeju, não tá doendo. - Nego com a cabeça - Contando que você fique bem quietinha está tudo bem e não vai estar doendo nada, você pode até pintar meu braço todo se quiser.

— Mas eu só posso pintar se ficar quietinha? - Concordo com a cabeça - Então não vou querer o braço todo, só quero uma parte, assim eu posso conversar com você.

— Olha aqui espertinha, eu não estou muito afim de conversar e estou com dor de cabeça, então você tem que ficar quietinha mesmo se for pintar só uma parte.

— E se eu falar bem baixinho - Hyeju cochicha. Reviro meus olhos, mas não consigo segurar uma fraca risada. Hyeju era esperta, sempre achava uma solução. Eu gostava disso ao mesmo tempo que odiava.

— Não, Hyeju, é sério, minha cabeça está doendo, se você ficar falando vai doer mais, então tem que ficar quietinha sem fazer nenhum barulho, ok?

— Ah, mas a TV faz barulho também. - Ela aponta com o seu dedinho indicador a TV.

Mas a TV não é você. Eu queria falar, mas não podia, então foi outra coisa:

— A TV dá para aguentar. - Depois que falo, penso direito e não sei se essa foi a melhor resposta. A outra com certeza seria pior, mas essa também não foi das melhores.

— Você não me aguenta?

— Eu não estou no meus melhores dias… - Começo, mas ela me interrompe:

— Tá bom, Chuu, eu vou ficar quietinha, não precisa falar.

— Sério? - Pergunto surpresa. Ela aceitar fácil assim é estranho. Hyeju solta um suspiro e reponde:

— Sim, você ia falar a mesma coisa de sempre e eu teria que obedecer mesmo. - Ela dá de ombros. - Então é melhor nem falar, né?

Eu me senti meio mal por ver que ela já estava acostumada, mas senti um alívio também… Sei lá, acho que é uma coisa boa Hyeju se acostumar com meu jeito de agora, assim ela não sonha comigo do jeito que eu era antes, como eu sei que ela faz. O pessoal daqui de casa gosta de contar para ela sobre a Jiwoo adolescente, isso mantém ela com uma esperança de eu voltar a ser como ela escuta. Sei disso porque teve uma vez que ela me pediu para voltar a ser igual antes.

— É… - Concordei. Isso era o melhor mesmo, assim ela ficava quieta e não sobrava para ela depois. Hyeju era uma criança, mas quando eu estava brava ou fora de mim, isso não importava e eu simplesmente falava com ela como se ela fosse uma mini adulta. Minha mãe e Jungeun já me repreenderam por causa disso. Eu queria mudar e não falar com ela assim, eu até acho que tive um progresso nisso, mas realmente era muito difícil e muitas vezes quando eu me dava conta já estava a tratando como se fosse uma uma pessoa adulta que me irritava.

Isso recentemente me fez perceber uma coisa. 

Hyeju comigo agia de uma forma mais madura e tentava entender tudo - acho que ela tentava realmente parecer uma mini adulta responsável - já com o resto ela agia como se fosse uma criança mesmo, ainda sim bem espertinha, mas era diferente… Parecia que comigo ela se segurava mais - ao menos quando não estava chorando ou manhosa, nessas horas ela falava até errado. - e agia de um modo mais esperto para me entender.

— Chuu, pode mesmo passar a canetinha por cima da cicatriz? - Ela pergunta e então noto que já tinha uns rabiscos da cor verde na minha pele. Nem tinha sentido quando ela começou.

— Pode. - Respondo apenas com uma palavra e ela volta a desenhar, mas quando percebe meu olhar nos seus rabiscos ela para e fala:

— Você não pode olhar agora, tem que ser surpresa!

— Por que tem que ser surpresa?

— Porque se você olhar desde o começo não vai ter surpresa e você não vai dar tanta atenção quando estiver pronto. - É um bom argumento. - E eu também quero te mostrar no final como eu sou talentosa! - Ela abre um sorriso se achando.

— Ok, ok, eu não vou olhar. - Falo e desvio meu olhar do meu braço para a TV. Estava passando um filme qualquer chato de romance, mas nem me importei, não ia prestar atenção mesmo nessa baboseira.

Após alguns minutos de Hyeju concentrada no desenho que fazia em meu braço, escutei sons de notificações vindo do meu celular. Eu apenas recebia notificações quando eram coisas importantes, todos os meus aplicativos ficavam no silencioso e a maioria dos meus contatos também. Então pensando que fosse algo sério, estiquei meu braço para a pequena mesa de centro e o peguei, logo desbloqueei a tela e fui para o aplicativo de mensagens, que era de onde estava recebendo as notificações. 

Assim que o aplicativo abriu vi que era de um número desconhecido. Apenas soltei um suspiro e cliquei no contato, quando abriu a conversa já vi as mensagens:


Oi! Tudo bem?
Aqui é a Yves, ou Sooyoung, sabe? A mulher lá do parque.
Então eu fiquei de mandar a foto do ursinho da minha afilhada para Hyeju ver 
Aqui está


Logo em baixo tinha a foto de um urso de pelúcia enorme, era realmente muito enorme. Daria umas três Hyeju's em pé para dar o tamanho do urso.

Eu chego a considerar mostrar para a criança focada ao meu lado, mas Hyeju estava tão quietinha e eu não queria ela conversando comigo, também estava com medo dela voltar no assunto de querer ver a mulher, Hyeju também nem deve se lembrar que pediu a foto do ursinho… Então pensando em tudo, dou de ombros e apenas bloqueio a mulher.

Sei que foi bem rude, tipo muito mesmo, a mulher estava online, ela com certeza esperava uma resposta minha depois de ver que suas mensagens foram vistas, e ainda por cima quando fui bloquear apareceu que ela estava digitando. É, foi muito rude. Me senti um pouquinho mal, mas realmente não estava com paciência para Hyeju ficar me enchendo o saco por causa de uma desconhecida, então foi a melhor escolha.

Limpei todas as mensagens do contato e o número desconhecido sumiu dali, logo depois de fazer isso desliguei o celular e voltei a colocá-lo na mesa de centro.


[...]


Estava prestes a dar seis horas da tarde quando Hyeju me assustou gritando:

— Terminei, Chuu! - Olhei para o seu rostinho. - Demorou, mas acabei, ficou bem bonito.

— Posso olhar? - Pergunto para ter certeza.

— Pode! - Hyeju confirma com um sorriso e então olho para o desenho no meu braço. Era um monte de rabiscos coloridos. Devo ter transparecido no meu rosto a confusão para saber o que é, pois Hyeju reagiu:

— Não gostou? - Ela perguntou e fez um biquinho.

— Bem… - Não posso falar que não gostei, ela passou quase duas horas desenhando, para ela está uma obra de arte. Pensando nisso falo - Está incrível!

— Sério?! - Hyeju arregala os olhos e fica com um sorrisão, não aguento e abro um sorriso para ela também. 

Eu sei que não estava muito afim de conversar com Hyeju hoje, mas ver ela tão contente assim me dava uma pontinha de alegria e me fazia querer ver ela mais radiante assim.

— Sim, tudo está muito lindo - Elogio enquanto encarava meu braço. Notei que tinha algumas carinhas no meio dos rabiscos, então deve ser algumas pessoas ou animais. - Quer me explicar eles?

— Você não sabe o que é? - Hyeju pergunta e inclina a cabeça para o lado, depois olha para os rabiscos em meu braço. - Está óbvio, Chuu.

— É claro que está. - Falo com uma certeza que não tinha. Aposto que se eu falasse que não sabia ela ficaria magoada. Eu realmente não sabia o que era, mas ela não precisava saber disso, então tratei de dar um jeito para descobrir o que era seus desenhos sem que ela percebesse que eu não sabia. - Mas eu quero que você me explique seus desenhos. Quero saber de onde veio as suas ideias para fazer eles.

— Ah sim, então vou explicar! Olha, o lobinho vem porque eu gosto muito de lobos - Ela aponta para um negócio que tinha as orelhas deformadas em meu braço. - O Chucky é porque ele é meu melhor amigo bonequinho - Ela aponta para uns riscos no meu braço que nem mesmo se eu quisesse veria um boneco. - A vovó aqui, porque você ama ela - Hyeju aponta para uma carinha, esta estava bem feitinha e sorridente. - Aqui um passarinho porque eu acho eles bonitinhos - Ela aponta para um desenho que realmente parecia duas asinhas, esse estava fofinho. - E aqui é o último desenho, eu tomei muito cuidado quando passei a canetinha em cima da cicatriz, é uma estrada. - Ela passa seu dedinho indicador pelo desenho que estava em cima da minha cicatriz, a estrada que ela desenhou realmente parecia uma estrada.

— Por que uma estrada? - Pergunto depois de longos segundos que Hyeju ficou em silêncio. Ela ainda estava passando seu dedinho pela estrada em cima da cicatriz, quando seu dedinho enfim chegou ao final ela suspirou e começou:

— Para caso você quiser dormir pra sempre não se perder e voltar depois. - Ela falou como se fosse bem óbvio. Com isso percebo que ela não entendeu mesmo o que "dormir para sempre" significava. - O tio Jungwoo falou que quando as pessoas dos filmes de terror morrem elas voltam para as famílias delas depois, ontem ele explicou que a gente não estamos em um filme, mas o tio Lucas já falou para mim uma vez que tem vezes que o tio Jungwoo não sabe o que fala e às vezes ele erra, então ele pode estar errado e pode ter volta sim. Por isso fiz a estradinha, mamãe, assim você não se perde lá e volta pra gente. - Sinto meus olhos lacrimejarem. Eu não queria uma volta, mas Hyeju é tão… Ela, que se eu tivesse a escolha de voltar eu até pensaria. - Eu pensei em desenhar um mapa pra você, a vovó falou que o mapa mostra tudo, mas eu não sabia como era um mapa, então não deu pra eu fazer, mas depois eu vou aprender e desenhar pra você!

Depois de suas palavras, fico encarando os seus olhinhos. Hyeju e ele realmente eram muito parecidos na aparência, mas ainda bem que não nas atitudes, nisso ela era diferente dele, ela era um amorzinho, pena que mesmo assim eu não conseguia evitar de ficar com o pé atrás. Sei que ela é minha filha, mas eu não confio, me sinto uma pessoa horrível por isso, ela é uma criança e às vezes era tão… Fofa e preciosa. Por que eu não conseguia simplesmente me esquecer dele e apenas focar nela? Assim eu começaria a amá-la… Hyeju era muito amável, mas ainda sim eu não conseguia.

— Por que você tá quieta, Chuu? Não gostou dos desenhos? 

— Eu adorei eles. - Falo e sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha. - Você é mesmo muito talentosa, sabia? Vai ser uma artista.

— A minha vovó Hyuna diz isso também, mas o vovô diz que isso tem que ser apenas um hobbie porque os artistas são desvalorizados. - Infelizmente isso era verdade. - E também porque eu vou ter que cuidar da empresa dele quando eu crescer e isso vai tomar tomar todo o meu tempo.

— Não vai tomar o seu tempo porque você não vai trabalhar lá. - Nego com a cabeça. Ah, mas não vai mesmo. Não acredito que Hyojong está colocando essas merdas na cabeça de Hyeju. Nunca que eu vou deixar ela sequer pisar naquela empresa, a menos que ela realmente queira cuidar daquilo, se for por influência do seu avô eu proíbo ele de chegar perto dela. Hyojong não aprendeu mesmo com a lição que ditar um destino para alguém pode acabar com a vida da pessoa e de outras ao seu redor.

— Mas o vovô me pediu pra trabalhar com ele quando eu for grande.

— Você quer trabalhar com ele?

— Não sei - Ela encolhe os ombros - Parece chato, mas o vovô falou que iria me levar lá na empresa para eu ver como é, ele falou que se eu gostar ele vai ficar muito feliz, já se eu não gostar ele vai ficar normal. - Hyeju falou "feliz" com um sorriso e "normal" séria. - Mas ele falou que depois de ver eu feliz com o que eu escolher para fazer da minha vida, ele vai ficar feliz também e vai me apoiar em tudo.

É, ao menos aprendeu algo.

— Eu vou falar para ele não falar mais disso com você, tá bom? Você não precisa pensar nisso agora, ainda é uma criança.

— Tá bom, mas não fala brava, você sempre fica com a cara brava quando fala com meu vovô, ou só quando olha pra ele.

— Eu não vou falar brava, não se preocupe. - Hyeju concorda com a cabeça e fica me encarando, depois de poucos segundos pergunta:

— Você gostou mesmo dos meus desenhos? - Ela parecia insegura. - E o da estrada? Você não falou nada sobre ele.

— Eu adorei todos - Asseguro a ela - O da estrada foi o meu desenho favorito, vou usar quando quiser voltar, ok?

— Ok. - Ela fala e assente com a cabeça dando um pequeno sorriso.

— Agora que tal a gente tirar umas fotos do meu braço para mandar para a sua vovó Minji? Ela vai adorar saber que você fez desenhos lindos em mim.

— Eu tiro as fotos! 


[...]


Eram por volta das nove quando Jungeun chegou com seu bebê. Ela parecia cansada, então não falei nada sobre ela não ter me dado os meus remédios, apenas deixei passar, sabia que se eu tocasse no assunto acabaria em uma discussão por eu e ela não estarmos muito bem.

— Jiwoo, você não comeu nada o dia todo?! - Jungeun pergunta assim que entra na sala com seu bebê no colo, ela estava vindo da cozinha.

— Agora que me lembrei. - Respondo e dou um sorriso sem graça. Jungeun revira os olhos.

— Vai comer algo e dá também para a Hyeju, ela deve estar com fome. - Arregalo meus olhos. Hyeju também não comeu nada a tarde toda. Acho que Jungeun viu a preocupação em meus olhos porque falou - Eu dei o café da manhã, almoço e antes de sair também dei algumas frutas para ela, mas já fazem horas, ela já deve estar com fome.

Solto um suspiro de alívio. De fome Hyeju não morre.

— Está com fome, Hyeju? - Pergunto para a criança brincando no canto da sala. Depois que ela fez o desenho em meu braço, fiz ela juntar todos os brinquedos e coloquei ela para brincar com apenas alguns no canto da sala.

— Tô um pouquinho, Chuu, a minha barriguinha tá fazendo barulho. - Ela fala enquanto passava a sua mãozinha na barriga.

— Vamos comer algo. - Falo e assim que me levanto do sofá Jungeun pergunta:

— Você pode olhar com o bebê até eu tomar banho? - Ela aponta para o bebê em seu colo - Dá um pouquinho do que vocês forem comer para ele que ele fica quietinho.

— Você vai demorar? - Pergunto. Eu gosto do bebê e acho uma fofura, mas não queria olhar ele.

— Não, vai ser rápido. - Solto um suspiro. Não custa ajudar um pouquinho.

— Tudo bem então, posso tomar conta dele. - Falo e estico meus braços para pegar o bebê. Jungeun abre um sorriso aliviado e logo me entrega o pacotinho que estava em seu colo. - Mas é bom você não demorar.

— Não vou demorar, prometo. - Ela dá um beijinho na bochecha gordinha do bebê, que solta uma gargalhada gostosa. - Cuida bem dele.

— Ok, vou cuidar desse bochechudinho - Falo com voz de neném olhando para ele que acaba rindo mais ainda. Jungeun ri junto com seu bebê e dá mais um beijinho na bochechinha dele, depois enfim saí da sala em direção ao corredor que levaria para os quartos. - Vamos comer, né bochechudo? - Falo com uma voz fininha e ele faz uns barulhinhos fofos. Olho para Hyeju e vejo que ela estava olhando para mim com um biquinho nos lábios.

— Por que você não me pega no colinho e não me trata assim também? - Ela pergunta e cruza os bracinhos.

— Você não é um bebê, Hyeju. 

Tô sentindo que já vai começar.

— Mas você me chama de neném às vezes e é a mesma coisa. - Ela se levanta do chão e vem andando até mim.

— É só um apelido carinhoso, você não é um neném. - Explico. Queria que saísse com um tom de voz normal, mas acho que minha fala saiu meio grossa.

— Então por que você me chama de neném? - Reviro meus olhos e respiro fundo. Ela estava sendo tão legalzinha até agora a pouco, pena que voltou a ser chatinha.

— Quer que eu pare?

— Quero! - Ela grita brava - Você é uma mentirosa!

— Por que você não volta a ficar quietinha que nem estava agora a pouco?! - Falo alto, mas não a ponto de gritar.

— Mentirosa. - Ela murmura ignorando o que eu disse.

— Eu vou parar de te chamar de neném, pronto.

— Eu quero outro apelido!

— Você já tem outro apelido. - Falo tentando segurar o riso e Hyeju fica com uma carinha confusa, então logo trato de falar o outro apelido - Coisinha.

— Eu quero outro! - Ela grita muito alto.

— Você vai ficar querendo, agora você vai ser só a Hyeju! - Falo alto demais e já vejo seu lábio inferior tremer, antes de eu falar algo ela começa com seu choro. - Ei, ei, eu tô brincando, é só uma brincadeira, eu vou te arranjar outro apelido, tá bom?

Que merda de mãe que eu sou.

— Eu quero colinho!

— Colinho agora não dá, Hyeju. - Falo bem calma, mas acho que não deveria ter usado seu nome, ela deve achar mesmo que não vou mais dar apelidos para ela, porque berrou. - Calma neném, eu não posso te pegar no colo agora porque estou com o bebê, ele não sabe andar ainda, então precisa de colo.

— Eu também preciso! - Hyeju fala em meio ao choro.

— Eu te pego depois então, ok? - Hyeju assente com a cabeça e seca seus olhinhos com a sua camiseta, mas isso não adianta nada porque as lágrimas continuavam caindo. - Hoje nós podemos comer o que você quiser, que tal? Você quer comer o que? Pode falar qualquer coisa que tem aqui.

— Sorvete.

— A gente pode tomar um pouquinho depois do jantar, tá bom? - Falo e Hyeju concorda murmurando um "uhum". - Agora vamos lá, me dá a mãozinha. - Peço enquanto ajeitava o bebê em só um braço para deixar o outro livre para ela pegar, coisa que logo acontece.

— Chuu, eu quero continuar com o "neném", tá bom? - Ela fala assim que pisamos na cozinha. Abro um pequeno sorriso. Sabia que ela iria mudar de ideia. - Eu gosto, mas eu quero mais apelidos também e quero colinho.

— Eu vou arranjar mais apelidos para você. - Falo e vou até a cadeirinha de alimentação do bebê para logo em seguida o colocar ajeitadinho ali.

— "Coisinha" não vale! - Hyeju avisa e bate com seu pézinho no chão - Desse eu não gosto.

— Sem "coisinha" então. - Vou até ela e a pego no colo para colocá-la também em sua cadeira, mas quando tento a deixar sentada ela se segura em meu pescoço. - Hyeju… - Iria falar para ela me soltar, mas ela não deixou porque emendou a minha última frase:

— E quando você arranjar os apelidos tem que me falar da onde vem e me explicar porque me deu eles!

— Não tá querendo demais não? - Pergunto e seguro nos seus bracinhos para fazê-la me soltar, coisa esta que funciona e enfim a deixo sentadinha em sua cadeira.

— Você me chama de neném e eu não sou um neném - Ela encolhe os ombros - Então eu tenho que saber sobre os apelidos para ver se você não está mentindo.

— Hyeju, "neném" pode ter vários significados, eu não estava mentindo. A parte que eu menti foi quando eu falei que você não é um neném, você é uma nenénzinha, é a minha neném. - Falo enquanto dava a volta na mesa para me sentar na cadeira a sua frente e para ficar ao lado do bebê.

— Qual significados tem?

— Tudo depende do que a pessoa quer passar com isso e no tom de voz que é falado. Tipo… - Faço uma pausa para pensar em um exemplo, assim que penso já falo - Algum dos seus coleguinhas pode te chamar de neném em tom de zombamento, isso quer dizer que eles te acham fraquinha e que chora por tudo, sabe?

— Meus coleguinhas me chamam de neném… - Ela fala com uma voz triste. - Mas eles são legais comigo. - Abro um sorriso por isso. Uma professora de Hyeju já conversou comigo sobre ela e me falou que todos os seus coleguinhas tomavam muito cuidado com ela. A professora me falou que a tratam como se ela fosse uma irmãzinha mais nova.

— Isso é porque você é pequeninha e eles devem te ver como uma irmãzinha, entende?

— Acho que sim… - Não acho que ela tenha entendido. Crianças vêem as coisas de um jeito muito literal, agora deve estar sendo difícil para ela separar o que é ser um neném como Seungmin e ser um neném como ela, que é como um apelido carinhoso - Por que eu sou uma neném pra você, Chuu?

— Para mim você é uma neném porque saiu de mim e de vez em quando eu te vejo como uma bebê ainda.

— Mas eu não sou mais bebê.

— Lembra que tem vários significados? - Ela assente. - Então, quando eu te chamo de neném é de um jeitinho carinhoso, tipo como se você fosse um serzinho precioso que precisa de cuidados.

— Que nem o Seungmin? - Ela aponta para o bebê.

— Isso aí. - Agora acho que entendeu.

— Ainda bem que eu não sou neném que nem o Seungmin. - Ela fala com uma careta.

— Por que? - Pergunto segurando a risada.

— Porque deve ser chato ser um neném assim, só é legal mesmo porque eles ficam no colinho, mas tirando isso é chato, eles não fazem nada, só ficam sendo bobões.

Os próximos minutos se seguiram com Hyeju falando sobre como os bebês não sabem fazer nada e de como eles são fofos. Eu, que não queria conversar com ela, escutei tudo e ainda complementava com algo. Ainda estava com dor de cabeça, mas Hyeju estava precisando de um tempinho meu sendo cedido a ela.


[...]


Estava sentada no sofá com Hyeju ao meu lado segurando Seungmin, tudo com a minha supervisão, óbvio, e com minhas mãos também o segurando para ela não acabar o derrubando sem querer. Eu não queria ter deixado ela o segurar, mas ela insistiu tanto que fiquei sem mais forças para negar.

— Ele é pesado.

— Quer me dar ele? - Eu que praticamente estava o segurando, eu não deixava todo o peso do corpinho dele cair no colo dela.

— Quero. - Depois da confirmação de Hyeju peguei o bebê no colo, esse foi exatamente o tempo de Jungeun aparecer na sala. 

— Finalmente tomei um banho decente que deu para lavar bem meu cabelo. - Ela fala suspirando enquanto vinha até mim para pegar seu bebê. - Deu alguma coisa para ele comer?

— Tentei dar um pouco de papinha e depois um pouquinho de sorvete, mas ele não quis comer nada.

— Ele deve estar querendo peito. - Jungeun fala e se senta no lugar do sofá ao meu lado que estava vazio. Ela ajeita seu bebê deitado em seu colo e depois levanta um pouco a sua camiseta para colocar o seio para fora e dar ao bebê.

— O que?! - Hyeju grita e no mesmo segundo viro minha cabeça para ela por causa do mini susto que levei. - Mas? - Ela aponta para o bebê, mais precisamente para onde a boquinha do bebê estava. - Por que?! - Ela olha para mim com uma carinha que misturava confusão, choque e curiosidade. Não aguento e dou risada. Essa era a primeira vez que Hyeju via Jungeun amamentar o bebê e foi muito engraçada a sua reação a isso.

— Ele precisa ficar forte, princesa. - Jungeun respondeu por mim quando viu que eu estava ocupada demais rindo.

— Mas por que ele ta com a boquinha aí, tia? - Hyeju se levanta do lugar que estava ao meu lado e anda até ficar na frente de Jungeun.

— Porque ele precisa mamar.

— Mas isso não é a mamadeira dele. - Hyeju nega com a cabeça repetidamente. Jungeun solta uma risada e explica:

— Não é a mamadeira, mas ele precisa do leite que sai daqui ainda. - Jungeun aponta para o seu seio. - Ele é um bebê por isso que ele tem que mamar no meu peito ainda.

— Sai leite daí?! - Ela fica mais em choque ainda e eu dou mais risada ainda com isso.

— Sim, princesa. - Jungeun responde rindo um pouco.

— Por que?

— Porque… - Jungeun faz uma pausa para pensar em algo para responder, demora longos segundos, estes que foram tão longos que penso que ela não iria mais responder, mas então vem - Porque eu sou a mamãe dele. - Nego com a cabeça e paro de dar risada para a encarar. 

Que explicação é essa que não explica nada?

Penso em perguntar, mas antes de o fazer, olho para Hyeju e vejo que para ela a explicação bastou, ou ao menos parecia ter feito algum sentido. Ela estava com uma carinha pensativa enquanto me olhava.

— O que foi? - Pergunto mesmo já sabendo que me arrependeria de saber a resposta.

— Chuu, eu quero mamar no seu peito também. - Hyeju fala e aponta para o meu peito. Me engasgo com minha própria saliva depois de escutar isso e logo em seguida tenho uma crise de tosse. Eu escutei mesmo certo? - Deixa? - É, escutei.

— Você já é grande, Hyeju. - Falo depois de sentir que desengasguei e respiro fundo para recuperar o fôlego. - Não é mais um bebê.

— Mas eu quero experimentar - Ela vem para a minha frente e fica me encarando.

— Pede um pouco para a sua tia - Aponto para Jungeun - Ela que tem leite, eu não. 

— Mas a tia Lippie não é a minha mamãe, você que é, Chuu.

— Mas eu não tenho leite! - Explico exasperada.

— Ah Chuu, deixa? - Ela insiste e eu reviro meus olhos por isso.

— Eu não tenho, Hyeju! - Falo um pouco alto para ver se ela entendia.

— Por que não? - Ela cruza os seus bracinhos.

— Porque você não é mais uma bebê, princesa. - Jungeun explica, isso chama a atenção de Hyeju para ela. - Só quando se tem um bebêzinho que sai leite do peito da mamãe.

— Ah, mas eu queria…

— Você quer experimentar o meu?

— Não, eu quero o da Chuu. - Hyeju fala e aponta para mim. Nego com a cabeça. Ela vai ficar querendo. Eu não dava peito para ela nem quando ela era bebê imagine dar agora. 

Não, não, nunca mais. 

Só de lembrar das primeiras vezes que eu tive que amamentar ela já me dava ânsia. Assim… Não era que eu sentia nojo de Hyeju agora, era que eu já senti… Quando ela nasceu ela era estranha e molenga, e era a cara dele. Tudo isso junto me deixava enjoada. Então só a amamentei mesmo lá no hospital, porque fui obrigada, ai chegando em casa parei e passei para a bombinha de tirar leite e para a mamadeira, assim os outros da casa também podiam ajudar a dar para ela mamar e eu ficava livre de olhá-la.

— A Jiwoo não tem, princesa.

— Mas…

— Tchau, eu vou dormir. - Aviso interrompendo Hyeju e me levanto, logo começo a andar para longe delas. Sei que se eu ficasse ali Hyeju iria insistir mais ainda e isso me irritaria, então estava evitando tudo o que viria depois.

Chego no meu quarto e me jogo de cara na cama. Provavelmente eu não conseguiria dormir tão cedo e infelizmente agora já era tarde para pedir remédios para Jungeun, eu sabia que se aparecesse lá na sala Hyeju voltaria nesse assunto de amamentação, se elas ainda não estiverem conversando sobre isso… Hyeju só terminava um assunto quando descobria tudo e se dava por satisfeita, coisa que eu sabia que iria demorar para acontecer neste assunto, e como eu não queria participar de jeito nenhum disso, o jeito era ficar bem quietinha aqui no meu quarto fingindo que estou dormindo.





Notas Finais


A chuu não ta nos melhores dias mas agiu bem né

Até logo <3


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